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Transcrição
00:00Vamos receber ao vivo o cirurgião plástico Carlos Eduardo Leão, que é diretor do Departamento de Eventos Científicos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
00:12Vamos saber mais detalhes aqui agora. Vamos lá. Deixa eu colocar o doutor Carlos Eduardo aqui na nossa tela.
00:19Muito boa noite, doutor Carlos Eduardo. Seja muito bem-vindo ao Olhar Digital News.
00:24Muito obrigado, Marisa. É um prazer poder estar nessa plataforma com vocês para tentar falar um pouquinho sobre o tratamento da calvície e esses medicamentos que surgem na tentativa de tratar talvez o maior trauma estético do homem em todos os tempos.
00:41Há já visto esse papiro que vocês acabaram de mostrar numa excelente reportagem de passagem. Parabéns.
00:46Mas eu lembro de Cleópatra com Marco Antônio, seu grande amor. Marco Antônio calvo, usava aquela coroa de louros para disfarçar a calvície.
00:57E Cleópatra preparava um guisado de algas medicinais da época e misturava aquilo com urina daquela cobra naja.
01:08E passava esse guisado na cabeça de Marco Antônio para ver se nascia cabelo na cabeça do imperador.
01:13Grande amor de Cleópatra. E realmente não nascia absolutamente nada, porque essa vontade de se criar alguma coisa para nascer cabelo na cabeça de um careca é uma coisa que vem desde o Egito Antigo, antes de Cristo.
01:29Então é uma coisa muito interessante.
01:31Então eu estou dando esse approach inicial para que você então possa me perguntar o que você gostaria de ouvir.
01:39Mas, doutor Carlos Eduardo, adorei a abertura aqui da nossa conversa com essa informação que eu desconhecia completamente.
01:46Quer dizer que a Cleópatra já cuidava da calvície. É isso mesmo? Tentava, pelo menos.
01:52Exatamente. E isso é histórico mesmo, né?
01:55Marco Antônio usava aquela coroa de louros porque é uma folhagem, né?
01:59De modo que ele disfarçava a calva, né?
02:03Que o deixava extremamente abatido, né?
02:06E Cleópatra vendo aquilo, aquele sofrimento, né?
02:09Então tentava de todas as maneiras, com aquelas algas medicinais da época, melhorar a calvície.
02:15Mas eu quero dizer para você uma coisa muito importante e para o seu grande público,
02:19que não existe medicamento que faça nascer cabelo na cabeça de um careca.
02:24Eu vou passar a chamar calvo, né?
02:27Porque careca é muito pejorativo, muito forte.
02:30Então, se existisse esse medicamento, você tomaria um comprimidinho, tomava e nascia cabelo.
02:36Isso não existe.
02:38Isso não existe.
02:39O que a UCLA está estudando, primeiro eu quero dizer que é uma universidade seríssima.
02:46De lá da UCLA saíram inúmeros prêmios Nobel de medicina.
02:51Portanto, ela tem um compromisso de respeitabilidade científica muito grande.
02:56Mas eu quero dizer que até então, o que ela está mostrando, ela conseguiu uma molécula,
03:02esse PP405, que é uma proteína, e que ela atinge numa zona do folículo piloso,
03:09chamada zona bulge.
03:12Antes eu quero dizer para você que o folículo piloso é uma unidade anatômica complexa.
03:16Porque num fio de cabelo você tem nervo, vasos, músculos e glândulas.
03:25Então, num cabelo, você tem isso tudo.
03:27Então, é uma unidade anatômica complexa o cabelo.
03:32E aí, neste folículo piloso, existe uma zona chamada zona bulge,
03:38onde ficam ali as células-tronco.
03:40Então, este folículo, se está adormecido, esperando a morte, portanto, ele não morreu ainda,
03:50este folículo pode ser beneficiado pelo PP405.
03:54Porque essa molécula atua nas células-tronco que ficam no bulge.
04:01O bulge é a área onde as células-tronco residem.
04:04Então, o que essa molécula faz?
04:06Ela ativa. É como se fosse um interruptor, né?
04:09Que você ligou, então ela acendeu e, de repente, nascem cabelos mais fortes,
04:14mais grossos, mais viçosos, mais brilhantes.
04:18Ao invés daquela peluge.
04:21Então, essa é a explicação deles.
04:24Eles estão numa fase 2A, porque quando você testa o medicamento, são quatro fases.
04:29Então, a primeira fase é a fase da descoberta.
04:31Ele descobriu o PP405 e vamos começar, então, a fazer uma pesquisa pré-clínica,
04:37que é a fase 2.
04:38A fase 2A, ela se confunde com a fase 3, que é a fase da pesquisa clínica.
04:44É isso que eles estão desenvolvendo agora.
04:46Para até chegar na parte 4, que é o desenvolvimento da pesquisa,
04:53e aí, então, o lançamento da droga para a grande população que poderia se beneficiar com isso.
04:59Portanto, nós temos que esperar.
05:03É alviçareiro?
05:04É pelo fato de sair de uma universidade com este peso científico.
05:10Mas, hoje, Marisa, nós médicos, nós cirurgiões plásticos e médicos, de uma maneira geral,
05:16estamos sendo bombardeados pelo apelo comercial insano.
05:22Então, nós temos que ter muito cuidado com o que é oferecido ao mercado.
05:26Porque, veja bem, a calvície, ela só é causada por um problema genético.
05:33Existem quedas de cabelo causadas por outras causas que não sejam genéticas.
05:40Então, por exemplo, doenças do couro cabeludo, a própria caspa pode fazer cair cabelo.
05:45Então, doenças autoimunes, traumas, queimaduras, tudo isso pode fazer com que haja perda de cabelo.
05:51Mas, uma vez resolvido o problema, o cabelo volta a nascer.
05:55Agora, por isso que é importante o diagnóstico, né, Marisa?
05:58Marisa, em medicina, o diagnóstico é fundamental.
06:02Então, veja bem, se você diagnosticou uma perda de cabelo, uma queda de cabelo,
06:08por um problema outro que não seja genético,
06:11se você tratar, nasce o cabelo de novo normalmente.
06:14Agora, se for calvície, que é androgenético, sempre genético,
06:20somente a cirurgia do transplante capilar é que vai resolver o problema,
06:25caso os folículos ainda estejam totalmente mortos.
06:30Porque se houver chance de um folículo estar adormecido,
06:34a gente pode, com tratamento clínico, reativá-lo e ele voltar a produzir fios de cabelo.
06:41Não será para sempre, mas, numa hora, ele vai apresentar até que isso aí ele morra.
06:46E aí, então, a gente tem que substituir com folículos tirados da área doadora.
06:50Aí é o transplante de cabelo.
06:52Agora, interessantíssima essa história do Carlos Eduardo.
06:55Então, podemos entender que esses tratamentos, digamos assim,
07:01para crescimento do cabelo,
07:03é enquanto a pessoa ainda tem a possibilidade de ter ali aquele cabelo nascendo.
07:07quer seja uma penuja, quer seja um cabelo um pouquinho mais forte.
07:12Então, essa pesquisa, esse estudo que está sendo feito,
07:15então ele traria expectativa e esperança para aqueles que têm esse processo em andamento.
07:21É isso?
07:22Certamente.
07:23Porém, inúmeros trabalhos científicos como este
07:28já apareceram na comunidade científica internacional.
07:31Então, é mais um estudo.
07:34Agora, é um estudo muito bem feito, muito bom e concatenado,
07:38prospectivo, randomizado, como pede a ciência séria.
07:42Já vi-se sair de uma universidade como essa.
07:45Então, nós estamos aqui nessa expectativa muito favorável,
07:48porque sai de um lugar muito sério, muito importante,
07:52para o contexto científico internacional.
07:54Mas, nós temos que ter muita cautela antes de dizer assim,
07:59ó, tá bom, tá resolvido o problema,
08:01os carecas podem, os calvos, né,
08:03os calvos podem ficar felizes,
08:05que de repente a sua situação está redorvida com um remédio
08:09que nós vamos passar, ou seja, atópico, ou seja, oral,
08:12para que você possa, então, devolver ao calvo os cabelos perdidos.
08:17Quero reiterar para você que calvície é, e sempre foi,
08:22o maior trauma estético do homem em todos os tempos.
08:26Então, realmente, é uma sensação de perda, né,
08:30muito grande aquele homem, e mulheres também, né,
08:34que começaram a perder o cabelo.
08:36Então, eles se sentem muito diminuídos,
08:39então a autoestima é muito baixa.
08:41E quando você, então, restitui esse cabelo,
08:44seja por medicamentos, ou seja por cirurgia,
08:47você devolve ao paciente uma autoestima maravilhosa.
08:51Não há um paciente que faça um transplante de cabelo,
08:54seja ele mulher ou homem, que não fique infeliz.
08:57Quero dizer, Marisa, que as mulheres,
09:00elas sofrem muito mais do que os homens com calvície.
09:04Porque a mulher, ela tem dois tipos de calvície.
09:07A calvície igual do homem, ou seja, nessa região aqui,
09:11aqui tem muito, aqui tem muito, aqui tem muito,
09:13mas ela tem o padrão feminino também,
09:16que toda a cabeça é rarefeita.
09:18Então, quando a mulher tem este padrão feminino,
09:22em que toda a cabeça está perdendo cabelo,
09:26ela não tem cirurgia para ela.
09:28Esse diagnóstico, ele soa como uma sentença, né?
09:33Vamos tratar para segurar o que você tem aí,
09:35para você não ficar totalmente careca,
09:36e ter que usar uma peruca depois.
09:39Mas os homens não.
09:40Os homens têm esse tipo de calvície,
09:42e eles podem ser tratados,
09:43e os resultados são cada vez mais bonitos e muito naturais.
09:49E esse refazimento da autoestima é que nos comove,
09:55nos deixa felizes, né?
09:57E cada vez mais estudando para poder dar a eles essa felicidade.
10:01Agora, doutor Carlos Eduardo, até a pergunta que não quer calar...
10:05Opa, a Siri entrou na nossa conversa.
10:09Por que é tão difícil encontrar um tratamento 100% eficaz da calvície?
10:18Não, o tratamento 100% eficaz da calvície é o transplante de cabelo.
10:22Porque, às vezes, é bem o seguinte,
10:23nós temos que diferenciar calvície,
10:25é o problema genético.
10:28É o calvo de família.
10:30Fai é calvo, a mãe é calvo, o irmão é calvo, o tio é calvo, o avô é calvo.
10:34Isso é calvície.
10:35Agora, a perda de cabelo,
10:38causada por outros fatores que não o gen,
10:43não podemos dizer que é calvície.
10:46É perda de cabelo.
10:47É uma queda de cabelo.
10:48É uma alopécia.
10:50Muito bem.
10:51Agora, a perda de cabelo causada pelo gen,
10:54chama-se calvície.
10:55Então, essa nós podemos tratar medicamentosa no início,
11:00para retardar essa causa,
11:02e depois evoluímos para um transplante de cabelo,
11:06porque esse tratamento vai ser eficaz durante um tempo.
11:10Depois, não.
11:11Depois, esse tratamento não consegue mais segurar.
11:13Então, nesta hora, o paciente nos procura
11:16para restituir o cabelo cirurgicamente.
11:20Agora, deixa eu falar uma coisa para você importante,
11:21que o seu grande público vai entender e vai gostar de ouvir.
11:24Se eu opero um paciente de calvície,
11:27mas que ele ainda tem cabelo,
11:30eu faço tratamento medicamentoso para ele,
11:33para este cabelo que ele ainda tem na cabeça,
11:36para segurar este cabelo que ele ainda tem na cabeça.
11:39Porque o cabelo que nós colocamos,
11:42ele sai de uma área onde esse cabelo não é atacado,
11:46em época nenhuma,
11:47por hormônio,
11:50que causa a calvície.
11:51Então, veja bem o seguinte,
11:53todo calvo que você conhece,
11:55mas todo,
11:56tem cabelo nessa região aqui,
11:58aqui atrás, na nuca,
12:00e nessa região das laterais.
12:02Então, são áreas laterais e nuca
12:05geneticamente protegidas
12:08para o cabelo não cair.
12:11E é desta área
12:12que nós tiramos os folículos
12:14para repormos as perdas
12:17que nós chamamos de calvície.
12:18Então, esse cabelo não cai.
12:20Ele vem para cá
12:21e traz consigo
12:23essa característica genética
12:25de proteção.
12:27Portanto, o cabelo transplantado
12:28é um cabelo protegido
12:30e que não vai cair.
12:31Mas nós fazemos medicamentos, sim,
12:34após um transplante de cabelo,
12:35se o paciente ainda tiver cabelo.
12:38Então, por exemplo,
12:39se é um paciente totalmente calvo,
12:41nós chamamos no nosso jargão assim
12:43de bola de bilhar.
12:45Esse não precisa de medicamento
12:46no pós-operatório, né?
12:48Nós colocamos cabelo nele,
12:50fazemos um minoxidil
12:51durante três a seis meses
12:53para ajudar o crescimento,
12:54depois não precisa mais.
12:55Porque não tem cabelo
12:57que poderia ser vulnerável
12:59e poderia cair no futuro.
13:01Mas os que têm cabelo,
13:02a gente faz medicamento, sim.
13:06Interessantíssimo.
13:07Bom, teríamos aqui assunto
13:08para a noite inteira.
13:09Nós estamos recebendo
13:11o cirurgião plástico
13:12Carlos Eduardo Leão,
13:13que é diretor
13:14do Departamento de Eventos Científicos
13:16da Sociedade Brasileira
13:17de Cirurgia Plástica.
13:19Doutor Carlos Eduardo,
13:20muitíssimo obrigada
13:21pela sua participação.
13:22Então, a gente chega
13:24à conclusão
13:24que o Marco Antônio
13:25teria que fazer um transplante,
13:26então, no final das contas,
13:27porque não tem solução.
13:30Certamente.
13:30E eu até falaria
13:32com o Cleópolis
13:32para ele mandar
13:33na minha clínica
13:34se eu tivesse uma clínica
13:34naquela época.
13:36Com certeza.
13:37Doutor Carlos Eduardo,
13:38muitíssimo obrigada.
13:39Uma excelente noite.
13:40Eu que agradeço.
13:41Muito obrigado.
13:41Parabéns aí pela plataforma
13:43e pelo programa.
13:43Muitíssimo obrigada.
13:45Boa noite.
13:45Felicidades a vocês.
13:46Boa noite.
13:46Bom fim de semana.
13:47Até.
13:48É isso aí, pessoal.
13:50Está aí a entrevista
13:51com o doutor Carlos Eduardo.
13:52Muito interessante, né?
13:53Espero que vocês tenham gastado
13:54muita informação, né, pessoal?
13:56Coisas que eu nem sabia também.
13:58Espero que vocês tenham
13:59acompanhado e gostado também.
14:02Que vocês tenham gostado?
14:04Tchau.
14:04Tchau.
14:04Tchau.
14:05Tchau.
14:05Tchau.
14:05Tchau.
14:06Tchau.

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