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O CEO do Assaí Atacadista, Belmiro Gomes, revelou em entrevista ao Show Business a dimensão do fenômeno do atacarejo no Brasil: o modelo já responde por mais de 50% de todo o mercado alimentar do país, um salto gigantesco em comparação aos 20% de uma década atrás. O principal motor desse crescimento, segundo ele, é a oferta de preços de 12% a 15% mais baixos que os supermercados tradicionais.

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Transcrição
00:00Olá, boa noite, está no ar o Show Business, o mais tradicional talk show de negócios da TV brasileira.
00:08E no programa de hoje vamos receber Belmiro Gomes, CEO do Açaí Atacadista,
00:14uma das maiores varejistas do Brasil, com mais de 300 lojas e uma receita bruta de 80 bilhões e 500 milhões de reais.
00:26Eu sou o Bruno Meier e seja muito bem-vindo ao Show Business que começa em instantes.
00:44Ele acaba de completar 40 anos de uma carreira inspiradora.
00:50Foi sorveteiro, estoquista, vendedor, até virar CEO de um segmento do varejo que caiu nas graças do mercado e, sobretudo, do público.
01:03O atacarejo, tendo o Açaí Atacadista, uma companhia com mais de 80 mil funcionários, como uma das gigantes do setor.
01:15Nós vamos conversar nesta edição do Show Business com Belmiro Gomes, CEO do Açaí Atacadista.
01:23Belmiro, obrigado pela presença em nosso estúdio.
01:27Vamos começar falando desse segmento do atacarejo, a junção aí do atacado com varejo,
01:35que tem ganhado força em tempos recentes no Brasil.
01:39E o grupo Açaí é um dos grandes exemplos, né?
01:45Por que a família brasileira passou a ver o atacarejo como destino das compras do mês?
01:53Obrigado, obrigado pela pergunta.
01:56Antes disso, eu queria agradecer o convite, parabenizar o trabalho, o seu Bruno Meyer,
02:01o trabalho feito pelo Show Business.
02:02Para quem estiver nos assistindo hoje, esperamos transmitir algumas informações importantes
02:07e falar de um segmento que eu estou há 37 anos, que é o setor atacadista ou o setor alimentar.
02:14O atacarejo, como hoje é chamado, ou o atacado de autosserviço ou cash and care,
02:18como você bem disse, ele junta duas propostas.
02:23Atender consumidores finais, ou seja, predominantemente famílias,
02:27sejam em compras abastecedoras e repositoras, mas também uma grande gama de empreendedores.
02:33O Brasil, como nós sabemos, é um país muito do empreendedorismo.
02:37Então, nós atendemos desde bares, restaurantes, lanchonetes, padarias, escolas,
02:42uma infinidade de segmentos, que com isso, atendendo esses dois público-alvo,
02:47nós reduzimos custo operacional e nos concentramos na principal proposta desse modelo de negócio,
02:53que é o quê?
02:54Preço baixo.
02:55Vender alimento, limpeza, perfumaria, com preços reduzidos,
03:00em relações ao que nós temos em outros canais que operam no setor.
03:04O atacarejo é a resposta para o Brasil de hoje?
03:08Hoje, ele foi uma consequência de uma série de características do Brasil.
03:13O país nosso, nós somos um país de dimensões continentais,
03:17com uma malha logística extremamente custosa,
03:21uma complexidade tributária também,
03:24e produtos de baixo valor agregado, principalmente o alimentar,
03:27o que faz com que seja difícil o transporte e, principalmente, a entrega ponta a ponta.
03:32Nas grandes metrópoles brasileiras, nós temos metrópoles muito adensadas,
03:36com dificuldade de logística.
03:37Então, esse modelo surge para atender esses dois públicos e numa pressão também de economia,
03:44dado que também, infelizmente, nós somos um país de grandes desigualdades sociais,
03:48onde você sempre teve, por mais que, independentemente, no momento agora nós temos juros elevados,
03:54uma inflação alimentar, mas sempre teve a necessidade brasileira de economizar.
03:58Então, o modelo, ele nasce para suprir isso, começando na periferia das grandes cidades brasileiras,
04:05mas hoje, o modelo, durante décadas de transformação,
04:09ele é um modelo que penetra em todas as classes sociais,
04:13desde a classe AB até a classe CDE e em praticamente todas as gamas de comércio.
04:17Para que você tenha uma ideia, Bruno, o setor responde hoje, todos os players juntos,
04:21por mais de 50% do mercado alimentar brasileiro.
04:24Isso, se a gente comparar com 5, 10 anos atrás, é quanto?
04:29É uma crescente...
04:3010 anos atrás, era quanto, mais ou menos?
04:32O setor representava em torno de 20%.
04:3520%?
04:36O setor passou...
04:36Muito relevante, né?
04:38Exatamente.
04:38Agora, você está falando de um motivo definidor, que é preço baixo.
04:46A ascensão do atacarejo no Brasil nos últimos anos é porque vende mais barato
04:51e as pessoas estão atrás de produtos mais baratos.
04:54Quanto, em média, vocês vendem mais barato do que os concorrentes de supermercados?
05:02Há uma diferença que ela depende da categoria, né?
05:06Mas, quando o atacarejo começa, o formato dominante era o hipermercado no Brasil,
05:12que tem uma queda, dado que quando o e-commerce principalmente entra,
05:16muita gente até acha que foi o atacarejo que disruptou o hipermercado.
05:20E não foi, foi o e-commerce.
05:21Há 20 anos atrás, se você precisasse de um forno de micro-ondas, você ia onde?
05:25No hiper.
05:26Uma furadeira?
05:27No hiper.
05:28Celular?
05:28No hiper.
05:29Na medida que o e-commerce entra no produto de alto valor agregado, não perecível,
05:34o e-commerce é uma grande solução, você compra e recebe em casa e recebe na porta.
05:38Isso aumentou os custos dos hipermercados, fazendo com que ele tivesse mais dificuldade
05:43de competir contra o atacarejo.
05:45A diferença de preço do atacarejo em relação ao hipermercado era em torno de 15%.
05:5115%, normalmente os estudos mostram que para você criar um novo formato de hardscount,
05:57na maioria dos países, quando você tem uma proposta de preço,
06:00que o preço é menor em torno de 10% na categoria alimentar,
06:03esse modelo tende a ter sucesso, que é o que aconteceu.
06:06Então hoje você tem uma diferença a depender do operador,
06:09que vai de 12% a 15% em relação aos hipermercados ou em relação aos supermercados.
06:15Então, 12% a 15% mais barato.
06:19E aí fica a pergunta, como é que vocês ganham dinheiro?
06:23Primeiro, nosso negócio é um negócio de margem baixa,
06:27então o que a gente busca ganhar é principalmente na escala,
06:31principalmente porque isso, da medida que você atende o público comerciante,
06:37o comerciante para ele o preço de compra é custo.
06:40Então para ele, para esse comerciante, para quem tem uma mercearia pequena,
06:43mesmo para quem tem um restaurante, para quem está operando,
06:46o custo de compra é algo muito importante para ele.
06:49Então, por isso que o nosso setor, ele normalmente,
06:52você opera buscando ganhar em volume e uma margem,
06:56tanto que a margem líquida do setor, ela trabalha, quando muito,
06:59não é nem o cenário atual, em 2% de lucro líquido.
07:03No máximo isso, o ano passado, dado que os juros estão elevados,
07:06para que você tenha uma ideia, se a gente olha para 2024
07:09e soma as quatro companhias de capital aberto do setor alimentar,
07:13o lucro líquido foi inferior a 1%.
07:15Obviamente que parte disso está explicado pelo ciclo de juros altos
07:19que o Brasil vem passando, mas é um setor que, ou seja,
07:22ele visa, nós visamos volume e escala e repasse de produto a preço baixo,
07:28fazendo para as indústrias, na nossa visão, um papel importante,
07:30que é o de distribuidor complementar.
07:32Se nós olharmos para pouco tempo do passado,
07:35você veria caminhões das indústrias fazendo entrega porta a porta.
07:39Se você vai, por exemplo, pegar um exemplo,
07:40uma grande metrópole como Nova York,
07:42se você for na 4ª avenida, 5ª avenida, até as 10 horas da manhã,
07:45você vai ver caminhões de 3 eixos, 4 eixos, fazendo entrega.
07:49Isso é impossível em São Paulo.
07:50Imagina aqui na Alameda Santos, no próprio Rio de Janeiro.
07:53Você ter os caminhões, né?
07:55Os caminhões fazendo entrega porta a porta.
07:56Então o nosso modelo acaba que nós somos um distribuidor complementar
08:00também da indústria para esse pequeno comerciante,
08:02e para o pequeno comerciante, para ele é uma vantagem, por quê?
08:06É como se nós fôssemos o centro de distribuição dele,
08:09aonde quem tem, por exemplo, um comércio de food service,
08:11ele vai muitas vezes diariamente na loja,
08:14ele vê o produto que ele precisa e faz uma reposição muito rápida.
08:17Qual é o impacto do cenário econômico para companhias de varejo como a sua?
08:23Infelizmente, o juros chegou agora a 15%,
08:26quando foi na última, na semana passada, na última quarta-feira,
08:31pouco antes da véspera do feriado,
08:33o Copom elevou os juros no Brasil para 15%,
08:36o que faz com que nós tenhamos hoje um dos maiores juros reais do mundo.
08:39O cenário que nós temos visto, a consequência disso,
08:43é um corte de investimento da maioria das companhias.
08:45No caso mesmo do açaí,
08:47nós passamos por um ciclo de expansão tanto orgânico,
08:50muito elevado,
08:51que demandou uma quantidade gigantesca de investimentos,
08:54e o último grande projeto que nós fizemos
08:56foi exatamente a compra dos hipermercados do Extra,
08:5970 pontos comerciais,
09:01que são 70 pontos muito bem localizados no Brasil,
09:04o que fez com que a companhia estivesse tanto na compra de ponto,
09:08como também nos custos para converter essas lojas de hipermercado em atacarejo,
09:12um investimento elevado.
09:13Então, o nível de alavancagem da companhia,
09:16quando nós fizemos, tomamos essa decisão,
09:17o juros no Brasil estava acho que 5%,
09:20havia uma expectativa que ficaria em torno de 7%,
09:22e foi a 14,75% e a semana passada foi a 15%.
09:27Então, isso faz com que uma série de ajustes tenham que ser necessários.
09:31Com isso, haverá uma desaceleração na abertura de lojas do açaí?
09:36Sim.
09:37O cenário atual de juros faz com que a companhia,
09:39não somente o açaí,
09:40mas várias companhias,
09:41estejam muito focadas nesse momento
09:43em reduzir a exposição a dívidas,
09:45no processo de desalavancagem,
09:47dado que as previsões de juros,
09:50mesmo se nós voltarmos ao ano de 2024
09:52e olhassem qual era a previsão
09:53de aterrissagem final da taxa selica
09:56ao final de 25%,
09:57pode-se olhar que ela está muito acima do que esperava.
10:00Então, isso causa para as companhias
10:02um cenário de incerteza
10:03que, nesse momento,
10:05dívida,
10:05então a preservação de caixa
10:06e foco em redução de dívida
10:08está em foco na maioria das companhias,
10:10isso reduz os investimentos,
10:12principalmente materializado,
10:13no nosso caso,
10:14na expansão de novas unidades.
10:16Mas, nos próximos tempos,
10:18terão aberturas de lojas
10:19ou vai reduzir totalmente?
10:22Não, a gente não chega,
10:23no caso da sede,
10:24não chega a eliminar totalmente,
10:26até porque vários projetos,
10:27principalmente projetos de lojas orgânicas,
10:30eles têm um tempo longo
10:32para a obtenção de licença,
10:33alvarazes,
10:34dependendo da cidade do Brasil,
10:36você pode chegar até três anos,
10:37o tempo de aprovação.
10:39Essas decisões são tomadas
10:41com bastante anterioridade,
10:42então, para que você tenha uma ideia,
10:44nós tínhamos um plano de expansão
10:45que previa 20 unidades para esse ano
10:47e 20 lojas para o ano que vem,
10:49que foram reduzidas agora para 10 lojas.
10:51E, obviamente,
10:52a companhia sempre vai estar olhando
10:53qual o nível de custo
10:55que a dívida está tendo
10:56em relação à nossa geração de caixa
10:58e podendo ajustar
10:59os seus níveis de investimento.

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