- há 3 meses
Os ministros do governo Lula elegeram no domingo, 6, 113 dos 224 candidatos a prefeito que apoiaram no primeiro turno das eleições municipais. O melhor desempenho, no entanto, é atribuído aos representantes do Centrão, que contribuíram para eleger 96 gestores, registrou O Globo.
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NotíciasTranscrição
00:00O Antagonista nas Eleições 2024
00:07Vamos falar de eleições 2024, eu não sei se o nosso Alexandre Bosch já está na área,
00:19assim que ele estiver, Matheus, me avisa, tá? Por gentileza.
00:22Porque é o seguinte, olha só, o Centrão conseguiu ter o maior número de prefeituras no país
00:28e o PSD do Gilberto Kassab foi, sem dúvida nenhuma, o partido vencedor dessas eleições de 2024.
00:34Matheus, coloca na tela, por gentileza, a arte que você fez agora há pouco, meu querido.
00:38Porque é o seguinte, temos o PSD com 877 prefeituras, seguido de MDB por 846,
00:45PP 743, União Brasil com 578,
00:50PL do Jair Bolsonaro com 509,
00:53Republicanos 430,
00:55PSB, B de bola 307,
00:58PSDB 269, PT 248 e PDT 148, né?
01:06Aí eu estou falando dos 10 partidos que tiveram o maior número de prefeituras,
01:10que conquistaram, melhor dizendo, o maior número de prefeituras.
01:14Um detalhe sobre o MDB, ontem eu conversava ali com o integrante do partido,
01:17eles falavam, não, Wilson, aqui esse patamar, pode deixar isso na tela?
01:21Porque eu vou trazer para vocês alguns bastidores sobre a repercussão junto aos grandes caciques.
01:26Eu conversei com o integrante do MDB, eles me falaram o seguinte,
01:30olha, Wilson, o número estava ali dentro da média, a minha expectativa era realmente,
01:35que a nossa expectativa, melhor dizendo, era que o partido elegesse transpar a Camatheus.
01:39Vamos fazer essa dobradinha com esse quadro?
01:42Era que o MDB elegesse ali entre 830 e 870 prefeitos.
01:48O PSD do Kassab, esse de fato surpreendeu, porque a cúpula, integrantes ali do partido falavam,
01:54não, vamos conseguir eleger esses 650, 700, 750, mas aí quando você abriu as urnas,
02:01o PSD conseguiu 800, volta lá, Matheus, 800 e 877, tá?
02:08O PP, 743, também foi um número que surpreendeu os integrantes ali do partido,
02:13o União Brasil, ali na média que eles imaginavam.
02:17Agora, o PL, boa, Matheus, obrigado, vou deixar esse quadro dividido.
02:20O PL, de fato, aqui que tem um dado que frustrou a expectativa do Valdemar Costa Neto.
02:28Isso é que é um detalhe curioso, porque internamente, integrantes da sigla falavam,
02:33não, eu acho que o nosso patamar seria esse mesmo, 500 prefeituras, 600 prefeituras, no máximo 700.
02:37Mas o Valdemar chegou a falar de 1.500 prefeituras.
02:42Então, esse aqui é o ponto.
02:44E aí o Ricardo Marques pergunta aqui, o que aconteceu com a direita?
02:47Ela tá fragmentada aqui, em PSD, MDB e PP, tá?
02:51E o União Brasil e o PL.
02:53Esse primeiro bloco aqui, ó, esse bloco aqui dos cinco maiores partidos,
02:56são partidos de centro ou de centro-direita.
02:58Então, você tem aí, de fato, um número, né, mostrando que essa ala mais conservadora, né,
03:04esse eleitor, né, esses prefeitos que têm uma ligação com esses partidos do centrão,
03:08que é um centrão um pouco mais conservador, ele, de fato, né,
03:12conseguiu avançar nessas eleições de 2024.
03:18E o seguinte, Matheus, então, antes da gente...
03:21O Alexandre Bosch tá ou não?
03:25Tá ou?
03:25Então, deixa eu aproveitar, deixa eu trazer logo o nosso Alexandre Bosch
03:27pra gente fazer uma análise rápida sobre esses números, nosso grande especialista.
03:31Meu querido, seja bem-vindo ao Meio Dia em Brasília mais uma vez.
03:33Fala, meu querido, tudo bem? Tudo bem a todos?
03:36Vou tentar, você sabe que rapidez não é o meu forte, mas vamos lá.
03:40Não, não, sem problemas, Alê, sem problemas, pode ficar absolutamente tranquilo.
03:43Matheus, dá pra dividir o quadro entre eu, o Alê e o...
03:48Isso, perfeito, obrigado, querido.
03:50O seguinte, dá pra perceber aqui, não é, Alê,
03:53que esses números mostram aquilo que é algo que é muito característico, né,
04:01de eleição municipal, que é uma eleição pragmática.
04:04Houve uma tentativa de polarização ali entre Bolsonaro e Lula nas grandes cidades,
04:09só que nos rincões do país vale o pragmatismo.
04:13Vale a água, vale a rua asfaltada, vale a praça bem cuidada,
04:18vale o posto de saúde funcionando.
04:20Me parece que esses números ali refletem exatamente isso, né,
04:24refletem que esse pragmatismo, no caso da eleição municipal, ele ainda é muito forte.
04:29É verdade, Wilson.
04:31Um ponto é o seguinte, primeiro, eleição é uma coisa muito cara,
04:35custa bilhões pros cofres públicos, né,
04:38muito dinheiro que podia estar em hospital, podia estar em remédio,
04:42podia estar em escola, tá em eleição.
04:44O Brasil gasta muito dinheiro com eleição.
04:47E a gente faz eleição a cada dois anos.
04:49Por que a gente não faz tudo de quatro em quatro anos?
04:51Exatamente porque o legislador, em algum momento,
04:55teve essa ideia, que eu concordo plenamente,
04:58de tirar a eleição municipal, prefeito e vereador,
05:02desse bonde sem freio,
05:05que é a eleição que mistura governador, presidente, senador,
05:10enfim, é esse grande bonde sem freio
05:16que acontece de quatro em quatro anos.
05:18Se a gente ainda misturasse pra economizar dinheiro,
05:22que fosse o argumento, né, e botasse tudo numa eleição só a cada quatro anos,
05:27a eleição pra prefeito ia desaparecer praticamente.
05:30Então as pessoas tiveram, em algum momento,
05:33esse bom senso de tirar dessa grande eleição
05:36o pleito municipal pra que as pessoas pudessem pensar as suas cidades.
05:41Ninguém mora em ideologia, ninguém mora no WhatsApp.
05:46Apesar de muita gente viver pensando no WhatsApp
05:49e do que houve, do que vem ali na rede social,
05:52em ideologias, em discursos de influenciadores radicais, oportunistas, doidos.
05:59Mas assim, mas você, eu, você, todos nós moramos numa cidade.
06:04E essa cidade tem um prefeito que precisa ser muito bem escolhido.
06:08Então quando você tem um pleito que só, que o eleitor só pensa nisso,
06:13que bom, graças a Deus, o eleitor não vai acertar sempre,
06:17ele vai experimentar, ele vai tentar aqui, vai tentar ali,
06:21mas a gente percebe que o eleitor, quando ele olha para a cidade dele,
06:27ele não tá afim muito de aventura.
06:29Então, se você for olhar os partidos que não elegeram nenhum prefeito,
06:35eu dei uma olhada rápida, são só partidos radicais,
06:39da franja do extremismo ideológico.
06:41Pessoal, aquele UP, PCO, entendeu?
06:46Que são partidos que não elegeram nenhum prefeito no Brasil inteiro.
06:50O Pessoal pode, acho improvável, mas pode eleger até o Guilherme Boulos em São Paulo.
06:56Mas não elegeu até o momento.
06:57No primeiro turno, o Pessoal não elegeu nenhum prefeito no Brasil
07:02e perdeu feio em Belém, porque teve um mandato desastroso.
07:10Em compensação...
07:11Alê, deixa eu só...
07:11Alê, desculpa te interromper,
07:13eu só queria te dar um número que eu acho que é legal
07:14para continuar na tua análise do PSOL.
07:17Em 2020, o PSOL elegeu quatro prefeitos,
07:20sendo que teve um a Capitóculo e Belém.
07:22Então, isso mostra muito bem o que você está falando agora.
07:25Desculpa, Tic, queria te cortar...
07:26Não, ótimo, ótimo.
07:27E Belém é um caso que eu acho muito sintomático
07:32de uma prefeitura, de um mandato que foi tão desastroso
07:37que o sujeito não foi nem para o segundo turno.
07:39É uma eleição que vai ter dois turnos, vai seguir.
07:43E os dois candidatos que foram para o segundo turno,
07:47o bolsonarista e o mais à esquerda,
07:49eles passaram o prefeito atual com máquina, com tudo.
07:53Por quê?
07:53Porque o povo de Belém experimentou,
07:56e eu não estou aqui para criticar,
07:59eu nunca nem pisei em Belém,
08:00então, assim, não estou aqui, quem sou eu, para criticar.
08:03Mas o povo experimentou um partido radical
08:08há quatro anos e não gostou da experiência.
08:13Claramente, mostrou isso nas urnas,
08:15isso não é questão de opinião, isso é número.
08:18Era um prefeito extremamente mal avaliado
08:20e foi colocado para fora.
08:23Aqui no estado do Rio de Janeiro,
08:25a gente também teve uma prefeitura do PSOL
08:27que foi um desastre, uma coisa assim, enfim.
08:31E o PSOL, inclusive, na época, por exemplo,
08:35o Marcelo Freixo, ele era do PSOL,
08:37e ele foi ao segundo turno com o Marcelo Crivella
08:40na eleição de 2016.
08:47E, para mim, e acho que para muita gente
08:51que mora aqui no Rio de Janeiro,
08:53disputar um segundo turno com um candidato do PSOL
08:57é um presente, você vai ganhar, entendeu?
09:00O PSOL não vai fazer 50%,
09:02mesmo no Rio de Janeiro,
09:04que é onde nasceu o PSOL,
09:07o PSOL é um fenômeno carioca.
09:10Alguns vão dizer, inclusive,
09:11que é, em parte, um fenômeno
09:13de Rede Globo, de artistas,
09:16de celebridades, entendeu?
09:18Essa coisa meio da esquerda Leblon,
09:20identitária, libertária, enfim.
09:22Eu acho que tem um ponto nisso.
09:24Mas, mesmo com toda a ajuda,
09:26e você imagina,
09:28a força da classe artística
09:29e da Rede Globo aqui no Rio de Janeiro.
09:33E, mesmo assim,
09:34eles não conseguem emplacar o PSOL na prefeitura.
09:39Pelo contrário,
09:39é um candidato do PSOL chegar no segundo turno,
09:42o adversário fica rindo,
09:44agradece,
09:45porque sabe que vai ganhar a eleição.
09:48Então, assim,
09:48eu estou dando essa perspectiva,
09:50por que, Wilson?
09:51Eu queria ser bem claro nisso.
09:53É porque a gente se acostumou
09:55a ouvir a demonização do centrão.
10:00Quer dizer,
10:00se é o centrão,
10:02é atraso,
10:03é fisiologismo,
10:05enfim,
10:05é tratado de uma maneira
10:08muito pejorativa o centrão.
10:11E tem motivos para isso,
10:12é claro,
10:12o orçamento secreto,
10:14todas as práticas,
10:15a falta, entre aspas,
10:17de ideologia,
10:18essa coisa pragmática,
10:19acordos em troca de cargos e verbas.
10:23A gente sabe,
10:24todos nós sabemos disso.
10:26Agora,
10:27por que a população brasileira
10:29segue votando em candidatos
10:31do centrão
10:32e elegendo e reelegendo
10:34prefeitos do centrão?
10:37Porque talvez eles não sejam
10:38tão desastrosos
10:40quanto a alternativa.
10:41São os revolucionários,
10:43entendeu?
10:43Que é essa turma
10:44de um extremo do PSOL
10:47ou de algum outro extremo à direita,
10:51como seria talvez o Pablo Marçal,
10:53que não foi para o segundo turno.
10:55Então, assim,
10:56dentro de tudo que se pode falar
10:58da cabeça do eleitor,
11:00mas o eleitor tem sido pragmático,
11:02tão pragmático quanto o centrão,
11:05e ele sabe que seu político
11:07não é perfeito,
11:08óbvio,
11:08mas ele olha
11:10para o político mais ao centro,
11:13tanto da centro-direita
11:14quanto da centro-esquerda.
11:16Eu estou numa cidade
11:17que elegeu no primeiro turno
11:18o Eduardo Paes
11:20para um quarto mandato,
11:21entendeu?
11:22Por que?
11:22O Eduardo Paes é um cara ideológico?
11:23Não é.
11:24A gente sabe que não é.
11:25Entendeu?
11:25É um cara que nasceu ali
11:27do Brizolígio,
11:29mas logo já colou no PSDB,
11:31do PSDB foi para partidos ali de centro,
11:35mas começou a ser apoiado
11:36pelo Sérgio Cabral,
11:37depois pelo Lula.
11:39Então, assim,
11:40ele não é um cara
11:41que seja escolhido,
11:43reconhecido como alguém ideológico.
11:46Tanto que o Alexandre Ramagem
11:48tentou puxar para esse discurso
11:50aqui no Rio de Janeiro
11:52na eleição
11:53e não deu certo.
11:55Não funcionou.
11:56Mesmo aqui no Rio de Janeiro,
11:57que é o berço do bolsonarismo,
11:59que tem um eleitor ideológico,
12:01mesmo assim o Alexandre Ramagem,
12:03um homem de confiança do Bolsonaro,
12:06braço direito,
12:07segurança dele,
12:09quer dizer,
12:10não é só uma relação política.
12:12O Bolsonaro entrega
12:13a sua segurança da sua família.
12:15muitas vezes é o Alexandre Ramagem,
12:17em várias oportunidades.
12:19Entregou para ele a Polícia Federal,
12:21quer dizer,
12:21quis entregar a Polícia Federal,
12:23entregou a BIM.
12:25Então, assim,
12:25você vê o nível de confiança
12:27e de relação que ele tem com o Ramagem
12:29e a coisa não deu certo.
12:30Ele teve 30 e poucos por cento de votos
12:32e o Eduardo Paz ganhou.
12:34Então, Wilson,
12:36eu acho que, assim,
12:37eu entendo as críticas
12:39que se fazem ao Centrão,
12:41eu também faço,
12:41você também faz,
12:42a gente faz o dia inteiro,
12:44mas eu acho que a gente
12:45tem que parar de demonizar
12:46porque talvez
12:49a democracia representativa
12:51represente o Brasil
12:52e uma parte grande do Brasil
12:54também tem um olhar pragmático
12:57em relação aos seus candidatos
12:58e isso não é necessariamente
13:01uma coisa ruim.
13:02Meu caro Alexandre Borges,
13:04mais uma vez,
13:04obrigado pela atenção,
13:05fique com Deus
13:06e até a próxima.
13:08Até a próxima.
13:08Ô, Matheus,
13:12deixa eu aproveitar,
13:13já que a gente está falando aqui
13:14sobre eleições,
13:15deixa eu exibir agora
13:16uma conversa que eu tive mais cedo
13:17com o presidente do PSB
13:19para falar sobre
13:20essa mudança ali no mapa,
13:22até mesmo dentro da esquerda.
13:23Matheus,
13:24só tem entrevista.
13:30O PSB foi o partido da esquerda,
13:33da ala chamada
13:34ala progressista,
13:35que conseguiu o melhor desempenho
13:37nas eleições de 2024.
13:39E para falar sobre esse assunto,
13:40eu estou aqui
13:41com o presidente do partido,
13:42Carlos Siqueira.
13:43Presidente,
13:44seja muito bem-vindo
13:44ao Meio de Brasília.
13:46Bom dia, Wilson.
13:47Tudo bem?
13:47Como vai?
13:49Presidente,
13:49surpreendeu esse resultado do PSB
13:51ou já estava ali dentro do esperado?
13:54Não, não surpreendeu muito,
13:56mas foi um pouco acima
13:57do que nós havíamos projetado.
14:00Foi um resultado muito positivo.
14:03primeiro,
14:04tivemos essa grande vitória em Recife,
14:06que já era esperada,
14:07porque todas as pesquisas
14:09indicavam isso.
14:11E, segundo,
14:12tivemos um resultado
14:14de número de prefeituras
14:16maior do que nós tínhamos previsto,
14:17um pouco maior.
14:18De maneira que foi muito positivo
14:20termos isso,
14:21embora o ambiente
14:22seja um ambiente
14:23de ascensão
14:24de forças conservadoras.
14:27Gente,
14:28esse é um ponto,
14:29porque com o PSD
14:33dedidado,
14:35conseguindo, de fato,
14:36um desempenho
14:37acima até do que o próprio
14:39Kassab já imaginava,
14:40o MDB ficando ali na média,
14:41o Republicanos também avançando,
14:43a União Brasil também avançando,
14:45parece que o Brasil
14:47está mais conservador.
14:50Ou essa análise,
14:51o senhor acha que é um pouco precipitada,
14:53porque a gente precisa ainda olhar
14:55para 2026?
14:56Não, não acho nada precipitado,
14:59porque isso vem sendo,
15:02isso começou a escalar em 2018.
15:05Não podemos esquecer
15:06o que houve em 2018,
15:07quando a extrema-direita
15:09elegeu o presidente da República,
15:10elegeu a maior bancada
15:12na Câmara dos Deputados,
15:14e que agora,
15:15nessa última eleição,
15:16também repetiu,
15:17não podemos esquecer
15:18que no Congresso Nacional
15:18a maior bancada de deputados
15:20na Câmara é do PM,
15:23que é o partido
15:24do senhor Jair Bolsonaro.
15:25E, portanto,
15:27há um viés de crescimento
15:29do conservadorismo
15:31desde 2018,
15:33que vem se consolidando,
15:35infelizmente.
15:36De modo que isso não representou
15:39nenhuma surpresa,
15:40porque essas forças
15:41de centro-direita
15:43até a extrema-direita,
15:45elas têm apresentado
15:46melhores resultados
15:47do que as forças progressistas
15:49que nós participamos.
15:51Nós temos que constatar,
15:53com toda humildade,
15:54analisar com maior profundidade
15:56e estabelecer estratégias
15:59no sentido de superar
16:01essas dificuldades
16:02que nos rodeiam,
16:04que também temos que realçar,
16:06Wilson Lima,
16:08que não é apenas no Brasil,
16:09as forças conservadoras
16:10têm conseguido se sobressair
16:12em várias partes do planeta,
16:14nos Estados Unidos.
16:15Teve a eleição de Trump,
16:16e agora tem uma candidatura
16:17fortíssima,
16:18também porta,
16:19para a eleição em novembro.
16:20na Europa,
16:21em vários países,
16:22você veja na Itália,
16:24hoje tem uma primeira-ministra
16:25que é de um partido
16:26de natureza fascista.
16:29Você teve na Hungria,
16:31você tem ressurgimento
16:32de partidos de ultradireita,
16:35em Portugal,
16:36na Espanha,
16:38em várias partes do mundo,
16:40na Alemanha.
16:41Então,
16:42é um fenômeno internacional,
16:44e aqui na América Latina,
16:46no Brasil,
16:47e em outros países.
16:47você vê a eleição do Millet,
16:49tudo isso significa
16:50um crescimento muito grande
16:51de forças ultraconservadoras
16:55que rodeiam,
16:56esse espectro político
16:57tem rodeado vários continentes,
16:59infelizmente,
17:00em crescimento.
17:02O presidente,
17:02agora,
17:03sobre o PSB especificamente,
17:06há dois nomes no partido
17:07que emergem aí
17:09como duas forças
17:10para o futuro.
17:12João Campos,
17:13prefeito reeleito em Recife,
17:14e Atabata Amaral,
17:15que ficou na quarta colocação
17:17em São Paulo.
17:19E os dois
17:21adotaram um discurso
17:22muito moderado
17:24ao longo da campanha,
17:26se a gente for fazer
17:27uma comparação,
17:28por exemplo,
17:28ao Guilherme Boulos,
17:30lá do PSOL
17:31e alguns integrantes do PT.
17:34Só acredito que,
17:35para o campo progressista,
17:37esse talvez seja um caminho
17:39de tentar trazer
17:41um discurso
17:42um pouco mais moderado
17:44para tentar aí
17:45ser uma correlação
17:47de forças
17:47em relação aos partidos
17:48conservadores
17:49que têm crescido,
17:50de fato,
17:50nas últimas eleições?
17:53Vejo isso.
17:54Desculpe,
17:54mas eu não concordo
17:55com essa ideia
17:56de que são discursos
17:57moderados.
17:59Eu acho que o que deve
18:00refletir,
18:01se a força é progressista
18:02ou não,
18:02são discursos programáticos,
18:04são os compromissos
18:05com as classes
18:06menos favorecidas
18:08do país,
18:09em ações concretas.
18:10Então,
18:11eu dou um exemplo,
18:12o discurso de Boulos
18:15não é mais progressista
18:16do que o discurso
18:17de João Campos,
18:18na medida que ele
18:19colocou em prática
18:20uma série de atividades
18:23e uma série de obras
18:24que se refletiram
18:26em grande medida
18:27para as populações
18:28de baixa renda
18:29das periferias do Recife.
18:31E foi isso que fez com que
18:33ele emergisse
18:34como uma nova liderança,
18:36conectado com a população,
18:39com toda a população
18:40da cidade,
18:41mas, em particular,
18:42em especial,
18:42com as populações
18:43que precisam mais
18:44de políticas públicas.
18:45Então, o que caracteriza
18:47a ideologia política
18:50do político
18:50são seus compromissos
18:52com os setores
18:53mais vulneráveis
18:54da sociedade.
18:55E, ao mesmo tempo,
18:56com o desenvolvimento econômico,
18:57com a prosperidade,
18:58com políticas públicas,
19:00sejam capazes,
19:01que, ao mesmo tempo,
19:01desenvolvem o município,
19:04o Estado,
19:04o país
19:05e procuram diminuir
19:07em suas políticas
19:08as desigualdades sociais.
19:10Essa é a questão central
19:12do que se chama
19:13políticas progressistas,
19:14e não políticas voltadas
19:16para aqueles
19:16que já têm muito,
19:18embora governem
19:18para todos.
19:19E não vejo,
19:20em nenhuma,
19:21eu posso,
19:22o candidato do PSOL
19:23em São Paulo
19:23mais progressista
19:25do que o prefeito
19:25João Campos
19:26ou do que a deputada
19:27Tava Tamaral,
19:28que também foi
19:29sua oponente
19:30na eleição municipal recente.
19:32Veja a administração
19:34do PSOL
19:35em Belém,
19:36que acaba de ser derrotada,
19:37e, naturalmente,
19:38não deve ser porque fez
19:40políticas tão progressistas assim.
19:42Então, as coisas
19:43precisam ser vistas
19:44sob um ângulo
19:45de maior profundidade
19:47e não sobre,
19:49simplesmente,
19:50uma chamada
19:51retórica
19:52mais progressista,
19:53porque essa retórica,
19:54muitas vezes,
19:55não corresponde
19:56a uma prática
19:57programática
19:58que cada administração
19:59pública deve
20:00operar.
20:01Presidente,
20:02só para encerrar,
20:04João Campos
20:05pode ser considerado
20:06um nome
20:08futuro
20:08para a esquerda
20:09no país?
20:11Ele pode,
20:11de fato,
20:12trilhar o caminho
20:12do país
20:13e tentar alçar
20:14uma presidência
20:15da República
20:15daqui a alguns anos?
20:17Eu acho que ele
20:18pode e devemos
20:19lutar por isso,
20:20porque nós temos
20:21ele como uma grande
20:22aposta,
20:23lutar para que ele
20:24seja o candidato
20:25da população
20:26que mais precisa
20:27de políticas públicas,
20:28que diminuam
20:29o sofrimento
20:30do povo brasileiro,
20:31que possa fazer
20:32com que o país
20:33prospere
20:34economicamente
20:36e prosperando,
20:37possa ter políticas
20:37sociais,
20:39sustentar políticas
20:40sociais capazes
20:41de diminuir
20:42e melhorar
20:43a vida de milhões
20:44de brasileiros
20:44e brasileiras,
20:45e esse é o que ele
20:46deve ter.
20:46Eu não sei se será
20:47das esquerdas,
20:48eu sei que ele deve
20:49se preocupar
20:50com, em primeiro lugar,
20:52com o desenvolvimento
20:52e a prosperidade
20:53do nosso país,
20:54e, em segundo lugar,
20:55de igual importância,
20:57com políticas públicas
20:58e diminuir
20:59as desigualdades
20:59sociais.
21:00Se os partidos
21:02de esquerda,
21:03e ele surgindo
21:04do futuro,
21:04porque ele está
21:05apenas começando
21:06uma vida pública,
21:07que agora vai
21:08ao seu terceiro mandato,
21:10quando foi deputado,
21:10prefeito agora pela
21:11segunda vez,
21:12é o terceiro mandato,
21:13então os líderes
21:14se formam nos
21:15empates políticos.
21:16Ele está se formando
21:17e se formando
21:18muito bem,
21:19e o seu partido
21:19aposta alto
21:20no seu desenvolvimento
21:22e na sua capacidade
21:23de crescimento
21:24e de se tornar
21:25uma alternativa
21:26política progressista
21:27para o nosso país.
21:29Está certo.
21:30Presidente Carlos Siqueira,
21:31presidente do PSB,
21:33Partido Socialista Brasileiro,
21:34muito obrigado
21:34pela entrevista
21:35e até a próxima.
21:37Eu que agradeço.
21:38Um abraço, Wilson,
21:39a você,
21:39bom trabalho,
21:41sucesso.
21:57e até a próxima.
21:58E aí,
21:59eu que agradeço.
22:00E aí,
22:01eu que agradeço.
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