Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro, foi aconselhado a não nomear Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para um cargo no Executivo para evitar um desgaste com o Supremo Tribunal Federal (STF). A possível nomeação era vista como forma de garantir foro privilegiado ao deputado.
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00:00Mas tem várias outras notícias relacionadas à situação de Eduardo e Jair Bolsonaro.
00:06Apesar de ter feito um aceno, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, voltou
00:10atrás naquela ideia de nomear Eduardo Bolsonaro para a secretaria, para que o parlamentar
00:16não perdesse o mandato na Câmara.
00:18O governador consultou alguns ministros e teria sido aconselhado a evitar desgastes
00:23com o judiciário, já que ele tem algumas pendências judiciais.
00:27O Tribunal Superior Eleitoral está prestes a pautar o processo em que o governador é
00:32acusado de abuso de poder político.
00:36Uma outra pendência do governador em relação ao STF seria a própria situação financeira
00:41do Estado.
00:42Uma liminar do ministro Dias Toffoli sustenta a permanência do Rio nesse regime de recuperação
00:48fiscal depois daquele embate entre o governo fluminense e também o Ministério da Fazenda.
00:54Você, Cristiano Beraldo, Cláudio Castro, foi aconselhado a evitar desgastes, não nomear
01:02Eduardo Bolsonaro para uma secretaria justamente por conta de algumas pendências na justiça,
01:09assuntos ligados ao Estado, mas também ao próprio Cláudio Castro, que poderia inclusive
01:15prejudicá-lo na sua caminhada política.
01:18É o governador refém, Caniato.
01:23É o governador refém.
01:25Ele está com o seu futuro literalmente nas mãos do judiciário.
01:30E o judiciário brasileiro se especializou em usar o poder que exerce nessas condições
01:36de forma a ter todos os seus interesses atendidos.
01:41Então, não há nenhuma hipótese, falávamos sobre isso aqui ontem, não há nenhuma hipótese
01:47de Cláudio Castro colocar em risco aquilo que é seu, aquilo que interessa ao seu governo
01:54e que está na mão do judiciário em troca de acomodar o filho do ex-presidente, deputado
02:01do Eduardo Bolsonaro.
02:02Agora, o gesto é simbólico, o gesto ele agrada, não é?
02:07Que pai não quer ver o seu filho ser ajudado, ter alguém com um gesto generoso em relação
02:14ao seu filho?
02:14É óbvio que Jair vai olhar isso e vai colocar isso na conta que ele faz e que o levou ao rompimento
02:22com Cláudio Castro, em razão da atuação do presidente da Assembleia Legislativa, que
02:31é também o atual vice, ou exerce o papel de vice-governador, tendo em vista que aquele
02:39vice que foi eleito com Cláudio Castro já exerce uma função no Tribunal de Contas do
02:45Estado do Rio de Janeiro.
02:45Então, o presidente da Leste, Rodrigo Bacelar, que é o candidato de Cláudio Castro e, em
02:52tese, seria o candidato também da família Bolsonaro ao governo do Rio de Janeiro.
02:59Rodrigo Bacelar entrou num entreveiro com Washington Reis, que era secretário do governo
03:05e, numa viagem de Cláudio Castro, Rodrigo Bacelar demitiu Washington Reis, do MDB, e a
03:10família Bolsonaro se tomou de dores pelo seu parceiro do MDB.
03:16E agora eles estão ali tentando, Cláudio Castro tentando reconstruir as pontes com a
03:23família Bolsonaro para fortalecer a candidatura de Rodrigo Bacelar ao governo do Estado.
03:30Então, é um ambiente ali que tem muito interesse local, mas que expõe esse tipo de relação
03:40que foi normalizado no Brasil.
03:42Temos aos montes isso, governadores, presidente, temos senadores, deputados, tanta gente que
03:51tem a sua vida e o seu futuro nas mãos do judiciário e ficam ali realmente reféns,
03:57não tem o que fazer, eles se veem numa posição de sempre tomar a sua decisão, sempre dar
04:03o passo que convém ao judiciário e não que está alinhado com aquilo que ele acredita
04:07e que ele acha que deve fazer como homem público.
04:10Você, Dávila, dadas as circunstâncias e a situação do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio
04:15Castro é aconselhado a não tomar essa decisão, a não nomear Eduardo Bolsonaro para uma secretaria.
04:22Você acha que esse vai e não vai acaba desgastando a figura dele como governador e como político
04:29uma vez que ele tentava, conseguiu o apoio da família Bolsonaro lá no Rio para disputar
04:34o Senado?
04:36Criato, precisa separar esta resposta nos dois exemplos que você citou.
04:42Como político, como bem lembrou o Beraldo, aumenta as fichas dele na disputa ao Senado
04:49com o eventual apoio do ex-presidente Bolsonaro, porque foi um gesto de cortesia à família
04:55Bolsonaro num momento difícil.
04:56Então, isso é computado como algo positivo para a aspiração do governador a disputar
05:03o Senado pelo Rio de Janeiro.
05:04Como governador, ele apenas tirou o bode da sala e agora tem que voltar para exercer o
05:10cargo de governador, tratar dos problemas urgentes do Rio de Janeiro.
05:14A segurança pública, a dramática situação financeira do estado do Rio de Janeiro, a
05:21incapacidade do Rio de Janeiro voltar a atrair investimento por causa justamente de uma situação
05:28fiscal deplorável e por causa da segurança pública.
05:32Então, é preciso voltar a governar.
05:34Agora acabou a história, acabou a grande plataforma para impressionar o ex-presidente Bolsonaro.
05:41Agora, vamos voltar a governar.
05:43O Rio de Janeiro está entre um dos piores estados no ranking de competitividade, principalmente
05:49no quesito fiscal.
05:51É preciso fazer o trabalho sério.
05:54E o resultado disso, Caneto, são as pesquisas que começam a sair para candidato a governador
06:00no Rio de Janeiro e o próprio candidato do governador Cláudio Castro, os nomes, os dois nomes citados
06:06aí, principalmente pelo Beraldo, estão lá atrás.
06:08Quem está liderando disparado é o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
06:13Então, isso mostra que ele tem muito trabalho a ser feito, inclusive para que o seu futuro
06:18candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro se torne competitivo, porque no momento nem
06:23competitivo é.
06:24Então, é hora de arregaçar as mangas e começar a trabalhar para o Rio de Janeiro, principalmente
06:30para resolver essa dramática questão financeira, que é não o problema de Cláudio Castro,
06:37é um problema de uma sequência de governos desastrosos do Rio de Janeiro, que apenas acabam
06:45com a finança do estado, ainda recorrem ao governo federal e querem dar um calotezinho
06:50com o aval e deixar a conta para o governo federal pagar.
06:53Ou seja, é um absurdo o que está acontecendo na gestão financeira do estado.
06:59E, ô candidato, quem não tem juízo para gerir as finanças, não tem juízo para governar.
07:06Você, Acácio, Cláudio Castro, cauteloso em tomar essa decisão, porque vislumbra que na
07:13frente poderia vir a ser prejudicado com uma retaliação ou somente com uma coincidência,
07:19uma decisão que não iria ajudar o Rio de Janeiro e a si próprio na sua caminhada política.
07:27Quais seriam as alternativas?
07:29Talvez uma negociação com outro governador, digo, Eduardo Bolsonaro, tentar articular uma
07:37oportunidade em um outro estado, talvez?
07:40Eu confesso que já vejo como algo remoto esta possibilidade.
07:45porque Eduardo brigou com o Tarcísio de Freitas na semana passada, através da mídia.
07:54O governador Ronaldo Caiado já fechou as portas para essa possibilidade.
08:00Governador Rosmeu Zema já fechou as portas para esta possibilidade.
08:07Governador Jorginho de Melo deu posicionamentos dúbios em relação a isso.
08:13Nada muito efetivo.
08:14E, por fim, quem tinha mais vontade, aparentemente, era o governador Cláudio Castro, que jogou água
08:22nesta possibilidade no dia de hoje.
08:25Muito porque, você bem disse, ele antevê eventuais problemas, o que no Rio de Janeiro atual não é uma
08:33novidade.
08:34Se nós olharmos, todos os últimos governadores do Rio de Janeiro estiveram presos, os que não estiveram presos sofreram o processo de impeachment.
08:44Então, é natural, até diante deste contexto todo, que Cláudio Castro saia com alguma pendência jurídica e, eventualmente, precise bater as portas do Supremo Tribunal Federal e dar, numa outra vertente, o fato que Cláudio Castro,
09:06até o início dessa semana, era preterido pela família Bolsonaro, inclusive na disputa pelo Senado.
09:14Bolsonaro disse inúmeras vezes que os seus candidatos são Flávio Bolsonaro e Soste Niscavoucante.
09:22Significa que Cláudio Castro queria fazer uma média com a família Bolsonaro, mas ele ponderou o quanto essa média o favoreceria na candidatura ao Senado e o quanto essa média o atrapalharia nos eventuais problemas jurídicos.
09:41E, dentro da ponderação destes dois dados, ele entendeu por bem que era melhor tirar o corpo fora momentaneamente e torcer para que Eduardo Bolsonaro ache outro caminho.
09:56Pois é, inclusive tem uma informação conectada a essa notícia, que daí não é relacionada a Cláudio Castro, viu, Beraldo?
10:04Mas o líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara Federal, Lindbergh Farias, protocolou um pedido que impede ou que solicita a impossibilidade de nomeação de Eduardo Bolsonaro em cargos em governos estaduais.
10:21Olha só o pedido que foi feito. A Câmara dos Deputados se articulando para tentar aval da justiça para impedir que Eduardo Bolsonaro justamente seja nomeado por governadores para cargos que possibilitassem o licenciamento dele como deputado federal e pudesse exercer à distância algum tipo de atividade para esses estados.
10:43O sistema é bruto, hein, Beraldo?
10:44Pois é, Keneto, mas veja, você pode dizer que é imoral um governo estadual, federal, nomear alguém para proteger esse alguém de alguma reação do judiciário.
10:59Isso aconteceu com o atual presidente, que durante o governo Dilma, ele teve um documento fraudulento elaborado e que foi portado pelo atual advogado-geral da União para ser assinado e dar posse ao então ex-presidente Lula para evitar que ele fosse preso.
11:21Isso aconteceu no Brasil com o chefe, o líder do Lindbergh Farias, presidente Lula.
11:30Agora, eu também acho que é imoral você usar esse tipo de artifício que não atende ao melhor interesse do Estado, porque claramente o motivo da nomeação não é um trabalho a ser executado,
11:43mas simplesmente uma conveniência para ajudar alguém, só que aí você vê que a resposta dos governistas é descambar para a ilegalidade,
11:55é vilipendiar o papel da Câmara dos Deputados.
11:59O deputado Lindbergh Farias, tão experiente, que já foi senador, foi vereador, militante, presidente da UNE, liderou o movimento dos caras pintadas pelo impeachment de Fernando Collor de Melo,
12:14logo ele quer colocar a Câmara dos Deputados, que deve legislar para 210 milhões de brasileiros, para fazer uma lei contra um indivíduo.
12:26Vê se tem algum cabimento, uma coisa dessa.
12:30Quer dizer, é claramente o esforço daquele que quer utilizar a estrutura democrática brasileira, a estrutura pública brasileira,
12:41para perseguir o indivíduo e proteger os seus interesses pessoais.
12:46Então, há um erro grosseiro nas reações dos governistas, e este erro grosseiro vem do fato que eles estão se cobrindo desse espírito autoritário,
13:04achando que eles são donos do Brasil, que cabe a eles dizer o que é certo ou o que é errado.
13:12Cabe a eles dizer o que outros podem se manifestar ou não.
13:19Então, é o retrato da deturpação do papel do parlamento.
13:24É o reforço deste desequilíbrio tão nocivo que vivemos hoje entre as instituições no Brasil.
13:34Não poderia vir de outra pessoa, tinha que ser do próprio Lindbergh Farias mesmo.
13:38Queria também pedir a reflexão do Dávila acerca desse pedido feito por Lindbergh Farias.
13:45Agora, ainda que a medida que viria a ser tomada por um governador possa ser questionada, Dávila,
13:53você acha que cabe à Câmara dos Deputados tomar uma decisão ou tentar judicializar essa medida que viria a ser tomada no âmbito dos estados?
14:03Você acha que compete à Câmara dos Deputados?
14:06Ou essa é uma reflexão que, sei lá, o eleitor daquele estado deve tomar decisão,
14:12uma vez que, na próxima eleição, aquele grupo político vai tentar a reeleição ou não?
14:19É uma medida completamente descabida, Canhato, que não passa, mas nem por um assessor da Câmara
14:26que tem coragem de escrever um projeto desse e mandar para a Câmara.
14:30É tão descabido.
14:32É uma coisa que...
14:33Agora, depois desse currículo todo que o Beraldo recapturou aqui de Lindbergh Faria,
14:40sabe o que você esqueceu, Beraldo?
14:42É a alma de militante que nunca morreu, a alma lá do militante, da juventude, da UNE.
14:49E é uma alma que tem sempre aquela dose de irresponsabilidade juvenil
14:56que, no fundo, as instituições têm que se curvar ao desejo, às aspirações, à ideologia,
15:03e não o contrário.
15:06Esse é o partido, ele e os outros partidos da base, principalmente o PSOL,
15:11que utilizam as instituições, como o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal,
15:17para suas causas militantes, não para aprovar leis que beneficiam a nação, o povo.
15:23Não é à toa que pessoas como o Lidenbergh Faria contribuem para que o Congresso Nacional
15:31seja tão mal avaliado pela população.
15:35O descrédito é total em qualquer pesquisa de avaliação sobre o desempenho do Congresso Nacional.
15:41Porque há este constante abuso das funções legislativas para acenar para a militância política,
15:50para o partido, para tirar aplauso ali no Instagram.
15:54Mas olha o custo que isso tem para o país.
15:58Então, nós temos que voltar a ter um parlamento que pense nos interesses nacionais.
16:03Mas isso está muito longe da realidade, infelizmente.
16:07É o clientelismo das emendas, é a utilização dos mecanismos parlamentares
16:13para criar constrangimento, para avançar causas da militância,
16:18e não para tratar das questões do Brasil.
16:20Este é o Congresso que acabou de aprovar um aumento de deputado.
16:25É o Congresso que teve a cara de pau de colocar uma PEC para ser votada
16:30para praticamente oficializar o calote dos precatórios.
16:35É uma casa que continua aumentando o gasto público.
16:40Então, é um disparate total.
16:43E ainda faz vistas grossas para um orçamento paralelo ao orçamento federal
16:48que só agrava a dívida pública.
16:50Então, são apenas retratos de um parlamento que está dando as costas para a sociedade
16:57e que apenas se dedica a questões clientelistas eleitorais
17:04e não faz com que a agenda que o Brasil precisa das reformas progridam.
17:09É, infelizmente, lamentável o desempenho pífio de parlamentares como Lindenberg faria
17:17e da conivência da Câmara em aprovar projetos de cunho simplesmente eleitoreiros e clientelistas.
17:28Pois é, o Dávila mencionou o currículo que foi destacado e lembrado aqui pelo Cristiano Beraldo
17:34e uma pessoa da nossa audiência disse que o Beraldo se esqueceu que Lindenberg Farias também foi prefeito de Nova Iguaçu.
17:41Prefeito de Nova Iguaçu e aí essa pessoa possivelmente deve conhecer, né?
17:45Porque trouxe, inclusive, uma notícia relacionada à gestão de Lindenberg Farias.
17:51Uma notícia que não é positiva, mas isso a gente deixa para um outro programa.
17:55Então, eu acho que a gente deixa para um outro programa.