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  • 27/06/2025
O governo Lula articula acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso Nacional, buscando uma saída jurídica para a derrota fiscal. O PSOL se adiantou e já fez uma solicitação à suprema corte.

Dora Kramer e Nelson Kobayashi analisam o iminente embate entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que pode aprofundar a crise política e institucional em Brasília.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/e92T7JeGVxI

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Transcrição
00:00O presidente Lula decide entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal
00:04para questionar a derrubada do decreto do governo que aumentava o IOF.
00:09O repórter André Anelli traz agora as últimas informações,
00:12afinal, o governo pode mesmo reverter essa decisão no Supremo?
00:17André, boa noite pra você, bom trabalho.
00:21É uma possibilidade, viu, Tiago?
00:23Ótima noite pra você também e a todos aqui no Jornal Jovem Pan.
00:27O presidente Lula decidiu questionar no STF a derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF,
00:34após uma reunião com o ministro da Advocacia-Geral da União, a AGU, Jorge Messias.
00:40A linha de argumentação deve ser que o Congresso agiu de forma inconstitucional
00:45por infringir a separação de poderes com possível usurpação de competências do Executivo pelo Legislativo.
00:54A informação foi confirmada pela Advocacia-Geral da União por meio de nota em que reconhece ter iniciado uma avaliação
01:02para então saber se existe a possibilidade de judicializar esse caso sobre as medidas que podem ser adotadas
01:12para preservar a vigência do decreto que aumentou o IOF.
01:16O órgão afirmou ainda que solicitou informações ao Ministério da Fazenda para embasar esses estudos que estão em andamento.
01:25O presidente Lula até resistiu num primeiro momento a judicializar a questão do IOF,
01:31mas o entendimento é que a disputa eleitoral já foi iniciada e agora a questão é marcar posição
01:37sob discurso de tentativa do governo de querer taxar os mais ricos para poupar aqueles que são mais pobres.
01:45O PSOL já saiu na frente do governo e já judicializou a questão do IOF no Supremo.
01:52Na ação, o PSOL sustenta que o Parlamento violou a separação institucional entre os poderes
01:59e que com a derrubada dos decretos compromete a coerência das políticas públicas e a previsibilidade tributária.
02:08A legenda diz ainda que os congressistas não apresentaram nenhum fundamento técnico
02:13que caracterizasse a exorbitância do poder regulamentar do presidente da República
02:19e isso pode ser usado inclusive pelo próprio Palácio do Planalto, Tiago,
02:24para então embasar essa possível judicialização conduzida pela presidência da República,
02:31mas que já é nesse momento iniciada pelo PSOL.
02:34De qualquer forma, o Supremo vai se manifestar em relação a isso.
02:38Agora, André, depois de reuniões com o Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
02:41afirmou que não entendeu a derrubada do decreto do IOF.
02:46O encaminhamento da MP estava correto, de uma certa maneira?
02:50Pois é, Tiago, é o que garante o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
02:58que disse ter ficado surpreso com essa decisão do Congresso Nacional,
03:03principalmente depois daquela reunião ocorrida na semana retrasada, no final de semana,
03:09mais precisamente, em que Hugo Mota, presidente da Câmara dos Deputados,
03:13disse ter sido um encontro histórico.
03:16Então, deixava claro, pelo menos do ponto de vista do ministro da Fazenda,
03:21de que não haveria nenhum tipo de problema, junto ao Congresso Nacional,
03:26à medida do governo federal, que instituía o aumento do imposto sobre operações financeiras.
03:32Diante dessa surpresa, que foi, então, sofrida por Fernando Haddad,
03:37ele acabou fazendo novas manifestações nessa sexta-feira,
03:40aí em São Paulo, inclusive, ocasião em que ele voltou a defender a taxação do IOF
03:46como forma de compensação e também correção de distorções tributárias.
03:53Você fala de ajuste fiscal, o cara fica tenso.
03:56Quem é que vai pagar essa conta?
03:58Em geral, é quem ganha salário mínimo, é o aposentado, é o servidor público,
04:03é o pessoal da periferia, é essa turma que vai pagar pela ajuste fiscal.
04:07Quando você fala, não, vamos corrigir essas contas,
04:11mas vamos chamar a turma da cobertura para pagar o condomínio,
04:16aí é um espanto, aí não é possível.
04:21Aí, sabe o que acontece?
04:23Curiosamente, o ajuste fiscal fica em segundo plano.
04:28Ele não é mais interessante.
04:31Ninguém mais fala do assunto.
04:35E por conta dessas e outras declarações,
04:38a relação, nesse momento, entre Fernando Haddad e o presidente da Câmara,
04:42Hugo Mota, encontra-se estremecida,
04:45inclusive já foi, inclusive, acionado ali um deputado que é muito chegado,
04:51tanto a Fernando Haddad como a Hugo Mota também,
04:55que é o deputado federal Isnaldo Bulhões, líder do MDB na Câmara,
04:59para tentar apaziguar esses ânimos e retomar o diálogo entre as partes,
05:03mas esse diálogo deve ser retomado basicamente só depois que a poeira baixar
05:09em relação a esse assunto.
05:11Tiago.
05:11Saber quando vai baixar, né?
05:13De qualquer forma, a gente continua acompanhando esse embate entre os poderes.
05:16Até já, André, vou chamar a Dora Câmara daqui a pouquinho, né, Dora?
05:19A gente vai ouvir o Kobayashi para falar sobre a questão jurídica
05:23envolvendo esse ingresso do governo ao Supremo.
05:25Agora, o fato é o seguinte, eu te pergunto, Dora,
05:28o governo ganha o quê ingressando na Justiça?
05:31Só vai ter mais animosidade com o Congresso, não é?
05:35Tem dúvida alguma, mas parece que agora, como o jogo já está jogado eleitoralmente,
05:42aberto, e eu acho engraçado o governo, digamos assim,
05:45acusar a oposição de fazer um embate eleitoral.
05:49Pois se foi o presidente Lula, que em fevereiro desse ano, me lembro bem,
05:53disse, lançou a campanha, estamos em campanha eleitoral.
05:58Então, ele disse, quem quiser me combater, quem quiser ganhar a eleição de mim,
06:04vai ter que trabalhar.
06:05E aí o adversário aceitou a luta, e aí está trabalhando exatamente essa a questão.
06:12O governo ganha uma marcada de posição, porque agora já não tem ilusão
06:17de que tem base aliada, já não tem ilusão de que vai poder contar com esses partidos,
06:22vai ter que ir na base do apoio no varejo,
06:27quer dizer, apostando ali na defecção dentro dos partidos,
06:32não vai ter apoio do Centrão, então precisa marcar uma oposição
06:36para não dar a impressão de que está submisso,
06:39quando na verdade está ao Congresso.
06:41Porque quem tem artilharia pesada aqui é o Congresso, não é o governo.
06:45Então, o governo tem pouca, tem poucas armas.
06:48Fica com essa história de rico contra pobre, apostando no divisionismo,
06:53mais uma vez, contrariando a própria promessa de união e amplitude.
06:58Então, é super incoerente.
07:01E não vai, pode ganhar na justiça?
07:04Até pode, porque, de repente, o Supremo pode declarar inconstitucional,
07:10mas vai perder na política, ou melhor, já perdeu porque é derrota.
07:15Ou as derrotas já foram impostas.
07:18É uma atrás da outra.
07:20O Congresso já mandou a mensagem.
07:23Então, é uma vitória da justiça, francamente,
07:27nesse momento, no cenário político, é absolutamente indiferente.
07:33Ô, Comaiate, para a gente poder entender.
07:35Primeiro, eu queria que você desse a informação que a gente estava falando aqui,
07:38que houve uma redistribuição dessa análise, como é que isso vai funcionar.
07:43E se, por exemplo, o PSOL já ingressou no Supremo,
07:45se o governo também ingressar, é uma decisão só, junta tudo?
07:50Como é que isso funciona?
07:51Olha, Tiago, o regimento interno do Supremo Tribunal Federal
07:53fala que deve haver a união dos processos que são conectados pelo mesmo assunto.
07:59Por isso é que, agora há pouco, é que saiu uma decisão do ministro Gilmar Mendes,
08:02que havia sido sorteado para relatar a ação ajuizada pelo PSOL,
08:06remetendo o processo à presidência da corte, para analisar,
08:11se não há a necessidade de mandar esses processos todos
08:13para a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
08:15Por quê?
08:16Porque lá atrás, quando foram editados os três decretos
08:19que tratam exatamente do aumento do IOF,
08:22decretos, hein, pelo presidente da República,
08:25o PL, Partido Liberal, ajuizou uma ação
08:28para declarar inconstitucionais esses decretos todos.
08:31E já havia sido sorteado o ministro Alexandre de Moraes.
08:34Agora, com o ajuizamento do PSOL contra o projeto de decreto legislativo
08:40que foi aprovado e, portanto, contra o decreto legislativo,
08:43haveria o mesmo assunto a ser discutido.
08:46Se aquele decreto era ou não de responsabilidade integral,
08:50competência exclusiva do presidente da República ou não.
08:53Como é o mesmo assunto que vai ser discutido
08:54em relação aos decretos e ao projeto de decreto legislativo,
08:57provavelmente o ministro Luiz Alberto Barroso
09:01vai remeter tudo isso ao ministro Alexandre de Moraes
09:03para um julgamento só, sobre a constitucionalidade ou não.
09:07Tanto dos decretos que foram assustados
09:09quanto agora do decreto legislativo aprovado no Congresso Nacional.
09:13E isso é um julgamento na turma, julgamento no plenário ou virtual?
09:18Não se sabe ainda.
09:19Segundo também a nova disposição do regimento interno,
09:22os ministros podem colocar isso no plenário virtual,
09:25a não ser que haja algum destaque de alguns dos ministros
09:29para que isso seja levado ao plenário,
09:31onde há a troca das informações, das ideias,
09:34inclusive com sustentação oral dos representantes do governo
09:37e do Congresso Nacional.
09:38Odora, mais uma questão que eu queria fazer para você é a seguinte.
09:41Para você, ainda existem algumas informações conflitantes,
09:45alguns ministros ainda divergem desse ingresso ao Supremo,
09:49então seria talvez uma forma de pressionar o próprio Congresso Nacional,
09:53dizendo, olha, ainda num tom de ameaça.
09:56Mas o que vai ser primordial?
09:57Quem vai dar a palavra final?
09:59Ingressa ou não ingressa?
10:00Sendo, claro, se a AGU disser que existe sim a brecha jurídica
10:05para se entrar na justiça.
10:06Qual é a decisão política em cima dessa questão jurídica?
10:09Olha, vai ficar muito difícil, embora exista essa possibilidade
10:14de ser um jogo de pressão,
10:17quando o próprio presidente da República
10:19empenhou a palavra dele, a ordem para a AGU foi dele.
10:23Então, ele recuar agora vai ficar muito ruim.
10:27Como ele está nessa vibe de entrar numa medição de forças com o Congresso,
10:34pode ser que não haja recuo aí.
10:36Agora, de qualquer modo, o pessoal já foi terceirizado essa questão.
10:42Quer dizer, se o governo quiser assistir de camarote,
10:46dizendo que, de repente, que houve um telefonema do Gumota,
10:51do Davi Alcolumbre, que, na verdade, o Congresso recuou
10:56e o governo está apostando no diálogo, até pode fazer.
11:01Mas aí a ação segue porque o pessoal já fez esse favor, está certo?
11:07O pessoal é aliado do governo e é assim que as pessoas,
11:10é assim que a coisa funciona.
11:12Os aliados fazem alianças, fazem trabalhos para seus parceiros.
11:18É assim que funciona.
11:20Então, pode acontecer uma coisa ou outra,
11:24o governo manter ou o governo, nesse meio tempo,
11:27Olha só, estamos numa sexta-feira, véspera de entrada do recesso do Supremo.
11:34Quem vai dar as decisões é o presidente, o Luiz Roberto Barroso,
11:40que estará no plantão.
11:43Então, é aí uma situação um pouco favorável ao governo.
11:51Vamos ver, de repente, nesse meio tempo,
11:53se produz aí algum tipo de conversa,
11:57que eu estou achando difícil,
11:59mas na política tudo é o possível, né?
12:02Já que a política é a arte do impossível,
12:06então pode haver alguma conversa,
12:08no sentido de o governo não materializar essa ação,
12:16mas a do pessoal vai seguir.

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