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O rapper Oruam se entregou à polícia no Rio de Janeiro após ser acusado de agredir policiais e impedir o cumprimento de um mandado de busca contra um menor suspeito de roubo. O incidente ocorreu em sua casa no Joá, Zona Oeste do Rio. O artista foi indiciado por sete crimes, incluindo tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão corporal e organização criminosa. Para falar sobre o assunto, o Morning Show entrevista Josias Teófilo.
Apresentador: André Marinho
Entrevistado: Josias Teófilo
Comentaristas: Anna Beatriz Hirsh, David de Tarso, Mano Ferreira e Sergio Zagarino

Assista ao Morning Show completo: https://youtube.com/live/3aLMkiKYk6I

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Transcrição
00:00Desafiar a polícia, sejamos sinceros, realmente parece que é uma situação ambidestra.
00:06Até porque o rapper Oruan acabou se entregando para a polícia e David Tarso também vai poder contextualizar.
00:13Até porque ele, pelo visto, vai passar por uma audiência de custódia?
00:17É, vai passar por audiência de custódia, mas ele deve responder por sete crimes de acordo com a polícia.
00:23Tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e também lesão corporal.
00:30Todos esses crimes, então, foram imputados a ele.
00:32A gente trouxe a informação ontem aqui no Morning Show, né?
00:35Depois de todo aquele entreveiro que ele teve com a polícia civil do Rio de Janeiro.
00:39Até o Felipe Cury, que é responsável pela polícia lá do estado.
00:43Ele foi bem enfático dizendo que Oruan não é um artista e sim um criminoso que abriga, inclusive, pessoas ligadas ao Comando Vermelho.
00:51A gente relembra também que o Oruan é filho do Marcinho VP, uma das principais lideranças do CV, né?
00:57Então, toda essa situação envolvendo o artista.
01:01As pessoas, às vezes, até criticam, né?
01:03Falam assim, ah, vocês tratam ele como cantor, como artista, mas ele é denominado assim, né?
01:07Realmente, ele faz as músicas dele, se alguém é preciático ou não.
01:11Ele tem fãs por todo o território nacional, mas o fato é que ele tá sofrendo aí com todas essas medidas
01:16depois que ele também provocou, porque a gente relembra, jogou pedra no carro da polícia.
01:21Não, fez cavalo de pau na frente de uma operação policial ali, que tava na frente de um acidente também ali,
01:26só pra promover a música dele.
01:28Isso sem dizer a clara, notável apologia, enfim, nas letras dele.
01:33Claro que isso é um campo mais minado, passível de debates, até que ponto vai a liberdade artística,
01:37que já estendemos de tanto esse debate, mas...
01:39Na verdade, eu tenho dúvida se ele é rapper ou funkeiro, né?
01:39O fato é que ele tá prestando os limites da lei há um bom tempo, né?
01:43O que você disse?
01:43Não, eu tenho dúvidas sobre... A gente até na redação fica discutindo se ele é rapper, se ele é funkeiro, qual é a música que ele canta, né?
01:50Ele é um desastre, na verdade é essa, é um desastre musical, isso não é considerado música.
01:55O que ele faz é apologia ao crime.
01:58Não, aí o Zagarino conseguiu polemizar o que tava todo mundo em confenso.
02:03Olha aí, Zagarino, pera lá um pouquinho, bola no chão aqui, que eu tenho a pessoa ideal pra poder agregar essa discussão
02:07nesse exato momento, aqui se juntando, esse papo, ninguém melhor do que o meu amigo e cineasta sincerão,
02:13Josias Teófilo Grande, Josias Teófilo se juntando ao palco do Morning Show.
02:16Conta pra gente aqui, pelo menos, a sua opinião.
02:19Eu não resisti em antecipar um pouco a tua entrada aqui no programa,
02:22até pra você dar os seus two cents, os seus dois centavos aqui sobre quem é essa figura aí no conjunto da obra aí,
02:30da arte nacional, oruã, o rapper oruã, agora se entregando pra justiça, Josias.
02:36Boa tarde, André.
02:37Eu acho o seguinte, eu acho que o oruã é o Caetano Veloso da nova geração, entende?
02:45Pelo seguinte motivo, não porque o Caetano tinha nenhum envolvimento com o crime,
02:51mas simplesmente porque o oruã representa muito bem a nossa época.
02:55Ele representa uma tendência que o Ronald Robson, o escritor Ronald Robson, dizia,
03:00que é desde a semana de 22, a cultura brasileira busca sempre o que é marginal,
03:05o que é periférico, pra colocar no centro.
03:09Então, mas veja bem, quando eu falo periférico, não é necessariamente relacionado ao que é a periferia das nossas cidades.
03:14Então, tô falando o que é extrapoético, o que é estranho.
03:19Então, oruã, eu acho que ele representa muito bem a nossa época.
03:23Inclusive, a foto de perfil dele é o que é o Coringa, né?
03:27Então, a gente tá vivendo uma época disruptiva, no mau sentido,
03:31e uma época em que a criminalidade tá sendo muito exaltada, né?
03:36Então, isso dá pra se ver no cinema, na música, e até no teatro municipal, por exemplo.
03:44Você vê lá, eles começaram a trazer o que é a militância identitária,
03:48trazer a suposta periferia, trazer o rap, o funk pra dentro do teatro.
03:53E eu acho que a gente ainda vai ver o projeto Oruã Sinfônico, no Teatro Municipal de São Paulo.
04:02Ô, Josias, pera lá.
04:04Pera aí, pera aí, pera aí.
04:07Vamos lá.
04:08Até porque, antes dele se entregar pra justiça também,
04:11o próprio Oruã, Josias, ele veio ali pra falar com seus fãs,
04:15enfim, dizendo que ia se entregar pra justiça.
04:17Agora, há de se considerar que quem não é fã dele,
04:19o problema foi que ninguém entendeu quase nenhuma palavra do que ele falou,
04:22dada a, enfim, a dificuldade mesmo, né?
04:26Deficiência ali de retórica do próprio sujeito.
04:29Mas o nosso Mano Ferreira aqui tá quase, enfim,
04:31se mijando nas calças aqui, ouvindo seus comentários sempre
04:34ácidos, sulfúricos e pontiagudos.
04:37Vamos aqui te acionar, Mano Ferreira.
04:38Muito bom.
04:39Eu até acho que vale a pena, Josias, a gente falar depois
04:41sobre esse teu diagnóstico, né?
04:43Que você falou, que parece que o Brasil, nesse momento,
04:46parece que ele tá imerso num contexto pré-revolucionário.
04:48Eu tô ansioso pra trocar essa ideia contigo também.
04:51Mano?
04:51O Brasil gosta, né, Josias, da narrativa de um perseguido,
04:55de um injustiçado.
04:57Aí o cara cava o pênalti e sai gritando depois que foi perseguido.
05:03Ele xinga a justiça, xinga a polícia e depois diz que,
05:08ó, como estão me perseguindo, eu sou um grande injustiçado.
05:11Como que essa estrutura narrativa frutifica no Brasil?
05:16Pois é, ele usou até a cartada do racismo, né?
05:21Ele disse que tava sendo perseguido porque era negro,
05:25o que absolutamente não faz o menor sentido.
05:27Mas eu acho que o principal erro dele foi o seguinte,
05:30eu acho que no Brasil é possível, sim, se envolver com um crime organizado
05:35e sair ileso durante muito tempo.
05:39Só que não dá pra ser, se envolver com um crime organizado
05:42e ao mesmo tempo ser tão famoso quanto ele é.
05:45Então ele tem milhões de seguidores nas redes sociais,
05:48é extremamente famoso e falava abertamente sobre essa questão do crime.
05:53Enquanto ele tava fugindo, ele disse, inclusive,
05:55que era filho do Massinho VP pra amedrotar os policiais.
06:00Então ele cometeu um erro muito grande.
06:03Então essas coisas são incompatíveis.
06:05Não dá pra ser famoso e se envolver com o que ele se envolveu.
06:09Você vê que os mafiosos, só um detalhe, desculpa.
06:13Os mafiosos, eles tendem a ser pessoas discretas, né?
06:17Então você vê tanto o bicheiro quanto, sei lá, o poderoso chefão,
06:22ele vê que tem que ser discreto.
06:24Tem que ser, tem que ser.
06:25É, mas apesar de que tinha os bicheiros envolvidos com samba
06:28de um jeito bem extravagante muitas vezes, né?
06:31Castor de Andrade, na frente da escola.
06:34O modo de carteirar no Brasil era se a pessoa fosse alguma autoridade, né?
06:38Ultimamente, não.
06:39Você sabe com quem você tá falando?
06:41Eu sou ligado ao principal integrante do Comando Vermelho.
06:45Então, assim, eu sou filho dele, né?
06:46Então, pô, bom dia.
06:48Em relação ao que o Josias falou,
06:50em relação ao que o Josias falou,
06:51eu acredito que é importante a gente destacar que
06:53o David falou, ah, não sei se é rap ou se é funk.
06:56A gente tem rappers que fazem sucesso
06:59que não fazem apologia ao crime.
07:00Pelo contrário, relatam histórias da situação da comunidade.
07:04Você pode pegar aí o exemplo do RZO,
07:07ou então do próprio Mano, o Xará aqui,
07:09que fazem a música de acordo com a sua realidade.
07:13Não fazendo apologia ao crime.
07:15É completamente diferente.
07:16Esse jovem, esse infrator,
07:19ele não é um artista.
07:20Ele não é um artista.
07:21Ele foi criado no centro do Comando Vermelho.
07:26Não dá pra dizer que ele não estava relacionado.
07:28Então, assim, a gente tem que parabenizar
07:30a atuação brilhante e corajosa
07:32da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro
07:34e do delegado que foi até a casa dele
07:36pra buscar um outro indivíduo
07:38que sabe o que aconteceu com esse outro indivíduo?
07:39Fugiu.
07:40Porque eles começaram a arremessar pedra, etc.
07:42A gente tem que tratar de forma séria esse caso.
07:44Oroã não é herói, não é exemplo, não é vítima,
07:47não é um oprimido pelo sistema.
07:49É só mais um que se aproveita e fica se refestelando
07:52com um país que lhe confere esse privilégio
07:55de poder vender essa estética de criminalidade
07:57e poder seguir, enfim, se fazendo grana
08:01e tendo presença e avançando na carreira dele
08:04a partir desse sistema que ele tanto critica.
08:07É um que confunde essa liberdade artística
08:10com licença pra desacatar a autoridade
08:12e dar esse dedo do meio pra autoridade.
08:13O problema é que a justiça pode tardar,
08:15mas nesse caso não falhou, né?
08:17Josias, excelente participação aqui.
08:19Por enquanto, a gente quer seguir adiante contigo
08:21até pra repercutir aqui no mundo do heavy metal.
08:24Teve uma grande baixa ontem.
08:26O próprio Ozzy Osbourne,
08:27o vocalista da Blanda Black Sabbath,
08:30morreu aos 76 anos.
08:31Super polêmico e tal.
08:32Algum comentário sobre o legado que ele deixa?
08:35Ah, pois é, então.
08:37Muito importante para o rock.
08:39Ele foi uma pessoa muito famosa, né?
08:40Fez participação na televisão,
08:47fez até músicas religiosas,
08:49teve até uma...
08:51Então, é muito interessante a atuação dele
08:55e faleceu uma grande perda aí pra nós.
08:59É isso aí, é isso aí.
09:01Agora, eu não vou resistir também
09:03pra você contextualizar um pouco
09:04e acho que vai ao encontro da tua primeira resposta.
09:06Você soltou um tweet ontem meio...
09:09Enfim, quase agourento, né?
09:10Dizendo que você vai identificando,
09:11parece que o clima está pré-revolucionário no Brasil.
09:14Por que você diz isso?
09:16Ah, porque...
09:18Olha, isso tudo que está acontecendo no Brasil
09:21tem...
09:23Na verdade, desde 2013, tá assim, né?
09:25Mas a gente está vendo isso muito claro.
09:27Olha a sucessão de fatores.
09:29O aumento da criminalidade,
09:31as tarifas que têm o potencial
09:34de ter um grande efeito negativo
09:37nas exportações brasileiras,
09:39os gastos públicos muito altos,
09:42a corrupção do governo Lula,
09:44esses movimentos de rua,
09:47a prisão ainda daquelas pessoas do 8 de janeiro,
09:52que comove muita gente ainda,
09:54e ainda a pressão exterior.
09:55Então, a gente está vivendo um momento
09:58em que, olha, o Brasil raramente
10:02se opõe a uma grande potência exterior.
10:05E os Estados Unidos têm uma relação
10:07simbiótica com o Brasil.
10:10Foi o primeiro país
10:11que reconheceu a independência do Brasil.
10:15Então, essa ruptura,
10:16ela tem o potencial
10:17de provocar grandes cisões sociais.
10:22E eu acho que existem semelhanças
10:26com o que aconteceu antes de 1964.
10:29Você vê, o governo anterior ao golpe
10:33foi um governo que se fechou
10:34contra os Estados Unidos,
10:36radicalizando para a esquerda.
10:38Então, é uma coisa muito preocupante
10:40esse momento que a gente está vivendo no Brasil.
10:42Muito sério e muito preocupante.
10:43Eu acho que as pessoas não estão dando
10:45a devida atenção.
10:47E todo mundo está radicalizando cada vez mais
10:49e piorando a situação cada vez mais
10:51e levando, e dobrando a aposta
10:53e levando até as últimas consequências.
10:56Infelizmente, quem paga por isso
10:57é a população mais pobre,
10:59são as pessoas mais simples
11:01que pagam essas taxas cada vez mais altas,
11:05os impostos subindo.
11:06E a gente vê, olha,
11:07se você andar no centro de São Paulo,
11:09as cidades estão esvaziadas,
11:11os centros das cidades estão esvaziados,
11:13a criminalidade está crescendo.
11:15Olha, é um contexto terrível
11:17que eu nunca imaginei
11:18que a gente fosse viver nesse país.
11:19É, meus amigos.
11:21O grande Josias Teófilo
11:22é o armagedom institucional
11:23que está armado pelo vice,
11:24como a gente vem dizendo aqui no Morning Show.
11:26E você sempre agregando
11:27e sempre trazendo leveza
11:29em meio à tempestade toda.
11:31Obrigado, Josias.
11:31Sempre bem-vindo aqui no programa.
11:36Obrigado.
11:36É isso aí.
11:37É isso aí.

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