Estudante de enfermagem e motorista de aplicativo escapa de tentativa de assalto violento em BR-408: uma luta pela sobrevivência

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Transcript

00:00A vítima da vez, o alvo, foi Francisco, que é estudante de enfermagem,

00:04trabalha como motorista de transporte por aplicativo,

00:07pai de família, com duas crianças em casa para cuidar,

00:10que sai e não sabe se vai voltar.

00:13Ele estava no carro dele, trabalhando, lutando, suando,

00:17para garantir o sustento de casa, e aí precisou parar,

00:20por conta de uma necessidade ali, fisiológica, estava apertado,

00:24encostou o carro às margens da BR-408,

00:27pertinho da entrada do tipo, ali na região do curado,

00:31e vai até o mato.

00:33Quando ele chegou, ele já percebeu a aproximação de um carro,

00:36mas desceu um homem ali de mochila, parecia ser um trabalhador,

00:40não levantou suspeita.

00:41Na hora que ele volta para o carro, já é a hora da investida criminosa,

00:44que fez com que ele ficasse todo arrebentado,

00:46como a gente consegue ver aí nas imagens,

00:48porque ele precisou pular do veículo para se livrar até da morte,

00:51sabe lá o que esses criminosos fariam,

00:53e, claro, o prejuízo que agora está deixando ele sem saber o que fazer.

00:58Você parou pela tua necessidade e jamais imaginou que seria vítima da violência?

01:02Eu estava indo para a Nazaré da Mata,

01:04estava indo lá na casa da minha sogra,

01:07e me senti apertado nesse momento,

01:10nas proximidades do viaduto do curado 4,

01:16quando tive a necessidade de parar e fazer necessidade fisiológica rápido ali no mato.

01:23Nesse momento que eu parei, não tinha como seguir em frente porque estava muito apertado,

01:27nesse momento que eu parei, eu percebi que já parou um chevette,

01:32se não me falha a memória assim, um chevette cozinha bege,

01:35parou um pouco mais de 150 a 200 metros do meu carro,

01:40e eu ainda suspeitei de alguma coisa,

01:41mas, quando desceu, desceu um rapaz com a mochila nas costas,

01:45e entrou no mato assim um pouco,

01:48como se fosse também fazer necessidade fisiológica.

01:52Daí, já vi que não tinha tanta suspeita,

01:55eu continuei, fui lá no mato,

01:58e quando eu estou voltando,

02:01eu percebi que o chevette, ele tinha ido embora,

02:04mas o rapaz que tinha descido do carro,

02:06ele permanecia na mesma posição, no mesmo lugar.

02:09Quando eu olho para trás do meu carro,

02:11que atrás do meu carro, acho que uns 100 metros,

02:14vinha um outro rapaz andando,

02:17eu já suspeitei do outro que já estava parado,

02:19e desse que vinha andando, me apressei para entrar no meu veículo.

02:22Quando eu apressei os passos para entrar no meu veículo,

02:24ele se aproximou muito mais rápido de mim,

02:26colocou a arma no meu rosto,

02:29dizendo que era um assalto.

02:31No momento, eu até nem acreditava,

02:33fiquei até sem acreditar,

02:35levantei as mãos,

02:36falei, o que é isso, rapaz?

02:38Ele disse, vai reagir, vai reagir,

02:41eu estouro você aqui agora mesmo,

02:43eu estouro você, não reaja não,

02:44eu disse, não, não vou reagir.

02:45Nesse momento, ele me obrigou a entrar no veículo,

02:47no banco do motorista mesmo,

02:50eu entrei, e ele ficou me impressionando,

02:52vai para o outro, vai para o outro,

02:54eu não sabia o que era que ele estava dizendo,

02:55ir para o outro.

02:56E ele disse,

02:57nesse momento, ele disse,

02:59você quer reagir, você quer reagir,

03:01eu vou estourar você, eu estou lhe dizendo,

03:02vou dar um tiro em você.

03:03Ele disse, não, não quero reagir,

03:05vou para o outro o quê?

03:05E aí fui para o banco do carona.

03:07Ele disse, não, não é esse,

03:08vai para o banco de trás.

03:09Foi a minha felicidade, Rodrigo.

03:10Porque quando eu fui para o banco de trás,

03:13ainda permaneci sentado,

03:15ele tentando ligar o carro,

03:17o carro ser automático,

03:19eu estava com a chave no bolso,

03:20ele disse, espera aí,

03:21que ainda vai entrar outro comparsa,

03:23que foi justamente o que tinha descido

03:25do cheveto e velhinho,

03:26que estava lá na frente.

03:28Eu fiquei esperando,

03:29a gente ficou esperando,

03:31e quando ele entrou,

03:33ele já entrou no banco da frente,

03:34do carona,

03:35e já entrou me ameaçando,

03:36dizendo que eu estava vacilando,

03:37que ia me estourar,

03:39e que eu estava querendo reagir.

03:41Nesse momento eu disse,

03:41não, não quero reagir,

03:42não quero reagir.

03:43Ele mandou eu deitar

03:44e colocar a minha camisa no rosto.

03:47Coloquei a camisa no rosto,

03:48me deitei,

03:50e eles saíram em alta velocidade,

03:52eu percebi várias curvas,

03:54como eu estava deitado,

03:55não sabia mais para onde eu estava indo,

03:56percebi várias curvas,

03:57e daí eu percebi,

03:59pelo barulho,

04:00que os carros estavam passando

04:01do lado esquerdo do meu carro.

04:02Então, eu não sabia ainda

04:05onde era que estava,

04:06mas sabia que o lugar certo de pular

04:07era pelo lado direito.

04:09Quando ele aliviou de novo,

04:10foi que eu pulei,

04:11foi que eu estava na frente da Compesa,

04:13na BR-232,

04:14ali na altura do atacado dos presentes.

04:16Gente,

04:17esse trabalhador ficou todo arrebentado,

04:18como vocês conseguem ver nas imagens,

04:20poderia ter morrido,

04:21tanto vítima de disparo,

04:23de armada de fogo,

04:23quanto também de acidente mesmo,

04:25ao pular do veículo,

04:26mas foi o desespero que fez com que ele tomasse

04:28essa ação.

04:29Dali ele conseguiu caminhar até um quartel

04:31dos bombeiros,

04:33da polícia militar,

04:34ali na BR-232,

04:36e foi a partir daí que conseguiu ajuda

04:38para poder registrar a ocorrência

04:39e fazer com que uma investigação se inicie.

04:41O carro dele continua assumido,

04:43é um Virtus cinza,

04:45de placa SSU 9H00.

04:48SSU 9H00.

04:50O telefone de contato,

04:51para quem tiver qualquer informação,

04:53é o 98591-7385.

04:57Até a aliança dele,

04:58ele foi obrigado a atirar

04:59para entregar a esses bandidos,

05:01e sempre com muita agressividade verbal,

05:03ou seja,

05:04sempre com muita ameaça.

05:05O que é que eles te falavam?

05:06Eles ficavam dizendo que,

05:08perguntando se o carro tinha rastreador,

05:10se o carro tinha seguro,

05:13que eu não mentisse,

05:15porque lá onde eles iriam levar o carro,

05:17eles falavam assim,

05:18se você estiver mentindo,

05:20quando chegar lá,

05:21a gente vai estourar a sua cabeça,

05:23porque lá tem mecânico,

05:25tem tudo,

05:25que vai descobrir tudo,

05:26tudo sobre o carro.

05:28O que passava na tua cabeça?

05:29Qual era o teu maior temor?

05:31A morte.

05:33A morte.

05:38Chegou a falar para ele

05:39que era pai de família,

05:41que tinha gente que dependia de você.

05:42Falei sim,

05:43eu falei que não fizesse nada comigo,

05:45que eu tinha meus dois filhos para criar,

05:48e é isso.

05:51que é a sua cabeça.

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