Brasil envia carta para Estados Unidos e critica ‘tarifaço’

Jovem Pan News

anteontem

O Brasil enviou uma carta aos Estados Unidos, criticando o "tarifaço" de 50% imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros. Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, declarou que o importante é resolver o impasse. Dora Kramer e Deysi Cioccari analisam os bastidores dessa nova fase da crise.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/7dIoycFBOdU

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00:00O dia foi mais uma vez marcado por reações do Palácio do Planalto ao tarifaço de Donald Trump

00:07e também a investigação que foi aberta pelos Estados Unidos em relação à economia brasileira.

00:12O governo enviou uma carta aos Estados Unidos fazendo inúmeros apontamentos sobre o tarifaço aos produtos nacionais.

00:21O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, passou o dia em reuniões

00:25e depois declarou que o tarifaço de Donald Trump não faz nenhum sentido.

00:31Acompanhe.

00:32O que nós precisamos resolver é a questão tarifária, porque ela não se justifica neste patamar.

00:41E é um perde-perde.

00:43E aí não pode o interesse de alguns se contrapor ao interesse coletivo, ao interesse de todos.

00:49O vice-presidente da República afirma que se tiver que prorrogar a negociação, ele não vê nenhum problema.

00:56No entanto, na avaliação de Geraldo Alckmin, o objetivo é resolver e superar essa crise.

01:04Nós queremos negociação.

01:08É urgente.

01:09É urgente.

01:11O bom é que se resolva aí nos próximos dias.

01:14Se houver necessidade nessa negociação de prorrogar, não vejo problema.

01:21Agora, o importante era resolver.

01:23Quer dizer, você buscar aí uma solução.

01:26Esse é o sentimento geral e um sentimento de que, olha, vamos trabalhar juntos.

01:33As empresas americanas também estão preocupadas.

01:37Pois é, o governo americano cita, por exemplo, os métodos de pagamento que foram adotados no Brasil recentemente.

01:43Uma crítica ao PIX.

01:46E o vice-presidente da República Geraldo Alckmin saiu em defesa, dizendo que é um método de pagamento consagrado

01:53e não tem nenhum cabimento fazer qualquer alteração.

01:56Vou chamar já as nossas comentaristas.

01:58A Dora Cramer aparecendo aqui no nosso telão.

02:01Dora, bem-vinda.

02:01Boa noite.

02:02Mais um dia de bate-boca diplomático entre os dois países.

02:06E agora essa carta do governo brasileiro.

02:09Bem-vinda, Dora.

02:10Bom trabalho.

02:10Boa noite, Tiago.

02:13Já vou cumprimentando logo a Deise, que daqui a pouco está com a gente por aqui.

02:17E boa noite a todos.

02:19Olha só, Tiago.

02:21Pois é.

02:21Essa nova investida, com essa investigação que foi aberta aí pelo governo americano sobre práticas comerciais,

02:30supostamente na visão do governo americano irregulares por parte do Brasil,

02:36ela coloca, eu vi muita gente hoje do setor empresário, inclusive dizendo que isso recoloca a questão econômica na mesa

02:44e que por aí pode haver uma brecha para se negociar.

02:50Só que eu achei um pouco otimista demais, porque a gente não tem nenhum sinal da Casa Branca

02:58de que há ouvidos para as demandas brasileiras.

03:03A gente lembra que essa carta foi enviada hoje e já há dois meses, em maio, havia sido enviado uma outra carta,

03:12uma primeira carta, na situação em que as tarifas ainda eram de 10%, ou seja, uma situação muito melhor e uma carta que sequer obteve resposta.

03:24Quer dizer, aquilo, tudo bem, de repente vai ver que era porque naquela ocasião o Brasil não estava no radar dos Estados Unidos

03:31e entramos no radar da pior forma possível.

03:35Vamos ver se há alguma resposta, mas por enquanto nada.

03:38Apesar dos expostos, da condição, estou achando uma condução, pelo menos na cena principal,

03:45porque a gente não sabe o que pode estar acontecendo realmente no bastidor dessas negociações,

03:50se é que tem alguma coisa acontecendo, a condução do Brasil me parece muito correta,

03:55principalmente nas mãos do vice-presidente Geraldo Alckmin, com o apoio do empresariado,

04:02pode ser uma oportunidade do governo brasileiro se reaproximar do empresariado, do ponto de vista político,

04:09tudo muito bem.

04:10Só que esse gesto, o aumento da hostilidade, demonstra, por hora, uma indisposição do governo americano

04:20de abrir quaisquer tratativas com o governo brasileiro.

04:24Deise, seu cara aqui nos nossos estúdios, para falar mais sobre os Estados Unidos, bem-vinda, Deise.

04:30A Dora fala, né, que o vice-presidente da República tem um otimismo,

04:36dizendo que não queremos ampliar, não queremos fazer uma discussão muito mais ampla,

04:42mas, claro que há uma data, e eu não sei se você tem a impressão,

04:46parece uma espécie de labirinto, né, porque o governo vai colocar as condições na mesa,

04:50aí o governo americano vai voltar a falar de questões políticas para se reverter o tarifácio.

04:55Como é que fica? Bem-vinda.

04:56Vai ficar difícil. Para além das análises da Dora,

05:00boa noite, Dora, Tiago, boa noite, audiência da Jovem Pan,

05:04para além do que a Dora falou, a gente tem alguns problemas.

05:07O alerta do Brasil, ele foi muito bem feito. Por quê?

05:10Abre aspas, né, o Brasil falou que esse tarifácio do Donald Trump,

05:15ele pode abalar a parceria econômica historicamente forte e profunda

05:20entre Estados Unidos e Brasil.

05:21Esse manifesto do Brasil, ele reforça uma disposição ao diálogo

05:27e é um sinal claro de quem prefere evitar a escalada tarifária.

05:33Mas deixa claro, olha, nós queremos, no primeiro momento, dialogar, né?

05:36Então, é enfático, é indignado, mas fica aberto para o diálogo.

05:40O ponto é exatamente o que a Dora falou.

05:43Será que os Estados Unidos estão abertos para esse diálogo?

05:46Até agora, o que a gente tem visto, o que a gente tem percebido, é não.

05:50Por enquanto, nós estamos falando sozinho,

05:52mas dentro dessa possibilidade do que é possível fazer,

05:56a gente tem o interlocutor, que é o Alckmin,

05:58que é o mais pragmático de todos,

06:01e a gente teve aqui um tom que é aberto ao diálogo,

06:03que é o que se pode fazer agora.

06:05Queria te perguntar, Dora, sobre esse protagonismo do vice-presidente da República

06:08e também ministro.

06:10Porque, olha, como repórter, eu cobri o governo dele aqui em São Paulo

06:13por muitos anos, ele sempre usou a expressão ganha-ganha,

06:16e hoje ele falou perde-perde, viu, Dora?

06:19É a mesma lógica, né?

06:21O ganha-ganha, o perde-perde tem a mesma lógica do ganha-ganha,

06:25que é aquela situação de soma zero, né?

06:30Ninguém, no ganha-ganha, todo mundo leva,

06:33e no perde-perde, todo mundo perde.

06:35Agora, é um protagonismo bastante interessante, sabe?

06:39Porque o Alckmin, ele, ele, o, o, melhor dizendo,

06:45eu quero, o Lula, o presidente Lula é um homem de sorte, né?

06:49Reconhecidamente, os acontecimentos agora

06:51mostram que ele realmente é um homem de sorte.

06:55E o Alckmin também parece que tem essa mesma sorte,

07:01porque ele, quando mudou, fez aquela decisão,

07:04aquele lance, aquela manobra que parecia arriscada em 2022,

07:08mudando de partido e mudando de lado e entrando na chapa do Lula,

07:13ele fez uma escolha acertada, né?

07:16Porque ele escapou de comparecer ao velório do PSDB

07:20e ainda assumiu um papel que deu um lugar ao sol a ele na política, né?

07:29E agora ele é colocado, assim, eu acho, na boca do gol,

07:33porque se isso for bem conduzido,

07:35se o ego do presidente Lula não atrapalhar essas negociações,

07:40ainda que as negociações objetivas sobre a questão das tarifas

07:45não seja bem sucedida,

07:47essa ponte que o Alckmin está fazendo com o empresariado,

07:51ela é muito importante para o governo,

07:53se o governo souber aproveitar.

07:56Isso pode significar uma reaproximação,

07:59não só com o empresariado,

08:00mas também com o campo do centro,

08:03que deu a vitória para Lula em 2022

08:06e depois se decepcionou com ele.

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