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  • há 4 meses
As medidas de compensação da desoneração da folha de pagamentos a empresas de 17 setores da economia e pequenos municípios ainda não encontraram um consenso entre o que deseja o Senado Federal e o governo Lula. O problema maior, no entanto, é que a discussão tem prazo para acabar.
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Transcrição
00:00Nessa semana, a expectativa de o Senado votar a desoneração da folha de pagamento
00:05a 17 setores da economia.
00:07A questão é que falta consenso nesse texto que está em tramitação lá no Senado.
00:12Na semana passada, o senador Marcos Rogério falou mais ou menos sobre esse impasse.
00:17Vamos ouvi-lo, Matheus.
00:20Foi uma reunião importante para tratar dos temas que serão discutidos na próxima semana
00:27e os temas que serão tratados na primeira quinzena pós-recesso.
00:34Na próxima semana, o tema da desoneração é um tema que vai estar na pauta do Senado Federal.
00:42O governo encaminhou uma proposta que leve em consideração uma compensação
00:50que é possível se discutir, é possível se apreciar
00:55e teria feito uma espécie de gatilho com relação à questão do lucro líquido,
01:04que aí é um ponto que representaria aumento de carga tributária,
01:11no que a oposição e muitos líderes acabaram discordando.
01:16Então, há uma convergência com relação à necessidade de nós darmos um encaminhamento a esse tema
01:23porque nós estamos prensados pelo tempo, pelo prazo.
01:28Então, o Senado tem um prazo para dar uma resposta em relação a isso
01:33em razão do calendário estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal.
01:37São setores importantes que geram emprego e que, nesse momento, precisam dessa resposta.
01:43Então, o encaminhamento foi dado.
01:45Nós daremos, na próxima semana, uma solução para esse tema
01:50e, com a responsabilidade, o Colégio de Líderes tem a consciência
01:55de que é preciso ter um compromisso com o pacto fiscal.
02:01Então, resolve-se com aquilo que já foi apontado como caminho de solução.
02:07Agora, é preciso ter em conta, o Congresso Nacional, ele deu ao governo, ao longo do ano,
02:14mais de 160 bilhões de receita nova, com a aprovação do CARF,
02:23com a aprovação dos fundos fechados, offshores, apostas, MP das subvenções.
02:31Ou seja, você tem um conjunto de receitas que foram criadas, receitas novas,
02:35criadas ao longo do ano, de sorte que o governo poderia,
02:38levando em consideração aquilo que foi incremento de receita nesse ano,
02:43resolver a questão, justamente, da folha.
02:50Mas, nós estamos diante de uma situação em que, com a decisão do Supremo Tribunal Federal,
02:56nós temos que dar um encaminhamento de solução.
02:58Esse encaminhamento será dado sem a inclusão de algo que represente a majoração,
03:08a criação de novos impostos.
03:10Esse foi o apelo que a oposição fez,
03:12e acho que o sentimento coletivo, naquele momento,
03:16foi de que seria o melhor caminho.
03:18Obviamente que o governo ainda tem que fazer os diálogos internos
03:22com relação a esse tema e, concluindo, a visão, a compreensão de todos
03:29de que é preciso ter um compromisso com o Pacto Fiscal.
03:36É, essa é a grande questão, né, Rodrigo Oliveira?
03:38Você juntar aí o benefício que não é de hoje,
03:41não é um benefício inédito,
03:43com a responsabilidade fiscal dentro de um governo
03:46que não tem o menor compromisso com a responsabilidade fiscal.
03:49Me parece que é juntar água e óleo, não é isso?
03:50É mais ou menos isso, mas é engraçado,
03:53porque nesse caso específico o governo está sendo extremamente responsável,
03:56porque ele não quer essa desoneração mais.
03:59Então ele está obrigando o Congresso a trazer as receitas.
04:04O Congresso tinha ali um cardápio de receitas,
04:07até anotei aqui, de fontes de receita,
04:12para cobrir esses 18 bilhões que o governo agora diz
04:15que é o peso da folha, da desoneração da folha,
04:19que já foi 26,5, se vocês tiverem a memória aí mais afiada.
04:24Agora está em 18,
04:25que é sinal que essas contas do governo também
04:27são meio difíceis da gente saber
04:29onde é que elas começam, onde é que elas terminam.
04:32Mas o Senado tinha proposto o seguinte,
04:34atualização de bens no imposto em renda
04:35deveria suprir 2,2 bi,
04:39repatriação de recursos no exterior 3,2,
04:41segundo algumas estimativas,
04:43taxação de pequenas compras e refis de multas.
04:46Tem gente que diz que isso, o governo também está dizendo
04:49que isso dá 10 bi,
04:51só que você precisa de 18.
04:53Aí o governo quer aproveitar esse momento,
04:57e fala, não, mas então vamos taxar,
05:00vamos aumentar a alíquota da CSLL,
05:02que eu falei para vocês ontem,
05:03que é aquela contribuição social sobre lucro líquido.
05:07Mas não é de todo mundo, só dos bancos.
05:09Por que os bancos?
05:10Por que o banco é o malvado favorito da população?
05:15Ah, o banqueiro ali ganhando dinheiro,
05:17mas que sem vergonha.
05:19Então vamos tirar dinheiro do banqueiro.
05:23Essa foi a frase do Randolph Rodrigues,
05:25só os bancos.
05:28Que ecoa na minha mente aquela frase famosa
05:32da nossa querida primeira-dama Janja da Silva,
05:36que dizia, não, quem paga o imposto é a empresa.
05:39Quem paga o imposto é sempre você, gente.
05:42É sempre você, nunca é a empresa.
05:44A empresa repassa.
05:46O governo cobra dela, ela cobra de você
05:48e passa para o governo.
05:50Ela é só um intermediário.
05:52Os negócios são sempre intermediários.
05:55Eles não são quem fabrica o imposto,
05:59quem fabrica o dinheiro que vai para o imposto.
06:01Isso é uma coisa que as pessoas têm que entender.
06:03O que fica essa conversa?
06:04Não, a gente vai taxar o banco,
06:06porque banco ganha muito dinheiro, sim.
06:07Ele ganha dinheiro de onde?
06:09É seu o dinheiro que ele ganha.
06:11Então é seu o dinheiro que vai pagar o imposto
06:13do mesmo jeito.
06:14Então, no fim das contas, está esse impasse.
06:18O Rodrigo Pacheco e os senadores em geral
06:21não aceitam aumentar a alíquota do imposto,
06:24porque ninguém é trouxa.
06:25É ano de eleição municipal,
06:29já já começam as eleições municipais.
06:31Ninguém quer ficar com isso no colo
06:33de ter aumentado a alíquota do imposto.
06:37As margens do pessoal ir para a urna,
06:40as vésperas do pessoal ir para a urna,
06:42votar nos candidatos.
06:44Ninguém quer essa pecha de aumentador de imposto.
06:47O único que quer,
06:47a gente vai tratar dele já já.
06:49E mesmo que ele não queira,
06:51já é o que ele se transformou.
06:53Mas ninguém quer isso.
06:55O Senado diz que não aprova
06:57esse aumento de 1% na alíquota da CSLL.
07:00E aí você tem um problema.
07:02Sexta-feira vence o prazo que o STF,
07:05como disse aí o senador,
07:06vence o prazo que o STF deu para o Senado
07:09e o governo, o Legislativo e o Executivo
07:12se acertarem sobre qual é a compensação
07:15para a desoneração da folha de pagamento
07:18desses setores de economia e de pequenos municípios.
07:22Se acabar,
07:24aí o governo pode, na segunda-feira,
07:27na apresentação da avaliação bimestral,
07:30vai falar, olha, não tem mais,
07:31então está tudo bem com as contas públicas,
07:33não vamos mais ter que gastar aí
07:35ou perder de arrecadar 18 bi,
07:38e está tudo certo,
07:39a gente vai ter um déficit pequenininho aí
07:41de 4, 5 bi, segundo algumas estimativas.
07:45Se, e é o que o Senado parece
07:48que está montando junto com o governo,
07:51o prazo for dilatado,
07:52aí não, segunda-feira a gente vai ter
07:54um baita rombo nas contas públicas
07:58se o governo utilizar números um pouco mais críveis,
08:02porque ainda tem aquela matemática
08:04que permeia todo o orçamento nacional
08:08e que a gente só vai ver o truque
08:10lá em novembro, dezembro,
08:12quando finalmente não tiver mais jeito,
08:14porque por enquanto você olha para frente e fala,
08:16não, nos próximos seis meses
08:17eu vou arrecadar o triplo
08:19e vou gastar metade.
08:21E a população só pode crer
08:24no que a equipe econômica está falando.
08:28Então é basicamente esse o empate,
08:30qual é a aposta, né?
08:31Daqui para o fim da semana
08:32acho que ninguém aprova nada
08:34e acho que a saída que todos buscarão
08:38é uma extensão do prazo para o acordo
08:41lá no STF.
08:43Então deve ganhar aí mais uns 30, 45 dias
08:46para o Senado poder se debruçar um pouco mais
08:48sobre essas possíveis medidas de compensação.
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