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  • 29/06/2025
Essa segunda-feira, 5, foi marcada pela fúria nos mercados, em meio a temores de uma recessão nos Estados Unidos e do aumento de juros no Japão.  

Dados oficiais de emprego nos Estados Unidos apontaram, na sexta-feira, 2, o aumento do desemprego e a criação de apenas 114 mil vagas de trabalho no país em julho. O resultado ficou bem abaixo da expectativa de 185 mil, reacendendo o receio de uma freada brusca na maior economia do planeta. 

A Ásia foi afetada inicialmente. A bolsa do Japão, por exemplo, teve o pior dia em 37 anos. Os índices Nikkei 225 e o Topix registraram quedas acima de 12%. A Europa também foi atingida. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 2,17%.

Em Wall Street, ações das big techs caíram até 6%, caso da NVidia, e o S&P 500 encerrou o dia em queda de 2,98%

A Ibovespa fechou no vermelho em 0,46%, após recuar mais de 2% na mínima do dia. Além disso, o dólar fechou a 5 reais e 74 centavos — maior patamar desde dezembro de 2021.

Pedro Cerize comenta:

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00:00E o assunto agora é o dia de fúria nos mercados em meio a temores de uma recessão nos Estados Unidos e do aumento de juros no Japão.
00:07Dados oficiais de emprego nos Estados Unidos apontaram na sexta-feira o aumento do desemprego e a criação de apenas 114 mil vagas de trabalho no país em julho.
00:18O resultado ficou bem abaixo da expectativa de 185 mil, reacendendo o receio de uma freada brusca na maior economia do planeta.
00:26A Ásia foi afetada inicialmente. A Bolsa do Japão, por exemplo, teve o pior dia em 37 anos.
00:33Os índices Nikkei 225 e o Topix registraram quedas acima de 12%.
00:39A Europa também foi atingida. O índice pan-europeu, fala aí Pedro, como é que se fala esse nome? Stocks 600?
00:47Stocks 600. São 600 as maiores empresas da Europa.
00:49Que beleza. Fechou em queda de 2,17%.
00:53Em Wall Street, ações das Big Techs caíram até 6%.
00:57Caso da NVIDIA e o S&P 500 encerrou o dia em queda de 2,98%.
01:04A Ibovespa fechou no vermelho em 0,46% após recuar mais de 2% na mínima do dia.
01:11Além disso, o dólar fechou a R$ 5,74, o maior patamar desde dezembro de 2021.
01:17E eu passo a palavra a ele, Pedro Cerise, que nos dá a honra da sua participação hoje nessa bancada.
01:24Ele vai detalhar aqui esse dia de fúria nos mercados. O que você destaca, Pedro?
01:29Eu acho que foi um dia, acho que culminou com uma série de eventos que levaram essa abertura.
01:38Principalmente a parte da manhã foi bem pior, principalmente no mercado brasileiro, do que o fechamento.
01:42As pessoas terminaram o dia aliviadas, com apenas 0,5% de queda, aproximadamente 0,5% de queda no Brasil,
01:50depois de ter visto cair a bolsa em 12%.
01:52Então, eu acho que como acidente aéreo, quando você vai estudar, todo mundo vai tentar arrumar uma explicação porque caiu,
01:58mas não foi uma coisa isolada, foi uma sequência de eventos,
02:02que começou já na semana passada quando teve uma alta na taxa de juros japonesa.
02:06Aparentemente não era nada significativo, era a reação inicial das pessoas,
02:13mas aquilo começou a gerar um efeito em cadeia, onde os bancos japoneses começaram a liquidar ativos.
02:22Lembrando que os japoneses, depois de quase mais de três décadas de taxa de juros zero,
02:31eles exportaram capital para o mundo inteiro para ter algum rendimento.
02:34Quando começa a ter um aumento de taxa de juros no Japão, esse dinheiro começa a voltar.
02:39Isso começou lá na semana passada, de pouquinho em pouquinho,
02:42as moedas do mundo inteiro começaram a ficar fracas,
02:44as bolsas do mundo inteiro começaram a cair,
02:48até o bitcoin começou a cair,
02:50e foi criando.
02:55Na sexta-feira, você teve mais um evento,
02:58que poderia no passado ser considerado positivo,
03:00que foi uma desaceleração do mercado de trabalho,
03:02mas aparentemente foi uma desaceleração forte demais,
03:05já indicando que os Estados Unidos podem já estar entrando numa recessão,
03:10num período politicamente muito sensível.
03:13E, para completar no final de semana,
03:16o Warren Buffett, que é o maior investidor,
03:19anunciou que no último trimestre,
03:23a Berkshire, que é a empresa que ele preside,
03:26vendeu um total de 70 bilhões de dólares
03:29apenas em um trimestre.
03:32A Berkshire hoje tem 257 bilhões de dólares,
03:36que é quase a reserva líquida do Brasil.
03:41E, para quem entende a história,
03:43isso é um sinal claro que ele está preocupado.
03:46Isso se somou a essa série de eventos,
03:48e, já durante o final de semana,
03:50você já viu os mercados futuros,
03:55que começaram a abrir, caindo 6%, 7%,
03:57o Bitcoin caindo 12%,
03:59o Nikkei caindo 12%.
04:01Então, você já sabia que a gente ia ter um dia muito tenso.
04:08E o VIX, que é o índice que mede o preço das opções,
04:13que é o preço de você comprar seguro,
04:15muita gente chama,
04:15eu não acho um bom termo, índice do medo,
04:18que estava negociando a 12%, 13% ao ano,
04:21abriu hoje de manhã 61%.
04:23Então, era um mercado absolutamente em pânico.
04:29E, durante o dia, como nada de novo aconteceu,
04:32aqui no mercado brasileiro,
04:33a gente acabou acalmando um pouco.
04:34O dólar chegou a bater 5,80% na parte da manhã,
04:36recuou um pouco na parte da tarde.
04:38Eu vi ontem que tinha um receio muito grande
04:40das pessoas que monitoraram esses acontecimentos
04:43de que o dólar disparasse no Brasil.
04:44Só que o dólar já estava disparado.
04:46Ele já estava ali a 5,75%,
04:48varia a 5,73%.
04:50Então, ele bateu 5,80%, mas não passou disso.
04:52Não passou.
04:53Eu acho que já tinha tanto investidor
04:55apostando contra o real,
04:57que quando esses investidores foram obrigados a zerar a posição,
05:00eles tiveram que vender dólar,
05:01não comprar dólar aqui no Brasil.
05:03E isso, eu acho que teve um pouco também
05:05pelo efeito do mercado mexicano.
05:07que está começando aí uma gestão Dilma deles,
05:11com uma série de mudanças.
05:13Então, já estão antecipando um futuro
05:15não tão tranquilo para o México.
05:20E como a moeda mexicana estava desvalorizando 2,5%
05:24no mercado futuro em Nova York,
05:26onde ela negocia,
05:28eles estavam prevendo alguma coisa parecida no Brasil
05:29e acabou não se concretizando.
05:31E qual é a expectativa para os Estados Unidos agora, na sua visão?
05:35Os Estados Unidos,
05:36ele saiu de uma discussão
05:41de quando se começaria os cortes de juros
05:44para uma discussão de quantas vezes vão cortar os juros.
05:48Então, quando acontece esse tipo de movimento como hoje,
05:51as taxas de juros americanas caem,
05:53e caíram bastante.
05:54Semana passada, a taxa de juros para 10 anos nos Estados Unidos
05:57estava em torno de 4,20%,
05:59e hoje de manhã chegou a 3,70%.
06:01Isso é super relevante.
06:04Só lembrando que foi justamente quando essa taxa de juros
06:08bateu 4,70% há um pouco tempo atrás,
06:12que o presidente do Banco Central, o Campos Neto,
06:15fez um discurso super preocupado,
06:18dizendo que seria muito ruim para o Brasil
06:22quando a taxa de juros americana subisse.
06:23A taxa não só subiu, como vai cair.
06:25Então, desse ponto de vista,
06:32acaba sendo positivo para um afrouxamento monetário do resto do mundo.
06:38Eu acho que o mundo passou de um período de preocupação com inflação,
06:43e agora a gente está entrando em um momento de preocupação com recessão.
06:47Doutor Teixeira, quer fazer alguma pergunta aqui para o Pedro?
06:49Eu vou aproveitar.
06:50Fica à vontade.
06:51Acho que o brasileiro está com muito dinheiro em renda fixa.
06:55Esse dinheiro é melhor deixar na renda fixa?
06:58Aí, já está querendo uma consultoria, ao vivo aqui.
07:01Olha, o que tem no Brasil, para o brasileiro,
07:06graças a um trabalho bonito,
07:08dessa combinação,
07:10essa guerra entre
07:12o presidente da república,
07:15que é o Gombardo da Vossa,
07:16e o Banco Central,
07:18ele provoca um mercado de taxa de juros muito elevada.
07:23O discurso
07:24do governo em relação ao fiscal
07:29é um discurso que acarreta
07:33uma taxa de juros muito boa
07:37para quem não faz nada.
07:37Então, realmente,
07:39se você não fez nada até agora,
07:41eu acho que agora não é a hora de você mudar muito.
07:43Então, você só pode escolher.
07:45Você pode escolher no menu o que você prefere.
07:48E, Pedro,
07:48que diferença faz hoje
07:50todo esse mundo globalizado,
07:52esses mercados conectados,
07:53em relação ao que era antes?
07:55Como é que você explica para as pessoas leigas nesse assunto
07:58por que um acontecimento no Japão
08:01tem uma influência direta,
08:03inclusive sobre o Brasil,
08:04embora você tenha falado
08:05que houve uma amenização nessa turbulência,
08:08mas toda hora a gente vê problemas em determinados mercados
08:11gerando uma preocupação mundial?
08:13Olha,
08:14as finanças globais
08:17são tão complexas
08:19que, quando acontece uma crise,
08:22os próprios bancos centrais
08:23ficam preocupados
08:24que eles não conseguem prever
08:27quais são as ramificações.
08:31Mas, você imagina
08:32como um exemplo muito simples.
08:35Você chega ali,
08:38meados dos anos 90,
08:39o Japão coloca a taxa de juros a zero
08:41e mantém essa taxa de juros a zero
08:43durante muito tempo.
08:44Não dando tempo,
08:45ele começa a imprimir dinheiro.
08:47Ou seja,
08:47ele começa a comprar
08:48toda a enorme dívida pública japonesa
08:51e emitindo iens.
08:53Os japoneses,
08:55recebendo aqueles iens
08:56com juros zero,
08:58eles começam a comprar
08:59ativos em outros países
09:01que rendem taxa de juros.
09:03Principalmente nos Estados Unidos,
09:04na Europa,
09:05até no Brasil.
09:06Tem muito dinheiro
09:07de varejo japonês
09:08investido em título público brasileiro.
09:10E aí,
09:14os bancos que fazem
09:14essa intermediação
09:15também fazem isso.
09:17Só que eles fazem isso
09:18extremamente alavancados.
09:20Eles fazem isso
09:21100 vezes
09:22o patrimônio líquido deles.
09:24E aí,
09:25quando acontece
09:26um evento pequeno,
09:28como é uma pequena elevação
09:29da taxa de juros,
09:30consequência
09:31de um aumento
09:32na inflação
09:33no Japão,
09:34que durante 30 anos
09:35ficou próximo
09:36de zero ou negativo
09:37para em torno
09:38de 2,5, 3,
09:39isso para o japonês
09:40é uma...
09:42Imagina,
09:43tem geração
09:44de pessoas
09:45que nunca viram
09:46inflação no Japão.
09:47Estão aprendendo
09:48a conviver com isso agora.
09:50Essas pessoas
09:50compravam
09:51ações no exterior,
09:53compravam
09:54bitcoin,
09:56compravam
09:56qualquer coisa
09:58que desse
10:00algum rendimento.
10:02E quando você
10:02começa a ter
10:03esses bancos
10:05tendo que levantar
10:06dinheiro,
10:07esses bancos
10:08vendem
10:09aquilo que eles têm.
10:11E às vezes
10:12não necessariamente
10:12está no Brasil,
10:13mas ele vende,
10:15ele vai lá
10:15e cobra
10:16para quem ele
10:17emprestou dinheiro
10:17nos Estados Unidos.
10:19Esse
10:19que pegou
10:20o dinheiro
10:20baratinho
10:22do japonês,
10:23pegou o dinheiro
10:23baratinho,
10:24o banco americano
10:25pegou o dinheiro
10:26baratinho do japonês
10:27e emprestou
10:28para o Brasil,
10:29que paga mais caro.
10:30Então,
10:30nesse dia,
10:31o próprio banco americano
10:32também,
10:33opa,
10:33me dá um pouco
10:34do dinheiro aqui.
10:34e aí,
10:35esse desmonte
10:37de posições
10:38acaba gerando
10:40esse tipo
10:41de movimento
10:41como você tem hoje.
10:43Mas,
10:44eu fiz um exemplo
10:44muito simples,
10:45mas é esse tipo
10:47de ramificação,
10:48quando você parece
10:49que uma coisa
10:49muito pequena
10:50aconteceu lá no Japão
10:52e isso tem um impacto
10:53tão grande,
10:54é isso,
10:54é o efeito borboleta,
10:56quando um pequeno
10:57movimento aqui
10:58vai causando
10:58outro movimento
10:59e outro movimento
10:59e de repente
11:00você tem um
11:00terremoto
11:02acontecendo
11:03nos mercados globais.
11:04Agora,
11:04qual é a receita,
11:06embora seja impossível
11:08a blindagem completa,
11:09para um país
11:10se blindar ao máximo
11:11contra esse tipo
11:12de turbulência internacional?
11:13Por exemplo,
11:13uma das críticas
11:14que se faz
11:15e até fiz várias vezes
11:16em relação
11:16aos primeiros governos
11:17do PT,
11:19foi justamente
11:20não preparar o Brasil
11:22para um eventual
11:22cenário de crise
11:23internacional.
11:25Então,
11:25o Lula surfou
11:26ali no ciclo
11:27das commodities
11:27quando baixou o preço
11:29no mercado internacional,
11:31não veio a arrecadação
11:33e deixou para a Dilma
11:33isso.
11:34Exatamente,
11:34deixou para estourar
11:35no colo da Dilma
11:36toda aquela filosofia
11:37de gastos,
11:37então a arrecadação
11:38acabava não cobrindo
11:39as despesas,
11:40o Estado estava
11:40muito inchado.
11:42Você falou
11:43da questão fiscal
11:44até com todo
11:45esse discurso
11:45de crítica
11:46que se faz
11:47em relação
11:48à falta
11:48de responsabilidade
11:49fiscal
11:49do governo Lula.
11:51Essa é
11:52uma preocupação
11:52primordial?
11:54Existem outras
11:54que um país
11:55pode fazer
11:56para não se deixar
11:57afetar
11:57por esse tipo
11:58de turbulência?
11:59A melhor maneira
11:59de você se isolar
12:02de uma turbulência
12:03é não precisar
12:04do favor
12:06dos seus credores.
12:08Se você é um país
12:09que gasta
12:09mais
12:10que recebe,
12:12você tem que se financiar
12:13e no caso do Brasil
12:14tem que se financiar
12:14muito caro
12:16e conta
12:17com receitas
12:18que são
12:20expectativas.
12:21Essas receitas
12:22elas dependem
12:23de várias coisas,
12:25inclusive
12:25dos preços
12:26de commodities.
12:27Um dos maiores,
12:28um dos itens
12:28mais tributados,
12:29que mais geram receita
12:31no Brasil,
12:31por exemplo,
12:32são os royalties
12:32de petróleo
12:33que são uma função
12:34direta do valor
12:35do petróleo.
12:36Se o valor
12:36do petróleo cai,
12:38a receita
12:38do governo cai
12:39e se é proibido
12:41falar em corte
12:42de gastos
12:42no governo,
12:43o déficit aumenta.
12:45Então,
12:45isso automaticamente
12:46o mercado antecipa,
12:47fala o governo
12:48vai precisar
12:49desse dinheiro,
12:50ele vai captar,
12:51as taxas de juros
12:51vão subir.
12:53O que aconteceu
12:53no Rio de Janeiro
12:54em relação
12:54aos royalties
12:55do petróleo,
12:55inclusive na época
12:56do Sérgio Cabral
12:57ele deixou uma série
12:57de despesas
12:58dependentes
12:59dos royalties
12:59de petróleo.
13:00por causa do petróleo.
13:01E aí acabou quebrando.
13:02E agora está voltando.
13:02Parecido com o que aconteceu
13:03na Venezuela
13:04uma época também.
13:05Então,
13:06eu acho que
13:06se preparar para isso
13:08era ter feito
13:09o dever de casa
13:10para não precisar
13:12da boa vontade
13:13dos investidores
13:14estrangeiros
13:15com o Brasil.
13:16O governo Lula
13:17teve um primeiro ano
13:18de boa vontade
13:19e de repente
13:20essa acabou.
13:22E acabou,
13:22e quando isso acabou,
13:24ao invés
13:26de reconhecer
13:28ele transformou
13:31isso em uma batalha
13:32política.
13:33Então,
13:34eu acho que o Brasil
13:35foi tão bem hoje
13:36porque
13:37o Brasil
13:40já tinha criado
13:41uma crise
13:42há um tempo atrás.
13:44O dólar
13:44não subiu
13:45por causa dessa crise.
13:46O dólar
13:46já tinha
13:47essa batalha,
13:50esses...
13:52batalha das memes,
13:54tudo o que aconteceu,
13:58as paródias
13:59em relação
13:59à taxação
14:00do Fernando
14:00da Áudio.
14:01Porque
14:01os gastos
14:03do governo
14:05subiram muito
14:05no último ano
14:06do Bolsonaro.
14:07Mas olha,
14:08o brasileiro
14:08já entende
14:09que é do jogo
14:11subir no último ano.
14:12No ano eleitoral.
14:13No ano eleitoral.
14:14Agora,
14:14o brasileiro
14:15não entende
14:15que no primeiro ano
14:16do mandato
14:18você aumente
14:19esses gastos
14:20já tinham subido
14:21em 10% real.
14:22isso é absolutamente
14:24assustador.
14:26Quando se exige
14:27o contingenciamento,
14:29que se falam bilhões,
14:30as pessoas não entendem
14:31muito o que são bilhões.
14:32O governo gasta
14:332 trilhões e meio
14:35por ano.
14:36Então,
14:36se estão pedindo
14:37para o Haddad
14:37contingenciar
14:3825 bi,
14:39e ele diz que só consegue
14:4015,
14:41a gente está falando
14:42de 1% de corte.
14:45Então,
14:45toda essa guerra,
14:47tudo isso
14:47é para 1% de corte.
14:49E não é 1% de corte
14:51de um orçamento
14:51apertado,
14:52é 1% de corte
14:53de um orçamento
14:54que cresceu
14:5416% total
14:56e 10% real
14:58de um ano
14:58para o outro.
14:59É muito fácil,
15:00seria muito fácil
15:02se não fosse
15:03essa postura
15:08de agressividade
15:10desnecessária
15:12com esse inimigo
15:15ou mercado.
15:16Doutor Teixeira?
15:18Pedro,
15:19supondo que os Estados Unidos
15:20entrem em uma recessão,
15:22os americanos
15:23vão sentir o impacto
15:24disso antes
15:25da eleição
15:26ou depois?
15:27Eu acho que
15:28você só percebe
15:30a recessão
15:31depois que ela já passou.
15:32Assim,
15:32ela já está em andamento.
15:33a definição técnica
15:37de recessão
15:38são dois trimestres
15:40de desaceleração.
15:42O último trimestre americano,
15:44medido,
15:44foi o primeiro,
15:45ainda estava crescendo
15:462%.
15:47Então,
15:48a gente teria que ter
15:49esse trimestre
15:50e o próximo trimestre
15:51em queda.
15:54Então,
15:55a gente só vai perceber
15:55a recessão
15:56no ano que vem,
15:59quando a eleição
15:59já tivesse sido definida.
16:00mas as pessoas
16:02sentem a recessão
16:04antes,
16:06no dia a dia.
16:08A velocidade
16:08de arrumar um emprego
16:11aumenta,
16:12aquele número
16:13de pedidos de desemprego,
16:15a oferta
16:16de novos empregos,
16:17então,
16:17as pessoas começam
16:18a se sentir um pouco mal.
16:20E isso é muito mais verdade
16:21quando,
16:22ao mesmo tempo
16:23que está acontecendo
16:24a recessão,
16:25você está tendo
16:25um período de inflação.
16:26aí você tem
16:27o que eles chamam
16:28de stag inflação,
16:30que é uma coisa
16:30que eles sempre
16:31tinham muita dificuldade
16:32de entender.
16:34Como é que um país
16:34pode estar em inflação
16:36e em recessão
16:37ao mesmo tempo,
16:38coisa que o Brasil
16:38já conhece muito bem,
16:40geralmente as coisas
16:41aqui,
16:42quando acontece,
16:43ela já vem
16:43à época Dilma.
16:45Você tem
16:45uma combinação
16:46de recessão
16:47com inflação
16:47ao mesmo tempo
16:48que é
16:49politicamente devastador.
16:52Pedro Seriz,
16:53o publisher
16:53de O Antagonista,
16:54aqui no Papo Antagonista,
16:56essa presença especial
16:57vai ter um corte,
16:58vai ficar disponível
16:58no nosso canal
16:59de YouTube
17:00para quem quiser
17:00depois compartilhar
17:01e o Pedro
17:02fica à vontade
17:03para participar
17:04do nosso programa
17:05até o final,
17:06a casa é literalmente sua.
17:07Eu queria vir aqui
17:08um dia que tivesse
17:08acontecido uma coisa boa,
17:09mas está difícil.
17:12Quando acontece
17:13coisa ruim,
17:13a gente reflete.
17:14Boas notícias,
17:15mas boas notícias
17:16é que passou hoje
17:18e ninguém morreu.
17:19Eu acho que o Brasil
17:20hoje sobreviveu tão bem,
17:22porque eu acho que
17:22você fez uma pergunta
17:23que eu acabei pensando agora,
17:25como é que a gente
17:25se prepara
17:26para uma crise?
17:28Você cria uma crise
17:29própria
17:29antes dela começar.
17:31Então,
17:31o Brasil já está em crise.
17:33Então,
17:33quando veio a crise,
17:34ele olhou para o lado...
17:36Foi isso que eu depreendi
17:37dessa resposta.
17:38É um cisco
17:39aqui no ombro,
17:40vamos embora,
17:40segue o jogo
17:41que nossos problemas
17:41são bem maiores
17:42que os que estão lá.
17:43Eu ia até perguntar
17:44para você
17:44se a solução
17:45para a crise
17:45é justamente
17:46já ter uma crise
17:47que aí você nem sente
17:48tanto impacto assim.
17:49Já estamos em crise,
17:50bem-vindo ao clube.
17:51Já está tudo cheio
17:52de problema mesmo?
17:53Obrigado.

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