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Na última sexta-feira, o prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio da Silva, foi vítima de um ataque que abalou a região. Enquanto se dirigia para um encontro com jornalistas, ele foi atingido por um tiro, gerando preocupação em todo o município. Aprígio, que tem 72 anos, está atualmente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e seu estado é estável, mas ainda inspira cuidados.
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Transcrição
00:00Finalmente chegou a hora. No próximo domingo nós teremos o segundo turno das eleições de 2024.
00:18Eleições essas que eu já falei várias vezes aqui no programa foram as eleições municipais mais importantes da história.
00:25Mas elas também trouxeram, e aí eu queria realmente uma análise dos senhores, uma marca muito triste, uma característica muito triste.
00:34Porque eu, olha que eu já estou acostumado com eleição no interior, enfim, eu já cobri de tudo.
00:44Mas eu tenho a impressão de que essas, sem dúvida nenhuma, foram as eleições mais violentas da história.
00:50E olha que o meu parâmetro é alto, porque eu já vi, por exemplo, eu já cobri por outros veículos, por exemplo,
00:58em cidades em que as pessoas queimaram urnas eletrônicas, depredaram escolas.
01:04Mas, olha, nessas eleições nós tivemos cadeirada ao vivo.
01:08Né, Matheus? Tem um vídeo da...
01:09Tivemos isso, tivemos soco, e tivemos, na última sexta-feira, um atentado ao prefeito,
01:20né, o aprígio da Silva do Podemos, lá em Taboão da Serra.
01:25Matheus, solta, por favor, aí as imagens do atentado.
01:28O prefeito está num quadro estável,
01:57e o caso está sendo investigado pela Polícia Federal.
02:00Ricardo e Duda, assim que eu alei entrar aqui, ele também ajuda a gente nessa análise.
02:08Infelizmente, nós tivemos a...
02:10Pelo menos a impressão que eu tenho,
02:12é que, de fato, essas foram as eleições mais violentas da história, eleições municipais.
02:17Logicamente que eu precisaria ainda de dados para a gente poder confirmar essa tese.
02:22Mas as imagens são chocantes.
02:23E o fato de você ter, por exemplo, uma cadeirada ao vivo em São Paulo,
02:29durante um programa de televisão, eu acho que é meio que simbólico.
02:33A pergunta que eu quero fazer para vocês, meus caros, é o seguinte.
02:37O eleitor vai ter que se acostumar com essas cenas?
02:40Isso pode ser um novo normal?
02:43Ou a gente ainda pode ter esperança de que as coisas se acalmem num futuro próximo?
02:48Quem quer começar?
02:48Posso começar?
02:51Por favor, vá lá, querido. Fique à vontade.
02:54Eu não saberia dizer, sinceramente, se são as eleições mais violentas da história.
02:58Até acho que em gravidade, não.
03:02Em 2022, eu me recordo perfeitamente, a gente teve dois assassinatos, pelo menos, né?
03:08Envolvendo eleitores.
03:09Aqui em Belo Horizonte, a gente tem tido algumas cenas de violência também, brigas entre militantes de partidos,
03:16depredação de material publicitário de candidatos.
03:20O que eu acho que houve de inédito nessas eleições é que a coisa extrapolou do campo dos militantes,
03:27extrapolou do campo das ruas dos eleitores, para os políticos, propriamente dito.
03:32Eu não me recordo de uma briga feia como essa que ocorreu, você acabou de mostrar, a cadeirada do Datena no Marçal.
03:41Eu não me recordo de uma briga dessa e um debate, principalmente numa cidade da importância de São Paulo.
03:47Lá atrás, anos atrás, décadas atrás, na verdade, a gente chegou a ter assassinato em cidades, em disputas regionalizadas,
03:56principalmente no Norte, Nordeste, no interior dos estados do Nordeste, isso acabava acontecendo.
04:02De um bom tempo para cá, eu repito, pelo menos no âmbito dos próprios políticos,
04:08eu realmente não me recordo de ter visto tanta violência explícita, tanta troca de ofensas, tantos insultos pesados.
04:16Aqui em Belo Horizonte, a gente teve, por duas vezes também, um debate, candidatos acusando outros,
04:23da mesma maneira que o Marçal fez aí, de usar cocaína, de usar drogas.
04:28Isso a gente também, uma coisa que não costumava ver anteriormente, tinha sempre essas acusações no âmbito do campo de corrupção e tudo mais,
04:39mas de uso de drogas, violência doméstica também, a gente nunca viu essas coisas entrando em cena nos debates.
04:46Então, eu repito, se são as mais violentas, eu não sei, mas não me recordo mesmo de ter agentes políticos,
04:53de ter candidatos disputando eleições nesse nível tão baixo como a gente tem assistido.
04:59É, só para trazer aqui para os senhores, acho que talvez é um dado interessante,
05:04que tem uma pesquisa, violência política eleitoral no Brasil,
05:08e segundo esse levantamento aponta que a cada um dia e meio houve um caso de violência política no Brasil,
05:13foram pelo menos 145 casos.
05:17Esse estudo aponta 14 assassinatos entre, lógico, entre 1º de janeiro a 15 de agosto de 2024,
05:26com supostas motivações políticas.
05:28Obviamente que a gente precisa depurar esses números.
05:30Duda, quer falar alguma coisinha, querido?
05:32Quer acrescentar algo sobre esse assunto?
05:35Eu acho que o Ricardo foi perfeito aí na análise,
05:37Realmente, há dois anos a gente tinha uma polarização mais intensa aqui no Brasil,
05:44daquela coisa Lula ou Bolsonaro.
05:47Falava-se muito, puxa, a gente não vai conseguir mais conversar em sociedade,
05:51é só briga.
05:54Foram vários casos, teve um caso que era de um aniversário de um petista,
05:58entra lá um bolsonarista, atira.
06:01Foram vários casos de violência grave mesmo, de assassinato.
06:07Nesse caso agora, é mais realmente os próprios candidatos.
06:13Acho que teve uma testada também em Fortaleza,
06:16também teve esse lance.
06:19Mas eu acho até menos grave.
06:21Acho que foi no Piauí.
06:22No Piauí.
06:23Eu acho até menos grave.
06:26Uma coisa são os eleitores se matando,
06:28outra coisa é, de fato, ali um empurrão, uma cadeirada no meio do debate.
06:36A história do aprígio ainda precisa ser investigada.
06:40A polícia civil está investigando para entender quem foi que atirou,
06:45por que que atirou,
06:46se realmente é um caso de questão política.
06:50E aí, realmente, é uma coisa que sempre pode acontecer.
06:53É um crime.
06:55E aí, precisamos entender melhor o que aconteceu.
06:59Deixa eu trazer o nosso Alê,
07:01que é o nosso homem do marketing político.
07:04Alê, tudo bem, querido?
07:05Seja bem-vindo mais uma vez, rapaz.
07:08Bom dia para todos.
07:09Bom dia especial para o nosso freguês aí,
07:12do Atlético Mineiro.
07:14Um grande abraço.
07:15Olha a provocação, rapaz.
07:17Olha a provocação.
07:17Não, não é a provocação.
07:19Vai guardando a provocação para o final, Alê.
07:21Não é a provocação.
07:22Isso é uma felicidade.
07:23Você pegar uma final com o Atlético Mineiro,
07:25é uma maravilha, né?
07:26Aquela freguesia de sempre.
07:27Enfim, mas...
07:30Só para explicar o contexto, né?
07:32O nosso Alexandre Bocchi é um flamenguista daqueles,
07:35Ranzinza,
07:36e o nosso Ricardo Kessman é aquele atleticano roxo,
07:39daquele homem.
07:40Ou seja, como é que está o grupo da redação
07:42hoje pela manhã com a final da Copa do Brasil
07:44entre o Flamengo e Atlético Mineiro.
07:46Vamos lá, Alê.
07:47Continua, querido.
07:50Olha, em relação à questão da violência,
07:52meus companheiros aí foram perfeitos,
07:55eu só queria acrescentar
07:56que uma das grandes diferenças que nós temos hoje
07:59é a violência verbal em nome dos cortes de rede social.
08:05Porque antigamente, como é que você tinha um debate,
08:09só que a narrativa pós-debate era meio controlada,
08:11porque você tinha grandes jornais, grandes veículos.
08:15Então, assim, não faria muito sentido
08:17um marçal da vida, há 15, 20 anos atrás,
08:21num debate, fazer qualquer tipo de baixaria,
08:25porque aquilo não ia repercutir, né?
08:27Os jornais iam matar no peito,
08:29iam criticar,
08:31e o que ia ficar para o dia seguinte,
08:33para a população, era uma crítica.
08:34Hoje não, hoje já não tem mais controle de narrativa.
08:37O que não necessariamente é bom, tá?
08:40Como tudo na vida,
08:41e como tudo desse impacto de força
08:43que é a rede social,
08:44você tem lado bom e lado ruim.
08:46O lado ruim é esse.
08:48Você abre espaço para a gente do calibre do Marçal,
08:51da qualidade moral, ética, de caráter dele,
08:56e outros, né?
08:58Onde você vai para um debate,
09:02fala os maiores absurdos,
09:05provoca de uma maneira muito pessoal.
09:08Vamos lembrar que o Marçal,
09:09ele entra na campanha acusando a Tabata
09:12de ter deixado o pai dela morrer
09:15e ter ido para Harvard.
09:17Foi uma coisa assim,
09:18assim, inominável, infame, assim, no limite.
09:24Mas ele sabe que isso vai para o corte,
09:26vai para o Zap e vai repercutindo.
09:29E por mais que a imprensa e nós,
09:31a gente bata, a gente diga o absurdo que foi,
09:35você tem essas câmaras de eco
09:37nas redes sociais e no Zap,
09:40onde a nossa mensagem mal chega.
09:43E essas mensagens que ficam reforçando
09:46o que diz o candidato,
09:48elas acabam prevalecendo.
09:50Então, eu acho que esse é um ponto também
09:52importante para a gente lembrar
09:53que as redes sociais,
09:55que são maravilhosas em vários aspectos,
09:58mas também, infelizmente,
10:01a gente vai ter que saber
10:02como lidar em algum momento com isso.
10:05Elas também abriram espaço
10:07para esse tipo de uso criminoso,
10:12irresponsável,
10:13pelo menos irresponsável,
10:15dessas mídias que acabam levando
10:18a insuflar muito a militância,
10:22as pessoas ficarem convencidas
10:24que tudo é um jogo do bem contra o mal,
10:26Deus e o diabo.
10:28O meu lado é a pureza,
10:29a santidade,
10:30o outro lado é o demônio,
10:33é a maldade, enfim.
10:34É como se a gente tivesse todo mundo
10:35voltado à infância,
10:37vendo desenho animado,
10:38onde você tem super-heróis e vilões.
10:40É uma pena que a gente tenha regredido tanto,
10:43mas temos que manter a esperança
10:44que em algum momento
10:45a gente vai ter uma solução
10:47inteligente para isso,
10:50para poder superar essa fase.

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