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Em meio ao tarifaço de Trump, o Comitê de Política Monetária do Banco Central iniciou nesta terça-feira (29) a reunião para definir o patamar da taxa básica de juros, a Selic. No último encontro, em junho, o colegiado elevou a Selic a 15% ao ano. Acompanhe a análise de Carla Beni, Diego Tavares, João Belucci e Márcia Dantas em Tempo Real.

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Transcrição
00:00Porque em meio a esse tarifácio, o Comitê de Política Monetária do Banco Central
00:05começou hoje a reunião para definir o patamar da taxa básica de juros, a Selic.
00:11E nesse último encontro que aconteceu em junho, o colegiado elevou a Selic a 15% ao ano.
00:18Então a gente quer realmente com você agora discutir essa situação.
00:22O Copom deve manter este patamar, Carla, na sua opinião?
00:27Mesmo com o impacto do tarifácio?
00:31Provavelmente sim, Márcia.
00:33A ideia é fazer uma manutenção, talvez até por algumas outras reuniões,
00:39você segurar esse patamar, ou seja, o que a gente chama de um viés neutro,
00:44ele nem sobe nem desce, faz essa manutenção de 15%
00:49para literalmente ver como é que as coisas caminham.
00:53Por um outro lado, a Casa Branca está fazendo uma pressão enorme,
00:58o Trump está entrando em confronto direto com o presidente do Banco Central,
01:02porque o Trump quer que o governo, que o presidente do Banco Central
01:06reduza a taxa de juros nos Estados Unidos.
01:09Então, diante desse movimento, é muito provável que a Selic se mantenha a 15% aí,
01:16minimamente nessa reunião e até para a próxima, provavelmente.
01:19Agora, com esse aumento, num eventual cenário de aumentar a taxa de juros novamente,
01:27a gente viu que veio uma carta do presidente do Banco Central,
01:31que é algo muito normal, uma justificativa pelo fato de aumentar a taxa de juros,
01:36é sobre o cenário econômico.
01:38Isso vai ser colocado na conta de Gabriel Galípolo
01:41ou na conta do ministro Fernando Haddad,
01:45por não conseguir aumentar essa confiança do mercado,
01:49de não conseguir ter um equilíbrio na economia?
01:54Bom, aqui vai depender do grupo ao qual você pertence, Bruno.
01:59Basicamente é assim que a gente está dividindo o país.
02:02Então, se você acha que pode colocar a culpa em cima do Galípolo, coloca.
02:06Se acha que pode colocar em cima do Haddad, coloca.
02:10Mas também tem uma terceira questão, que é a seguinte.
02:13A meta de inflação nossa, de 3%, que foi definida dois anos atrás,
02:19ela é baixa para o Brasil.
02:22Então, nós temos já vastos pesquisas e materiais e publicações a esse respeito.
02:27Então, a gente só poderia chegar, no máximo, a 4,5% de inflação.
02:32E a gente está rodando em torno de 5%.
02:35Então, enquanto essa métrica se mantiver,
02:38o Banco Central tem que fazer as suas cartas,
02:41se ele estoura a meta, a meta não é mais dano calendário,
02:45ela é contínua.
02:47Então, essa é a metodologia, é a métrica que o Banco Central está usando.
02:52Eu só sempre gosto de destacar o seguinte,
02:55que nós não temos nenhuma dívida pública explosiva,
02:59isso não acontece e cada vez que o Banco Central sobe um ponto percentual
03:05da Selic, Bruno, ele provoca uma despesa no Tesouro de 50 bilhões de reais.
03:12Então, o Banco Central é corresponsável com o nosso déficit fiscal,
03:18porque a política monetária fiscal, elas caminham juntas,
03:22elas não são separadas como muitas vezes se imagina.
03:26Muito obrigada, Carla Beni, economista, professora também,
03:31sempre aqui apoiando a Jovem Pan,
03:33para a gente tentar entender melhor esses assuntos,
03:36que às vezes parecem complexos para a nossa audiência,
03:38mas você explica muito bem, Carla.
03:41Parabéns sempre pelo trabalho.
03:43Obrigada.
03:44Obrigada, boa tarde a todos, até a próxima.
03:46Vamos repercutir, então, os efeitos da economia,
03:50na economia brasileira e global também,
03:52com os comentaristas João Beluti e Diego Tavares,
03:56começando pelo Diego.
03:57Você acredita que o Copom, então, Diego,
03:59vai manter, apesar do tarifácio, como a Carla falou,
04:02não vai mexer tanto nessa taxa, na Selic?
04:05Eu acredito pela manutenção da taxa, sim, Márcia,
04:08mas é uma manutenção mais preventiva do que, de fato,
04:12atenta ao cenário econômico do país.
04:14Até porque uma das principais funções da taxa de juros
04:17é conter a inflação.
04:19E com esse déficit que nós teremos nas exportações,
04:22muitos desses produtos que seriam destinados ao mercado externo
04:26terão que ser aqui descarregados no nosso mercado interno.
04:29Então, a curto prazo, pode ter, inclusive, um certo alívio
04:32em relação aos preços, principalmente das agrocomódias.
04:36É claro que isso não se justifica para que essa conta
04:39seja adotada como política econômica,
04:41afinal de contas, não é só dos preços na prateleira
04:43que nós estamos falando.
04:44Nós estamos falando a respeito do colapso
04:46de cadeias inteiras de setores industriais,
04:48de setores varejistas,
04:50caso esse tarifácio seja mantido nesse patamar.
04:54Então, eu acredito na manutenção da taxa de juros,
04:57mas, como eu disse, talvez como uma forma preventiva,
05:00talvez como uma forma de antever
05:01possíveis abalos econômicos
05:04com a manutenção da taxa de juros.
05:06Haja vista que, como nós estamos aqui debatendo até agora,
05:09nós estamos observando poucos esforços do governo federal,
05:12principalmente, em reverter essa situação.
05:15Diego, João, você acredita que com esse remédio amargo
05:18que está sendo tarifácio para o governo,
05:21seja o momento da gente ampliar os nossos mercados,
05:23olhar mais para fora e tentar abrir mais o mercado brasileiro?
05:28Com certeza, Márcia.
05:29Até porque o Brasil fica sem opção.
05:31A partir do momento que você perde
05:32ou você dificulta a importação
05:34ou a exportação de produtos brasileiros para os Estados Unidos,
05:37você, obrigatoriamente, deve buscar outros mercados.
05:41O Diego foi muito feliz ao mencionar
05:42a questão da dificuldade do governo
05:44para com a Casa Branca,
05:46o Departamento de Relações Exteriores.
05:48Vem a dificuldade e é gritante.
05:50Estamos há dois, três dias da entrada em vigor do tarifácio
05:52e não temos nada de concreto.
05:56Até a reunião de senadores,
05:58agora eles estão lá com outros senadores norte-americanos,
06:02congressistas, enfim, tentando fazer uma aproximação,
06:04mas o Trump declarou que a tarifa entraria em vigor de fato.
06:08Com relação à Selic, se me permite,
06:11a ideia do governo é sempre essa.
06:12Ele aumenta os juros, a taxa básica da economia Selic,
06:16visando a encarecer o crédito,
06:19o que, por conseguinte, acabaria segurando a inflação.
06:22Mas esse discurso, essa atitude do governo,
06:25do Banco Central independente, vamos lembrar,
06:28ela acaba descolando o discurso político da prática.
06:31Vários players, atores políticos do governo Lula
06:34vocifiravam contra o Roberto Campos com a questão da taxa de juros
06:38e agora silenciam com relação ao Galípolo
06:40ou mesmo apontam a questão para a gestão anterior,
06:44quando o Galípolo já vai avançando muitos e muitos meses
06:46no seu mandato,
06:48que na prática efetiva um governo de rentismo,
06:50uma taxa de 15% ao ano,
06:52ela é muito acima dos países mais desenvolvidos,
06:55dos países com mercados de capitais mais consolidados
06:57e como a economista Carla Beni colocou,
06:59você aumenta o déficit público com essa taxa tão alta.
07:02Então, assim, o governo fica nessa cilada.
07:04Eu aumento a taxa de juros para segurar a inflação,
07:07mas isso também aumenta o déficit público,
07:09ao passo que o governo também é o grande pagador de títulos.
07:12Ele emite títulos para se financiar,
07:14títulos da dívida pública,
07:15e depois tem que pagar com a Selic alta,
07:17que ele mesmo determinou.
07:18e depois tem que pagar com a Selic alta.
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