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A facção criminosa PCC enfrenta um possível racha após acusações de “caguetagem” envolvendo Marcola, líder máximo da organização. Abel Pacheco, o “Vida Loka”, acusa Marcola de ter delatado Roberto Soriano, o "Tiriça", violando o maior código da facção. Um agente da Rota baleou um investigador da Polícia Civil durante uma operação no Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo. As forças se encontraram em uma favela e, mesmo com a tentativa de identificação, houve disparos. Entenda os detalhes e as consequências desses episódios.
Apresentador: David de Tarso
Comentaristas: Gustavo Mesquita, Mano Ferreira, Priscila Silveira e Rodolfo Mariz

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Transcrição
00:00E do Morning Show, falando do julgamento que evidenciou mais um racha entre os líderes do PCC.
00:05Abel Pacheco, conhecido como Vida Louca, um dos integrantes do Primeiro Comando da Capital,
00:10acusa Marcos Williams Erbas Camacho, o Marcola, fundador da facção,
00:14de ter entregado Roberto Soriano, conhecido como Tiriça,
00:17durante uma conversa dentro da Penitenciária Federal,
00:20em que Marcola fala para o chefe de segurança da Penitenciária de Porto Velho, em 2022,
00:25afirmando que Tiriça seria o responsável pelas mortes de policiais penais federais.
00:31Essa conversa foi usada durante o julgamento e a delação de Marcola, então,
00:36gerou um racha no grupo, porque a gente sabe que o crime não vê com bons olhos o conhecido Cagueta.
00:45Doutor Mesquita, você que tem conhecimento de causa,
00:48esse racha realmente aí evidenciando entre Marcola, Tiriça e outras lideranças do PCC.
00:54As forças de segurança também podem ser beneficiadas com isso?
00:59Bom, esse racha no PCC é um fato inédito e que merece toda a nossa atenção e preocupação.
01:06E por quê?
01:08O PCC sempre foi tido como uma organização criminosa,
01:12que se diferenciava das demais em âmbito nacional, justamente pela sua hegemonia,
01:18pela sua unidade de comando.
01:20E isso prevenia, de certa maneira, a disputa entre diferentes facções,
01:25entre diferentes correntes dentro dessa organização criminosa, né?
01:30O que prevenia também mortes e outros fatores.
01:34Agora, a gente está assistindo a esse racha,
01:36inclusive por motivos que nos chamam a atenção.
01:39Engraçado que, na reportagem, inclusive, que foi transmitida aí pelo Fantástico,
01:43e quando a gente lê sobre o tema, há uma disputa aí, uma discussão entre membros do PCC,
01:50ou seja, membros faccionados de uma organização criminosa que falam aí em ética, em lealdade.
01:56Isso, por si só, é um completo absurdo, né?
01:59A gente tem que lembrar que organização criminosa nenhuma tem qualquer tipo de ética.
02:04Isso surgiu lá atrás.
02:05Só um minutinho, doutor, porque eu vou recepcionar o pessoal da rádio.
02:12Justamente a gente está falando aqui sobre o racha do PCC,
02:15Marcola envolvido, também contra a Tiriça,
02:18justamente porque o Marcola teria caguetado os outros companheiros.
02:22Pode seguir, por favor.
02:23Então, o PCC, lá no seu surgimento, lá nos anos 80,
02:26ele surgiu aí com aquele lema, né, de liberdade, fraternidade,
02:31pugnando aí por alguma ética,
02:34um tratamento adequado dos presos, humanizado dentro dos presos.
02:38Mas, na verdade, não é nada disso.
02:40O PCC é mais uma organização criminosa que, como todas as outras, visam o lucro.
02:44E o lucro por meio do prejuízo em cima da sociedade de bem,
02:49praticando crimes e derramando o sangue de pessoas inocentes
02:52e tem que ser combatida com todas as nossas forças.
02:55E, da mesma maneira, agora, essa briga entre facções precisa da nossa atenção
02:59para que isso não se transforme em mais uma escalada de violência
03:03com derramamento de sangue e prejuízos para a sociedade.
03:06Lugar de criminoso, de chefe de facção, não é no presídio com regalia.
03:10É sem qualquer tipo de privilégio, sem comunicação e sem glória.
03:16Facção criminosa tem que parar de ser interpretada como movimento social,
03:21rebelião como manifestação e líder de facção como celebridade.
03:25A gente precisa combater toda e qualquer organização criminosa com todas as nossas forças.
03:32O criminoso, a organização criminosa precisa voltar a ter medo do Estado e não o inverso.
03:39O problema é quando as forças de segurança também não conseguem dialogar,
03:43porque tem um rastro também envolvendo a Polícia Civil e a Militar aqui de São Paulo.
03:48Estou acompanhando essa situação que tem gerado preocupações.
03:50O que aconteceu, né?
03:52O investigador da Polícia Civil, Rafael Moura da Silva, de 38 anos,
03:55ele foi baleado por um policial militar da Rota
03:57durante uma operação na favela do Fogarel, ali na região do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista.
04:02Os agentes da civil estavam apaisando, investigando um latrocínio na área.
04:07A elite da militar, então, estava fazendo uma incursão na comunidade pelo outro lado.
04:12Quando eles se encontraram, acabou tendo um confronto e o policial foi atingido com três tiros,
04:18dois no tórax e um no braço.
04:20Ele segue hospitalizado até a pedidos em grupos de WhatsApp para que as pessoas doem sangue.
04:25E essa situação tem gerado bastante repercussão sobre a falta, principalmente,
04:30de um comando para que avisassem as forças diferentes.
04:35Apesar de, quando houve o encontro da Rota com os policiais civis,
04:40os policiais civis se identificaram, só que, mesmo assim, houve esse confronto.
04:44Ou seja, falta realmente uma liderança para falar,
04:47ó, tem incursão da Rota acontecendo, vocês vão entrar,
04:50mas pode ser que vocês encontrem os policiais civis, né?
04:53Essa história é inacreditável, né, David?
04:55A gente está falando, parece, história de agente do coronel...
05:02Como que é o nome do personagem da turma do Didi?
05:06Pincel, os trapalhões, né?
05:08Pincel?
05:08É, o sargento Pincel, essa história, né?
05:11Porque, pô, é aquela situação em que o crime organizado
05:15parece mais organizado que o Estado para enfrentá-lo.
05:18Como é que duas forças policiais do Estado brasileiro
05:23vão fazer uma operação e entram em confronto entre si,
05:27baleando um agente do Estado?
05:30Um só não, dois.
05:31O outro levou um tiro de raspão, mas o caso mais grave,
05:34realmente, é desse investigador de 38 anos.
05:37É inacreditável isso.
05:39Pode custar a vida de um pai de família,
05:42trabalhador, que estava fazendo a sua função
05:46e foi atingido por alguém que deveria ser um colega de trabalho?
05:51É surreal o nível de desorganização e de bateção de cabeça
05:55entre duas forças policiais que deveriam atuar de forma profissional
06:00e integrada, e não de forma atabalhoada,
06:04onde, mesmo com a identificação do companheiro,
06:08haja uma situação como essa,
06:11que, como eu disse, pode acabar custando a vida do agente.
06:13É, há uma disputa de atribuições envolvendo as polícias,
06:17porque, realmente, a gente repercutiu até no Morning Show aqui,
06:20diversas vezes, sobre o termo circunstanciado de ocorrência,
06:23de quem quer a atribuição e tudo mais,
06:25e agora a gente vendo mais um episódio que acirra, realmente, os ânimos,
06:29até acompanham as fontes de ambos os lados,
06:32e a Polícia Civil está bem revoltada com essa situação, doutor.
06:35É, com toda certeza.
06:36O primeiro ponto que eu acho que a gente tem que deixar claro,
06:39na verdade, isso não evidencia um racha entre as instituições.
06:42Há discussões em relação a determinados temas,
06:46como, por exemplo, o termo circunstanciado,
06:48que eu defendo a prioridade e a exclusividade da Polícia Civil
06:52em realizar por motivos de direito e também de eficiência das investigações.
06:56Mas, enfim, isso tudo são coisas à parte,
06:59que não refletem aí o que aconteceu,
07:02não se relacionam com o fato trágico
07:04acontecido aí, que levou a três tiros disparados contra o policial civil,
07:12o Rafael Moura, que está em estado grave aí,
07:15vamos estar orando pela sua recuperação,
07:17mas, ao mesmo tempo, que não pode ser tratado como um mero acidente.
07:21A gente precisa olhar para isso com a devida atenção,
07:24e, primeiro, isso evidencia realmente uma falta de integração,
07:28de centralização de comando entre as operações policiais
07:32e isso precisa ser revisto, sim, precisa ser observado com urgência.
07:37De outro lado, eu tenho certeza que a Polícia Civil está investigando
07:41e vai continuar investigando para entender o que houve naquela situação.
07:45É importante lembrar, o policial civil, ele não atua,
07:47em 99% dos casos, ele não atua uniformizado, nem fardado.
07:51O policial civil atua descaracterizado.
07:53É por isso que até atiraram, né?
07:55Isso é inerente à atividade investigativa do policial civil.
07:59Agora, de outro lado, nos chama a atenção essa postura
08:02de atirar primeiro para perguntar depois
08:04até que ponto isso tem sido uma conduta padrão
08:08da Polícia Militar ou da Rota.
08:10Eu acredito que não, eu acredito realmente que não.
08:13Agora, se houve qualquer excesso,
08:15ainda que motivado aí por culpa, por negligência,
08:18por imprudência ou imperícia,
08:20dentro da instituição policial militar,
08:23isso precisa, eu tenho certeza que vai ser apurado com rigor
08:26e os responsáveis têm que ser punidos.
08:29Exemplarmente, eu tenho certeza que nosso secretário,
08:32Guilherme Derriti, à frente da Secretaria de Segurança Pública,
08:35vai determinar todas as apurações
08:38e monitorar a situação aí
08:42para que a devida punição ocorra caso necessário,
08:46caso comprovado, qualquer culpa aí do agente.
08:48Mas esse que é o ponto, né? Além dessa bateção de cabeça,
08:51quando foi identificado ali que se tratavam de policiais civis,
08:55o delegado responsável pelo caso queria atuar em flagrante
08:58os policiais militares que atiraram.
09:00Só que aí houve uma sinalização, de acordo com as minhas fontes,
09:03até daqui a pouco eu vou escrever sobre isso,
09:05e vai estar no site da Jovem Pan News,
09:08mais apurações sobre esse caso,
09:09de que o policial civil então não deu flagrante
09:11porque houve uma ordem superior.
09:13E aí que está criando esse racha.
09:16Então, assim, a gente vê um corporativismo também rolando
09:19em relação a isso, né?
09:20Isso de fato ocorreu é absolutamente lamentável.
09:22O delegado de polícia, o policial civil,
09:24assim como qualquer policial,
09:25no exercício das suas atribuições,
09:28ele não pode sofrer qualquer tipo de ingerência política
09:31em relação a tomar decisões.
09:33A tomada de decisões do policial,
09:35seja civil ou militar,
09:36tem que ser lastreada por critérios técnicos
09:39e de acordo com a sua atuação profissional.
09:41Se isso aconteceu, é lamentável
09:43e tem que ser reprovado.
09:45Eu acho que nem foi só ordem superior,
09:48é só para esclarecer para a nossa audiência
09:49que o Código de Processo Penal,
09:51ele traz uma situação muito curiosa.
09:54Se a pessoa está em situação flagrancial,
09:56mas agiu abarcado por alguma norma justificante,
09:59o que é isso?
10:00O excludente de licitude,
10:02como é o caso da legítima defesa,
10:03ainda que putativa,
10:05o que é putativa imaginária?
10:07Então, o doutor aqui colocou
10:08que eles não têm vestuários de policiais,
10:11então isso poderia ter, de alguma forma,
10:13ele ter visto o policial com a arma,
10:15o distintivo estar dentro,
10:16e assim, na hora que ele fez a progressão,
10:18ele tivesse atirado,
10:19não estou dizendo que é certo nem que é errado,
10:21mas isso existe.
10:22Então, nesses casos,
10:23é bom a gente colocar para a nossa audiência
10:25que, muito embora esteja em situação flagrancial,
10:28o flagrante não se mantém.
10:30Ele pode responder o processo em liberdade,
10:32conforme dispõe o artigo 310,
10:34lá no parágrafo do nosso Código de Processo Penal.
10:36Pode ter havido uma ordem superior?
10:38Pode.
10:38Mas uma ordem superior não tem um condão
10:40de afastar a legalidade da lei mesmo,
10:44da aplicação dessa lei.
10:46Então, o Código de Processo Penal
10:47não permitiria que,
10:48havendo caso de legítima defesa,
10:50que eu acho que é o cenário aqui
10:51que se apronta, né?
10:52Que se aplica.
10:53Então, o que é essa legítima defesa?
10:55Ele estava repelindo uma injusta agressão
10:57na cabeça dele, imaginária,
10:59porque, certamente,
11:00e aqui fica bem claro que...
11:01É, o civil devia estar armado.
11:02Isso.
11:03Aqui fica bem claro,
11:04para mim,
11:04e acho que para todos nós aqui,
11:06de que não é a polícia militar
11:07brigando com a incursão da polícia civil.
11:10Eu não acho que foi isso que aconteceu,
11:12nem de longe.
11:12É claro que não há uma integração,
11:14que a gente é uníssono em dizer isso.
11:17Mas eu acho que ali foi o seguinte,
11:19ambos estavam na incursão.
11:21Certamente, né?
11:22Poderia ter ali o distintivo estar dentro,
11:24porque a polícia está entrando na comunidade.
11:27E aí ele viu a arma,
11:28não estou dizendo que é isso,
11:29vai se apurar,
11:30como o doutor aqui colocou.
11:31É, mas muito provavelmente aconteceu isso.
11:32Em sendo isso,
11:32o delegado que apurou,
11:34ele pode sim,
11:35e aí eu acho que foi isso, né,
11:36que aconteceu,
11:37soltar,
11:37e que a gente chama
11:38uma liberdade provisória compulsória,
11:40né,
11:40que ele não pode ficar preso.
11:42Então,
11:42eu acho que neste primeiro momento,
11:44na apuração de uma eventual justa causa,
11:45foi isso que se sinalizou.
11:47E vai ser apurado,
11:48se houve ou não
11:48legítima defesa putativa,
11:50isso é processual, né?
11:50E a gente,
11:52claro,
11:52vai seguir acompanhando tudo isso,
11:53trazendo todos os detalhes,
11:55mas...

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