Tarifaço dos EUA trava exportações e ameaça economia capixaba

Tribuna Online

há 7 semanas

Com sobretaxa de até 50%, produtos como café, gengibre e pimenta-do-reino perdem espaço no mercado americano. Governo do ES cria comitê para enfrentar crise.
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00:00E agora vamos falar do tarifaço do governo Trump.

00:03É o presidente, ele recuou e reduziu a taxação de alguns produtos brasileiros,

00:08mas muitos ainda continuam com tarifa de 50%.

00:12A partir do próximo dia 6, tá?

00:14E vou chamar então o Matheus Souza, que vai trazer detalhes pra gente, né?

00:19Sobre esse setor produtivo aqui do nosso estado, que pode ser prejudicado ou não.

00:23Não é isso, Matheus? Boa noite.

00:24Oi, Manuela. Boa noite pra você e pra todos que acompanham o TN2.

00:32Olha só, exatamente isso.

00:33No dia de ontem, o presidente Donald Trump, ele assinou o decreto

00:36que confirma a imposição de tarifas extras às exportações brasileiras,

00:41ou seja, tudo aquilo que o Brasil envia aos Estados Unidos.

00:45Será uma taxa de 40% sobre as exportações, que vai ser somada

00:49a outra taxa de 10%, que já estava em vigor desde abril.

00:52Com isso, todas as exportações brasileiras que entrarem lá vão ser taxadas no total de 50%.

00:59Um alívio no meio de toda essa informação é que uma lista com mais de 600 produtos

01:05vão ficar de fora dessa taxação.

01:07E alguns desses itens são justamente, fazem parte daqueles que o Espírito Santo envia aos Estados Unidos,

01:13como é o caso dos derivados de petróleo, de aço, de celulose, minério de ferro,

01:18o quarticito e muitos outros.

01:20Porém, ainda assim, o tarifácio gera preocupação, porque outros produtos importantes

01:25para a balança comercial aqui do Espírito Santo vão ainda ser taxados.

01:31Como é o caso do café, das carnes, das frutas, o impacto disso é grande.

01:35Os Estados Unidos é o maior parceiro comercial estrangeiro do Espírito Santo.

01:40No primeiro semestre, mais de 33% de tudo que a gente enviava ia aos Estados Unidos.

01:47Como eu já falei, o setor de café continua preocupado.

01:51Eles acreditam que se o produto não entrar nessa lista, daqueles que não vão ser taxados,

01:56o setor pode ser, sim, duramente prejudicado.

01:59Chama agora para a gente ouvir as declarações de um representante do setor de café.

02:03Os nossos esforços agora é criar um ambiente para iniciar a negociação.

02:17Vários países foram taxados e a negociação aconteceu após essas tarifas.

02:23E, obviamente, entender que temos que seguir expandindo nossos mercados.

02:29Nós temos crescimentos no bloco europeu, países árabes, países dos BRICS, dos asiáticos,

02:34Índia, Inonésia e Índia, países da Oceania, como a Austrália.

02:39Nós temos vários mercados.

02:40Então, nós vamos seguir exportando os Estados Unidos, uma vez que o nosso produto é insubstituível

02:44do ponto de vista de volume, do ponto de vista de corpo, acidez, dos seus atributos sensoriais,

02:49que todos os industriais já conhecem e o consumidor, 76% da população americana, prova todos os dias.

02:56Então, essa é a nossa agenda.

02:57Independente das discussões de hoje, da lista de exceção, vamos seguir trabalhando

03:02para que o café seja beneficiado e que a gente encontre uma forma de promover o diálogo

03:07entre o Brasil e Estados Unidos em prol dos cafés do Brasil.

03:13Pois é, mesmo com essa lista de exceções, a preocupação ainda é grande no setor agro.

03:18Eles consideram que mais da metade do prejuízo segue mantido.

03:23E aí a gente cita alguns produtos, alguns itens da agricultura capixaba que são enviados para lá,

03:28como é o caso do gengibre e da pimenta do reino.

03:30Vamos ouvir agora o que falou um representante do setor agro, da Federação da Agricultura do Espírito Santo.

03:36Uma coisa que me preocupa é porque pescado, pimenta do reino, gengibre, a carne bovina,

03:46ainda estão precisando também de entrar nessa lista de benefícios tarifários.

03:52E o pescado, ele é levado mais em consideração o de oceano.

03:59Mas o de terra, de água doce, de terra, de tantes, de piscicultura, precisa ser contemplado

04:10porque é um percentual muito pequeno, mas que pode significar um sacrifício extremado do produtor que mexe com isso.

04:22Quem também está muito preocupado é o setor da pesca capixaba,

04:29principalmente os municípios da região do litoral sul capixaba que temem entrar em colapso.

04:35Só para a gente ter um exemplo, nas cidades de Anchieta, Piúma, Itaipava e Guarapari,

04:40elas são conhecidas por enviarem atum, dourado, cavala e meca aos Estados Unidos.

04:45Vamos agora ouvir o que comentou um representante do setor da pesca aqui do Espírito Santo.

04:50O preço do peixe já não é o mesmo, mas nós já estamos sem saber o que vai ser daqui para frente

04:58e nossas embarcações, na sua maioria, já está parada, amarrada no cais, esperando a resposta que vai vir.

05:09Porque o peixe de exportação é que puxa geralmente o mercado, o preço.

05:15Então, para nós hoje é de suma importância.

05:18E aí eu venho falar em nome dos pescadores que o governo estadual, federal,

05:22todas as entidades que trabalham, venham nos dar essa resposta aqui,

05:27a nossa frota de Itaipava, Itapemirim e também de todo o Brasil,

05:31que está passando por essa situação aí, com um risco iminente, inclusive, de quebrar muitas empresas,

05:37muitas embarcações, muitos perder seu emprego, sua renda e passar, de repente, até dificuldade nas suas próprias casas.

05:46Pois é, o comitê liderado pelo vice-governador Ricardo Ferraço iniciou reuniões com setores produtivos

05:57que vão ser mais afetados por essa medida.

06:00Eles pedem por algumas ajudas e pedem por apoio para lidar com esse período que deve ser difícil

06:06pelos próximos meses aqui para os setores produtivos capixaba.

06:10Eles pedem, por exemplo, linhas de crédito emergenciais, subsídios.

06:13Claro, tem muita coisa pela frente e, claro, a gente vai acompanhar os próximos capítulos do Tarifaço.

06:19Manuela?

06:20É isso, Matheus. Muito obrigada pelas informações.

06:22Com certeza, a gente continua acompanhando esse Tarifaço aí, que vai ter muita reportagem pela frente.

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