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Câncer de intestino, que vitimou Preta Gil, cresce entre jovens e preocupa especialistas
Sistema Diário de Comunicação
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há 5 meses
Doença que matou a cantora já é a terceira mais comum no Brasil e exige mudança de hábitos e diagnóstico precoce.
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00:00
O terceiro tipo de câncer mais comum no país está deixando de ser uma condição associada apenas à velhice.
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Eu estou falando do câncer de intestino, que vitimou a cantora e compositora Preta Gil.
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Também chamado de câncer coloretal, essa doença está silenciosamente avançando sobre faixas etárias cada vez mais novas.
00:21
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, a mortalidade prematura por câncer de intestino,
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antes dos setenta anos, deve aumentar até dois mil e trinta, tanto entre homens quanto entre mulheres.
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A projeção se relaciona não apenas ao envelhecimento populacional, mas também ao crescimento da incidência entre jovens,
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ao diagnóstico tardio e à baixa cobertura dos exames de rastreamento.
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Já o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar revelou que entre dois mil e doze e dois mil e vinte e um,
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o número de internações por câncer coloretal cresceu 80,3% entre beneficiários de planos de saúde,
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indicando que o avanço da doença ocorre de forma generalizada, alcançando diferentes perfis populacionais.
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O câncer coloretal é um tumor que acomete o cólon e o reto, partes que compõem o intestino grosso.
01:15
O coloproctologista Davi Morano, do Hospital Universitário Alcides Carneiro, da Universidade Federal de Campina Grande,
01:23
explica que na maioria dos casos, esse tipo de câncer se desenvolve a partir de pequenas lesões chamadas pólipos,
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que surgem na mucosa intestinal por volta dos 45 anos e podem levar até uma década para se transformar em câncer.
01:38
Como essas estruturas crescem de forma lenta e silenciosa, os sintomas só costumam aparecer quando o tumor já está mais avançado.
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Morano diz que a prevenção ocorre quando encontramos os pólipos e os removemos antes que virem câncer.
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Já o diagnóstico precoce acontece quando o tumor já existe, mas ainda está em fase inicial e nesse estágio as chances de cura ultrapassam os 90%.
02:01
Ele orienta, portanto, dois caminhos, o da prevenção primária, com foco em hábitos saudáveis,
02:07
e o da prevenção secundária, com exames regulares, como a colonoscopia, a partir dos 45 anos.
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Os principais sinais de alerta para o câncer coloretal incluem sangue nas fezes,
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alteração persistente no ritmo ou no formato das evacuações,
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dor abdominal contínua e perda de peso sem explicação.
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A coloproctologista Angélica Neip, do Hospital Universitário Antônio Pedro,
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destaca que esses sintomas merecem investigação médica imediata.
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No entanto, ela observa que em pacientes mais jovens, esses sinais muitas vezes são subestimados,
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o que atrasa o diagnóstico e o início do tratamento.
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Além disso, a Angélica chama atenção para um problema relacionado muitas vezes ao tabu,
02:56
que é a resistência que muitos pacientes ainda têm em relação à colonoscopia.
03:01
Ela diz o seguinte, por ser um exame invasivo, com preparo intestinal e sedação,
03:06
muitos têm medo de realizá-lo.
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Isso pode, inclusive, levar à omissão de sintomas.
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Cabe a nós, profissionais da saúde, desmistificar o exame,
03:15
esclarecer seus benefícios e apresentar também outras formas de rastreio,
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como o exame proctológico e a pesquisa de sangue oculto nas fezes.
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A médica Lilian Almeida, responsável técnica por colonoscopia no Hospital Universitário João de Barros Barreto,
03:34
ela apontou aqui o seguinte,
03:36
o desconforto, segundo ela, com o preparo intestinal e o constrangimento com o exame
03:42
ainda afastam muitos pacientes.
03:44
Ela diz o seguinte, é preciso escolher, acolher, aliás, acolher e explicar.
03:48
O exame é feito com sedação e monitoramento contínuo.
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A conversa franca, a escuta ativa e o esclarecimento das etapas do procedimento
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aumentam muito a adesão.
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Lembrando que a cantora e compositora Preta Gil, filha do Gilberto Gil,
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faleceu aos 50 anos de idade em decorrência do câncer coloretal, o câncer de intestino.
04:13
O falecimento da Preta Gil gerou uma alerta com relação a essa doença.
04:16
Antes do falecimento dela, se falava pouco e agora se fala bastante sobre prevenção
04:22
e tratamento do câncer de intestino.
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Então, todo cuidado é pouco e uma coisa que os médicos vêm repetindo e as médicas é
04:30
que desde jovens, desde cedo, a gente tem que mudar os nossos hábitos alimentares
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e os hábitos também com relação a exercícios físicos e sedentarismo.
04:39
Isso ajuda bastante a prevenir.
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