O governo tentou impedir a votação que resultou na derrubada do decreto do IOF, mas sofreu uma derrota expressiva na Câmara. A manobra gerou ainda mais desgaste na relação com os parlamentares. Dora Kramer e Nelson Kobayashi analisam os impactos políticos desse episódio.
Assista à íntegra: https://youtube.com/live/BWyqzIOXueA
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00Brasil pra falar diretamente da Câmara dos Deputados, porque os parlamentares votam a urgência do projeto que derruba o decreto sobre o IOF, o imposto que foi criado pelo governo por meio de um decreto.
00:13Bruno Pinheiro retorna aqui ao Jornal Jovem Pan.
00:15Ô Bruno, o governo tentou impedir até o último momento essa votação, mas a sessão já começou, inclusive, sob o comando do presidente da Câmara, o deputado Hugo Mota. Não é isso, Bruno?
00:25E está em discussão neste momento, eu estava acompanhando lá dentro do plenário da Câmara dos Deputados, os parlamentares fazendo uma discussão que são a favor dessa derrubada e também ao lado do governo dizendo que é contra esta derrubada.
00:42Mas já está claro o entendimento entre os parlamentares que não tem como ter um aumento de nenhum imposto neste momento.
00:49Cheguei a ouvir de alguns parlamentares que, se o governo tem interesse em aumentar a sua arrecadação, que aumente sobre as casas de apostas online, sobre esses jogos que nós já comentamos.
01:02Houve, inclusive, uma fala na última semana do vice-presidente Geraldo Alckmin de que o governo está disposto a aumentar para até um pouco de 18% se houver uma conversa com o Congresso.
01:14chegar até 28%, mas eu ouvi aqui de parlamentares que, se o governo quer de fato aumentar, aumente como está a do cigarro, chegando quase a 68%.
01:25E essa discussão, por parte do governo, dizendo que sempre que vai aumentar o imposto para os ricos, a oposição acaba reclamando dentro do Congresso Nacional.
01:35Está em discussão, existe uma expectativa, inclusive, de uma votação simbólica, que é quando se espera ter um número considerado de parlamentares dentro do plenário,
01:46atingindo quase 500 parlamentares, e aí se faz, então, essa votação simbólica.
01:51Quando chegou aqui na Câmara dos Deputados, hoje, um pouco mais cedo, Hugo Mota falou sobre essa importante votação
01:57e disse que tudo que foi enviado pelo governo para o Congresso Nacional foi analisado.
02:03Hugo Mota falou, inclusive, sobre lealdade ao governo federal. A gente vai ver agora, Tiago.
02:09O Congresso tem sido correto. O Congresso aprovou absolutamente tudo que o governo enviou para cá
02:14nesses quase dois anos e meio de governo. O Congresso demonstrou muita responsabilidade com a economia,
02:20responsabilidade com o país, e quando se tem essas medidas que nos incomodam,
02:24nós temos a capacidade, sim, de expressar esse sentimento. Foi isso que eu disse ao presidente da República no último sábado,
02:32porque a relação tem que ser sempre de lealdade. E a lealdade, ela não está implícita,
02:37que você tem que concordar com tudo que o governo envia para casa, mas sim se contrapor com aquilo que a casa não entende
02:45como uma medida que é boa para o país. E essa nossa lealdade, essa nossa relação, ela continuará a ser assim.
02:54Agora, exatamente 8h46, são 425 parlamentares que estão no plenário da Câmara dos Deputados.
03:01Esse número vai aumentando, de acordo com alguns que vão chegando de viagem, mas essa discussão já iniciou no plenário
03:08e a expectativa é de analisar somente o requerimento de urgência.
03:12Eu conversei agora há pouco com o deputado Lindenberg Farias, ele disse o seguinte,
03:16que só tem esse requerimento de urgência, não tem como analisar mais nada.
03:20Ou que seja, analisar a urgência hoje não quer dizer que já vai votar amanhã ou na semana que vem,
03:25porque tem outros assuntos que estão há vários anos com requerimento de urgência já analisado,
03:31mas o seu mérito não foi colocado em votação.
03:34Essa é a ideia do governo, segurar até quando conseguir.
03:37Já por parte da oposição é conseguir analisar a urgência e o mérito da matéria nas próximas sessões.
03:43Perfeito, Bruno. A gente vai acompanhar um trechinho mais dessa sessão,
03:48que desde cedo a gente já vem acompanhando, falando nesse momento da deputada Jandília Feghali,
03:52agora há pouco houve uma parte do deputado sócio Elis Cavalcante,
03:57mais um trecho aqui ao vivo durante o Jornal Jovem Pan.
04:00Não podem mais existir no Brasil para que a gente não vá para cima de benefício previdenciário,
04:05BPC, porque esses são recursos que nós não podemos cortar e nem desvincular do salário mínimo.
04:11Isso é a perversidade que muitos querem aqui, desvincular o salário mínimo, BPC e outros benefícios, salário mínimo.
04:18Nós não queremos isso, o governo Lula não quer isso, nós queremos ir para cima dos super ricos.
04:23Portanto, a federação...
04:25Não, presidente.
04:28A federação orienta o voto não, não ao PDL, sabendo o que vai acontecer aqui, na urgência...
04:35Eles já estão encaminhando a votação, inclusive, e a expectativa é de que haja realmente essa votação para o pedido de urgência,
04:44para que daqui a alguns dias ou até semanas, os parlamentares voltem a se debruçar para derrubar o decreto que criou o IOF,
04:52o aumento do IOF, aqui no País, vou chamar mais uma vez a Dora Kramer e o Nelson Kobayashi.
04:56Dora, agora há pouco, o presidente da Câmara, o deputado Hugo Mota, deixou bem claro que essa votação de hoje é um recado para o governo.
05:05Isso daí a gente já tinha ideia, mas ele explicitamente deixa essa informação no ar.
05:10Pois é, e a gente ia pensar que o governo achava que o problema era o Arthur Lira, né?
05:16O Arthur Lira que era a raiz de todos os problemas.
05:20Não é, a questão não é essa, né?
05:23Justamente o Hugo Mota e o Davi Alcolumbre estão onde estão, foram eleitos com votações quase unânimes,
05:29exatamente para atender os interesses do Congresso, que é cada vez mais forte diante do Poder Executivo.
05:37Então é isso, a coisa está dada, né?
05:41Se tiver alguma chance desse decreto não ser derrubado no mérito,
05:47alguma coisa, seja emenda ou seja não sei que tipo de negociação, o Congresso vai levar.
05:54De graça não vai entregar para o governo, porque é poder conquistado,
06:00é um poder do qual não se abre mão.
06:02E o Congresso, que conquista cada vez mais poder, exatamente de 2015 para cá,
06:08na última década, nos últimos dez anos, obviamente não vai abrir mão de poder.
06:13E o tanto Davi Alcolumbre quanto o Hugo Mota, os dois presidentes do Congresso,
06:19eles não devem o cargo deles ao Poder Executivo, ao presidente Lula, a qualquer ministro.
06:26Eles devem aos deputados e aos senadores.
06:29E é a eles que eles vão atender, não sempre dar prioridade a eles,
06:33em detrimento dos interesses do governo.
06:36Quando isso puder se compor, o que é muito que bem?
06:40Agora, na hora de fazer a escolha, é claro que a escolha será pelo interesse dos deputados e senadores.
06:46E, como eu acho, não quer demais lembrar, o Bruno falou,
06:48mais de quatrocentos deputados estão nesse momento na Câmara,
06:51numa segunda-feira, o que não é tão comum para eles,
06:55ainda mais numa semana com feriado, que a semana acaba para eles na quarta-feira, né?
07:01Realmente, Tiago, esse é um indicativo, né?
07:04E há toda uma questão também, um contexto que deve ser lembrado.
07:08Nós estamos já há um ano das próximas eleições, praticamente, né?
07:13Um ano e alguns meses.
07:15A gente já tem alguns partidos importantes que compõem ali os ministérios,
07:21que, de alguma maneira, não estão tanto na oposição,
07:24mas votam em boa parte dos projetos no Congresso Nacional,
07:28de acordo com as necessidades do Poder Executivo,
07:31aquele centro-direita mais fisiológico,
07:35mas que são partidos que já têm se anunciado aí com pré-candidatos,
07:39com uma ideia de composição mais à direita,
07:42ou seja, desembarcando, de alguma maneira, do governo Lula.
07:46Posso dizer aqui, do PSD, do União Brasil,
07:49Republicanos e alguns outros partidos nesse sentido.
07:52Então, já há, de alguma maneira, também um descolamento
07:54deste compromisso de alguns partidos mais ao centro,
07:58que poderiam votar tanto de um lado quanto de outro,
08:00nesse caso, com o presidente e com o Poder Executivo.
08:05Então, há também essa questão a ser levada em consideração,
08:08que pode significar votos contra os interesses do governo.
08:12E, nesse caso, seria, nessa votação,
08:15a urgência do projeto que visa a derrubada do decreto do IOF.
08:19Ô, Comércio, a gente volta para o plenário da Câmara,
08:22falando, nesse momento, do Itado Hildo Rocha,
08:24os parlamentares encaminhando a votação.
08:27Hildo Rocha é do MDB do Maranhão.
08:29Acompanhe ao vivo aqui no Jornal Jovem Pan,
08:32essa votação é importante em plena segunda-feira no Congresso Nacional.
08:34Porque eu entendo que isso é uma indecência.
08:40Como vota o PDT, deputado Afonso Mota.
08:46Senhor presidente, cumprimentar a vossa excelência,
08:50cumprimentar o Colégio de Líderes por colocarem na pauta esse tema.
08:56Vamos esclarecer para todos os fins que estamos tratando
09:00de um pressuposto regimental que trata da urgência da matéria,
09:08com a sua característica própria, com as suas consequências,
09:13e que essa matéria, sim, precisa ser debatida profundamente,
09:18porque trata do equilíbrio fiscal do país.
09:22O PDT, com a sua unanimidade, vai votar sim, senhor presidente.
09:26Como vota a Federação PSDB Cidadania, deputado Alex Manente.
09:34Presidente, nossa posição nesse momento,
09:38nós já reafirmamos a posição de votar a favor da urgência,
09:44contra aumento de imposto.
09:46Nosso país não suporta mais ver um governo federal
09:49que ao invés de buscar alternativas, de reduzir custos da sua máquina pública,
09:54aumenta imposto a cada momento.
09:57E agora aumenta imposto através de decreto,
10:00que é algo inconstitucional.
10:02Por isso, além de ser contra a criação e aumento de novos impostos,
10:06nossa posição é votar, não apenas a urgência,
10:10mas trabalhar para que o mérito desse PDL possa ser votado,
10:14e nós derrubemos esse decreto do presidente Lula
10:17que aumenta imposto no Brasil,
10:20que é isso que está acontecendo.
10:21Assim, vamos nos posicionar a favor da urgência,
10:25contrário ao aumento de impostos que está sendo promovido por esse governo.
10:29Vamos nos dedicar a reduzir a máquina pública.
10:33O deputado Alex Manente e o presidente da Câmara, Hugo Mota,
10:37chamando os parlamentares que fazem a votação por partidos.
10:42Acompanhe.
10:42PSDB vota não.
10:43Considera que é necessário discutir o preço do Brasil.
10:50Considera que é necessário fazer justiça com aqueles que não podem pagar mais.
10:58Mas o que está se dizendo aqui,
11:00que está se aumentando imposto para a população,
11:04não corresponde à verdade.
11:06É uma taxa sobre operações financeiras.
11:11Portanto, a maioria do povo sequer sabe o que é IOF.
11:18Essa é a deputada Líndice da Mata,
11:20se posicionando de forma contrária à derrubada do decreto.
11:25Senhor presidente, o Podemos orienta sim ao requerimento de urgência.
11:30O Podemos é contra o aumento de impostos.
11:33Brasil, o que nós estamos votando aqui,
11:38requerimento de urgência que tem o objetivo de sustar os efeitos do decreto 12.499 de 2025,
11:45que aumentou a líquida do IOF,
11:48Imposto sobre Operações de Crédito, Campos, Seguros e Títulos de Valores Mobiliários.
11:53Senhor presidente, o governo precisa buscar uma outra alternativa.
11:59E essa não é a alternativa, aumentar impostos para os brasileiros.
12:03Por isso, o nosso partido Podemos,
12:06e o meu voto é sim ao requerimento de urgência,
12:10e que a gente possa votar o mérito,
12:12porque o povo brasileiro não aguenta pagar mais impostos.
12:17O governo precisa reduzir a máquina pública.
12:20Esse é o voto do nosso partido.
12:21Muito obrigado, senhor presidente.
12:23Presidente, presidente, eu quero orientar pelo Partido dos Trabalhadores.
12:27Eu já dei a orientação ao Partido dos Trabalhadores,
12:30que a deputada Jandira orientou pela Federação.
12:32Mas é porque os partidos estão orientando individualmente, presidente.
12:35Não, não tem partido orientando individualmente.
12:37A Federação já orientou, não.
12:39Nenhum partido orientou individualmente.
12:41Como não?
12:41Como não?
12:42Minoria, presidente.
12:43O novo presidente.
12:44Darei a palavra agora para orientar pela Federação Pessoal Rede.
12:49Aqui, presidente.
12:49Vou agregar o tempo de liderança, por favor.
12:51Ah, lá que ligou, né?
12:52Vou agregar o tempo...
12:53Agregar o tempo de liderança da deputada Talíria,
12:55para orientar e falar como líder.
12:58Obrigada, presidente.
12:59Colegas, o que a gente está vendo aqui...
13:04Bom, é a deputada Talíria Petroni.
13:06Os parlamentares vão se posicionando e colocam, claro, o posicionamento dos partidos.
13:13E é bom deixar claro o seguinte, eles estão discutindo a votação para a urgência
13:19de que lá na frente eles vão voltar a discutir se derruba ou não o decreto do IOF.
13:25Hoje, especificamente, não é para decidir se esse decreto será ou não derrubado.
13:30Pelo menos não há essa expectativa.
13:31Mas sim para votar a urgência disso.
13:33E isso pode durar alguns dias até semanas para que o governo e o Congresso tentem um novo acordo.
13:40A possibilidade de acordo em instantes voltaremos com o resultado dessa análise no plenário
13:45do Congresso Nacional.
13:46E, ao que tudo indica, a urgência será aprovada.
13:49Mas ainda não temos, claro, o início dessa votação.
13:52São apenas a discussão e os parlamentares de cada partido colocando o posicionamento das legendas.