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Fabiana Bentes, fundadora do Instituto Sou do Esporte, e Lars Grael, velejador e medalhista olímpico, comentam o modelo de gestão das variadas modalidades esportivas no Brasil e como o atual modelo não representa adequadamente cada categoria.

Assista à íntegra: https://youtu.be/pxeySxL4r8k

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#JovemPan
Transcrição
00:00Que esportes são importantes para o Brasil hoje?
00:04Pensando tanto na dimensão das pessoas praticando,
00:10da quantidade de pessoas que praticam,
00:12e do potencial de desenvolvimento.
00:16Eu vou só dar um exemplo aqui, que é uma coisa que me intriga.
00:19Eu, quando era pequeno, o surf era visto como coisa de vagabundo.
00:25Pegava mal você dizer para o seu pai que você estava surfando.
00:27Hoje o Brasil é celeiro de campeões de surf.
00:31Brazilian Storm, né?
00:33Exatamente.
00:36Quer começar, Fabiola?
00:37Para mim é difícil dizer qual a modalidade,
00:39porque toda modalidade tem seu charme e sua relevância
00:42dentro do ecossistema que ela está.
00:44O futebol, obviamente, economicamente falando, é o que está na ponta.
00:48Tem o vôlei, tem o vôlei de praia, tem...
00:51Ou seja, tem tantas modalidades que efetivamente,
00:54se estão sendo praticadas, já tem uma relevância importante.
00:58Beach Tennis, que agora está explodindo, né?
01:00Beach Tennis, Padre, Padre, tudo e tudo mais.
01:02Ficou bom, né?
01:03Eu falar de modalidade fica mais específico.
01:08Aí eu vou falar de surf.
01:09Meu irmão era surfista, aliás, é ainda.
01:11Passou dos seus 50, continua surfando.
01:13E meu pai era militar e não gostava do meu irmão surfando, não.
01:17Mas compramos até casa em Saquarema para ele poder surfar e tudo mais.
01:20Mas é uma realidade, né?
01:23O surf viveu uma crise muito grande na Confederação Brasileira de Surf.
01:27Ele teve problemas sérios, né?
01:30Eu sempre brinco que...
01:31Brinco não, né?
01:32Eu sempre falo sério.
01:33Quando a entidade está...
01:36É mais importante que a modalidade é que tem uma coisa errada, né?
01:39Isso é comum no Brasil, né?
01:40O surf começou a aparecer demais por um problema de gestão grave.
01:44Até que, efetivamente, a última gestão que agora foi reeleita com o Teco Padarates,
01:52ela fez uma ótima gestão.
01:54Inclusive, depois a gente vai falar sobre o prêmio de governança.
01:56Ele é surfista antigo, né?
01:58Surfista antigo.
01:59Resgatou aí a Confederação e está andando super bem.
02:03E, associado a isso, veio a etapa da WSL, da World Surf League, liderada pelo Ivan Martinho,
02:09que é um craque também aí na questão de eventos.
02:12Então, é como se fosse uma convergência junto também com os Jogos Olímpicos.
02:15Então, o surf entrou para a Olimpíada, para os Jogos Olímpicos.
02:18A Confederação resgatou.
02:20A WSL veio com uma etapa super relevante em Saquarema,
02:26com retorno econômico para o município e para o governo.
02:29Brutal, né?
02:30Brutal.
02:31Então, é a maior etapa do mundo da WSL, a etapa de Saquarema.
02:35É de Saquarema.
02:37E, efetivamente, isso resgatou esse brilho,
02:40a partir também, obviamente, a gente não faz esporte sem atleta.
02:43Vem um Gabriel Medina, vem todos, o Ítalo.
02:46Mas qual foi a mágica?
02:47Por que o surf passou de ser esporte de vagabundo para ser...
02:51Trabalho de lifestyle.
02:53Na verdade, ele se reposicionou como lifestyle, né?
02:56Ele se reposicionou como uma marca de estilo de vida.
02:59Mas isso foi um trabalho da indústria, do surf?
03:01Eu acho que foi...
03:02Eu acho que é um trabalho da indústria associado a como os atletas se comportam,
03:07porque esses atletas são conscientes, né?
03:09Tem uma consciência ambiental muito grande.
03:11E de muitos artistas que fizeram essa transformação com muita consciência.
03:14Exato.
03:14Por exemplo, o Burle, o Carlos Burle, que é da...
03:17Criou essa...
03:19Ele criou essa indústria de ondas gigantes, né?
03:22Maia Gabeira, né?
03:23Maia Gabeira.
03:24Uma consciência.
03:25Eu acho que começou nos anos 70, porque tinha aquele estigma que surf era esporte de vagabundo.
03:31O cara não queria estudar, ia para a praia, surfar, parafina e tal.
03:35Era um estigma, assim, um preconceito muito equivocado.
03:38E já nos anos 70, começaram a surgir os primeiros ídolos do surf,
03:44que começaram a dar um enfoque mais profissional, mais empresarial,
03:47mudando o estigma de que surf é esporte de maconheiro.
03:50Imagina.
03:51Em 70, lápis.
03:52Anos 70, já começou a mudar.
03:54Rico de Sousa.
03:55Ah, Rico de Sousa.
03:55Rico de Sousa, amigo e irmão.
03:57Então, um cara, assim, que o tempo todo remou na vida para mostrar ao surf algo sério.
04:02Esporte de competição, o lifestyle, que a Fabiana citou.
04:06Então, foi mudando a consciência, a imagem sobre o surf.
04:10Hoje, um esporte admirado nacionalmente.
04:13Ítalo Ferreira, campeão olímpico.
04:15Gabriel Medina, ícone do esporte mundial.
04:19Etapa do Mundial em Saquarema.
04:20Então, eu acho que um exemplo bem sucedido, né?
04:23Do que era admirado por um grupo menor.
04:27E hoje, um esporte que é admirado nacionalmente, onde o Brasil tem campeão olímpico.
04:32Mas é importante falar de como o atleta se apresenta, né?
04:35Claro.
04:35Isso, a gente hoje vê em situações do futebol que o atleta se apresenta mal.
04:40E como isso é ruim para o futebol.
04:43No caso do surf, a gente vê esses atletas se apresentando bem.
04:48Ou seja, na questão cívica mesmo.
04:50Você viu o Scooby quando teve a questão das enchentes do sul.
04:54Ele mobilizou e foi.
04:56Então, isso faz com que a percepção, obviamente, dos atletas ou de...
05:03A gente também teve um caso do Remo, que os atletas iam para...
05:08Eu acho que era para os Jogos Olímpicos.
05:09Eles deixaram de ir para poder ajudar.
05:12Então, assim...
05:13O esporte, ele acaba mobilizando essa imagem a partir de ações, né?
05:18Tudo é reflexo.
05:19Um cantor, um atleta.
05:21Então, eu acho que o surf foi muito feliz.
05:23E, graças a Deus, o Brazilian Storm está aí, né?
05:27Com mulheres e homens dentro da nata do surf mundial.
05:31É interessante ver essa segmentação, né?
05:35Porque o surf de ondas grandes é como se você criasse um novo esporte, um novo mercado.
05:42Um outro caso, o skate.
05:44Muito parecido, né?
05:46Praticado mais nas periferias, né?
05:48Dos grandes centros urbanos, estigmatizado.
05:51O skate agora deu aquele boom, né?
05:54Fadinha, os brasileiros conquistando espaço, medalhas olímpicas, admiração.
06:00A raiz.
06:00O fato...
06:02A raiz, né?
06:03O fato é que o Brasil, antigamente, era o país da monocultura esportiva do futebol.
06:10É verdade, é verdade.
06:12O futebol tem o seu espaço que está lá e ninguém tira, né?
06:15Grandes ídolos, Pelé, Zico, tanto atleta que a gente pode falar aqui agora.
06:20De futebol, o brasileiro entende.
06:22Mas essa monocultura, ela foi mudando.
06:25Felizmente.
06:26Então, dando espaço para outras modalidades.
06:28O Brasil passou a ter uma ênfase maior a partir dos anos 80.
06:33Então, hoje, a participação brasileira em Olimpíada ou em Paralimpíada,
06:38é incrível ver a quantidade de modalidades que o Brasil classifica.
06:41Isso tem mérito.
06:42Então, a gente ajuda a disseminar o esporte no Brasil, as modalidades olímpicas, para-americanas.
06:48Em Paralimpíada, o Brasil já é potência mundial.
06:51Então, acho que isso é motivo, realmente, de admiração.
06:54Agora, vamos tocar agora no aspecto complicado, né?
06:59E eu quero dizer para vocês que eu sou totalmente leigo em relação a isso.
07:03Então, por favor, sejam bastante didáticos comigo, tenham paciência.
07:08Eu não entendo como o esporte é organizado no Brasil.
07:11A impressão que eu tenho é a seguinte.
07:13Às vezes, eu acho que tem mais dirigente do que atleta.
07:16Você falou aí que tem mil entidades, federações, confederações, associações.
07:23Como é que o esporte é organizado no Brasil?
07:27Olha, ele é até simples.
07:30Você tem as confederações nacionais.
07:31O que é uma confederação?
07:33A confederação...
07:34Eu começo a jogar tênis de praia.
07:38É um conjunto de federações estaduais.
07:42A confederação, ela rege o esporte nacionalmente.
07:45Então, ela tem um campeonato brasileiro.
07:47Então, em cada estado, você tem uma federação de um esporte.
07:50Em cada...
07:51No país, você tem, para cada modalidade, uma confederação.
07:55Certo.
07:56Ou seja, ela pega todos os estados.
07:58Qual é o papel dela?
07:59Ela é organizar campeonatos brasileiros,
08:01estar associada a campeonatos internacionais.
08:04Então, levar as delegações lá para fora.
08:07É uma coisa simples, de certa forma, de se falar.
08:10Obviamente, tendo toda a magnitude de entidades,
08:13por exemplo, como o futebol, como o vôlei,
08:15como entidades grandes atleticas.
08:17Um exemplo é a CBF, Confederação Brasileira de Futebol.
08:20Por exemplo, que tem as federações de todos os estados.
08:22As federações estão associadas aos clubes.
08:25Então, os clubes, digamos, federam os atletas,
08:29e esses clubes estão federados nessa federação daquele estado.
08:34Então, você tem o Flamengo federado no Clube X,
08:37com o atleta federado também.
08:39Então, de certa forma, confederação, federações, clubes,
08:47mas você tem as organizações do movimento olímpico,
08:49o movimento paralímpico, o Comitê Olímpico do Brasil,
08:52o Comitê Paralímpico, o Comitê Brasileiro de Clubes,
08:55que o Lars é embaixador, vai falar sobre eles,
08:57o Comitê Paralímpico de Clubes.
08:59Então, você tem outras entidades.
09:02Agora, de fato, é muito inchado.
09:04E cada uma dessas entidades tem dirigentes.
09:08Todas as entidades.
09:09Cada uma dessas entidades tem verbas, recebe...
09:12Não, não tem sustentabilidade.
09:13O fato é que eu não conheço um outro país,
09:16e olha que já rodei bastante pelo mundo aí,
09:19vendo os portes,
09:21que tem um sistema confederativo.
09:24Então, se você viajar para o exterior
09:26e falar que você faz parte da confederation,
09:28o cara vai dizer o que é isso.
09:30No Brasil, nós temos uma confederação de federações.
09:33Então, é muito hierarquizado o sistema.
09:38A gente tem sempre o que melhorar, né?
09:40E a gente, quando fala isso,
09:42é porque essas organizações do movimento olímpico
09:44e do movimento paralímpico,
09:45elas recebem dinheiro público.
09:48Então, essas regras se acoplam a essas entidades.
09:52Tem outras entidades que não fazem parte
09:53do movimento olímpico nem paralímpico,
09:55e não necessariamente,
09:57em caso de não receber esse recurso público,
09:59elas têm obrigação de seguir.
10:00Acontece que hoje a gente batalha muito
10:04pela essa questão da governança,
10:06então a gente sempre faz uma questão cultural
10:08de educação das entidades.
10:10Então, esse é o movimento, efetivamente,
10:12da Sul do Esporte,
10:13mas é como o Lars falou,
10:15a gente ainda não está num nível excepcional,
10:19mas a gente evoluiu bastante
10:21em termos de representatividade dos atletas,
10:25em termos de discussões.
10:27Agora, o protagonista, ele já não consegue ser ignorado.
10:32Se falava muito, logo no começo,
10:34ah, porque o atleta não se capacita,
10:35porque o atleta sempre se justificava
10:37que os atletas não querem se envolver.
10:39De fato, às vezes acontece que o atleta não se capacita,
10:41e de fato, às vezes que os atletas não querem se envolver.
10:43Mas aí, às vezes, eu pergunto também,
10:44tá, mas esse gestor se capacitou?
10:46Esse gestor...
10:47Então, assim, aí...
10:48Vamos botar um caso concreto.
10:50Vamos pegar o Beach Tennis,
10:51para não escolherem um outro exemplo mais polêmico.
10:53Isso é mais recente.
10:55Para não dar polêmica, né?
10:56Então, aqui no Rio de Janeiro,
10:57tem um monte de gente que é atleta de Beach Tennis.
11:00Aí, alguém cria a...
11:03Federação.
11:04Federação Carioca, o Fluminense, de Beach Tennis.
11:07Exato.
11:07Agora, as pessoas que vão fazer parte,
11:11que vão ser os dirigentes da Federação de Beach Tennis do Rio de Janeiro,
11:15não são necessariamente atletas de Beach Tennis.
11:18Não, mas...
11:20Verdade.
11:20É, eu posso ser...
11:23Resolver me candidatar a ser dirigente da Federação...
11:27Desde que o estatuto esteja livre para você se candidatar.
11:30Sim, mas se a gente está criando, nós vamos fazer o estatuto.
11:32Ah, sim, na criação, sim.
11:34E aí, os campeonatos de Beach Tennis do Rio de Janeiro
11:38vão ser organizados pela minha Federação.
11:39Não necessariamente.
11:40Se tiver a chancela da Federação, sim.
11:42Se precisar ser uma coisa oficial,
11:45e que tenha pontuação para campeonato brasileiro, etc., sim.
11:47Mas isso não impede que você faça...
11:49Então, esse é um poder muito grande que as federações têm.
11:52Sim.
11:53Porque o resultado dos atletas, a pontuação, os títulos,
11:58depende da Federação.
11:59É isso, né?
12:00É.
12:01Mais ou menos.
12:01Não depende da Federação, né?
12:04Depende de como ela está organizada.
12:06Porque há modalidades que você não tem Federação nem Confederação.
12:10Então, a coisa fica meio solta.
12:12Por exemplo, o Karatê.
12:13O Karatê é um esporte que tem uma identidade cultural,
12:18é um esporte praticado no Brasil há décadas,
12:21por não ser olímpico.
12:23Então, no Brasil, foram criando associações, por exemplo,
12:26de academias de prática de Karatê.
12:29Elas se organizam, as academias, numa rede.
12:31Essa rede cria uma confederação em Federações Estaduais.
12:34O Jiu Jitsu também.
12:35E aí vem o outro.
12:36E tem a mesma brilhante ideia.
12:38Então, tem alguns casos de modalidades onde você tem várias confederações
12:43ou entidades representativas, no nível federal e estadual.
12:47Quando vira Olímpico, tudo bem.
12:48O caso do skate foi isso.
12:50Houve uma divisão de quem mandava no skate.
12:52O Comitê Olímpico do Brasil se viu obrigado a reconhecer uma entidade,
12:56e não várias.
12:57Houve toda uma disputa e uma foi atribuída a ela o direito
13:01de ser a representação oficial do skate.
13:04Nada impede do outro organizar uma liga, uma entidade paralela.
13:08Mas, oficialmente, apenas uma.
13:10Aquelas que não são olímpicas ou não são paralímpicas, é comum.
13:14Existe uma certa anarquia.
13:16Até porque a legislação esportiva permite o livre direito
13:19de alguém organizar uma entidade.
13:22Então, aí surge uma multiplicidade de federações ou entidades esportivas.
13:26O que organiza isso é como o Lasso falou.
13:29É o movimento olímpico ou o movimento paralímpico.
13:31Tem uma hora que a gente escolheu uma.
13:32Mas, fora isso, ela pode ser desorganizada, sim.
13:37Agora, na opinião de vocês, o que é o melhor?
13:41É você ter, nas federações, pessoas que efetivamente são ou foram atletas,
13:48ou ter gestores profissionais, mesmo que eles não tenham nunca praticado o esporte?
13:55Não tem regra, Mota.
13:57O que a gente sempre fala é que capacidade...
13:59Você é muito preocupada com governança.
14:01Você fala muito sobre governança.
14:03Capacitado tem que estar.
14:05Independente de ser atleta, você é gestor.
14:06Capacitado para fazer a gestão.
14:07A gestão da entidade.
14:09Esse é o mínimo.
14:10Você não pode colocar um atleta que não é capacitado,
14:13que ele vai ter problema.
14:14Assim como não vai botar uma pessoa comum,
14:16que não tem relacionamento com o esporte,
14:19para gerir um negócio que também não esteja capacitado.
14:22Agora, você vê, por exemplo, é igual uma empresa.
14:26Se você é um CEO, é um cara que já conhece um segmento administrativo,
14:32como gerir uma empresa.
14:34Independente se você está na companhia aérea,
14:36se você está numa farmacêutica ou se você está numa petrolífera.
14:38É a gestão daquela empresa.
14:41Então, não necessariamente você precisa ser atleta.
14:44Não tem o melhor modelo.
14:46Não existe o melhor modelo.
14:47O que existe é gente realmente capacitada
14:50e que queira fazer o esporte evoluir.
14:52Essa que é a regra.
14:52Esse é o ponto.
14:53Porque é possível de um engenheiro, um economista,
14:58ser, por exemplo, um advogado, ser ministro da saúde.
15:02Não parece natural, mas é possível.
15:04E tem até casos bem sucedidos.
15:06No esporte tem caso de dirigente que foi bom
15:09sem nunca ter praticado aquela modalidade.
15:12De preferência, é bom que ele tenha sido esportista.
15:14Que ele represente o atleta, que ele represente os clubes,
15:18que ele represente as federações,
15:20para que ele esteja ungido do apoio daquela modalidade,
15:24dos praticantes dela,
15:25e que tenha adquirido conhecimento e comprometimento.
15:29Então, isso acaba acontecendo, de certa forma,
15:32no ambiente privado,
15:35clubes e federações e confederações.
15:38Agora, quando a gente chega no ambiente público,
15:40voltamos ao cargo de ministro.
15:42Quantos ministros do esporte,
15:44desde que se criou o cargo de ministério,
15:47o Ministério Extraordinário do Esporte,
15:49que o primeiro foi o Pelé,
15:51e de lá para cá passaram-se vários ministros,
15:54quem deles ali era esportista?
15:56Só Ana Mose.
15:56Não tinha conhecimento de esporte.
16:01Pouquíssimos.
16:02Só Ana Mose, né?
16:03Como ministro de atleta.
16:05Talvez.
16:06Então, e as secretarias estaduais?
16:08E as secretarias municipais?
16:10Então, bota lá um cara que não entende
16:12absolutamente nada do assunto,
16:15passa, no máximo, quatro anos no cargo,
16:17quando ele começa a adquirir conhecimento,
16:20eleição, troca governo, troca partido,
16:22sai um leigo, entra outro leigo.
16:25É, eu acho que aí também...
16:26Esse é o mais comum.
16:27É, e tem a questão da diferenciação de papéis também, né?
16:30O presidente, digamos, o CEO da entidade, né?
16:33Então, o presidente, ele é esse relacionamento institucional,
16:35ele pode ser um atleta, deveria,
16:36porque, como o Lars falou,
16:39entende todo o ecossistema do esporte,
16:42e um CEO que é o cara que vai colocar,
16:44vai fazer estratégias de marketing,
16:46estratégias, né, vai fazer o controle financeiro,
16:49então você teria também que ter essa separação de responsabilidade,
16:53que é o que a gente também preza dentro desse ambiente,
16:56para que não se misture a execução do institucional, né?
17:01Então, hoje, a gente tem essa mistura ainda
17:04da execução constitucional,
17:06que não é muito boa,
17:08porque se misturam os papéis
17:09e aí vem os conflitos de interesse, etc.
17:12Mas, é assim, eu sou esperançosa
17:14que a gente venha evoluindo bastante, né?
17:16Então, é um processo.
17:19Obrigado.
17:49Obrigado.
18:19Obrigado.
18:20Obrigado.
18:21Obrigado.
18:22Obrigado.
18:23Obrigado.
18:24Obrigado.
18:25Obrigado.
18:26Obrigado.
18:28Obrigado.
18:30Obrigado.
18:32Obrigado.
18:34Obrigado.
18:35Obrigado.
18:36Obrigado.
18:37Obrigado.
18:38Obrigado.
18:40Obrigado.
18:42Obrigado.
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