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00:00Linha de Frente
00:04Olá, está começando agora mais um Linha de Frente nesse fim de semana.
00:11Seja muito bem-vindo, muito bem-vinda.
00:13Eu sou Beatriz Manfredini e agradeço a todos a companhia desde já.
00:17No programa de hoje falaremos sobre o avanço da atuação do PCC no mundo,
00:22o preocupante avanço do tráfico de drogas
00:24e claro, as atualizações sobre o conflito no Oriente Médio
00:28que segue sobre os holofotes de todo o mundo.
00:31E para essa conversa boa, recebo aqui a advogada Luciana Gaston,
00:36a promotora de justiça do Ministério Público de São Paulo, Eliana Passarelli,
00:41o Alex André, que é economista e a advogada Thaís Cremasco.
00:46Boa tarde, pessoal. Obrigada por estarem aqui no Linha de Frente.
00:51A gente começa falando de um assunto que permeou as discussões na última semana,
00:55principalmente no que diz respeito à violência, ao tráfico de drogas.
01:00Isso porque um mapeamento realizado pelo Ministério Público aqui de São Paulo
01:04apontou que o primeiro comando da capital, o PCC, tem integrantes em ao menos 28 países.
01:10De acordo com a análise do MPSP, são mais de 2 mil soldados da facção criminosa
01:16espalhados pelos continentes, inclusive na Ásia.
01:20Paraguai, Venezuela e Bolívia são os locais com mais membros fora do Brasil.
01:27Os ganhos do PCC, que surgiu há pouco mais de três décadas em um presídio de Taubaté,
01:32no interior aqui de São Paulo, chegam a 1 bilhão de dólares por ano,
01:36mais ou menos 5 bilhões de reais. Essa é a estimativa do UMP.
01:41O carro-chefe é o tráfico internacional de cocaína.
01:45E, claro, não poderia deixar de começar esse programa com a doutora Eliana.
01:50Obrigada.
01:51Doutora, por favor, queria que a senhora desse um norte, assim, pra gente
01:55do que quer dizer um espalhamento como esse em 28 países.
02:00Explicasse um pouco mais mesmo pra gente começar esses números.
02:03Tá certo. Bom, esses números não são aleatórios, são números oficiais, né,
02:09de, não só de pesquisa, mas de investigação mesmo do Ministério Público do Estado de São Paulo.
02:16Obviamente, nós estamos falando de PCC, mas nós também temos Comando Vermelho, enfim,
02:21temos outras facções.
02:23É um dado extremamente preocupante, sem dúvida alguma,
02:28porque nós estamos falando de uma máfia.
02:30Hoje em dia, nós podemos considerar, né, o PCC como uma máfia.
02:36Com isso, óbvio que ela se ramifica, principalmente na América do Sul, né,
02:42onde nós encontramos aí os nossos maiores produtores, entre aspas, óbvio,
02:48de cocaína, de outros entorpecentes.
02:51E nós temos um vasto território, né, território nacional cuja entrada da droga
02:56é muito bem-vindo.
02:58Por outro lado, nós vamos falar de 30 anos, onde, eu não vou dizer o Ministério Público,
03:04porque não foi, mas enfim, todo o sistema, todo o sistema,
03:10não levou a sério o que poderia ser a máfia.
03:14Não levou a verdade o que poderia ter sido levado logo de início.
03:19Então, eu lembro bem que, quando nós começamos a falar em organização criminosa,
03:25nós, publicamente, não poderíamos e não pudemos falar o nome, PCC,
03:32porque isso geraria marketing para eles.
03:35Então, a gente só falava assim,
03:37ah, tem uma organização criminosa, é uma organização criminosa,
03:40e a gente, na verdade, foi sucumbindo a esta, o Estado foi sucumbindo a esta organização criminosa.
03:49E o que é mais grave, sucumbiu junto à nossa legislação,
03:53que permitiu, até hoje, que a coisa ficasse, agora que nós ouvimos falar,
04:00a associação criminosa.
04:02A gente chamava, antigamente, de quadrilha só, né?
04:07Artigo 288 do Código Penal.
04:09Então, agora, se criou um crime novo de associação criminosa,
04:13mas continuam extremamente, e eu estou falando do legislativo,
04:17continuam extremamente benevolentes,
04:20quando nós falamos em penas, em sanções, em regimes,
04:23e a possibilidade, o que é mais ridículo ainda,
04:27falamos de PCC, mas falamos de tráfico privilegiado.
04:30Então, alguém solta um criminoso, que tem 700 quilos no seu caminhão,
04:37dizendo que ele não é traficante,
04:39ele carregava alguma coisa que não era droga.
04:41E por aí vai, né?
04:42Se a gente for falar mais,
04:45aeronaves, que são meios de transporte,
04:49que são devolvidos aos criminosos,
04:51eu estou dando uma geral, rapidamente,
04:54mas é bem isso que está acontecendo.
04:56Hoje, o Ministério Público atua de forma organizada, sem dúvida,
05:01com base em inteligência, assim como a Polícia Federal,
05:04a Polícia Estadual, DENARC,
05:07mas é muito difícil conter, por conta do legislativo.
05:12Aproveitando ainda um pouquinho, a senhora doutora,
05:14antes de passar para o resto da mesa,
05:16fiquei curiosa para saber, sobre a legislação,
05:19como poderia ser um possível endurecimento,
05:22se isso facilitaria, de repente, o combate,
05:25como que a senhora vê a PEC da Segurança Pública no meio disso?
05:28Dá para fazer uma relação com esse combate à organização criminosa?
05:33Bom, para mim, PEC da Segurança, zero, não funciona.
05:37PEC já significa que não vai funcionar, entendeu?
05:40Tem que botar a lei para trabalhar,
05:42os legisladores, os deputados,
05:45de fato, se debruçarem para isso.
05:48Eu vim aqui, certa feita, acho que foi em dezembro deste ano,
05:53de 24, e coloquei também a mesma forma.
05:58Quer dizer, todo mundo preocupado com as suas emendas
06:01e ninguém preocupado com o problema.
06:05E eu estou falando muito sério, assim.
06:07Eu estou falando, assim, desculpe até a veemência, mas não dá.
06:12Então, todo mundo preocupado com as suas emendas
06:14e um tipo de legislação foi aprovado com muita dificuldade,
06:20que é a história da saídinha.
06:23A quem interessa não enfrentar o crime organizado?
06:27A quem interessa não me enfrentar?
06:29Porque hoje eles tomam conta, inclusive,
06:33de várias, várias sessões, podemos dizer assim,
06:39que são as mandantes no país.
06:41Eu não quero ficar falando aqui de poderes e nada disso,
06:45porque não é o caso.
06:46A gente só trabalha com prova.
06:49Como eu falo, eu acho, não dá para trabalhar.
06:52Mas a legislação tem que endurecer de tal sorte
06:56que o criminoso não tenha que sair.
06:57Se até 1984 o indivíduo só saía com três quartos da pena
07:03porque era reincidente em 1984,
07:06por que hoje ele tem que sair com um quinto da pena?
07:09Ah, mas olha, tráfico de drogas não permite liberdade provisória.
07:14Mentira!
07:15O Tribunal dá liberdade provisória.
07:18Tráfico de drogas não permite progressão de regime.
07:22Progressão de regime existe.
07:23E ainda esse tráfico privilegiado, que é o parágrafo quarto da lei de drogas,
07:28que é a coisa mais ridícula do mundo,
07:30porque não prevê um pouquinho de droga.
07:32É qualquer quantia de droga.
07:35Então, eu ainda bato nos legisladores e bato mais.
07:39vai ter Cracolândia, vai ter, seja lá o que for,
07:45polícia na rua para prender traficante a cada esquina.
07:49Ok, prendeu?
07:51Justiça não pode soltar.
07:52E legislativo tem que fazer isso pela justiça.
07:55Não deixar soltar.
07:57Então, eles têm razão.
07:58A polícia prende, o judiciário solta.
08:00E por que solta?
08:01Porque cumpre a lei.
08:02Todo mundo cai de pau no judiciário.
08:05Mas cumpre a lei.
08:05A lei é isso aí.
08:07Então, é isso.
08:07É isso.
08:08Fica muito difícil.
08:10Caís, puxando um pouco essa questão da prisão dessas pessoas
08:14que estão, então, em organizações criminosas,
08:17aí a gente também tem um segundo problema,
08:19que é o PCC, ele se expande dentro justamente das prisões.
08:25Então, a gente pode enxergar um problema dentro dos próprios presídios.
08:28E, inclusive, uma coisa que chamou a atenção nesse relatório
08:32que foi divulgado pelo UMP, aqui de São Paulo,
08:35é que esses membros que estão viajando para outros países,
08:41eles viajam não só negócios, esse é o termo que acho que é utilizado,
08:44mas eles viajam para se infiltrar em cadeias de outros países.
08:47Isso tem chamado a atenção, né?
08:49Sim, com certeza.
08:51Boa tarde a todas as pessoas.
08:52E eu acho muito importante nós olharmos para essa situação
08:56do viés de que não se trata apenas de uma questão de segurança pública.
09:02Quando a gente vê que o PCC está avançando,
09:05na verdade, a gente precisa analisar esse fato
09:08através do impacto da saúde pública.
09:11Entender que a questão da guerra contra as drogas
09:14não é simplesmente fortalecer o poder judiciário
09:17ou endurecer as leis.
09:19São 40 anos de endurecimento de leis.
09:2340 não, né?
09:24Mais de 30 anos onde o Estado tenta conter o PCC
09:29através de algumas legislações,
09:33através de prisões e, na verdade, não encara o real problema,
09:37que é a desigualdade, a falta de saneamento,
09:41a falta de educação, a falta de alimentação
09:43de um povo que está sendo massacrado.
09:46Então, por que o PCC nasce?
09:49É como uma forma justamente de se impor,
09:53de reclamar de uma sociedade que aprisionava pessoas
09:58e matava, torturava pessoas na cadeia.
10:01Então, não dá para olhar para esse avanço
10:04simplesmente pensando em segurança pública,
10:07fortalecimento de leis e prisões.
10:09Não é sobre isso.
10:11É sobre a falta de garantias mínimas de dignidade das pessoas.
10:15O Brasil é signatário na ONU de tratados internacionais,
10:20como as regras de Mandela, por exemplo,
10:22que determina que os presos devam ser tratados com dignidade.
10:26Isso não acontece no nosso país.
10:29Então, é importante lembrar que toda essa violência,
10:32que tudo que está acontecendo agora
10:34vem como resposta de um país que não respeita as pessoas mais pobres.
10:39Então, eu entendo que é muito frustrante,
10:41eu entendo, mas hoje o PCC já está infiltrado em todos os poderes,
10:46na economia, na política.
10:48Então, é muito complexo e não se resolve simplesmente
10:52com majoração de penas, com leis mais duras,
10:55com prisões perpétuas ou prisões de não sei quantos anos.
10:58Se resolve através de educação, alimentação,
11:01respeito à dignidade da pessoa humana,
11:03como a nossa Constituição Federal determina.
11:05Para trazer aqui um exemplo rápido,
11:07inclusive na capital paulista, recentemente,
11:10empresas de ônibus foram afastadas do contrato com a Prefeitura
11:13depois de apuração,
11:16de que tinha um envolvimento com organizações criminosas.
11:18Isso um exemplo de vários, como elas citaram,
11:20que a gente tem aqui no país,
11:22mas o mais recente que me veio à cabeça.
11:24Luciana, tem solução para isso?
11:28Boa tarde a todos.
11:31Eu acho que não tem solução,
11:32porque nós temos um problema muito sério.
11:34Eu sou especialista em direito empresarial,
11:37em processo penal e em compliance.
11:39Quando você fala no crescimento do PCC,
11:43nós temos cada vez mais essa organização criminosa,
11:46que não é mais uma máfia, como muito bem foi colocado,
11:49constituindo empresas.
11:52Então, o dinheiro ilícito hoje, ele é legalizado.
11:55Então, a gente tem o primeiro problema.
11:56A gente tem, abre aspas, o contador bandido,
12:00que é o que abre a empresa
12:01e que cria a estrutura com auxílios de advogados mal intencionados
12:06que assinam os contratos sociais
12:09que são registrados nas juntas comerciais do nosso país.
12:14Outro problema mais sério ainda,
12:16não adianta falar em endurecimento de leis,
12:18sendo que quem faz as leis,
12:20muitas vezes o nosso legislador,
12:22ele foi financiado, a campanha dele,
12:25através do quê?
12:26De dinheiro oriundo do PCC.
12:28Aí, quando a gente pega o nosso código eleitoral,
12:30nós temos uma causa de ineligibilidade
12:32que fala que aquele que tem um problema criminal,
12:37que ainda não transitou em julgado,
12:39ele fica ineligível por oito anos,
12:41ele não pode registrar sua candidatura.
12:44Ok.
12:44Só que nós temos um código eleitoral vindo,
12:47com alterações,
12:48que serão mais prejudiciais ainda
12:50para o eleitor e para o cidadão brasileiro,
12:52quando você pensa em organização criminosa,
12:54em máfia, em PCC,
12:56porque existe uma cláusula lá
12:58que fala que talvez não precise de um trânsito julgado
13:00para aquele cidadão que é criminoso,
13:03que financia maus políticos,
13:06ingresse no poder legislativo.
13:09Então, se quem faz leis foi financiado
13:11por quem controla o tráfico de drogas,
13:15controla o PCC,
13:17essa pessoa, infelizmente,
13:19não vai fazer algo que seja em prol da sociedade.
13:22Então, precisa haver um retrocesso,
13:26voltarmos lá atrás,
13:28resgatarmos valores sociais,
13:30olharmos para o nosso país
13:32como um país diferenciado,
13:34escolhermos melhores os nossos políticos,
13:37estarmos atentos às leis
13:38e termos profissionais
13:40que honrem os seus códigos de éticas
13:42no sentido de não contribuir
13:44para com esse tipo de abertura
13:46de empresas criminosas.
13:48Bom, Alex, eu acho que um ponto importantíssimo
13:52que você pode trazer para a gente
13:53sobre o assunto
13:54é o quanto de dinheiro
13:56movimenta uma organização criminosa como essa
13:59e o quanto essa infiltração
14:01em diversos locais,
14:03o próprio MP já alertou
14:04que está totalmente infiltrado
14:05no estado de São Paulo, por exemplo,
14:08ela dificulta o combate, né?
14:10Exatamente.
14:11Primeiramente, agradecer a Beatriz
14:13pelo espaço Jovem Pan,
14:14também saudá-las à doutora Eliana,
14:17doutora Thais, doutora Luciana
14:19e toda a audiência que nos acompanha.
14:21Bom, acho que a relação aqui
14:23econômica, né,
14:24são diversos números.
14:25Eu estava, inclusive, até estudando,
14:28lendo mais o assunto,
14:28já acompanho já de alguns anos para cá
14:31que, como todas disseram,
14:33com propriedade,
14:34falando da área econômica,
14:35a gente está falando aqui
14:35da economia paralela,
14:36corresponde 15% do PIB,
14:38dados que caíram da FGV em 2023,
14:40ou seja, há dois anos,
14:41para cá, talvez, em 2025,
14:43esse número seja maior.
14:45Economia paralela,
14:45a gente fala tudo que é ilegal,
14:47que acaba transitando aqui no Brasil.
14:4815% do PIB é muita coisa.
14:50Então, a gente pode dizer
14:51que o crime organizado hoje
14:52virou uma multinacional
14:54com grande responsabilidade.
14:55E mais, me arrisco em me dizer
14:57que, se não,
14:59é um dos maiores portadores do Brasil
15:01de narcotráfico,
15:03enfim, de todos os tipos
15:04de produtos ilegais
15:07que o crime está penetrado.
15:09E agora entra as BETs.
15:11As BETs, também, principalmente,
15:13que tem essa discussão
15:15até quanto as BETs estão,
15:18não estou dizendo que todas as BETs,
15:19mas, enfim, tem investigações,
15:20inclusive, né, doutor,
15:21incluindo, nesse momento,
15:23envolvimento das BETs nesse sentido,
15:25e, ao mesmo tempo,
15:27essa formalização do crime.
15:28Ou seja, ao mesmo tempo,
15:29as fintechs,
15:30eu falo aqui,
15:31o grande avanço que o Banco Central
15:33fez com a gestão do Roberto Campos Neto,
15:34agora, pelo Galipo,
15:35de trazer um avanço
15:37no mercado de capitais
15:38que veio,
15:38advindo das fintechs,
15:40algo hoje nós temos aí
15:41grandes bancos
15:42na palma da nossa mão
15:43no nosso celular,
15:44graças às regulamentações
15:45que são feitas
15:45do Banco Central.
15:46E onde foram feitas
15:48grandes operações,
15:49né,
15:50tanto do Ministério Público,
15:51tanto da Polícia Federal,
15:52Polícia Civil,
15:53todos os órgãos de segurança,
15:54nas fintechs também,
15:55várias fintechs
15:56que transitaram
15:57bilhões de reais
15:58e também estruturas offshore.
16:01Nessas estavam,
16:01inclusive, a doutora Luciana
16:02estava comentando
16:03sobre empresas que são constituídas,
16:05contadores,
16:05contadores também,
16:06lá de fora,
16:07que também constituem offshores,
16:08né,
16:09para ocultar ainda mais o dinheiro.
16:11Então, o problema,
16:12aqui, Beatriz,
16:13não é só o âmbito Brasil,
16:15logicamente,
16:15a gente sabe disso,
16:16e quando a gente fala aqui
16:17de faturamento do PCC,
16:19doutora Eliana pode me corrigir aqui,
16:20mas eu estava lendo números,
16:21inclusive,
16:21do MMP,
16:22que estavam transitando
16:23entre um a dois bilhões de reais,
16:24né,
16:25os dados do PCC,
16:26e aí,
16:27quando a gente,
16:27logicamente,
16:28como a doutora também comentou,
16:29se somar outras organizações criminosas,
16:31o efeito,
16:31realmente é enorme,
16:33e muito disso,
16:34nós que estamos aqui
16:35no nosso dia a dia,
16:36no nosso trabalho,
16:36a gente não consegue entender
16:37o tamanho da dimensão disso,
16:39né,
16:39e como não é tangível
16:40nossos olhos,
16:41né,
16:41no nosso dia a dia,
16:43isso acaba,
16:44às vezes,
16:44passando despercebido
16:44para o público que nos assiste,
16:46mas a gravidade
16:47que afeta o nosso dia a dia,
16:49isso é o aumento da criminalidade,
16:50né,
16:51é toda essa impunidade
16:53que a gente vê diante
16:53das telas
16:54que os jornais
16:55acabam divulgando,
16:56essas atrocidades
16:57que acontecem,
16:57acontece,
16:58então realmente,
16:59na parte econômica,
17:01é um desastre,
17:02porque a gente está falando aqui,
17:03a gente está passando
17:03um desafio fiscal no Brasil,
17:05quanto de isenção fiscal,
17:06invasão de divisas,
17:07o crime organizado passa?
17:08Então,
17:09logicamente,
17:09não está falando aqui
17:10para o crime organizado
17:11pagar imposto,
17:12mas eu estou dizendo
17:12que essa invasão de divisas,
17:14essa falta de regulamentação,
17:16deixa logicamente até,
17:18inclusive,
17:19vou trazer só um pleito aqui
17:20para terminar a minha fala,
17:21o pleito que é
17:21dos postos de gasolina,
17:22as associações de postos de gasolina,
17:24até os maiores players do Brasil,
17:25e são brigas públicas,
17:27até um dos maiores empresários
17:29do Brasil,
17:30o Rubens Ometo,
17:30da Cozã,
17:31da Raizen,
17:32ele já veio publicamente
17:33dizer sobre isso,
17:35dizendo,
17:36olha,
17:36o mercado informal
17:37acaba me atrapalhando,
17:38porque eu pago imposto em dia,
17:40eu estou 100% regular,
17:42e aí tem o posto
17:43clandestino
17:44que vende o combustível adulterado,
17:46que não paga o imposto,
17:48enfim,
17:49e também está dentro
17:49de uma estrutura
17:50de organização criminosa,
17:51não é doutor?
17:51Eu vou até,
17:53me desculpe interrompê-lo,
17:54mas dizer que hoje
17:55nós falamos em usinas,
17:57usinas de açúcar,
17:59fornecimento do combustível,
18:02é muito grave.
18:04E continuando,
18:06doutora,
18:06para a gente entender,
18:08a gente consegue falar hoje,
18:10então,
18:10que são duas frentes
18:11grandes de atuação,
18:13dentro dos presídios,
18:14se se infiltrando,
18:16por exemplo,
18:17em serviços,
18:19tem outra frente agora,
18:21por exemplo,
18:21que a gente pode falar
18:22perto de período
18:22de eleições eleitoral,
18:23dá para dizer
18:24a quantidade de ramificações disso?
18:26Beatriz,
18:27são em todas as esferas,
18:30nós estamos falando
18:31até em compra,
18:32olha o absurdo,
18:33em compra de universidades,
18:35então,
18:36nós falamos em compra
18:36de universidades,
18:37nós falamos na área legislativa,
18:40nós falamos no executivo,
18:42vários cargos,
18:44concurso público,
18:46eles também estão prestando,
18:47a sorte é que tem
18:48uma investigação social,
18:50que até o momento
18:51deu muito certo,
18:53pelo menos com o Ministério Público,
18:55assim,
18:55muito certo,
18:56até para estagiário,
18:58então,
18:58nós temos assim,
19:00em qualquer lugar,
19:03se um for da facção,
19:05com certeza ele jangaria
19:07dois,
19:07três,
19:08dez,
19:08e aí vai embora,
19:09comunidades,
19:11nós não temos,
19:12como não deixar de ter,
19:16vamos falar bem ruim assim mesmo,
19:17um líder,
19:19não é comunitário,
19:20mas um líder de facção
19:22dentro das comunidades,
19:24onde se pede licença
19:25para entrar.
19:27Então,
19:28quando a gente vê
19:28aquela queima
19:29de pneus,
19:33outras manifestações violentas,
19:36porque morreu
19:37alguém,
19:38alguma pessoa
19:39da comunidade,
19:41não é aquela pessoa
19:42que é um pobre coitado,
19:45que é um trabalhador,
19:45às vezes acontece também,
19:47mas nós estamos falando
19:48de enfrentamento
19:49de facção criminosa.
19:51Olha,
19:52tem alguns números aqui
19:53para a gente falar
19:54do maior número
19:55de membros do PCC
19:56fora do Brasil,
19:57então,
19:57de acordo com o relatório,
19:58a gente tem,
19:59olha,
19:59no Paraguai,
19:59699,
20:01na Venezuela,
20:03656,
20:05temos também aqui
20:07146 membros
20:09na Bolívia,
20:11e aí,
20:11Thais,
20:11o que isso diz
20:12para a gente
20:13em termos,
20:14olha,
20:14140 no Uruguai,
20:15em termos de
20:16quão precisa
20:18de uma ação
20:19internacional,
20:20porque são rotas,
20:21por exemplo,
20:22de tráfico de drogas,
20:23de tráfico de armas,
20:24né?
20:25Sim,
20:25não dá para falar
20:26sobre essa parte,
20:27né,
20:28do PCC,
20:29sem lembrar
20:29do Gegê,
20:30que foi morto
20:31aproximadamente
20:32cinco anos atrás,
20:33né,
20:34e ele que trouxe
20:35essa ideia
20:36de que o PCC,
20:37então,
20:37não seria mais
20:38financiado
20:40por rifas
20:41e assalto
20:41de bancos,
20:42e realmente
20:43levou para o mundo
20:44afora
20:45e tirou
20:46as intervenções
20:47de tráfico
20:47de droga,
20:48então,
20:48na verdade,
20:50esse braço
20:51do PCC
20:51para se estender
20:52e comprar drogas,
20:54produzir drogas
20:55internacionalmente,
20:57pensando que o PCC
20:58tem mais de 30 anos,
20:59isso aconteceu
21:00nos últimos 10,
21:01então,
21:01foi um avanço
21:02muito rápido,
21:04uma assunção
21:05de poder
21:06muito rápida,
21:07que é uma coisa
21:07que a gente tem
21:08que prestar
21:08muito atenção,
21:09né,
21:09porque,
21:09começa com um movimento,
21:11igual a doutora comentou,
21:12né,
21:12não vamos falar
21:13sobre eles,
21:14que daí a gente
21:14acaba trazendo,
21:15hoje,
21:16a gente,
21:17eles estão falando
21:18sobre a gente,
21:19né,
21:20então,
21:20esse é um medo,
21:22é uma coisa
21:22que a gente precisa olhar,
21:24porque o movimento
21:25começa como um movimento
21:27que vai falar
21:28sobre direitos
21:29de presidiários,
21:30que estão sendo
21:31massacrados,
21:32assassinados,
21:34torturados,
21:34estuprados no presídio,
21:36começa nisso,
21:37nessa pequena bolha,
21:38e hoje,
21:39depois de 30 anos,
21:41o que a doutora Helena
21:41falou,
21:42ah,
21:42então,
21:43tá no legislativo,
21:44tá no judiciário,
21:45tá tendo empresa,
21:46tá no mundo afora,
21:48porque,
21:48GG foi lá
21:50e falou,
21:50gente,
21:50o negócio é o seguinte,
21:51vamos começar
21:52a ganhar dinheiro,
21:53não só de rifa e assalto a banco,
21:55vamos começar a produzir drogas
21:57no mundo inteiro,
21:59deu muito certo pra eles,
22:00como o nosso economista
22:03que Alex falou,
22:04e hoje,
22:05ganha rios de dinheiros
22:07em relação a isso,
22:08e eu acho que é imparável,
22:09no sentido de ser uma máfia
22:12que está se estruturando,
22:13dizem que uma das coisas
22:15que o Lula foi falar
22:16lá na França,
22:18foi questionar
22:19como seriam os tratados,
22:20o que aconteceria
22:21pra tentar conter
22:22o crime organizado,
22:24não sei o quanto isso
22:25é efetivo,
22:26o Brasil é signatário
22:27de uma série
22:28de tratados internacionais,
22:29a ONU poderia intervir,
22:30então temos órgãos
22:31internacionais
22:32que deveriam ser responsáveis
22:33e tratados
22:34que a gente poderia conduzir
22:35pra tentar combater
22:36essa realidade
22:37que é crescente,
22:38a perigosa
22:39e me parece
22:39que não está diminuindo.
22:42Luciana,
22:42como que o poder público
22:44poderia atuar
22:45pra tentar minimizar
22:47esse problema?
22:50Por exemplo,
22:50aqui em São Paulo
22:51a gente tem uma tentativa
22:52do governador
22:53Tarcísio de Freitas
22:53de usar dinheiro
22:55que vem ali
22:55de prisões,
22:56apreensões do próprio
22:58PCC
22:59pra financiar
23:00a polícia militar,
23:01pra financiar ações
23:02nesse sentido,
23:03de acordo com ele
23:03pra combater
23:04o próprio PCC.
23:05Tem carros,
23:06por exemplo,
23:06já apreendidos
23:07que foram doados
23:08ali pra polícia,
23:09tem uma série
23:10de ações
23:10nesse sentido.
23:12Isso é suficiente?
23:13Isso é eficaz?
23:15Eu acho uma boa tentativa,
23:17porém,
23:17eu entendo como ineficiente,
23:19porque o nosso problema,
23:21de novo,
23:21está lá no nascedor,
23:22na origem.
23:23Resolver na origem
23:24é muito difícil,
23:26porque fala-se muito
23:27na atuação do PCC,
23:29nas comunidades,
23:30só que as pessoas esquecem
23:32que nós temos São Paulo
23:33capital e o entorno
23:34da capital,
23:36onde nós temos aí
23:37quatro, cinco municípios
23:38que viraram
23:39verdadeiros QG's.
23:40E a gente está falando
23:41de municípios
23:42com bairros
23:42de alto poder
23:44aquisitivo,
23:46aonde integrantes
23:47dessas facções,
23:49que são tidos
23:50como empresários,
23:52e eles realmente
23:53constituem empresas
23:54pra lavar o dinheiro
23:55do crime organizado,
23:56ninguém chega
23:57nessas pessoas.
23:58e quando a gente
23:59olha,
24:00o governador
24:01ele é um efetivo
24:03muito pequeno
24:04e esse dinheiro
24:04é insuficiente,
24:05não dá pra tomar
24:06todas as medidas
24:07diante da proporção
24:08de anos.
24:10Quem acompanhou
24:11os ataques,
24:12e a doutora Helena
24:12pode até falar melhor,
24:13porque na condição
24:14de promotora
24:15que nós tivemos
24:15lá atrás
24:16do PCC,
24:18ali foi o primeiro
24:19sinal do que
24:19estava acontecendo,
24:21mas nos bastidores
24:22algo foi feito
24:23que a coisa acalmou,
24:25e isso fortaleceu.
24:27Hoje,
24:27eu já escutei
24:28médicos que operam
24:30para o novo cangaço.
24:32Quando que você
24:33podia imaginar
24:33que um médico
24:34que ele está ali
24:35pra servir vidas,
24:37ele serviria vidas
24:38socorrendo bandidos
24:39que no fronte ali
24:40cometendo ações
24:41criminosas,
24:43ele acabou
24:43se ferindo.
24:45Nós temos
24:45um problema sério,
24:46os incêndios
24:47que dizem que
24:48o próprio Ministério Público
24:49que nas investigações
24:50das usinas,
24:51dos campos
24:52lá de cana-de-açúcar,
24:53no interior do estado
24:54de São Paulo,
24:55dizem que é uma
24:55própria represália
24:57do PCC
24:58contra as investigações
24:59que estão sendo feitas
25:00pelo Ministério Público.
25:01Nós temos
25:02agentes da polícia
25:04hoje
25:04que estão faccionados.
25:07Um policial,
25:08um agente civil
25:09que recebe
25:1012 mil reais ao mês
25:11ter um patrimônio
25:13de milhões
25:13na zona leste
25:14de São Paulo
25:15é um tanto quanto
25:16estranho
25:17e ninguém falou nada.
25:19Então,
25:19eu vejo que assim,
25:21é enxugar gelo.
25:21E essas medidas
25:25e essa situação
25:27da gente ter,
25:27por exemplo,
25:28tráfico internacional
25:29de drogas
25:30movimentando muito dinheiro,
25:32fazendo com que
25:32a organização criminosa
25:34faça uma espécie
25:35de exportação
25:36disso para outros países,
25:38não é novidade,
25:39né, Alex?
25:39É, não é novidade,
25:41é uma prática,
25:42obviamente,
25:43não só exclusiva do Brasil
25:44e também de outros países,
25:46não só subdesenvolvidos,
25:47não menos subdesenvolvidos.
25:48Quando a gente fala
25:48de números do crime
25:50organizado no mundo,
25:51a gente está falando
25:51de 2 trilhões de dólares,
25:53números que foram ali
25:54registrados pela Global Institute.
25:56Então, assim,
25:57eu acho que esses números
25:58de 2 trilhões de dólares
25:59mostram claramente
26:00que o Brasil,
26:01ele está ganhando
26:01um protagonismo global,
26:03logicamente,
26:03como a doutora
26:04também comentou,
26:05a doutora Eliana,
26:06a questão da geografia
26:09do Brasil
26:10com os países produtores,
26:11com a questão
26:12da facilitação das fronteiras
26:13e também, logicamente,
26:15agora com o advento
26:16da tecnologia,
26:17tecnologia usada
26:18para o mal,
26:19que é a transação
26:20pelo Bitcoin,
26:21as transações internacionais
26:22pelo Bitcoin,
26:22pela falta de transparência,
26:24pela questão
26:25do uso muito facilitado
26:28da transação do dinheiro,
26:31a gente sabe
26:32que o dinheiro convencional,
26:33imagina você transitar
26:33milhões de reais,
26:35converter para dólares
26:37e mandar para
26:37um determinado banco,
26:40determinada instituição financeira
26:41pelo mercado regulado.
26:42É muito difícil,
26:43ou seja,
26:43passa por COAF,
26:44passa por diversos órgãos,
26:46a chance disso dar errado
26:47é muito grande.
26:48E aí,
26:48o próprio artifício
26:49do Bitcoin,
26:50que é para ser uma moeda
26:51realmente descentralizada,
26:53que é a linguagem correta
26:55para se dizer do Bitcoin,
26:56ele foi feito para isso,
26:57ou seja,
26:58para ter a menor interferência
26:59do Estado
26:59sobre uma moeda digital,
27:01acaba sendo usada
27:03para esse tipo
27:04de iniciativa.
27:05e o Estado,
27:06ou seja,
27:07tanto o federal
27:09quanto o estadual,
27:10tem certa dificuldade
27:10de rastrear esse dinheiro,
27:12porque ele é muito fácil
27:13em transitar
27:14entre um lugar para o outro,
27:15é fácil até de armazenar,
27:17enfim,
27:17então é uma dificuldade
27:18muito grande
27:19que se fala,
27:20mas na minha opinião,
27:21até como economista,
27:22se fala muito pouco,
27:23porque a gente está discutindo
27:25agora sobre questão
27:26de tributação,
27:27de moedas digitais,
27:27mas não se fala,
27:29pelo menos eu posso estar enganado,
27:30mas eu não vejo muito
27:31essa discussão,
27:32porque eu entendo
27:34que é difícil,
27:35não é uma questão fácil
27:36de rastrear esse recurso,
27:38mas por outro lado,
27:39está ficando cada vez
27:39mais fácil,
27:40Beatriz,
27:40do crime organizado
27:41se tornar cada vez maior
27:43e transitar milhões
27:44e bilhões de reais
27:45de dólares ao longo do mundo.
27:46A Luciana queria completar.
27:47Quando ele fala
27:48da questão das criptomoedas,
27:50o Poder Judiciário,
27:52ele até funciona,
27:53o Ministério Público,
27:54quando a gente tem um processo,
27:55que a gente verifica ali
27:56alguma situação
27:57de lavagem de capitais,
27:59informa,
27:59o Ministério Público vai,
28:01pede para que seja oficiado,
28:03aí vai o ofício
28:04para a associação,
28:06não preciso falar o nome,
28:06que cuida das criptomoedas,
28:09não vem resposta,
28:10o endereço está ali
28:11na Faria Lima
28:12e ninguém consegue citar,
28:14o oficial vai lá,
28:15não tem ninguém no prédio.
28:17Não, aqui nunca teve
28:18essa empresa aqui.
28:19Então, o que eu percebo,
28:20de novo,
28:21ausência de regras,
28:23de complice,
28:23de controles
28:24por parte do nosso
28:26governo federal,
28:27investigando essas associações,
28:29investigando quem tem
28:30a informação.
28:32E não é só isso,
28:33nós temos o COAF
28:34que funciona muito bem,
28:35só que o COAF
28:36não tem recursos.
28:38Ele saltou
28:39para um número
28:39de 799%
28:42o crescimento
28:43desde que ele foi criado
28:44de situações
28:45que acabou
28:46detectando
28:48que havia fraudes.
28:50Então, não adianta,
28:50o Ministério Público
28:51faz o papel bem feito,
28:53o juiz vai lá,
28:54que às vezes
28:54para conseguir uma liminar,
28:55conseguir uma decisão,
28:56é um parto,
28:57porque muitas vezes
28:58o próprio magistrado,
28:59ele acumula funções,
29:01principalmente em municípios
29:02de vara única,
29:03que ele faz família,
29:04tributário,
29:05ele faz penal,
29:06ele faz tudo,
29:07e quando ele entende,
29:08ele pede,
29:09já não tem mais tempo.
29:10Então, nós temos
29:10um sistema moroso,
29:12ausência de controles.
29:13A doutora falou
29:14do nosso presidente.
29:16O nosso presidente,
29:17ele ir lá na França
29:18pedir para tomar providências
29:20em relação às organizações
29:20criminosas,
29:21ele não consegue nem
29:22controlar o Ministro da Economia,
29:24como é que ele vai controlar
29:25uma situação tão importante
29:27quanto essa
29:28que nós temos aqui?
29:29Diga, Thais.
29:30Enquanto eu ouvia vocês falarem,
29:31tanto a Eliana quanto o Alex,
29:33eu fiquei refletindo
29:34se existe, na verdade,
29:35uma dificuldade
29:36prática
29:37instrumental
29:39do Poder Judiciário,
29:41ou se, na verdade,
29:42o que não existe
29:43é um interesse real
29:44do combate.
29:45Essa é a minha dúvida.
29:46Porque quando a gente
29:47começa a perceber
29:48o quão emaranhado
29:50o crime organizado
29:51está com a própria
29:51sociedade civil,
29:53eu realmente tenho dúvida
29:54que existe um interesse
29:55genuíno
29:56de combater
29:57esse tipo de violência.
29:58Então,
29:59eu tenho muitas,
30:00eu tenho muito
30:01esse questionamento.
30:02A agenda que o Lula
30:03traz,
30:04que eu comentei,
30:05era tentando
30:06envolver a Interpol,
30:08né,
30:08para tentar
30:09buscar apoio,
30:10mas, na verdade,
30:11tudo isso,
30:12ao meu ver,
30:13ao meu sentir,
30:14é uma cortina de fumaça,
30:15porque não há interesse real
30:17justamente por essa perspectiva
30:19que a doutora Eliana trouxe.
30:20Está emaranhado em tudo,
30:21está em todos os lugares.
30:22Então,
30:23começa a investigar,
30:24mas alguém
30:25que está investigando
30:26tem algum interesse
30:27de que essa facção
30:28não perca poder,
30:30não perca espaço.
30:32Pensa no transporte público
30:33do estado de São Paulo.
30:34Há quantos anos
30:35o transporte público
30:36é controlado pelo PCC?
30:37Entra político,
30:39sai político
30:39e nada muda.
30:41Então,
30:41não existe
30:42um interesse real
30:43enquanto sociedade
30:44de combater o crime organizado.
30:46Essa é a verdade doída
30:47que o brasileiro
30:48precisa saber.
30:49Doutora Eliana,
30:50essa falta de interesse,
30:51perdão,
30:52nacional,
30:53pode sofrer alguma pressão
30:55se isso chegar,
30:56então,
30:56a níveis internacionais?
30:57Olha,
30:58eu acho que a falta de interesse
30:59só vai resolver
31:00quando o brasileiro,
31:01vou repetir aqui
31:02o que eu falo sempre,
31:03quando o brasileiro
31:04souber votar.
31:06se tudo que está aí
31:07não está dando certo
31:08é muda tudo,
31:09entendeu?
31:09Muda.
31:10Esse ano nós temos eleições,
31:12então é o seguinte,
31:13o ano que vem,
31:13quebra tudo.
31:16É assim,
31:16ah, o fulano,
31:17a família está lá
31:19não sei quantos anos,
31:20ah, o outro,
31:21ah, ele é ótimo.
31:22Gente,
31:22não tem gente ótima.
31:24Olha lá quem votou o quê.
31:26Ninguém está nem aí.
31:27Por quê?
31:28É o que eu,
31:29eu penso dessa forma
31:30e eu tenho certeza
31:31do que eu penso,
31:3240 anos trabalhando
31:34na mesma coisa,
31:35não há interesse político
31:37em qualquer mudança.
31:39Se nós não começarmos
31:41pelo legislativo,
31:42não é judiciário que fará,
31:44não é ministério público
31:45que fará,
31:46a própria sociedade,
31:47como você bem colocou,
31:48fica de tal maneira
31:49à mercê de tudo
31:51que não tem nem condições
31:53de se mudar,
31:54quer dizer,
31:54a escola pública
31:55não vai ter condições
31:56de se mudar nada.
31:58Então,
31:58nós vamos continuar nisso.
31:59legal vai ser roubar,
32:01legal vai ser pegar
32:03o tênis do coleguinha
32:04porque não tem condição
32:05aquisitiva,
32:07é muito complicado.
32:08Mas eu fico pensando,
32:10doutora Eliana,
32:10como exigir
32:11que o brasileiro
32:13aprenda a votar
32:14se ele está com fome,
32:16sem saneamento básico,
32:18sem educação,
32:19sem merenda na escola.
32:20E vai continuar.
32:21Então,
32:22mas eu acho
32:23que nós teríamos
32:24que pensar
32:24numa estratégia
32:25que começa
32:26através da educação.
32:27Porque para que se consiga
32:28votar,
32:29precisa ter educação.
32:30Te dou plena razão.
32:31Mas eu pergunto,
32:32há interesse
32:33em alguém
32:33que dê educação?
32:35Educação gera cultura.
32:37Cultura gera crítica.
32:39Então,
32:40aqui é por baixo mesmo.
32:41Quando a gente fala assim,
32:43a educação vai ser online.
32:46Eu sou professora
32:48há 45 anos.
32:50Eu sou coordenadora
32:52de universidade.
32:53Eu dei aula na PUC
32:54com muita honra
32:56por 25 anos
32:57onde eu me aposentei
32:58como professora
32:59de direito.
33:00Não há interesse
33:01na educação.
33:03Não há.
33:03Porque a hora
33:04que você acultura,
33:05as pessoas se tornam
33:06críticas
33:06e se tornam
33:08realmente responsáveis
33:09pelos seus direitos.
33:10Então,
33:11não interessa.
33:12Não interessa.
33:12Luciana?
33:14O que é importante
33:14colocar,
33:15quando a gente fala
33:16pensando no chefe
33:17do executivo,
33:17nosso presidente,
33:19o nosso ministro,
33:20o Flávio Dino,
33:21lá do STF,
33:22no ano passado,
33:24junto com o governador
33:25Tarcísio de São Paulo,
33:26ele alertou
33:27o nosso presidente
33:28desse problema crescente
33:30da atuação
33:32da máfia
33:33dentro do sistema
33:35como um todo,
33:36tomando como base
33:37o quê?
33:37O aumento crescente
33:38dos postos de combustíveis.
33:40Nós temos uma rede
33:41em São Paulo
33:41com mais de 550 postos
33:43de gasolinas
33:43que são controlados
33:45por eles.
33:45Nós temos agora
33:46controle de 4, 5 usinas
33:47aí que falam
33:48nos bastidores
33:49que são controlados
33:50por eles.
33:51E uma pessoa abriu,
33:53comprou uma rede
33:54de postos,
33:54nove postos de gasolina,
33:56com uma renda mensal
33:58aí de 3, 4 mil reais,
34:00um Serasa gigantesco
34:01que saía da Paulista
34:02e ia parar no Planalto
34:03e ninguém vê isso.
34:05Então, de novo,
34:06a gente cai na falta
34:07de interesse.
34:08E quando a gente pega
34:09a questão educação,
34:11não há interesse
34:12em educar
34:13o filho do pobre,
34:14a coletividade,
34:15aquele que vai ser
34:17amanhã o soldadinho,
34:19sim,
34:19das facções.
34:20Agora,
34:21o filho do mafioso
34:24está nas principais
34:26escolas particulares
34:28de São Paulo.
34:30Eu falo isso
34:30porque eu tenho
34:30uma filha adolescente
34:31que estuda
34:33com filhos de figurões
34:35desse universo
34:36e a história é a seguinte,
34:38ó,
34:39eles estão lá,
34:40nós estamos cá,
34:41não sabemos de nada.
34:42Por quê?
34:42Porque nós somos
34:43pessoas comuns
34:44e andamos na rua.
34:45Então,
34:46falar que educação
34:47nunca vai ter no Brasil.
34:48porque se educar
34:50o povo brasileiro,
34:51o povo brasileiro
34:52é um povo inteligente,
34:53sabe o que vai acontecer?
34:54Vira uma Suíça.
34:55E aí,
34:56não é interessante
34:56para ninguém.
34:58Alex,
34:58para encerrar esse bloco?
34:59Para encerrar esse bloco,
35:00eu trago os números,
35:01né,
35:02que a doutora Luciana
35:03estava comentando
35:04sobre os postos de gasolina.
35:05Eu até estava,
35:07eu até assisti,
35:07eu lembro muito bem
35:08de uma entrevista
35:09que eu vi de novo,
35:10do Rubens,
35:11que é o maior empresário
35:11do setor de postos de combustíveis.
35:14Ele disse o seguinte,
35:15nós temos aí
35:15mais de mil postos,
35:16ele falou quatro,
35:17cinco usinas também,
35:18como a doutora Luciana
35:18comentou em relação
35:19ao crime organizado
35:20e citou um número
35:21muito importante.
35:22Eu lembro que eu tinha lido
35:23essa matéria,
35:24não lembro a data certa,
35:25mas era em 2024,
35:26que ele falou do número
35:27de 18 bilhões de reais,
35:29que era o número
35:29exatamente próximo,
35:31que é o número
35:32que deixa de ser arrecadado
35:33por uma questão
35:33de sonegação
35:34e também de adulteração
35:36dos combustíveis.
35:36E era exatamente
35:37o mesmo número, Beatriz,
35:38que o governo gostaria
35:40de arrecadar
35:40com a questão
35:41do PIS-COFINS.
35:42Então o governo
35:42só pensa em arrecadar,
35:44mas ao mesmo tempo
35:44regulamentar,
35:45fiscalizar,
35:46todos esses desafios
35:47que a gente está observando
35:48aqui é mais difícil.
35:49Então vamos...
35:49Alex, mas arrecadar
35:50para quem, para quê?
35:52Ah, isso também.
35:53Recentemente,
35:54o desaparecimento
35:54da Cracolândia
35:55aqui em São Paulo
35:56gerou uma grande discussão
35:58que continua acontecendo.
36:01A gente recebeu aqui,
36:02com exclusividade
36:03pela Jovem Pan,
36:04números inéditos
36:04da Prefeitura de São Paulo,
36:06que mostraram
36:07que o aumento
36:08de pessoas
36:08que buscaram internação
36:10pode ser um dos fatores
36:11para esse sumiço
36:13que as pessoas
36:13têm relatado ali
36:14daquela concentração
36:15de usuários
36:16que ficava
36:17pelo menos
36:18no centro de São Paulo.
36:19De acordo
36:20com a gestão municipal,
36:21o programa Redenção,
36:23que é um programa
36:23de acolhimento
36:24a pessoas em situação
36:25de dependência química,
36:26registrou mais
36:27de 485 mil
36:29atendimentos em saúde
36:30entre janeiro de 2023
36:32e abril de 2025.
36:34Na comparação
36:35entre 2024 e 2023,
36:37o número de atendimentos
36:38a usuários de drogas
36:39na região
36:40cresceu 47%,
36:42passando de 151 mil
36:44para 222 mil,
36:46tudo isso segundo
36:47esses dados,
36:48então,
36:48da gestão municipal
36:49da Prefeitura de São Paulo
36:50que nós recebemos.
36:53E aí,
36:53eu começo com a doutora,
36:55porque recentemente,
36:57inclusive,
36:58o Ministério Público
36:59atendeu um pedido
37:00da Defensoria
37:01para que fossem
37:02preservadas as câmeras
37:03ali daquela região,
37:04tudo no cruzamento,
37:05né,
37:05da Rua dos Protestantes,
37:07Rua dos Gusmões,
37:08em que ficava
37:08aquele fluxo
37:09já há algum tempo,
37:10alguns anos,
37:11e chegou ali na pandemia
37:13até mais de mil pessoas
37:14ali na região.
37:16A Prefeitura disse
37:17que não tinha mais
37:18essas imagens,
37:18porque elas são descartadas
37:19automaticamente
37:20em 30 dias,
37:21de acordo com a Lei
37:22Geral de Proteção de Dados.
37:24E aí,
37:24doutora Eliana,
37:25eu te pergunto,
37:26ficou uma polêmica
37:27muito grande, né,
37:28se as pessoas sumiram,
37:29elas não sumiram,
37:30e queria entender
37:31qual é a visão da senhora
37:32sobre um dia ter gente
37:34e no outro dia
37:35não ter,
37:36se essas pessoas
37:36estão espalhadas,
37:37se o Ministério Público
37:38acompanha isso
37:39de alguma forma?
37:40Acompanha.
37:40O Ministério Público,
37:42ele trabalha
37:43com promotorias,
37:44inclusive,
37:44de inclusão social, né,
37:46então nós temos
37:47promotorias ligadas
37:49à saúde pública,
37:50de inclusão,
37:52enfim,
37:53que lida com todos
37:54os hipossuficientes.
37:56Com certeza,
37:58há essa preocupação
37:59do ponto de vista social.
38:01Quem olha o Ministério Público
38:02acha que é só
38:03para punir, né,
38:04é acusação e punição.
38:05não,
38:06nós somos fiscais
38:07da lei
38:08e temos o dever,
38:10dever,
38:11de lidar com o bem-estar
38:13de toda a sociedade.
38:15Por isso que nós temos
38:16estas promotorias de justiça
38:18que trabalham
38:19com essa proposta social,
38:22ingressam com ações
38:23civis públicas,
38:25enfim,
38:25faz todo o trabalho
38:27legislativo
38:28que a legislação permite
38:30exatamente para isso.
38:31Bom,
38:32eu,
38:33Eliana,
38:34pelas ações
38:36dos colegas,
38:37inclusive pelos artigos
38:39dos colegas
38:40dentro da instituição
38:42do Ministério Público,
38:43há um movimento
38:44de migração, né,
38:46eles saem de um lugar,
38:48eles vão para outro lugar,
38:49são grupos menores,
38:51mas que estão se expandindo.
38:52Por exemplo,
38:53Zona Leste,
38:55fundo da Zona Leste,
38:56existe uma Cracolândia lá.
38:58A gente cansa
38:59de falar embaixo
39:00do Minhocão.
39:00Realmente,
39:02outra Cracolândia lá.
39:04Mas o número,
39:06o número de pessoas viciadas,
39:08o número de drogados
39:10que permanecem na rua
39:11é muito grande.
39:14Claro que houve
39:14uma melhora substancial
39:16do atendimento,
39:17da preocupação sociológica
39:19em relação ao tratamento,
39:21com a possibilidade
39:24de dar mais dignidade
39:26a essas pessoas
39:26que procuram
39:28os tratamentos,
39:29mas ainda
39:30falta muito,
39:33porque nós continuamos
39:34com moradores de rua,
39:35nós continuamos
39:36com pessoas
39:36que não têm
39:37programa social
39:39que os acolha,
39:41isto é fato,
39:42isto é fato.
39:43Então,
39:44o Ministério Público,
39:45nesse aspecto
39:45que você está falando,
39:47nós não estamos lá
39:48para retirar
39:51na base
39:52da pancada.
39:54Não é isso.
39:55Nós estamos
39:56acompanhando,
39:57todos os promotores
39:58que atuam nessa área
39:59acompanham atentamente,
40:01mas
40:02o Ministério Público
40:03sozinho
40:04e o Judiciário
40:06sozinho
40:06não conseguem fazer
40:08esta
40:09ponte.
40:11Precisa do Executivo
40:12e muito
40:13e agora
40:14até me afasto
40:15do Legislativo,
40:16mas o Executivo
40:17é de extrema importância
40:19para viabilizar
40:20dentro das suas secretarias
40:22esta retirada
40:26de usuários
40:27de droga
40:27da rua,
40:29esta retirada
40:30constante,
40:31diária
40:31e uma briga
40:33para perder também,
40:34porque todos
40:35que se internam
40:36voluntariamente,
40:38todos eu não digo,
40:39mas uma parte
40:39acaba voltando
40:41por falta de continuidade
40:42no tratamento.
40:43Porque o tratamento
40:44precisa andar
40:45com oportunidades,
40:46com uma série
40:47de outras coisas
40:48e aí,
40:49Thais,
40:50inclusive,
40:50se discutiu muito
40:51inclusive aqui
40:52na capital
40:52a internação
40:54compulsória
40:55em que a pessoa
40:56não escolhe,
40:57tanto o governo
40:57quanto a prefeitura
40:58disseram que isso
40:59precisava de medidas
41:00judiciais,
41:02ficaram receosos
41:02porque é algo
41:03bastante polêmico
41:04e um grande setor
41:05da sociedade
41:05não concorda.
41:07É realmente
41:08uma medida
41:08mais extrema
41:09um caso como esse
41:10não olha tanto
41:11para o social?
41:12Como que fica
41:13uma situação dessa?
41:14Sim.
41:15Bom, não tem
41:15resposta simples
41:16para problemas
41:17complexos,
41:18mas com certeza
41:20a repressão
41:20não é a solução.
41:22Pensar que
41:23a Cracolândia
41:24é uma questão
41:25de polícia
41:26é uma forma
41:27de violação
41:27aos direitos humanos
41:28e isso é um fato.
41:30O Brasil,
41:31gostem ou não,
41:32é um país,
41:33como eu já disse,
41:34signatário
41:34de inúmeros tratados
41:35internacionais
41:36que garantem
41:37os direitos
41:37das pessoas
41:38e a nossa
41:39constituição
41:40é uma constituição
41:41que visa
41:41o bem-estar
41:42do ser humano
41:43e coloca o ser humano
41:44como o centro
41:45de cuidado.
41:46Então, nós precisamos
41:47investir em políticas
41:48de cuidado.
41:50Então, pensar
41:51na repressão,
41:52pensar,
41:53isso só mostra
41:54o colapso.
41:56Nós precisamos,
41:57sim,
41:57atuar
41:58de forma
41:59a cuidar
42:00dessas pessoas,
42:01não só através
42:02de tratamentos,
42:03mas oportunidades
42:04e reinserção.
42:05falar sobre
42:06a reinserção
42:07dessas pessoas
42:07que já se perderam,
42:08que muitas vezes
42:09já perderam a humanidade.
42:11Então, não é
42:11esse discurso
42:13de, ah, está com pena,
42:14leva para sua casa.
42:15Não é isso.
42:16É um discurso
42:17de humanizar pessoas,
42:19humanizar uma sociedade,
42:21porque se a gente
42:22não humaniza
42:23uma pessoa
42:23ou um grupo
42:24de pessoas,
42:26essa violência
42:26vai se voltar
42:27contra toda a sociedade.
42:29Nós somos,
42:30estamos interligados
42:31enquanto sociedade.
42:32Então,
42:32é lamentável
42:34qualquer postura
42:35desumanizante
42:36e que pense
42:37a Cracolândia
42:37como simplesmente
42:38uma série de pessoas
42:39que a gente precisa
42:40dar um jeito.
42:40Não, não é isso.
42:41A gente precisa cuidar
42:42e reinserir
42:42essas pessoas
42:43na sociedade,
42:43porque são pessoas
42:44e merecem
42:45viver em sociedade
42:46de forma harmônica
42:48e pacífica.
42:49Falando mais um pouco
42:50da relação
42:50entre polícia
42:51e a Cracolândia,
42:53a gente continua
42:53com esses dados
42:54exclusivos
42:55da Prefeitura de São Paulo
42:56e eles mandaram
42:57para a gente o seguinte,
42:58olha que o número
42:58de traficantes presos
43:00na região da Cracolândia
43:01subiu 83%
43:03entre janeiro de 2023
43:04e maio de 2025.
43:06Eles dizem que foram
43:07527 traficantes
43:08presos na região
43:10por agentes
43:11da Guarda Civil
43:11Metropolitana.
43:13E dizem que o Smart
43:14Sampa,
43:14que é aquela central
43:15de monitoramento
43:16da Prefeitura
43:16com câmeras
43:17e que está
43:18monitorando ali
43:19a região
43:19a todo tempo,
43:20também contribuiu isso
43:21e que é responsável
43:22por ajudar
43:23em mais de 60%
43:25das prisões
43:25desses traficantes.
43:28E aí,
43:28pergunto,
43:29Luciana,
43:29eles têm
43:30atribuído bastante
43:31esse esvaziamento
43:32da Cracolândia,
43:33tanto aqui
43:34a Prefeitura de São Paulo
43:35quanto o governo,
43:36a essas prisões
43:37e a falta
43:38de recebimento
43:39ali no local
43:40de oferta
43:41de drogas.
43:42Inclusive,
43:43tentam desmobilizar
43:44a favela do Moinho,
43:45que é a última comunidade
43:46aqui no centro
43:47de São Paulo,
43:47baseado nisso.
43:49Então,
43:50é uma ação conjunta.
43:51A Thaís bem colocou,
43:52doutora Eliana também,
43:54que o social
43:55conta muito,
43:55não é só
43:56um poder de polícia
43:57ali na região,
43:58mas a prisão
44:00de traficantes,
44:01a retirada
44:01da oferta,
44:03colabora mesmo,
44:04então,
44:04para essa situação
44:05que a gente teve ali
44:06de esvaziamento,
44:07pode ser um
44:08dos pontos-chave?
44:09Eu acho que
44:10é ser muito
44:12ambicioso
44:13falar que vai resolver,
44:14porque
44:15essa máfia,
44:17essa organização,
44:18eles têm células
44:19para substituírem.
44:20Prende um aqui,
44:21ah, prendeu um,
44:22vamos trazer dez,
44:23só que o que eu percebo,
44:24eu não moro
44:25na capital,
44:25eu moro
44:26na Grande São Paulo,
44:26mas eu venho
44:27todos os dias
44:28para São Paulo.
44:29Então,
44:29a gente andava
44:30pelas ruas,
44:31você não via
44:32pessoas que são
44:34lá,
44:35oriundos da Cracolândia,
44:36vagando,
44:37como zumbis
44:38pela cidade.
44:39E hoje,
44:39a gente viu,
44:40eu estava vindo aqui
44:40para Alameda Santos
44:42e eu vi um rapaz
44:43de shorts,
44:44sem camiseta,
44:45uma pessoa invisível
44:46pelas pessoas
44:46que passavam na calçada,
44:48dormindo ali,
44:49e se ele estava
44:49dormindo ali,
44:51é um local
44:51longe da Cracolândia,
44:53porque é sinal
44:53que alguém
44:54vende drogas
44:55para ele ali.
44:55Então,
44:56prende lá,
44:57tá bom,
44:58vocês prenderam,
44:59vai soltar na audiência
45:00de custódia,
45:01nós não podemos ficar
45:02dois,
45:03três dias esperando
45:04isso acontecer,
45:05vamos substituir,
45:06substitui.
45:07É muita gente
45:07envolvida,
45:09é acreditar
45:10que Papai Noel
45:11existe,
45:11e não existe
45:12nesse caso.
45:12Nós precisamos olhar
45:13essas pessoas
45:14que são tratadas
45:15muitas vezes
45:15por mim,
45:16por vocês
45:17que estão assistindo
45:18como invisíveis
45:18na rua,
45:19parar,
45:20pedir um apoio,
45:21tirar aquela pessoa
45:22dali para quem
45:22que sabe salvar.
45:23nós também temos
45:25que dividir
45:25essa conta,
45:26mas de novo,
45:27eu acho que
45:28o chefe do executivo,
45:30nós temos as comissões,
45:31como nós temos as comissões
45:32nas câmaras legislativas,
45:34precisam atuar mais.
45:36São criadas hoje
45:37muitas comissões
45:38de diversos tópicos,
45:41que muitas vezes
45:42você não vê falar nada
45:43de usuário de drogas,
45:45porque é uma pessoa doente,
45:46é uma questão
45:47de saúde pública,
45:48é uma questão
45:49de repensar,
45:50de replanejamento
45:51e olhar
45:53de onde está vindo
45:54esse problema
45:55e o que dá
45:56para ser amenizado.
45:57Resolver no estágio
45:58que nós estamos
45:59usando em 2025
46:00com o descaso
46:01que nós vemos,
46:02eu acho muito pouco provável.
46:04Alex,
46:04ali no local
46:05em que ficava
46:05a Cracolândia,
46:06a Prefeitura de São Paulo
46:07planeja
46:08um espaço revitalizado,
46:10eles vão colocar ali
46:10uma espécie de parque,
46:12vão arborezar,
46:13tem uma quadra prevista
46:14e também um conjunto
46:15habitacional.
46:16Tudo isso faz parte
46:17daquele projeto
46:18para revitalizar
46:19não só ali a Cracolândia,
46:20mas o centro todo,
46:21levando a sede
46:22administrativa do governo.
46:24Então,
46:24economicamente,
46:26também é interessante
46:27que a Cracolândia
46:28não esteja lá
46:28nesse momento,
46:29em que eles tentam
46:30fazer uma licitação
46:31para um novo centro,
46:33um chamamento.
46:34Faz sentido
46:35esse espalhamento
46:36também nesse momento
46:37quando a gente fala
46:38de interesses econômicos
46:39e de levantar
46:40o centro da cidade?
46:42Olha, Beatriz,
46:43em relação ao centro,
46:44sim,
46:44mas a gente está jogando
46:45problema para outras regiões.
46:46Então,
46:47é um famoso enxuga-gelo
46:48e joga problema
46:49para um lado ou para o outro.
46:50Então,
46:50a área central,
46:51aquela rua,
46:52propriamente dita,
46:53aquela região crítica
46:54que os comércios
46:54nem tinham como ser viabilizados,
46:56fechar as portas,
46:57o funcionário horário reduzido,
46:59logicamente,
47:00terá a sua nova chance
47:02de ser retomado.
47:03Mas,
47:03em outras regiões
47:04que esses usuários
47:05não desapareceram,
47:06estão em outros lugares,
47:07a situação ainda continua.
47:08E aí,
47:08outros comerciantes,
47:09outras regiões,
47:11acabam sendo vulneráveis
47:12por essa falta
47:13de cuidado
47:14com o morador de rua,
47:15com o usuário
47:16de drogas.
47:17Então,
47:17eu vejo que
47:18está trocando
47:19seis por meia dúzia,
47:20ou seja,
47:20não é uma solução
47:21definitiva
47:22para o problema.
47:23Uma questão
47:24que eu posso dizer
47:25que o governo
47:26está caminhando
47:27na direção certa
47:28na parte imobiliária,
47:30que tem um programa
47:30do governo
47:30chamado Pode Entrar,
47:32que,
47:32inclusive,
47:32algumas empresas
47:33de capital aberto
47:33no quais eu acompanho
47:34também são listadas
47:35em bolsa,
47:35empresas de construção civil
47:36que participam
47:37desse programa,
47:38que são moradias
47:39em regiões
47:40como o centro de São Paulo.
47:42e essa solução
47:43de moradia,
47:44claro,
47:44que não afeta
47:45diretamente
47:45esse tipo
47:46de pessoas
47:48que são extremamente
47:48vulneráveis,
47:49mas traz
47:50uma acessibilidade
47:51desse tipo de moradia
47:51e traz pessoas,
47:53é a proposta
47:54do governo,
47:54trazer pessoas,
47:55trazer comércio,
47:56trazer fluxo
47:57novamente para o centro
47:58de São Paulo.
47:58Então,
47:58claramente,
47:59é uma iniciativa positiva,
48:01vejo com bons olhos,
48:02é bom também
48:03economicamente,
48:04gera emprego,
48:04enfim,
48:05tanto para as companhias
48:06e tanto para o mercado
48:07também de emprego,
48:10mas essa solução,
48:11falando especificamente
48:12de Cracolândia,
48:13falando de moradores
48:15de rua,
48:15usuários de drogas
48:16no centro de São Paulo,
48:18sim,
48:18positivo,
48:19mas a gente não pode
48:19olhar como uma solução
48:20definitiva
48:21e tampar os olhos
48:22para dizer assim,
48:23ah não,
48:23é suficiente,
48:24acabaram os problemas,
48:25não existem mais os problemas.
48:26Os problemas estão aí,
48:27como a própria doutora
48:28Helena também comentou
48:30de alguns pontos da região,
48:31Osuna Leste,
48:32Minhocão,
48:33vai perguntar lá no Minhocão
48:34para quem tem um comércio
48:35parecido,
48:35um comércio naquela região
48:36se não está sendo afetado,
48:37Osuna Leste é a mesma coisa.
48:39Então, logicamente,
48:40precisa ser trabalhado
48:41aquela região.
48:43Acho que o interesse público
48:43que está sendo canalizado
48:45na região central de São Paulo
48:46que sirva de exemplo
48:48para outras regiões de São Paulo.
48:50E aí sim,
48:50essa onda positiva
48:52acaba afetando.
48:53Então, acho que
48:53eu vou olhar com bons olhos
48:55essa iniciativa,
48:56mas logicamente
48:56não é suficiente.
48:57Doutora Helena,
48:58um último comentário
48:59antes da gente virar a chave.
49:01O quanto isso que a gente falou
49:03sobre o PCC está
49:05em outros países,
49:06está cada vez mais
49:07dentro de vários estados
49:08e instituições,
49:10pode significar
49:11um aumento de cracolândias
49:12a nível nacional,
49:13por exemplo.
49:13A gente fala muito
49:14da de São Paulo,
49:15mas a gente tem outros pontos.
49:16Claro, claro.
49:18Primeiro,
49:18a droga tem que chegar
49:19de alguma forma
49:20aos usuários.
49:24Rarissimamente,
49:24você vai dizer
49:25que um usuário
49:26pegou de um coleguinha
49:27no colégio.
49:28Então,
49:29hoje em dia,
49:29com drogas até mais pesadas,
49:31como o Canove,
49:32enfim,
49:32toda essa estrutura
49:34de drogas mais pesadas,
49:36isto vem,
49:37obviamente,
49:38do crime organizado.
49:39Por quê?
49:40Porque o pequeno traficante
49:41adquire de quem?
49:42Na biqueira,
49:44que é o pequeno traficante.
49:45Ele adquire
49:45do grande traficante.
49:48Então,
49:48eu não tenho dúvida,
49:49a Cracolândia
49:50vem diretamente ligada
49:52exatamente agora,
49:54agora que eu digo,
49:55porque quando que a gente
49:56ouviu falar
49:57em Cracolândia?
49:58Há anos atrás.
50:00Não existia isso.
50:01Vem ligada
50:02ao crime organizado,
50:04sim,
50:04em toda a sua extensão.
50:06Eu não tenho a menor dúvida disso.
50:08Bom,
50:09a gente vai virar a chave
50:10nessa reta final
50:11do programa
50:11Linha de Frente
50:12quase no fim,
50:13mas, claro,
50:13a gente não pode deixar
50:14de dar uma atualização
50:15sobre o cenário internacional.
50:17E,
50:18falando,
50:19né,
50:19no conflito
50:20entre Irã e Israel,
50:21o líder supremo do Irã
50:23reivindicou,
50:24nesta semana,
50:25a vitória sobre Israel
50:26e os Estados Unidos
50:27na guerra.
50:28No primeiro pronunciamento
50:29público,
50:30desde o cessar fogo,
50:31no conflito
50:32com Israel,
50:33Khamenei negou
50:34que os ataques
50:35dos Estados Unidos
50:36às instalações nucleares
50:37do país
50:38tenham causado
50:39grandes estragos
50:40e disse que os Estados Unidos
50:42entraram diretamente
50:43na guerra,
50:44mas não obtiveram
50:45nenhuma conquista
50:46no conflito.
50:48E, Luciana,
50:49queria que você desse
50:49um apunhalado
50:51de informações
50:52para a gente
50:53dessa situação
50:54que ganhou o noticiário,
50:56principalmente com a entrada
50:57do Trump, né?
50:57Então,
50:59eu acho que é muita
51:01prepotência
51:02achar que
51:04um país
51:04como o Irã
51:05vai conseguir
51:07lidar com a potência
51:09norte-americana.
51:11Então,
51:12uma coisa é fato,
51:13que não atingiram,
51:14isso ele,
51:15quando ele fala,
51:15eu acredito que não atingiram
51:16o alvo
51:17que era realmente
51:18onde estava guardado
51:20todo o material lá,
51:21ok,
51:22só que
51:23isso precisa parar,
51:25porque nós estamos
51:25batendo na porta
51:27de um conflito
51:27que pode se espalhar.
51:30O que nós tivemos,
51:31eles indo para países
51:32outros
51:33que nada tem
51:34para querer atacar
51:35bases norte-americanas,
51:37isso representa
51:39um grande risco
51:40para a humanidade
51:41como um todo.
51:42Nós temos
51:43que também
51:44nos preocuparmos
51:45não só
51:46com o Oriente Médio,
51:47mas sim
51:48com o Brasil.
51:49Eles estiveram aqui
51:50em 2023
51:51negociando urânio.
51:53É o que dizem.
51:55Nosso governo
51:56precisa prestar contas
51:57se isso é verdade,
51:58porque seria um risco
51:59muito grande
52:00expor uma população
52:02que virou meme
52:04da IA
52:04nas redes sociais
52:05do nosso efetivo
52:07do nosso exército brasileiro.
52:09Nós não temos
52:10condições
52:10de nos defendermos
52:12de países
52:13como os Estados Unidos
52:14que podem se virar
52:15contra o Brasil,
52:16basta o que está acontecendo
52:17aí,
52:18essa situação toda
52:19que envolve
52:19o Supremo,
52:21ministro,
52:21o próprio presidente
52:22e a população
52:24pagando a conta.
52:25Pagar uma conta
52:26na economia
52:27com um alimento caro,
52:28com falta de recursos
52:30de educação
52:31é uma coisa.
52:32Agora,
52:32amanhã,
52:33uma população carente
52:34sendo bombardeada
52:35por mísseis
52:36que pode vir
52:37aí de outros países
52:38como retaliação
52:39por besteiras.
52:40quando a gente tem
52:41uma primeira dama
52:42que provoca
52:43inclusive lá
52:44o Xi Jinping
52:45é uma afronta
52:47ao cidadão.
52:49Então,
52:50a gente está
52:50muito preocupado
52:51com o Irã,
52:52com o Israel.
52:52São duas potências
52:54com muito dinheiro.
52:56A minha filha
52:56quer isso na medicina,
52:57é filha de judeu,
52:58vai estar onde?
52:59Israel.
53:00E ela não vê
53:00nenhum problema
53:01enfrentar o problema
53:02da guerra.
53:04Agora,
53:05nós temos
53:06uma guerra interna
53:07que é tráfico de drogas,
53:08que é pobreza,
53:09que é tudo.
53:09e um governo fraco
53:11que fala besteira
53:12e que está expondo
53:14todos nós,
53:15cidadãos brasileiros
53:16que matamos
53:17dez
53:18elefantes por dia
53:21aí para poder
53:21se manter em pé
53:22no final do dia
53:23e conseguir apagar a luz.
53:25Porque alguém
53:25vai ter que apagar a luz.
53:27A Luciana falou bastante
53:28do Brasil, né, Alex?
53:30E conflitos como esse
53:31respingam diretamente
53:33o nosso país.
53:33Tanto pelos posicionamentos,
53:35por exemplo,
53:36que o Brasil colocou ou não,
53:37quanto, por exemplo,
53:38por conta de exportações,
53:40como a gente tem ali
53:41no caso do Irã.
53:43Então,
53:44é um conflito,
53:45principalmente com a entrada
53:46de grandes potências.
53:47A Europa começou
53:49vários presidentes
53:51a pescarem ali,
53:52tentarem mediar
53:54esse conflito
53:54de alguma forma.
53:55Tudo isso
53:56respinga diretamente
53:57na gente, né?
53:58Exatamente.
53:59Esses conflitos,
54:00logicamente,
54:01podem trazer
54:01não só aspectos econômicos
54:03que eram esperados, né?
54:04Ou seja,
54:04o petróleo só não disparou
54:05porque o mercado financeiro
54:07entendeu que a retaliação
54:08do Irã
54:09combinou com os Estados Unidos
54:10e foi um ataque fake, né?
54:11Ou seja,
54:11ah, só vou atacar ali
54:13só para dizer que eu ataquei,
54:14mas sem danos
54:15às bases militares.
54:16Os Estados Unidos
54:16foram tudo bem,
54:17morreu por aqui
54:17e a guerra não se escalou.
54:19Por isso que o petróleo
54:20não subiu,
54:20por isso que o dólar
54:21não disparou.
54:22Mas, logicamente,
54:23a gente está numa linha
54:23tênue, né,
54:25de geopolítica
54:25que qualquer movimentação
54:28fora da expectativa,
54:30né,
54:30de todos os países juntos,
54:32podem traduzir,
54:33logicamente,
54:34num dólar mais alto,
54:36num petróleo cada vez mais alto
54:37e nós iremos sentir isso.
54:38Nós pagamos,
54:39os alimentos estão relacionados,
54:41logicamente,
54:41não só ao nosso combustível,
54:43né,
54:43que está relacionado
54:43ao aumento do petróleo,
54:44mas tudo,
54:45basicamente,
54:45tudo que a gente consome
54:46está lastreado no petróleo,
54:47no dólar.
54:48Tudo é dolarizado hoje,
54:49né,
54:49o que a gente consome,
54:50então,
54:50aumento de preço
54:51e a gente está passando,
54:52estou falando aqui
54:52no âmbito econômico,
54:53a gente está passando
54:54um aumento de alta de inflação
54:55ao longo dos últimos meses
54:57com o Banco Central
54:58com maiores juros
54:59ao longo dos últimos 20 anos,
55:00é 15% ao ano
55:02a nossa Selic,
55:03que poderia pressionar,
55:05não é o cenário,
55:05mas que poderia pressionar
55:07ainda mais a inflação
55:08e endurecer o trabalho
55:08do Galipo lá no Banco Central.
55:10Então,
55:11essa não escalada da guerra,
55:13que até o momento
55:13a gente não observa,
55:15traz um benefício
55:16para nós no Brasil
55:17com tantos desafios
55:18que a gente está passando,
55:19além do fiscal.
55:20Então,
55:20eu vejo que
55:21qualquer tipo de escalada,
55:23o Brasil,
55:24como um país emergente,
55:25nossa economia emergente,
55:27poderá sofrer
55:28sofrer ainda mais
55:29além dos problemas
55:30que a gente já passa por aqui,
55:31não só na segurança,
55:32na saúde
55:33e logicamente
55:34que é tudo interligado
55:35na economia
55:36com esse desafio
55:37que a gente acaba passando.
55:38Thaís,
55:38nosso minutinho final
55:39para encerrar o programa,
55:41a gente tem falado muito aqui,
55:42falando também
55:43de organizações criminosas,
55:45do PCC,
55:46da importância
55:46de legislação,
55:49de tentar endurecer
55:50regras
55:51e a gente tem
55:52nesse cenário
55:53de conflito internacional
55:55um enfraquecimento
55:56de alguns órgãos importantes
55:57para mediar isso
55:58como a ONU,
55:59né?
56:00Sim,
56:00exatamente.
56:01Enquanto eu via
56:02os meus colegas falarem
56:03que comecei a pensar,
56:04né?
56:04Obviamente,
56:05todo mundo quer
56:05que a guerra acabe,
56:07mas a guerra não pode acabar
56:08com o mundo se curvando
56:09aos Estados Unidos,
56:10né?
56:11Nós temos
56:11órgãos internacionais,
56:13a ONU existe
56:14após a Segunda Guerra Mundial
56:16justamente para organizar
56:17a paz mundial
56:18e não é possível
56:19que a ONU
56:20seja reiteradamente
56:22ignorada,
56:23não só pelos Estados Unidos,
56:24mas os Estados Unidos
56:25manipula a ONU,
56:26Israel ignora
56:28absolutamente
56:29qualquer determinação
56:30da ONU
56:31e daí vamos
56:32o mundo inteiro,
56:33a nova geopolítica
56:34vai simplesmente
56:34se curvar
56:35ao que os Estados Unidos
56:36pensam.
56:36Isso é um absurdo,
56:38na verdade,
56:39o que seria
56:40a dignidade
56:42de um povo
56:42e nós,
56:43uma dignidade
56:44enquanto nação,
56:45é que a ONU,
56:46sim,
56:46tomasse o papel central
56:47para justamente
56:48reorganizar
56:49a nova ordem mundial
56:51que não seja
56:52simplesmente
56:53obedecer
56:53tudo o que os Estados Unidos
56:54pensam
56:54enquanto correto.
56:56Bom, pessoal,
56:57o Linha de Frente
56:58hoje está no fim,
56:59eu agradeço muito
57:00a companhia de vocês,
57:02as boas discussões
57:03de hoje,
57:03já convido
57:04para as próximas,
57:05convido você também
57:06a continuar com a gente
57:07no próximo sábado,
57:09por hoje a gente
57:10acaba por aqui,
57:11eu agradeço muito
57:12a audiência
57:12e até o próximo programa.
57:15A opinião
57:17dos nossos comentaristas
57:18não reflete
57:19necessariamente
57:20a opinião
57:21do Grupo Jovem Pan
57:22de Comunicação.
57:27Realização
57:27Jovem Pan News
57:29Jovem Pan News
57:29é uma
57:31uaaah
57:31Jovem Pan M
57:32de Comunicação
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