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Um grupo de senadores brasileiros viaja para Washington no dia 29 de julho. O objetivo é negociar diretamente com o governo de Donald Trump as novas tarifas. Jesualdo Almeida e Diego Tavares comentam.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/V_aOsMBw7oA

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Transcrição
00:00Uma comitiva de senadores vai aos Estados Unidos para discutir uma saída ao tarifaço de 50%.
00:08A reportagem é de Aline Beckett.
00:11O tarifaço anunciado pelos Estados Unidos continua repercutindo entre autoridades e parlamentares brasileiros.
00:19O Congresso já se mobiliza em frente única com o governo federal para tentar reverter a decisão anunciada por Donald Trump.
00:27Em entrevista à Jovem Pan News, o deputado Vitor Lipe, vice-presidente da Frente pelo Brasil Competitivo,
00:34ressaltou que o aumento é de incerteza e preocupação no setor produtivo.
00:39Ele alerta que alguns contratos em andamento podem ser comprometidos pela nova tarifa
00:44e que o Brasil pode perder competitividade com outros mercados.
00:49Possivelmente o Brasil não consiga competir com outros mercados com um aumento de 50%,
00:54porque nós vamos pagar mais imposto que os outros países que vendem para os Estados Unidos.
00:59Então possivelmente os próprios americanos vão preferir comprar outros produtos de outros países
01:04com um imposto de importação menor.
01:07Então todos nós fomos muito surpreendidos com essa medida absolutamente injustificada e inesperada.
01:15Para o deputado, a mobilização do governo federal é essencial neste momento,
01:21principalmente porque a decisão de Trump tem viés político e não comercial.
01:26Ele destacou ainda que se não houver diálogo, o Brasil terá que buscar outras alternativas como medidas de reciprocidade.
01:34Além do posicionamento da Frente pelo Brasil Competitivo,
01:38os senadores se organizam para ir aos Estados Unidos buscar um entendimento.
01:42Em reunião nesta quarta-feira com o Alckmin, Hugo Mota e Davi Alcolumbre
01:46afirmaram que o Congresso e o governo Lula devem se unir para enfrentar o tarifaço.
01:52De Brasília, Aline Beckett.
01:55Vamos ouvir a opinião aqui dos nossos comentaristas.
01:58Hoje conosco, Gesualdo Almeida e também Diego Tavares.
02:01Começando agora por você, Gesualdo, como que você vê essa movimentação dos senadores
02:06que vão chegar ali a Washington com um cenário um pouco mais difícil para essa negociação, né?
02:12Toraio, toda negociação nesse momento, um momento que desespera, é importante, é bem-vindo.
02:18Mas essa agenda dos senadores é com quem?
02:21Qual a pauta?
02:22O que exatamente eles vão conversar e exatamente com quem?
02:26Está parecendo muito mais uma viagem de turismo do que alguma coisa que traga efetividade.
02:31Não podemos descuidar das negociações, é verdade.
02:33Mas através de canais com os quais nós possamos efetivamente ter negociações
02:38e que possa haver uma certa reciprocidade.
02:41E não me parece que o governo Trump, pelo menos o alto escalão, receberá esses senadores
02:46de forma isolada.
02:47A negociação teria que partir do governo federal.
02:50E é esse governo que tem sido omisso até, pelo menos, nesse momento.
02:54É sobre esse ponto que eu quero puxar contigo, porque a gente tem visto várias negociações
02:59paralelas.
03:00Tem o governador de São Paulo, agora tem essa comitiva do Senado, aí o governo federal
03:04que manda uma carta por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin.
03:09Não seria melhor que todos, então, se unissem num grupo, digamos, multidisciplinar, entre
03:15aspas, político, exatamente para essa negociação que envolva interesses de todos e não cada
03:22um buscando a negociação a partir do contato que tem?
03:26Exatamente, Evandro Cine.
03:29Seria o ideal.
03:30O ideal seria uma força-tarefa com todos os players brasileiros envolvidos, mostrando
03:34ao presidente norte-americano de exposição para ir à mesa de negócios e tentar abrandar
03:40essa tarifa de 50% sobre as nossas exportações.
03:44Mas o fato é que esse tarifácio tem gerado capital político para certos grupos políticos,
03:49notadamente o grupo do atual presidente da república, de modo que é a guerra que compensa.
03:56Assim como ocorre em Israel, por exemplo, onde Netanyahu mantém o conflito armado em
04:01andamento porque sabe que o conflito é o que mantém o seu próprio governo.
04:04O Lula, como eu disse há alguns minutos, enfrenta uma crise de popularidade e a ação
04:10contra o tarifaço, ou pelo menos o discurso de ação contra o tarifaço, tem melhorado os
04:16seus índices de aprovação.
04:17Talvez, às vésperas do ano eleitoral, a guerra comercial contra Donald Trump seja
04:23algo que compense ao atual governo federal e, portanto, a manutenção do conflito seja
04:28mais interessante do que ir à mesa de negócios e tentar resolver o problema de tantos setores
04:33industriais, varejistas e de todos os brasileiros e também norte-americanos.

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