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Roberto Motta recebe Fabiana Bentes, do Instituto Sou do Esporte, e Lars Grael, velejador e medalhista olímpico, para destacar a importância social, cultural e econômica do esporte no país.

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Esportes
Transcrição
00:00Conexão Mota
00:06Vivemos em um mundo complexo e em constante mudança.
00:12No Conexão Mota eu recebo convidados especiais para falar de temas que afetam sua vida e seu futuro,
00:19sempre em linguagem clara e buscando a verdade.
00:23Hoje, nosso assunto é esporte.
00:25Apesar de uma rica história esportiva, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios no setor
00:33por falta de investimento e desigualdade de acesso.
00:37E para falar sobre esses desafios e as oportunidades para o esporte em nosso país,
00:43eu recebo Laios Grael, velejador, campeão mundial e medalhista olímpico,
00:48e Fabiana Bentes, presidente do Instituto Sou do Esporte e especialista em gestão e marketing esportivo.
00:57Sejam bem-vindos, Laios, Fabiana.
00:59E para a gente começar o nosso papo...
01:01Muito obrigado, Mota.
01:02Eu queria que vocês falassem um pouco sobre o papel do esporte na sua vida.
01:07Olha, na minha vida é uma herança de família.
01:09Começou com um avô materno, que era dinamarquês,
01:14veio ao Brasil há 100 anos atrás fazer uma ponte em Cabo Frio e no Brasil ficou.
01:19Trazia essa cultura digna de povos vikings,
01:23foi então um dos precursores da vela no Brasil.
01:26Os tios foram tricampeões mundiais.
01:28Então, para mim, para o Torben, outro irmão e primos,
01:33era um rumo natural nosso o mar.
01:35Então, assim foi o período de esperança, de treinamento,
01:42desilusões, conquistas, aprender com as derrotas,
01:47a mudança de rumo na minha vida após o acidente em 98,
01:51mais tarde o retorno para a vela de competição.
01:54Então, a vela é algo marcante.
01:57O esporte é marcante na vida da minha família.
02:00Até meu pai, que não tinha nada a ver com o iatismo e mar,
02:03foi presidente da Comissão Desportiva Militar Brasileira.
02:07Ele era militar.
02:09Então, o esporte sempre fez parte, assim, da minha vida.
02:12Que maravilha.
02:13Vela, para mim, é um esporte especial.
02:15É um esporte quase espiritual.
02:17Eu, durante um tempo, fiz um pouco de windsurf.
02:21Só quem pratica a vela é quem entende.
02:24É um outro universo.
02:25Fabiana, e você?
02:27Obrigada, Mota, pelo convite.
02:29Eu fui jogadora de vôlei pelo Fluminense.
02:32Não cresci muito, apesar de não tinha a vaga de líbero naquela época.
02:37Era uma boa líbero.
02:39Mas aí fui para o remo do Flamengo.
02:42Então, fui campeã estadual pelo Flamengo.
02:46Não no nível de campeã mundial, mas tive minhas glórias.
02:49E eu sou jornalista por causa da vitória no Flamengo, no ano do centenário,
02:57que o Buque, para me presentear, me deu a bolsa do Flamengo.
03:00Então, hoje eu sou jornalista por causa do esporte mesmo.
03:04Legal.
03:05Então, eu queria que vocês me ajudassem a entender, a mim e ao nosso público,
03:11qual é a situação do esporte no Brasil.
03:13O esporte no Brasil, ele vem ganhando importância, digamos assim,
03:21à medida que nós fomos incrementando instrumentos de apoio.
03:27Quando eu comecei a fazer campanha olímpica entre Moscou e Los Angeles,
03:32o apoio que o atleta tinha era muito restrito.
03:36Hoje você tem instrumentos de apoio como lei de incentivo do esporte,
03:39infelizmente ameaçada, então, de terminar.
03:44Bolsa Atleta, federal, estadual, em alguns municípios.
03:49Você tem recursos do programa de atletas de alto rendimento das Forças Armadas,
03:55apoio de empresas estatais, o recurso ao Comitê Brasileiro de Clubes
04:00para apoiar os clubes que são filiados, que promovem competições municipais, estaduais,
04:06os campeonatos brasileiros interclubes.
04:09Ou seja, existem formas de apoio.
04:13Eu acho que falta melhor é concatenar tudo isso,
04:16para que tenha uma coerência maior e melhor qual o papel do ente público,
04:22qual o papel do ente privado, da onde vem o financiamento,
04:26e melhorar a qualidade dos gastos.
04:28Aí vem a Fabiana com o programa do Sou do Esporte,
04:33onde premia as melhores práticas em governança no esporte brasileiro.
04:37Esse é um caminho importante, porque gera credibilidade.
04:42É, complementando um pouquinho, vou falar um pouco do esporte feminino,
04:45que eu acho que também vale a pena falar.
04:47Quando eu era remadora, digamos, em 1990, 1995,
04:50a gente tinha que aguardar os homens saírem do banheiro e entrar,
04:56ou vice-versa, porque não tinha banheiro feminino e masculino.
04:59Hoje, obviamente, todos os clubes...
05:00Em que ano foi isso?
05:01Não, entre 1990 e 1995.
05:03Tinha entre 15 e 20 anos.
05:04Então, é uma realidade do esporte feminino que hoje não se encontra.
05:09A gente teve uma evolução bastante relevante,
05:13inclusive, em termos de delegação olímpica,
05:15que a gente conseguiu, aos últimos jogos,
05:17a delegação feminina foi maior, não é, Lars?
05:20Exato.
05:20Então, há efetivamente uma evolução.
05:24Eu acho que o Lars traz uma perspectiva de integração das políticas públicas
05:28e da questão organizacional do esporte brasileiro.
05:34Se você pensar que nós temos, pelo menos no Comitê Olímpico do Brasil,
05:3745 modalidades, e essas 45 modalidades tem 45 confederações,
05:41e abaixo das confederações você tem praticamente 27 federações por cada uma,
05:47você tem 1.215 federações falando só de modalidade olímpica.
05:51Então, imagina recurso para tudo.
05:53Então, eu acho que o esporte precisa meio que se modernizar em termos de estrutura,
05:59até para dar sustentabilidade.
06:00A gente vê federações que não têm nenhuma razão nem de existir,
06:04ou porque a modalidade não consegue se desenvolver,
06:07ou porque não tem atleta suficiente para criar competições.
06:12Então, o esporte precisa, de fato, se reorganizar.
06:15A gente tem aí o Plano Nacional do Desporto parado no Senado,
06:18que é uma das coisas que ele precisa vir,
06:21associado à implementação de recurso público,
06:24dentro da sua missão de desenvolvimento e etc.
06:29Mas, principalmente, que eu acho que é o que falta mesmo,
06:32os resultados a partir dessas políticas públicas.
06:35O que, de fato, nós estamos recebendo,
06:38e o que, de fato, a gente está entregando como resultado
06:41dessa política implementada.
06:43Então, essa falta de coesão de informação,
06:47de pegar esse bolo todo para a gente entender o que está acontecendo com o esporte,
06:52é uma falha ainda,
06:54que eu acho que o PND aprovado,
06:56ele vai começar a trabalhar essa regularidade de informação e integração.
07:02Então, mas antes da gente falar de organização do esporte,
07:07eu queria saber a prática do esporte.
07:10Como é que o Brasil se compara com o resto do mundo
07:13em termos de prática de esporte?
07:16Porque você tem que ter gente praticando
07:18para ter massa crítica para outras coisas acontecerem.
07:22É, a gente tem nos Estados Unidos,
07:23a última pesquisa que eles fizeram,
07:26em 2022, pós-pandemia,
07:28que um quarto da população não praticava atividade física ou esporte.
07:31Um quarto, não praticava.
07:32Não praticava.
07:33Aqui, em termos de fazer bem a saúde,
07:38não é simplesmente um futebol de final de semana,
07:42é aquela regularidade.
07:43No Brasil, a última, a única,
07:46eu acho que foi a primeira e última pesquisa,
07:49na época do ministro Jorge Hilton,
07:50foi o diagnóstico nacional do esporte.
07:55E 49,5% da população não pratica esportes.
08:02Então, a gente tem uma metade da população sedentária
08:04e dentro desse escopo aí,
08:07mais ou menos 50% são mulheres que não praticam
08:11e mais justificando sempre pela questão da falta de tempo.
08:15Mulheres líderes de família
08:16acabam sendo mais prejudicadas.
08:19Mas eu acho que deve ter sido uma evolução de 2015 para 2025.
08:25Em 10 anos, eu acho que existe uma conscientização maior
08:29em questão de atividade física pós-pandemia e tudo mais.
08:33Esse número pode modificar,
08:34até porque também a nossa representatividade
08:36nas modalidades olímpicas,
08:39nos resultados e etc.,
08:41tem estimulado principalmente crianças e jovens
08:44a se envolverem com esporte.
08:45Mas é um caminho que precisa ser trabalhado.
08:49Eu concordo com a Fabiana.
08:52Existe hoje um conceito já consagrado no Brasil
08:55nas políticas esportivas,
08:57o esporte para a vida toda.
08:59Ou seja, o esporte como elemento de integração social,
09:04de promoção da saúde,
09:07de educação com qualidade.
09:10Eu não consigo ver um colégio,
09:13seja público ou privado,
09:16se orgulhar de notas altas em matemática,
09:18matemática, geografia, história, o que seja, ciências,
09:22se ele não tem estímulo também à educação para o físico.
09:26E educação para o físico também traz o esporte,
09:28não somente, mas traz o esporte.
09:30E a bagagem de valores que o esporte transporta.
09:35Eu acho que o grande erro nosso no Brasil,
09:37a gente ainda cuida de esporte pensando no esporte de rendimento,
09:41que é importante.
09:43Ele gera referência, idolatria,
09:45identidade nacional,
09:47atletas que são referência para uma juventude
09:49carente de referências éticas, cívicas e morais,
09:53enfim.
09:55A gente pensa muito no esporte de rendimento,
09:57que tem o seu papel na sociedade,
09:59mas a gente deixa de olhar o esporte
10:02na sua transversalidade,
10:05no que impacta, por exemplo, saúde.
10:07Eu não sou profissional da saúde,
10:10mas entendo que políticas públicas de saúde,
10:13você tem uma secretaria de saúde,
10:16municipal, estadual,
10:17Ministério da Saúde,
10:18no Brasil hoje nós temos na prática
10:20o Ministério da Doença.
10:22A partir do instante que o cidadão ficou doente,
10:25você tem sistema único de saúde,
10:29você tem programas de médico de família,
10:31farmácia popular,
10:33recurso para ambulância em municípios,
10:35mas o que você investe em saúde preventiva?
10:39Anos atrás, o professor Tubino,
10:41que era uma referência com relação
10:43à educação física no Brasil,
10:45representou o Brasil num congresso
10:47da Organização Mundial de Saúde
10:48e que calculava que a cada dólar investido
10:52por um Estado, por uma nação,
10:54em programas de atividade física,
10:56incluindo esporte,
10:57o mesmo Estado economizava
10:593 dólares e 20 centros em saúde.
11:02Então, saúde preventiva,
11:05além da pessoa ter diagnósticos,
11:07exames preventivos de saúde,
11:09eu acho que é um tripé baseado
11:11em alimentação,
11:15nutrição, combate à fome
11:17e alimentação de qualidade,
11:19saneamento básico,
11:20que é a ausência do saneamento básico
11:22num país hoje em 2025,
11:25onde metade dos lares do Brasil
11:27não tem distribuição de água
11:29e coleta de esgoto, tratado,
11:31é uma vergonha,
11:32é um meio de transmissão de doenças
11:34e um programa nacional de estímulo
11:37à prática de atividades físicas,
11:40seja no bairro,
11:41seja na escola,
11:43seja no clube,
11:45e com isso você melhorar níveis de saúde.
11:48Então, o esporte é ainda muito visto
11:50como uma areazinha separada,
11:53um primo pobre ali da esplanada
11:55dos ministérios,
11:56aonde tem um cargo disponível,
11:59aquele partido que está insatisfeito
12:01porque não faz parte da base do governo,
12:03não é preciso de apoio com o legislativo,
12:05você oferece um cargo,
12:07qual o cargo?
12:07Pega o esporte aí.
12:09Infelizmente, na prática, é assim.
12:11Eu já fui secretário nacional de esporte,
12:13secretário estadual em São Paulo,
12:15a gente sabe como é que o esporte,
12:17muitas vezes, tem uma relevância pequena
12:19no troca-troca da política,
12:22e com isso você não tem coerência,
12:23você não tem política pensando de médio e longo prazo.
12:27Mas você acha,
12:28só para,
12:29antes de passar para a Fabiana,
12:31que a prática de esportes
12:33é um elemento cultural?
12:36Há países onde a prática de esporte
12:41está mais embutida no hábito das pessoas,
12:44na cultura?
12:46Não coincidentemente,
12:48os países com maior IDH do planeta.
12:51Então, se você for ver,
12:52assim, a Noruega,
12:53a população e o tamanho do Espírito Santo,
12:57e os Jogos Olímpicos de inverno
12:59disputam o topo do quadro de medalhas.
13:02É um país gelado, nórdico,
13:05mas nos Jogos Olímpicos de verão,
13:06comparativamente, eles vão muito bem.
13:09É o Canadá,
13:10é a Nova Zelândia,
13:11é a Austrália.
13:12Então, coincidentemente,
13:13são os países com maior IDH,
13:15são os países que têm um volume,
13:18uma quantidade percentual
13:19de prática esportiva maior,
13:22buscando qualidade de vida,
13:23buscando bem-estar,
13:25buscando saúde,
13:26buscando educação,
13:28combatendo a violência.
13:30Então, o esporte é uma coisa que é alternativa
13:32à violência, muitas vezes.
13:35Então, gerando qualidade
13:36para essas populações.
13:38No Brasil, nós temos dificuldade
13:40de ter essa visão
13:41do papel estratégico do esporte.
13:43É, e complementando o Lars,
13:46eu falo muito,
13:47a gente tem uma crise
13:48de segurança pública no país,
13:50e o esporte,
13:53ele é essa ferramenta
13:54de bloqueio,
13:55ou até mesmo
13:56de saída.
13:59E você tem uma experiência
14:00muito importante com isso.
14:03É, você vê assim,
14:05saiu uma matéria,
14:06acho que foi em 2018,
14:07na TV Record,
14:08falando sobre o censo
14:09das comunidades no Rio de Janeiro,
14:11onde eles dizem que
14:13há 300 mil jovens
14:14menores de 18 anos
14:16com algum relacionamento
14:18financeiro com o tráfico.
14:19300 mil soldados,
14:22vamos dizer assim,
14:23isso é um número exorbitante.
14:26E se a gente parar
14:26para pensar
14:27que esse jovem
14:29não tem educação,
14:31não tem empregabilidade,
14:33não tem uma série
14:34de questões
14:36que vão poder fazê-lo
14:37sair desse ambiente,
14:39a gente vai ter
14:40300 mil adultos
14:42dentro da criminalidade.
14:44Então, hoje,
14:45o esporte,
14:47ele,
14:47quando você está numa,
14:49eu sempre falo
14:50em relação aos projetos sociais,
14:51que os projetos sociais
14:52falam assim,
14:53se você estiver inscrito
14:54na escola,
14:55você pode participar
14:56do projeto social.
14:57Eu falo que isso é um erro
14:58muito grande,
14:59porque o jovem
15:00que está numa comunidade
15:01sem acesso à escola,
15:04ele já está
15:05com algum problema familiar,
15:06ele já está
15:07com uma defasagem acadêmica,
15:09ele já está
15:09com um problema
15:10de que ele não consegue
15:11ficar sentado
15:12num ambiente controlado,
15:14porque ele já tem
15:14uma liberdade de rua
15:16que não é a liberdade
15:17da escola,
15:18ele já tem
15:18um problema interno
15:20direcionado
15:22para a violência
15:23que pode criar
15:23um problema
15:24para a escola.
15:26Então,
15:26qual é a forma
15:28da gente
15:29não perdê-lo
15:30pela segunda vez?
15:31Uma escola,
15:31a gente já perdeu
15:32esse jovem.
15:33Como é que a gente
15:33entra?
15:34É pegar um projeto social
15:35dentro dessas comunidades,
15:36trazê-lo para dentro
15:37para jogar um futebol,
15:38para jogar um basquete,
15:39para trazê-lo
15:40dentro do ambiente,
15:41porque aí esse ambiente
15:41ele vai,
15:42ele gosta,
15:43ele curte.
15:44A menina
15:45para um balé
15:45ou para uma situação,
15:47para uma ginástica,
15:48para um futebol,
15:49para uma ginástica
15:49artística.
15:51E a partir
15:52de dentro
15:53desse projeto,
15:54que aí eu acho
15:54que culmina muito
15:55no projeto Grael,
15:57é você
15:58dar suporte acadêmico,
16:01fazê-los chegar
16:02naquele nível,
16:03naquela idade,
16:0413 anos
16:04com aquelas matérias,
16:06dar um suporte familiar,
16:07ver o que está acontecendo
16:08com essa família
16:09e reconstruindo,
16:11digamos,
16:12a parte cívica
16:14desse jovem
16:15para que ele possa
16:16ser apto
16:16a voltar
16:17para a escola
16:19bem,
16:20feliz,
16:20porque ele não vai
16:21entrar numa defasagem
16:22acadêmica,
16:22ele não consegue
16:23nem escrever.
16:24E aí,
16:25dentro desse processo,
16:27a gente tem
16:27uma complicação
16:28muito grande,
16:29que é a questão
16:29da empregabilidade.
16:30Eu sempre digo
16:31que o projeto Grael,
16:32que é o projeto
16:32da família,
16:33é o projeto
16:35mais completo,
16:36é o projeto
16:36de muito orgulho,
16:37porque ele pega
16:39o jovem
16:39nessa vulnerabilidade,
16:41ele traz
16:42a questão
16:42do ensino ambiental,
16:44do ensino educacional,
16:46do ensino técnico,
16:47e ele sai
16:47com a possibilidade
16:49de estar empregado
16:49dentro da área náutica.
16:52Então,
16:52esse ciclo,
16:54o país
16:54deixou de perceber
16:55que o esporte
16:56faz a favor
16:57da segurança pública.
16:58E associado a isso,
16:59que a gente vai falar depois,
17:00é a questão
17:01da economia.
17:02O esporte
17:03gera economia
17:04para o país.
17:04Então,
17:05existe uma miopia
17:06muito grande
17:06em termos de
17:08governo municipal,
17:08estadual e federal
17:09do bem que o esporte
17:11faz para o Brasil.
17:12A gente não faz
17:13inclusão caindo do céu,
17:14a gente faz inclusão
17:15com políticas públicas
17:16eficientes.
17:17E é isso que a gente
17:18precisa trabalhar
17:18com o esporte.
17:19Então,
17:19isso está trazendo
17:20uma dimensão diferente.
17:21Além da dimensão
17:22da saúde,
17:23que o Lais falou,
17:24uma medida preventiva
17:26de saúde,
17:27é também
17:27uma ferramenta
17:28de resgate
17:29de quem está
17:31à beira de...
17:32De resgate
17:32e de blindagem.
17:34Esse que está
17:35no ambiente já
17:36do esporte
17:36não vai
17:37e o que está fora
17:38vem para a gente
17:40poder redirecionar.
17:41Então,
17:41por isso é tão relevante
17:43o esporte
17:44como política pública
17:45e sem exigências.
17:47Reforçando
17:48que a gente não pode
17:48chegar para o jovem
17:49que está ali dentro
17:50da maré
17:50com um radinho
17:51e fala assim,
17:52quero jogar futebol.
17:53Você está aqui inscrito?
17:54Não.
17:55Você está na escola?
17:56Não.
17:56Então,
17:56não pode.
17:57perdemos pela segunda vez.
17:59Não,
17:59está com o radinho?
17:59Vem.
18:00Vem amanhã também.
18:02Vem no terceiro
18:02e larga esse radinho.
18:04E daí,
18:04você vai construindo
18:06uma relação
18:06de confiança
18:07para que ele
18:08efetivamente
18:08tenha,
18:10digamos,
18:10acolhimento suficiente
18:11para que ele se sinta
18:12confortável
18:13e retornar
18:13para a escola que seja.
18:15Acho que assim,
18:16um exemplo
18:17de resgate
18:18é muito claro
18:20para o país.
18:21Vamos pegar
18:22Rafaela Silva.
18:23Isso aí.
18:24Rio de Janeiro,
18:25Cidade de Deus,
18:27comunidade enorme
18:28onde a violência
18:29e o tráfico
18:30também é presente
18:31e onde ela encontrou
18:33um projeto social,
18:35Instituto Reação
18:36do Flávio Canto,
18:37idealista,
18:38judoca,
18:38medalhista olímpico.
18:40Lá,
18:40ela recebeu
18:41oportunidade
18:42de praticar o judô
18:44com todo o pacote
18:45de valores
18:47que o judô
18:47transporta
18:48para ser uma
18:49campeã olímpica
18:51admirada internacionalmente.
18:53então isso mostra
18:55o caminho
18:56de saída
18:57que o esporte
18:59oferece
19:00de um ambiente
19:01hostil
19:02gerando oportunidades
19:04de uma mulher
19:05hoje,
19:06de uma atleta
19:06que é admirada
19:07por todos nós.
19:08Você podia falar
19:09um pouco desse
19:10projeto Grael,
19:10Lácio?
19:11Claro.
19:12O projeto Grael
19:13surge de quando
19:14eu,
19:15Torben,
19:16meu irmão
19:17e Marcelo Ferreira,
19:18parceiro do Torben
19:19em títulos olímpicos,
19:21falávamos sobre
19:23essa visão
19:24tão
19:24marcante
19:26de que vela
19:27é esporte
19:27de elite.
19:29Realmente praticada
19:30por poucos,
19:31a partir desse
19:32ponto de vista
19:33pode ser considerado,
19:35mas nós
19:35vivíamos
19:37em Niterói,
19:39cidade que conquistou
19:40dez medalhas olímpicas
19:41através da vela,
19:43que tem seis
19:44clubes de vela
19:45ativos,
19:46mas que a vela
19:46não estava disponível
19:47para os outros.
19:48Então a ideia
19:49foi de tentar
19:50deselitizar
19:51ou democratizar
19:52o acesso
19:53da vela
19:53quando a gente
19:54criou em 98,
19:5627 anos atrás,
19:57o projeto Grael.
19:58Começou com uma
19:59escolinha de vela
20:00na praia,
20:01assim,
20:01sem muita pretensão.
20:03Com o tempo
20:04a gente foi vendo,
20:05tinha que ensinar
20:05o jovem a nadar,
20:07questão de segurança,
20:08aprender a remar
20:09para ter o contato
20:10com o mar,
20:10aprender a velejar,
20:11que é o nosso esporte.
20:13Aí a gente viu
20:13educação ambiental,
20:15fundamental,
20:16entender
20:16o ecossistema
20:18onde ele vive,
20:19Baía de Guanabara,
20:20ao mesmo tempo
20:21limpa,
20:21linda e poluída.
20:24Aí depois a gente
20:25avançou,
20:26que muito mais
20:27do que você gerar
20:27perspectiva de formar,
20:29quem sabe,
20:30futuros campeões,
20:31é formar cidadania.
20:33Aí a gente avançou
20:34para o ensino técnico
20:35profissionalizante,
20:37onde jovens
20:37têm várias oficinas lá,
20:39que nós ensinamos eles,
20:41por exemplo,
20:41a mexer com elétrica
20:42de embarcações,
20:44manutenção de motores
20:45de combustão a diesel
20:46e gasolina,
20:47reparo de capas,
20:49velas e todos,
20:50mexer com fibra de vidro,
20:52carpintaria,
20:53marcenaria naval,
20:54ou seja,
20:55capacitar o jovem
20:56para um mercado
20:57de onde o Brasil
20:58extrai boa parte
20:59da sua riqueza,
21:00que é o mar,
21:01não só através
21:02da pesca
21:03e do transporte
21:04e de mercadorias,
21:05mas onde o Brasil
21:06extrai o óleo e o gás.
21:08E o Brasil importa
21:08mão de obra
21:09por falta de mão de obra
21:11capacitada.
21:12Então,
21:12a gente poder fornecer isso.
21:14Então,
21:14passaram-se 27 anos,
21:1721 mil e 500
21:18jovens passaram por lá.
21:21Temos o núcleo
21:21base em Niterói,
21:22um outro em Mangaratiba,
21:24ambos no Rio de Janeiro.
21:26A gente coordena
21:26uma rede de iniciativas
21:28semelhantes
21:29em todo o país,
21:30por exemplo,
21:31de um ex-aluno
21:32de lá,
21:33gerando exemplo,
21:34Samuel Gonçalves,
21:35veio de escola pública,
21:37começou no projeto,
21:38fez categoria de base,
21:40passou a velejar comigo,
21:41foi campeão mundial
21:42comigo em 2015,
21:44foi eleito,
21:45nesse mês de maio
21:46desse ano,
21:47o atleta do mês
21:49de todo mundo,
21:50numa revista
21:50que é a revista
21:51mais prestigiada
21:52da vela mundial,
21:53que é Seahorse,
21:54elegeu Samuel
21:55o melhor velejador
21:56do mundo.
21:57Olha que legal.
21:57Que bacana.
21:58Então,
21:59a gente muda a vida
22:00de muitas crianças,
22:01de muitos jovens.
22:03Sensacional.
22:03Você sabe que
22:04uma das coisas
22:04que mais mudou
22:06na minha vida
22:07quando eu comecei
22:08a fazer vela
22:08é a consciência ambiental,
22:11porque você começa
22:12a prestar atenção
22:13no vento,
22:14nas nuvens,
22:15e aí você começa
22:16a tentar entender aquilo.
22:18É uma coisa que,
22:19e a gente que mora
22:20no Rio de Janeiro
22:21quer um lugar maravilhoso.
22:22Você busca
22:23a cumplicidade
22:24com o vento,
22:25passa a desenvolver
22:27uma percepção
22:28muito grande
22:28do ecossistema.
22:30Então,
22:30se tem um plástico
22:31boiando,
22:32aquilo prende no barco,
22:33o barco perde velocidade,
22:34então você passa
22:35a observar o plástico,
22:37passa a denunciar
22:37o plástico,
22:38um vazamento de óleo,
22:39o cara cria
22:40uma consciência ambiental.
22:43Agora,
22:44que esportes
22:45são importantes
22:46para o Brasil hoje?
22:47Pensando
22:48tanto na dimensão
22:50das pessoas,
22:52praticando,
22:53da quantidade
22:54de pessoas que praticam,
22:56e do potencial
22:57de desenvolvimento.
22:59Eu vou só dar
23:00um exemplo aqui,
23:01que é uma coisa
23:01que me intriga.
23:02Eu, quando era pequeno,
23:04o surf era visto
23:05como coisa de vagabundo.
23:07pegava mal
23:09você dizer
23:09para o seu pai
23:10que você estava surfando.
23:11Hoje,
23:11o Brasil é
23:12celeiro
23:13de campeões de surf.
23:15Brazilian Storm,
23:15né?
23:17Exatamente.
23:19Quer começar, Fabiola?
23:20Para mim,
23:21é difícil dizer
23:22qual a modalidade,
23:23porque toda modalidade
23:24tem seu charme
23:25e sua relevância
23:25dentro do ecossistema
23:27que ela está.
23:27Verdade.
23:28O futebol,
23:28obviamente,
23:29economicamente falando,
23:30é o que está na ponta.
23:31Tem o vôlei,
23:32tem o vôlei de praia,
23:33tem, ou seja,
23:35tem tantas modalidades
23:36que efetivamente
23:38se estão sendo praticadas
23:40já tem uma relevância
23:41importante.
23:41Beach Tennis,
23:42que agora está explodindo,
23:43né?
23:44Pádeo,
23:44tudo e tudo mais.
23:46Ficou bom,
23:46aí vai.
23:47Eu falar de modalidade
23:49fica mais específico.
23:52Aí eu vou falar de surf,
23:53meu irmão era surfista,
23:54aliás,
23:54é ainda,
23:55passou dos seus 50,
23:56continua surfando
23:57e meu pai era militar
23:58e não gostava
23:58do meu irmão surfando,
23:59não.
24:00Mas compomos até casa
24:02em Saquarema
24:03para ele poder surfar
24:04e tudo mais,
24:04mas é uma realidade,
24:06né?
24:06O surf,
24:07ele viveu uma crise
24:08muito grande
24:08na Confederação Brasileira
24:09de Surf.
24:10Ele teve
24:11problemas sérios,
24:13né?
24:14Eu sempre brinco que,
24:15brinco não,
24:16né?
24:16Eu sempre falo sério
24:17quando a entidade
24:18está,
24:19é mais importante
24:20que a modalidade
24:21é que tem uma coisa
24:22errada, né?
24:22Isso é comum no Brasil, né?
24:24O surf começou
24:25a aparecer demais
24:26por um problema
24:27de gestão grave,
24:28até que efetivamente
24:30a última gestão
24:31que agora foi reeleita
24:33com o Teco Padarates,
24:35ela fez
24:36uma ótima gestão,
24:38inclusive depois a gente
24:39vai falar sobre o prêmio
24:39de governança.
24:40Ele é surfista
24:41antigo, né?
24:42Surfista antigo,
24:43resgatou aí
24:44a Confederação
24:45e está andando
24:46super bem
24:46e associado a isso
24:48veio a etapa
24:49da WSL,
24:50da World Surf League,
24:51liderada pelo Ivan Martinho,
24:53que é um craque
24:53também aí na questão
24:54de eventos,
24:55então é como se fosse
24:56uma convergência
24:57junto também
24:58com os Jogos Olímpicos.
24:59Então o surf entrou
25:00para a Olimpíada,
25:01para os Jogos Olímpicos,
25:02a Confederação
25:03resgatou,
25:04a WSL veio
25:05com uma etapa
25:06super relevante
25:07em Saquarema,
25:10com retorno econômico
25:11para o município
25:12e para o governo.
25:13Brutal, né?
25:14Brutal, então
25:15é a maior etapa
25:16do mundo da WSL,
25:17a etapa de Saquarema.
25:19É de Saquarema.
25:20E efetivamente
25:22isso resgatou
25:23esse brilho
25:24a partir também,
25:25obviamente,
25:25a gente não faz esporte
25:26ser atleta.
25:27Vem um Gabriel Medina,
25:28vem todos, né?
25:29O Ítalo.
25:29Mas qual foi a mágica?
25:31Por que que o surf
25:31passou de ser esporte
25:33de vagabundo
25:34para ser...
25:35Trabalho de lifestyle,
25:37na verdade,
25:37ele se reposicionou
25:38como lifestyle, né?
25:39Ele se reposicionou
25:40como uma marca
25:42de estilo de vida.
25:43Mas isso foi um trabalho
25:43da indústria?
25:45Eu acho que foi...
25:46Eu acho que é um trabalho
25:47da indústria associado
25:49a como os atletas
25:50se comportam,
25:51porque esses atletas
25:52são conscientes, né?
25:53Tem uma consciência ambiental
25:54muito grande.
25:54que fizeram essa transformação
25:57com muita consciência.
25:58Por exemplo,
25:58o Burle,
25:59o Carlos Burle,
26:00que é de...
26:01Criou essa...
26:02Ele criou essa indústria
26:04de ondas gigantes.
26:05Então, tudo...
26:06Maia Gabeira, né?
26:07Maia Gabeira.
26:08Uma ponta agência.
26:09Começou nos anos 70,
26:10porque tinha aquele estigma
26:12que surf era esporte
26:13de vagabundo.
26:15O cara não queria estudar,
26:16ia pra praia,
26:17surfar,
26:17parafina e tal.
26:19Era um estigma,
26:20assim,
26:20um preconceito
26:21muito equivocado.
26:23E já nos anos 70,
26:24começaram a surgir
26:25os primeiros ídolos
26:26do surf
26:27que começaram
26:28a dar um enfoque
26:28mais profissional,
26:30mais empresarial,
26:31mudando o estigma
26:32de que surf
26:33é esporte de maconheiro.
26:34Imagina.
26:35Em 70, Lopes?
26:35É, anos 70,
26:37já começou a mudar.
26:38Rico de Sousa.
26:38Ah, Rico de Sousa.
26:39Rico de Sousa,
26:40amigo e irmão.
26:41Então, um cara assim
26:41que o tempo todo
26:43remou na vida
26:44para mostrar o surf
26:45algo sério,
26:45esporte de competição,
26:47o lifestyle
26:48que a Fabiana citou.
26:51Então,
26:51foi mudando a consciência,
26:53a imagem sobre o surf.
26:54Hoje, um esporte
26:55admirado nacionalmente.
26:57Ítalo Ferreira,
26:58campeão olímpico,
26:59Gabriel Medina,
27:00ícone do esporte mundial,
27:02etapa do mundial
27:03em Saquarema.
27:04Então,
27:04eu acho que um exemplo
27:06bem sucedido, né?
27:07Do que era
27:08admirado por um grupo menor
27:11e hoje um esporte
27:12que é admirado nacionalmente
27:13onde o Brasil
27:14tem campeão olímpico.
27:15Mas é importante falar
27:17de como o atleta
27:18se apresenta, né?
27:19Claro.
27:19Isso,
27:20a gente hoje vê
27:21em situações do futebol
27:23que o atleta
27:23se apresenta mal
27:24e como isso é ruim
27:25para o futebol.
27:26No caso do surf,
27:28a gente vê esses atletas
27:29se apresentando bem,
27:31social,
27:31ou seja,
27:32na questão cívica mesmo.
27:34Você viu o Scooby
27:34quando teve a questão
27:35das enchentes do sul,
27:38ele mobilizou e foi.
27:40Então,
27:40isso faz com que a percepção,
27:42obviamente,
27:44dos atletas,
27:46ou de...
27:47A gente também teve um caso
27:48do Remo,
27:49que os atletas iam para...
27:52Eu acho que era
27:52para os Jogos Olímpicos,
27:53eles deixaram de ir
27:54para poder ajudar.
27:55ajudar.
27:56Então, assim,
27:57o esporte,
27:58ele acaba mobilizando
27:59essa imagem
28:00a partir de ações, né?
28:02Tudo é reflexo,
28:03um cantor,
28:04um atleta.
28:04Então,
28:05eu acho que o surf
28:06foi muito feliz
28:07e, graças a Deus,
28:08o Brazilian Storm
28:10está aí, né?
28:10Com mulheres e homens
28:11dentro da nata
28:14do surf mundial.
28:15É interessante ver
28:17essa segmentação, né?
28:19Porque o surf
28:20de ondas grandes
28:21é como se você
28:22criasse um novo esporte,
28:25um novo mercado.
28:26Um outro caso,
28:27o skate.
28:28Muito parecido, né?
28:29Praticado mais
28:30nas periferias, né?
28:32Dos grandes centros urbanos,
28:33estigmatizado,
28:34o skate agora
28:35deu aquele boom, né?
28:37Fadinha,
28:38o brasileiro,
28:39os brasileiros
28:40conquistando espaço,
28:41medalhas olímpicas,
28:43admiração.
28:44A raiz.
28:44O fato...
28:45A raiz, né?
28:47O fato é que o Brasil
28:49antigamente
28:51era o país
28:52da monocultura esportiva
28:53do futebol.
28:54É verdade, é verdade.
28:55O futebol tem
28:56o seu espaço
28:57que está lá
28:57e ninguém tira, né?
28:58Grandes ídolos,
28:59Pelé, Zico,
29:01tanto atleta
29:02que a gente pode falar
29:02aqui agora.
29:03De futebol,
29:04o brasileiro entende.
29:05Mas essa monocultura,
29:07ela foi mudando,
29:08felizmente.
29:10Então, dando espaço
29:10para outras modalidades
29:12que o Brasil passou
29:13a ter uma ênfase
29:14maior a partir
29:15dos anos 80.
29:16Então, hoje,
29:17a participação brasileira
29:18em Olimpíada
29:19ou em Paralimpíada
29:21é incrível ver
29:22a quantidade de modalidades
29:23que o Brasil classifica.
29:24Isso tem mérito.
29:26Então, a gente ajuda
29:27a disseminar o esporte
29:28no Brasil,
29:29as modalidades olímpicas,
29:30pan-americanas.
29:32Em Paralimpíada,
29:33o Brasil já é potência mundial.
29:35Então, acho que isso é motivo
29:36realmente de admiração.
29:38Agora, vamos tocar agora
29:40no aspecto complicado, né?
29:42E eu quero dizer para vocês
29:44que eu sou totalmente leigo
29:45em relação a isso.
29:46Então, por favor,
29:48sejam bastante didáticos comigo,
29:50tenham paciência.
29:51Eu não entendo
29:52como o esporte
29:53é organizado no Brasil.
29:55A impressão que eu tenho
29:56é a seguinte,
29:56às vezes,
29:57eu acho que tem mais dirigente
29:59do que atleta.
30:00Você falou aí, né,
30:01que tem mil entidades,
30:03federações, confederações,
30:05associações.
30:07Como é que o esporte
30:08é organizado no Brasil?
30:10Olha, ele...
30:12É até simples, né?
30:14Você tem as confederações nacionais.
30:15O que é uma confederação?
30:16A confederação...
30:17Eu começo a jogar...
30:19É...
30:20É tênis de praia.
30:21É um conjunto
30:23de federações estaduais.
30:25É.
30:26A confederação,
30:26ela rege o esporte nacionalmente.
30:28Então, ela tem um campeonato
30:30de cada estado
30:31você tem uma federação
30:33de um esporte.
30:34Em cada...
30:35No país, você tem
30:36pra cada modalidade
30:37uma confederação.
30:39Certo.
30:39Ou seja, ela pega
30:40todos os estados.
30:42É o papel dela, é.
30:43Ela é organizar
30:43campeonatos brasileiros,
30:45tá associada
30:46a campeonatos internacionais,
30:47então, levar as delegações
30:49lá pra fora.
30:50É uma coisa simples
30:52de certa forma de se falar,
30:54obviamente,
30:54tendo toda a magnitude
30:56de entidades,
30:57por exemplo,
30:57como o futebol,
30:58como o vôlei,
30:59como entidades
31:00grandes atletistas.
31:00Um exemplo é a CBF,
31:02Confederação Brasileira de Futebol.
31:04Por exemplo,
31:04que tem as federações
31:05de todos os estados.
31:06As federações
31:07estão associadas
31:08aos clubes.
31:09Então, os clubes,
31:10digamos,
31:11federam os atletas
31:12e esses clubes
31:14estão federados
31:15nessa federação
31:16daquele estado.
31:17Então, você tem
31:18o Flamengo federado
31:19no Clube X
31:21com o atleta federado
31:22também.
31:23Então, de certa forma,
31:27confederação,
31:29federações,
31:30clubes,
31:30mas você tem
31:31as organizações
31:32do movimento olímpico,
31:33movimento paralímpico,
31:34comitê olímpico do Brasil,
31:36comitê paralímpico,
31:37comitê brasileiro de clubes,
31:39que o Lars é embaixador,
31:40vai falar sobre eles,
31:41comitê paralímpico de clubes.
31:43Então, você tem
31:44outras entidades.
31:46Agora, de fato,
31:47é muito inchado.
31:48E cada uma
31:50dessas entidades
31:50tem dirigentes.
31:52Todas as entidades.
31:53Cada uma dessas entidades
31:54tem verbas,
31:55recebe...
31:55Não, não tem sustentabilidade.
31:57O fato é que
31:58eu não conheço
31:59um outro país,
32:00e olha que já rodeio
32:01bastante pelo mundo aí,
32:03vendo o esporte,
32:04que tem um sistema
32:05confederativo.
32:08Então, se você viajar
32:09para o exterior
32:09e falar que você
32:10faz parte da confederation,
32:12o cara vai dizer
32:13o que é isso.
32:14No Brasil,
32:15nós temos uma
32:15confederação de federações.
32:18Então,
32:18é muito hierarquizado
32:20o sistema.
32:21A gente tem sempre
32:22o que melhorar, né?
32:24E a gente,
32:24quando fala isso,
32:25é porque essas organizações
32:27do movimento olímpico
32:28e do movimento paralímpico,
32:29elas recebem
32:30dinheiro público.
32:32Então,
32:33essas regras
32:33se acoplam
32:34a essas entidades.
32:35Tem outras entidades
32:36que não fazem parte
32:37do movimento olímpico
32:38nem paralímpico
32:39e não necessariamente,
32:40em caso de não receber
32:41esse recurso público,
32:42elas têm obrigação
32:43de seguir.
32:44Acontece que hoje
32:45a gente batalha muito
32:48por essa questão
32:48da governança,
32:49então a gente sempre
32:50faz uma questão cultural
32:52de educação
32:52das entidades.
32:54Então,
32:54esse é o movimento,
32:55efetivamente,
32:55da Sul do Esporte,
32:56mas,
32:57como o Lars falou,
32:58a gente ainda não está
32:59num nível
33:01excepcional,
33:03mas a gente evoluiu
33:04bastante
33:05em termos
33:06de representatividade
33:08dos atletas,
33:09em termos
33:10de discussões.
33:11agora o protagonista
33:13já não consegue
33:14ser ignorado.
33:15Se falava muito
33:16logo no começo,
33:17ah,
33:18porque o atleta
33:18não se capacita,
33:19porque o atleta
33:19sempre se justificava
33:20que os atletas
33:21não querem se envolver.
33:22De fato,
33:23às vezes acontece
33:24que o atleta
33:24não se capacita
33:25e de fato,
33:25às vezes,
33:25que os atletas
33:26não querem se envolver,
33:27mas aí,
33:27às vezes,
33:27eu pergunto também,
33:28tá,
33:28mas esse gestor
33:28se capacitou?
33:30Esse gestor?
33:31Então,
33:32vamos botar um caso
33:33concreto,
33:33vamos pegar o Beach Tennis
33:35para não escolherem
33:36um outro exemplo
33:36mais polêmico.
33:37Isso é o mais recente.
33:38para não dar polêmica,
33:40né?
33:40Então,
33:40aqui no Rio de Janeiro
33:41tem um monte de gente
33:42que é atleta
33:43de Beach Tennis.
33:44Aí,
33:44alguém cria
33:46a Federação Carioca
33:49Fluminense
33:49de Beach Tennis.
33:50Exato.
33:51Agora,
33:52as pessoas que vão
33:53fazer parte,
33:54que vão ser os dirigentes
33:56da Federação
33:57de Beach Tennis
33:57do Rio de Janeiro,
33:58não são necessariamente
33:59atletas de Beach Tennis.
34:01Não,
34:02mas,
34:03é...
34:03Verdade.
34:04É.
34:04Eu posso ser,
34:07resolver me candidatar
34:08a ser dirigente
34:09da Federação.
34:10Desde que o Estatuto
34:11esteja livre
34:12para você se candidatar.
34:13Sim,
34:14mas se a gente
34:14está criando,
34:15nós vamos fazer o Estatuto.
34:16Ah, sim,
34:16na criação, sim.
34:18E aí,
34:19os campeonatos
34:20de Beach Tennis
34:21do Rio de Janeiro
34:21vão ser organizados
34:22pela minha Federação.
34:23Não necessariamente.
34:24Se tiver a chancela
34:25da Federação,
34:26sim.
34:26Se precisar ser
34:27uma coisa oficial
34:28e que tenha pontuação
34:29para o Campeonato Brasileiro,
34:30etc.,
34:31sim,
34:31mas isso não impede
34:32que você faça...
34:33Então,
34:33esse é um poder
34:33muito grande
34:34que as Federações têm.
34:36Sim.
34:36Porque os resultados
34:38dos atletas,
34:40a pontuação,
34:40os títulos,
34:41depende da Federação.
34:43É isso.
34:44É.
34:44Mais ou menos.
34:45Não depende da Federação,
34:46né?
34:48Depende de como
34:48ela está organizada.
34:50Porque há modalidades
34:51que você não tem
34:52Federação nem Confederação.
34:53Então,
34:54a coisa fica meio solta.
34:56Por exemplo,
34:56o Karatê.
34:57O Karatê é um esporte
34:59que tem uma identidade cultural,
35:02é um esporte praticado
35:03no Brasil há décadas.
35:04por não ser olímpico,
35:07então,
35:07no Brasil foram criando
35:08associações,
35:09por exemplo,
35:09de academias
35:10de prática de Karatê,
35:12elas se organizam,
35:13as academias,
35:14numa rede,
35:15essa rede cria
35:16uma confederação
35:16em federações estaduais.
35:17O Jiu Jitsu também.
35:18E aí vem o outro
35:20e tem a mesma
35:20brilhante ideia.
35:21Então,
35:22tem alguns casos
35:22de modalidades
35:23onde você tem
35:24várias confederações
35:26ou entidades representativas
35:28no nível federal
35:29e estadual.
35:30Quando vira olímpico,
35:31tudo bem,
35:32o caso do skate
35:33foi isso,
35:34houve uma divisão
35:34de quem mandava
35:35no skate,
35:36o Comitê Olímpico do Brasil
35:37se viu obrigado
35:38a reconhecer
35:39uma entidade,
35:40não várias.
35:41Houve toda uma disputa
35:42e uma foi
35:43atribuída a ela
35:45o direito
35:45de ser a representação
35:47oficial do skate.
35:48Nada impede
35:49do outro organizar
35:50uma liga,
35:50uma entidade paralela,
35:52mas oficialmente
35:53apenas uma.
35:54Aquelas que não são
35:55olímpicas
35:55ou não são paralímpicas,
35:57é comum,
35:58existe uma certa anarquia,
35:59até porque a legislação
36:00esportiva permite
36:02o livre direito
36:03de alguém organizar
36:04uma entidade.
36:05Então,
36:06aí surge uma multiplicidade
36:08de federações
36:09ou entidades esportivas.
36:10O que organiza isso
36:11é como o Lasso falou,
36:12é o movimento olímpico
36:13ou o movimento paralímpico.
36:15Tem uma hora
36:15que tem que escolher uma,
36:16mas fora isso
36:17ela pode ser
36:19desorganizada sim.
36:21Agora,
36:21na opinião de vocês,
36:23o que é o melhor?
36:25É você ter
36:26nas federações
36:27pessoas que efetivamente
36:29são ou foram atletas
36:31ou ter gestores
36:33profissionais
36:34mesmo que eles
36:35não tenham
36:37nunca praticado
36:38o esporte?
36:39Não tem regra,
36:40Mota.
36:41O que a gente sempre fala
36:42é que capacidade...
36:43Você é muito preocupada
36:44com governança.
36:45Você fala muito
36:45sobre governança.
36:46É, capacitado tem que estar.
36:48Né?
36:48Independente de ser atleta,
36:49você é gestor.
36:50Capacitado para fazer
36:50a gestão.
36:51A gestão da entidade.
36:53Esse é o mínimo.
36:54Você não pode colocar
36:55um atleta
36:55que não é capacitado
36:56que ele vai ter problema
36:58assim como não vai botar
36:59uma pessoa comum
36:59que não tem relacionamento
37:02com o esporte
37:02para gerir um negócio
37:04que também não esteja
37:05capacitado.
37:06Agora,
37:07você vê,
37:08por exemplo,
37:09é igual uma empresa.
37:10Se você é um CEO,
37:11né?
37:12É um cara
37:13que já conhece
37:13um segmento administrativo,
37:16né?
37:16Como gerir uma empresa.
37:18Independente
37:18se você está
37:18na companhia aérea,
37:19se você está
37:20numa farmacêutica
37:20ou se você está
37:21numa petrolífera.
37:22É a gestão
37:23da entidade,
37:24né?
37:24Daquela empresa.
37:25Então,
37:25não necessariamente
37:26você precisa ser atleta.
37:28Não tem o melhor modelo.
37:29Não,
37:29não existe o melhor modelo.
37:31O que existe
37:31é gente realmente capacitada
37:33e que queira fazer
37:34o esporte evoluir.
37:35Essa aqui é a regra.
37:36Esse é o ponto,
37:36porque é possível
37:38de um engenheiro,
37:40um economista,
37:42ser, por exemplo,
37:43um advogado,
37:44ser ministro da saúde.
37:46Não parece natural,
37:47mas é possível
37:48e tem até casos
37:48bem sucedidos.
37:50No esporte,
37:50tem casos de dirigente
37:52que foi bom
37:52sem nunca ter praticado
37:54daquela modalidade.
37:56De preferência,
37:56é bom que ele tenha sido
37:57esportista,
37:58que ele represente
37:59o atleta,
38:00que ele represente
38:00os clubes,
38:02que ele represente
38:02as federações
38:03para que ele esteja
38:04ungido do apoio
38:06daquela modalidade,
38:07dos praticantes dela
38:08e que tenha adquirido
38:10conhecimento
38:11e comprometimento.
38:13Então,
38:13isso acaba acontecendo,
38:14de certa forma,
38:15no ambiente
38:16privado,
38:19clubes e federações
38:20e confederações.
38:21Agora,
38:21quando a gente chega
38:22no ambiente público,
38:24voltamos ao cargo
38:25de ministro.
38:26Quantos ministros
38:27do esporte,
38:28desde que se criou
38:29o cargo
38:30de ministério,
38:31o Ministério Extraordinário
38:32do Esporte,
38:33que o primeiro foi o Pelé
38:34e de lá para cá
38:35passaram-se vários ministros,
38:37quem deles ali
38:38era esportista?
38:39Só Ana Mose.
38:40Ou tinha conhecimento
38:41de esporte?
38:45Pouquíssimos.
38:45Só Ana Mose, né?
38:47Como ministro de atleta.
38:48Talvez.
38:49e a Secretaria Estaduais
38:51e a Secretaria Municipais.
38:54Então,
38:54bota lá um cara
38:55que não entende
38:56absolutamente nada
38:58do assunto,
38:59passa no máximo
39:00quatro anos
39:00no cargo,
39:01quando ele começa
39:02a adquirir conhecimento,
39:04eleição,
39:04troca governo,
39:05troca partido,
39:06sai um leigo,
39:07entra outro leigo.
39:09É,
39:09eu acho que aí também...
39:10Esse é o mais comum.
39:11É,
39:11e tem a questão
39:11da diferenciação de papéis
39:13também, né?
39:13O presidente,
39:14digamos,
39:15o CEO da entidade,
39:16né?
39:16Então,
39:17o presidente,
39:17ele é esse relacionamento
39:18institucional,
39:19ele pode ser um atleta,
39:20deveria,
39:20porque,
39:21como o Lars falou,
39:22entende todo
39:23o ecossistema
39:25do esporte,
39:26e um CEO
39:26que é o cara
39:27que vai colocar,
39:28vai fazer estratégias
39:29de marketing,
39:29estratégias,
39:30né?
39:31Vai fazer o controle
39:32financeiro,
39:32então,
39:33você teria também
39:34que ter essa separação
39:35de responsabilidade,
39:37que é o que a gente
39:37também preza
39:38dentro desse ambiente,
39:39para que não se misture
39:40a execução
39:42do institucional, né?
39:44Então,
39:45hoje,
39:46a gente tem
39:47essa mistura ainda
39:48da execução
39:49constitucional,
39:50que não é muito boa,
39:51porque se misturam
39:52os papéis
39:53e aí vem os conflitos
39:54de interesse,
39:55etc.
39:56Mas,
39:56é assim,
39:57eu sou esperançosa
39:58que a gente venha
39:58evoluindo bastante,
39:59né?
39:59Então,
40:00é um processo.
40:01Por exemplo,
40:02vamos falar do Comitê Olímpico
40:04do Brasil.
40:05Por mais que tenha
40:06tido lutas
40:06e polêmicas,
40:07né?
40:08Para nessa evolução
40:09do COBE,
40:10mas os presidentes
40:12que o COBE teve
40:13ao longo dos anos,
40:15Major Padilha,
40:18finalista olímpico
40:19em atletismo,
40:20Carlos Arthur Nuzman,
40:21atleta de voleibol olímpico,
40:23André Richer,
40:24atleta de remo,
40:25né?
40:26Praticante.
40:27Aí,
40:27depois,
40:28Paulo Vanderlei,
40:31treinador de judô
40:32consagrado
40:33com experiência olímpica,
40:35Marco Antônio Laporta,
40:37atual presidente,
40:38atleta
40:39de triátil
40:40e presidente
40:41da confederação.
40:42Então,
40:43nesse aspecto
40:44é interessante.
40:44E mais,
40:45se nós analisarmos
40:47as últimas duas eleições
40:48do COBE,
40:50o que foi decisivo
40:51para eleger
40:52um candidato
40:52ou outro
40:53foi o pêndulo
40:54de onde foram
40:55os atletas
40:56atuarem em bloco.
40:58Elegeram numa eleição
40:58o Paulo Vanderlei,
41:00elegeram em outra eleição
41:01o Marco Antônio Laporta.
41:02Então,
41:03mostra que os atletas
41:04passaram a ter
41:04uma voz,
41:05uma posição
41:06estratégica
41:08nesse processo.
41:09E isso já é
41:09uma evolução,
41:10consequência de evolução,
41:11porque na época
41:12do Nuzman não tinha
41:13essa comissão
41:14de atletas
41:14com poder de voto.
41:17O esporte
41:17no Brasil
41:18movimenta muito dinheiro.
41:19Eu sei que você
41:20fala muito
41:20de uma coisa
41:21que eu não entendo
41:22que é o PIB
41:22do esporte.
41:23Você podia
41:24explicar o que é isso?
41:25Olha, o PIB do esporte
41:26foi uma...
41:28É um presente
41:30para o esporte.
41:31Na verdade,
41:32nasceu na pandemia.
41:34Eu vendo
41:35o segmento
41:36da cultura
41:37conseguindo se mobilizar
41:38para falar de PIB,
41:40de quanto
41:40que eles movimentavam
41:41e o esporte
41:42multissetorial.
41:44Futebol
41:44movimenta tanto,
41:45não sei o que
41:46movimenta tanto
41:46e a gente
41:47sem um número.
41:48O que a gente
41:49efetivamente representa
41:50para poder ter
41:51essa assistência
41:51para o mercado
41:52esportivo
41:53em termos
41:54de profissionais
41:55que trabalham,
41:56pessoas de clubes,
41:58atletas
41:59que vão ter
41:59um problema
42:00porque suspenderam
42:02as competições,
42:03aporte,
42:04enfim.
42:05E aí,
42:06eu criei uma...
42:08Chamei o Lars,
42:08conversei com o Lars
42:09sobre isso,
42:10ele virou embaixador
42:11do projeto do PIB,
42:12convidei o Comitê Olímpico
42:13do Brasil,
42:14o Comitê Paralímpico,
42:15a Liga Nacional
42:15de Basquete,
42:16o Ministério da Defesa
42:17a partir do desporto militar
42:19da comissão...
42:21Desportivo,
42:22Militar Brasileira.
42:23É que eu sempre troco
42:24a sigla.
42:27O CBC,
42:28o Comitê Brasileiro
42:29de Clubes.
42:29E o Comitê Paralímpico
42:30de Clubes.
42:31Então,
42:31como se fosse
42:32a maior estrutura
42:33do esporte
42:34dentro de um borde
42:34para a gente definir
42:36o que a gente
42:37poderia fazer
42:38com esse projeto
42:39em termos de retorno.
42:40E, felizmente,
42:41a gente conseguiu.
42:43O início do projeto
42:43foi em 2024,
42:45então,
42:45a primeira análise
42:46começou por um ano
42:46relacionado a 2023.
42:49E, assim,
42:49a gente ficou,
42:50a gente apresentou
42:52agora, dia 26 de junho,
42:54o PIB.
42:56E a relevância
42:57desse número
43:00é que agora a gente sabe
43:02o que a gente quer.
43:03O esporte gera
43:06cerca de 3 milhões
43:08e 300 mil empregos
43:09no Brasil.
43:12A gente tem,
43:13hoje,
43:14uma representatividade
43:15de 1,69% do PIB.
43:18É maior do que a cultura,
43:20que é 1,44%.
43:21A gente tem um problema,
43:23hoje,
43:24que a lei de incentivo
43:25ao esporte
43:25vai estar prevista
43:27para acabar.
43:28enquanto a lei Rouanet
43:31é perene,
43:32a gente fica querendo entender
43:34a razão
43:35de dois segmentos
43:37tão importantes
43:38para o desenvolvimento social,
43:39uma ser perene
43:40e a outra não.
43:41E, em termos de retorno,
43:43a gente já conseguiu
43:44entender
43:45que o investimento
43:48no esporte público
43:49a cada 1 real
43:50retorna
43:51mais de 12 reais,
43:5312,39 reais,
43:54se eu não me engano.
43:55Então,
43:55se você tem
43:551 milhão
43:56de investimento
43:57na lei de incentivo
43:57ao esporte,
43:58você tem um retorno
43:59de 12 milhões.
43:59Então,
44:00isso na economia
44:01do esporte,
44:01na economia do país.
44:03Então,
44:04isso já,
44:04por si só,
44:05já garante
44:06que o investimento
44:07não é fundo perdido,
44:08ele tem um retorno
44:09muito relevante
44:10para a economia.
44:11Então,
44:11não teria razão
44:12econômica,
44:14tributária,
44:15de imposto,
44:15porque a gente está
44:16retornando isso
44:17para a economia.
44:18E,
44:18em termos de privado,
44:21a cada 1 real
44:22são 23,69 reais
44:24que voltam para o sistema
44:25econômico do esporte.
44:26Então,
44:26todo investimento
44:27privado,
44:29patrocínios,
44:29etc.,
44:30a gente gera
44:31um retorno
44:34muito relevante.
44:35Então,
44:36a gente gera emprego,
44:38a gente gera
44:39retorno
44:40do investimento
44:42público,
44:42a gente gera
44:43retorno
44:44do investimento
44:45privado.
44:46Nós temos
44:47uma relevância
44:48em termos
44:49de desenvolvimento
44:51social
44:51que é inquestionável,
44:53que é a questão
44:53do esporte
44:54como fator
44:55de desenvolvimento
44:55humano.
44:56Então,
44:57hoje,
44:58efetivamente,
44:59a gente tem
44:59uma moeda
45:00que fale,
45:01peraí,
45:02o esporte
45:02vale muito mais
45:04do que vocês
45:04estão pensando.
45:05Então,
45:05existe uma discussão
45:06que é muito legítima
45:07da questão
45:08da inclusão,
45:09da questão
45:09do desenvolvimento,
45:10da saúde,
45:11etc.,
45:11mas se a gente
45:12vai falar
45:13economicamente,
45:14se a discussão
45:14hoje é relacionada
45:16à economia do esporte,
45:18o que o esporte
45:19efetivamente
45:20representa para a nossa
45:21sociedade,
45:22a gente está aqui.
45:24Olha aqui,
45:24está aqui o retorno.
45:26Isso a gente não está
45:27falando de apostas,
45:28tá, Mota?
45:29Porque,
45:29às vezes,
45:30as apostas vão ser
45:32analisadas a partir
45:33da regulamentação.
45:34Então,
45:34em 2023,
45:35a gente não tinha
45:36apostas regulamentadas,
45:37então a gente não está
45:37falando que apostas
45:39têm um valor.
45:40Sim,
45:41ela, claro,
45:41tem um valor dela
45:42dentro do escopo
45:43econômico do esporte.
45:44Sim,
45:45mas nesse momento
45:46é uma análise relativa
45:47a 2023,
45:49porque a gente demorou
45:50um ano e meio
45:50a gente teve um problema
45:51muito grande
45:52com relação
45:53à questão
45:55da falta de dados,
45:57né?
45:57Então,
45:57toda a análise
45:58que a gente fez
46:00foi a partir
46:01da análise
46:02como faz o IBGE,
46:03a partir de renda,
46:04né?
46:05Geração de renda.
46:06Então,
46:07é uma,
46:08é um presente
46:09para o esporte
46:10a gente agora
46:11poder,
46:12em qualquer discussão,
46:13dizer,
46:13nós damos retorno
46:14para a sociedade,
46:15além da inclusão social,
46:17nós temos uma relevância
46:18econômica muito grande
46:19e, peraí,
46:20a lei de incentivo
46:21ao esporte
46:22não pode ser suspensa.
46:23Então,
46:23a gente tem aí
46:24dois exemplos
46:25muito grandes
46:26que eu falei,
46:26eu trouxe os dados
46:27da WSL,
46:29né?
46:29A WSL
46:30para o país
46:33deu um retorno
46:34de 219 milhões
46:35de reais
46:37e o Rio,
46:38em cada etapa,
46:38tá?
46:39É assim,
46:39na etapa de 2023
46:40que foi isso tudo,
46:42e o Rio Open
46:42tem 136 milhões
46:44para o Rio de Janeiro.
46:46Então,
46:46você imagina,
46:47você faz uma competição
46:48que o retorno
46:49de 136 milhões...
46:50Isso aí é,
46:51só para as pessoas
46:51entenderem,
46:52é, por exemplo,
46:53o dinheiro gasto
46:54em refeição,
46:56em hotel...
46:56Culto,
46:56turismo,
46:57passagem,
46:58tudo,
46:58ou seja...
46:58Prestação de serviços...
47:00Bilheteria,
47:01mídia,
47:02então,
47:02assim,
47:03o retorno do esporte
47:04hoje,
47:05ele não pode mais ser
47:07marginalizado
47:08como se fosse,
47:10eu estivesse te ajudando.
47:11Eu lembro uma vez,
47:11há muito tempo atrás,
47:12um diretor de marketing,
47:13eu estava ainda
47:14na parte muito relacionada
47:15à inclusão social,
47:16eu falei,
47:16não,
47:16porque tem que ajudar
47:17o esporte,
47:18ele falou,
47:18não tem que ajudar
47:19o esporte,
47:20as empresas têm que
47:21investir no esporte,
47:23o poder público
47:23precisa investir,
47:24e ele sem dados,
47:26mas era a percepção
47:26dele comercial
47:27do negócio,
47:28e efetivamente,
47:30hoje está mais provado,
47:31a gente tem relevância,
47:33e tem uma outra
47:33questão também,
47:34a proponência
47:35dos projetos públicos
47:36de lei de incentivo
47:37no esporte
47:38tem uma limitação,
47:40que é a limitação
47:41relacionada
47:43a só
47:45organizações
47:46do terceiro setor,
47:47podem fazer proponência
47:48de projetos
47:49de lei de incentivo,
47:50na Ruanê
47:51é incentivo público,
47:52ou seja,
47:53empresas do terceiro setor
47:54e empresas privadas,
47:55a gente quer também
47:56essa equidade
47:57de que as empresas privadas
47:59também possam receber
48:00essa lei de incentivo
48:00por essa comprovação
48:02de retorno,
48:03e ainda tem um adicional,
48:06não sei se o Lars
48:06vai lembrar ou saber,
48:08inseriram a lei
48:10da reciclagem,
48:11que seria
48:11economia criativa
48:12que deveria estar
48:13relacionada
48:14à lei Ruanê
48:14competindo com a lei
48:15de incentivo
48:16ao esporte,
48:17então uma empresa
48:17dentro do mesmo
48:18teto limitado
48:19pelo governo,
48:20isso é ruim.
48:21Isso daí,
48:22a gente teria que tirar
48:23a lei de reciclagem
48:24para dentro.
48:24Vocês poderiam explicar,
48:25talvez Lais,
48:26o Lais,
48:27ótimo nisso aí.
48:27Assim,
48:28para quem é leigo
48:29comer,
48:30o que é a lei
48:30de incentivo
48:31ao esporte?
48:32A lei de incentivo
48:33do esporte
48:33é quando uma empresa
48:35pode usar um percentual
48:37determinado pelo
48:38governo federal,
48:39ou no caso
48:40de estados e municípios
48:41que tem as suas leis,
48:42no caso do governo federal,
48:44usando um percentual
48:45do imposto de renda
48:47devido da empresa
48:48ao governo,
48:49ele pode usar
48:49essa cota,
48:51hoje,
48:523%,
48:53que foi ampliado
48:55para as empresas.
48:55ele pode aplicar
48:58em projetos esportivos,
49:00projetos que são
49:00analisados pelo
49:01Ministério do Esporte
49:02dentro de um critério,
49:04então uma vez
49:05que eles são
49:06chancelados,
49:07o cara tem que
49:08captar a empresa
49:09disposta a apoiar
49:10aquele atleta,
49:11aquele evento,
49:12aquela equipe,
49:13aquela entidade
49:14esportiva,
49:15muitas vezes
49:16isso vai caminhado
49:18para esportes
49:19em projetos
49:20de inclusão social,
49:22ou sócio-educacional,
49:24então existe
49:25um incentivo.
49:25É algo muito
49:27semelhante
49:27que a cultura
49:28já obteve
49:29no passado
49:30com a lei
49:31Rouanet,
49:32com a lei
49:32de incentivo
49:33da cultura,
49:34só que a lei
49:34Rouanet
49:34é perene,
49:36a lei do esporte
49:37quando foi criada
49:37ela tinha prazo
49:38de validade
49:39e cada vez
49:40que o governo
49:41tem dificuldades
49:42com relação
49:43responsabilidade fiscal,
49:45estourar o teto
49:46de gastos,
49:47ele pega
49:47os incentivos
49:48que são
49:49passageiros,
49:51que tem prazo
49:51de validade
49:52e coloca eles
49:53como forma
49:55de reduzir
49:55incentivo fiscal.
49:57A cultura
49:57continua
49:58e o esporte
49:59perde
50:00esse bonde,
50:02essa carona,
50:02essa garupa
50:03na história.
50:03Só que nesse momento
50:04a gente já está dizendo
50:05o lei de incentivo
50:06ao esporte,
50:07além de ser relevante
50:08para o segmento,
50:10ela dá retorno.
50:11Exato.
50:11Então,
50:12não tem porquê,
50:13na verdade,
50:14a gente,
50:15por exemplo,
50:15com um milhão de reais,
50:16a gente não está tirando
50:17um milhão de reais
50:17da lei de incentivo,
50:19a gente está retornando
50:19doze.
50:20Então,
50:21essa justificativa,
50:22ela se perde
50:23no momento
50:23que você tem
50:24esses números.
50:24A palavra-chave
50:25que a Fabiana usou
50:26chama-se relevância,
50:28porque era difícil
50:30para o esporte
50:30mostrar
50:31que um município,
50:34o Estado,
50:35a União,
50:36precisam investir
50:37no esporte
50:37numa visão de gasto,
50:39gasto público.
50:40Estou gastando
50:41com o esporte.
50:42Então,
50:42tudo bem que gera
50:43referência,
50:44identidade nacional,
50:46os atletas
50:47que vão gerar
50:48uma referência maior
50:51para a juventude,
50:52saúde,
50:53educação,
50:54não,
50:54tem que mostrar
50:55relevância econômica também,
50:57que é um investimento
50:58que tem retorno,
50:58que vale a pena,
51:00que se você terminar
51:01a lei de incentivo
51:02do esporte,
51:02você gera
51:03um colapso
51:04no sistema.
51:05Então,
51:06ele é uma das molas
51:07propulsoras
51:08da economia,
51:09e não com a visão
51:10específica de gasto,
51:12onde o esporte
51:12perde relevância
51:13e é a moeda de troca
51:15que a gente conhece,
51:16onde o esporte
51:16não tem relevância
51:18nem mesmo política.
51:19Eu queria fazer
51:20só um parênteses
51:21rapidinho,
51:21que é o seguinte,
51:22a lei de incentivo
51:23ao esporte,
51:24ela é diferente
51:24na cultura
51:25em termos
51:26de controle.
51:28O controle
51:29do investimento
51:31público
51:31é muito,
51:33vamos dizer,
51:33até chato
51:34a prestação
51:34de contas.
51:35Então,
51:36existe um rigor
51:37técnico aí
51:37do Ministério
51:38que é muito importante,
51:40que eu acho
51:40que muito mais
51:42importante
51:43do que efetivamente
51:44a lei
51:44do incentivo
51:46é como você
51:47controla
51:47e como você
51:48mensura
51:48essa lei.
51:49O detalhe
51:50que o Tribunal
51:50de Contas
51:51da União
51:51bota a lupa
51:52ali,
51:52cada prestação
51:54de contas.
51:55Então,
51:55isso daí
51:56dá uma certa
51:57credibilidade
51:58para o segmento
51:59do esporte,
52:00que nós sabemos
52:00usar a lei
52:01de incentivo.
52:02Ela não é
52:03utilizada
52:04de forma,
52:05digamos,
52:06desordenada,
52:07por assim dizer,
52:08e ela realmente
52:10vem com uma missão
52:11muito relevante,
52:12mas eu acho
52:13que o recado
52:14é esse.
52:17Investir
52:18um milhão
52:18de reais
52:19a gente não
52:20está perdendo.
52:21A gente tem
52:21toda a parte
52:22social,
52:23desenvolvimento,
52:23etc.,
52:24mas a gente
52:24está retornando
52:25para esse ecossistema
52:2512 milhões.
52:26E aí que
52:26entra o município,
52:28o Estado
52:28e o próprio
52:29governo federal
52:30enxergarem isso,
52:32tirar essa miopia
52:33de que o esporte
52:34é simplesmente
52:35vamos fazer lá
52:36e entregar troféu
52:37para a economia
52:38desses locais.
52:40Perfeito.
52:41Agora a gente
52:41está já encaminhando
52:42aqui para o final
52:43e eu queria fazer
52:44uma última pergunta
52:45para vocês.
52:46O Brasil,
52:47nos últimos anos,
52:48realizou alguns
52:49grandes eventos
52:50esportivos,
52:51Jogos Panamericanos,
52:53Copa do Mundo,
52:54Olimpíadas,
52:56foram eventos
52:56que necessitaram
52:58de grandes investimentos.
53:00Esses eventos
53:01deixaram algum
53:02legado real
53:04para o esporte
53:05brasileiro?
53:06Sim
53:06e não.
53:09A gente
53:09não pode ser
53:10leviano
53:11em dizer
53:12que não houve
53:12legado.
53:13houve.
53:14Poderia ter tido
53:15muito mais.
53:16Quando o Brasil
53:17definiu uma estratégia
53:18de sediar
53:19grandes eventos
53:20como forma
53:20de promoção
53:21da imagem nacional
53:23e como forma
53:24de você tentar
53:25democratizar
53:25a prática esportiva,
53:27então foi uma sequência,
53:29como você citou,
53:30Jogos Sul-Americanos
53:312002,
53:33que foi responsável
53:34por trazer
53:35os Jogos Panamericanos
53:36de 2007,
53:38Jogos Mundiais Militares
53:39em 2011,
53:41evento de grande porte,
53:43Copa do Mundo
53:43da FIFA
53:442014,
53:45com estádios
53:46em todo o país,
53:47Jogos Olímpicos
53:48e Paralímpicos
53:49em 2016.
53:51Muito investimento.
53:53Algumas instalações
53:54funcionam
53:55bem,
53:56atendem
53:56a seus objetivos,
53:58grandes ginásios
54:00viraram
54:00grandes escolas,
54:02agora você tem
54:03também
54:03lugares abandonados,
54:06por exemplo,
54:06dificuldade de custeio,
54:08a quem cabe o custeio
54:09do Centro Nacional
54:10de Tiro?
54:11Ah,
54:12problema do Exército,
54:13Exército,
54:13pouco orçamento,
54:14não posso pagar,
54:16Confederação fala,
54:17não,
54:17mas eu não tenho dinheiro,
54:18e o município e o Estado,
54:20a quem cabe isso?
54:21Então,
54:22eu acho que
54:23faltou uma visão
54:25sistêmica
54:26do legado
54:27que deixaria
54:28de tudo isso,
54:29do funcionamento,
54:30da garantia
54:31de funcionamento,
54:32né,
54:32você delegar
54:33competências
54:34e gerar
54:35orçamento
54:36programado
54:37para isso,
54:37não aconteceu,
54:39então,
54:39alguns casos
54:40pontuais
54:40funcionam,
54:41em outros não.
54:42Eu vou falar
54:43na perspectiva
54:44de governança,
54:45né,
54:45a Soudo Esporte,
54:46ela é a única
54:47instituição,
54:48né,
54:49sócio-esportiva
54:50do país
54:50que analisa
54:51a governança
54:51das entidades
54:52esportivas
54:52ininterruptamente,
54:54há 10 anos
54:54praticamente,
54:55né,
54:56a gente tem
54:57um prêmio
54:57Soudo Esporte
54:58no final do ano,
54:59que é o,
54:59né,
55:00é um prêmio
55:01que vem
55:01uma série
55:03de premiações,
55:03mas principalmente
55:04de governança
55:05e a partir
55:06dos Jogos Olímpicos,
55:07quando a gente
55:07iniciou em 2015,
55:09ou seja,
55:09um ano antes
55:09dos Jogos Olímpicos,
55:11não se falava
55:11em governança,
55:12não se falava
55:12em combate
55:13à corrupção
55:13e aquilo mais ou
55:14menos remetendo
55:14ao que a gente
55:14falou anteriormente.
55:16Quando a entidade
55:17está à frente
55:17da modalidade,
55:19é porque
55:19alguma coisa
55:20está errada
55:20e aí o COBE,
55:21né,
55:22o Nusma,
55:22começou a ficar
55:23muito na evidência,
55:25né,
55:25na questão
55:26realmente pesada
55:27do esporte,
55:28né,
55:29quando a gente
55:30implementou essa questão
55:31da governança,
55:32que também era uma
55:32questão nova,
55:33né,
55:34pro segmento
55:36do esporte,
55:37a gente entendeu
55:38que era mais ou menos
55:39o saneamento
55:40que o Lars fala
55:41na comunidade,
55:41a gente precisa fazer
55:42esse saneamento
55:43pra todo mundo
55:43começar a andar bem,
55:45né,
55:45então a gente vê
55:46que o legado
55:47hoje em termos
55:49de gestão,
55:50a nossa gestão
55:50hoje é outra,
55:52em termos de
55:52a conscientização
55:53dos presidentes
55:55das instituições,
55:56a legislação
55:57que modernizou,
55:59os atletas
56:00que estão participando,
56:02então esse legado
56:03de percepção
56:04de uns Jogos Olímpicos
56:05no Brasil,
56:06ele colocou
56:06o esporte na vitrine,
56:08mas peraí,
56:08o esporte na vitrine
56:09tem que estar
56:09na vitrine certa,
56:10não na vitrine
56:11na editoria criminal,
56:13ele tem que estar
56:13na editoria de esportes,
56:14então eu acho
56:15que essa relação
56:16que tem entre legado
56:18e o que a gente vê
56:19hoje,
56:20o Marco Laporta
56:21sendo eleito
56:21pelos atletas,
56:22é uma consequência
56:23de uma evolução
56:24do esporte,
56:26é um legado olímpico
56:27de certa forma,
56:28porque trouxe o esporte
56:29para essa vitrine
56:30e é um início,
56:35não é um início não,
56:36a gente já está
56:36no meio desse caminho
56:37junto às entidades,
56:38a gente já começa
56:38a analisar as práticas
56:39dessas entidades,
56:40então não só estatutária,
56:42a gente já está começando
56:43a entrar no ambiente
56:44do futebol,
56:45que é uma discussão,
56:46que é para outro programa,
56:48mas é uma discussão
56:49importante,
56:50a questão da governança
56:51no ambiente do futebol,
56:52mas a gente não poderia
56:54estar discutindo
56:55nada disso
56:56se o esporte
56:57não tivesse virado
56:57vitrine em 2016.
57:00Muito bom, Fabiano,
57:01muito obrigado
57:02pela sua presença aqui,
57:03Lars, muito obrigado.
57:03Obrigado, você, Mota.
57:05E o Conexão Mota
57:06fica por aqui.
57:08E para você que gosta
57:09do jeito Jovem Pan
57:10de notícias,
57:11não deixe de fazer
57:12a sua assinatura
57:12no site
57:13jp.com.br.
57:16Lá você acompanha
57:17conteúdos exclusivos,
57:18análises, comentários
57:19e tem acesso ilimitado
57:21ao Panflix,
57:22o aplicativo da Jovem Pan.
57:24Obrigado pela sua companhia,
57:26e até a próxima semana.
57:33Conexão Mota
57:35A opinião
57:38dos nossos comentaristas
57:40não reflete necessariamente
57:41a opinião
57:42do Grupo Jovem Pan
57:43de Comunicação.
57:48Realização Jovem Pan
57:50A
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