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  • há 4 meses
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), disse que o país precisa focar em promover mais reformas estruturais para reduzir a taxa neutra de juros e aumentar o crescimento do PIB.

“Nós falamos demais, gastamos muito tempo, e é nosso trabalho no Brasil [discutir] a taxa Selic, se vai subir, cair, o que vamos fazer. Mas, quando olhamos para além disso, precisamos focar nas reformas estruturais”, afirmou na sexta-feira (19), durante evento organizado pelo BC em São Paulo.

Em seu discurso, Campos Neto disse ainda que o Brasil quase não fez reformas em comparação a outros países emergentes.

“Quando eu vejo todas as reformas que estão sendo feitas em países emergentes, vejo que aqui não fizemos quase nada de movimentações nesse sentido. E precisamos fazer algo, porque esse endividamento, a taxa neutra mais alta e o crescimento baixo não são bons para o Brasil”, acrescentou.

O presidente do BC defendeu também o sistema de metas de inflação.

“As metas de inflação serviram bem, e precisamos perseverar na inflação. Precisamos garantir que vamos trazer a inflação às metas.”

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Transcrição
00:00Vamos lá, gente. Vamos falar um pouquinho aqui sobre o recado do Campos Neto.
00:04O Campos Neto mandou um recadinho aí para o governo.
00:06O Campos Neto que agora perdeu um pouco da... Como é que a gente fala?
00:10Não é da vergonha, né?
00:12Mas assim, está um pouco mais soltinho, né?
00:15Aprendeu a jogar um pouco mais o jogo, né?
00:18O Brasil não fez quase nada de reformas.
00:21Está aí o nosso querido Campos Neto.
00:23Ele disse o seguinte, nós falamos demais, gastamos muito tempo
00:27e é nosso trabalho no Brasil, discutindo a taxa Selic,
00:31se vai subir, cair, o que vamos fazer.
00:33Mas quando olhamos para além disso, precisamos focar nas reformas estruturais.
00:38Quando eu vejo todas as reformas que estão sendo feitas em países emergentes,
00:42vejo que aqui não fizemos quase nada de movimentações nesse sentido
00:46e precisamos fazer algo, porque esse endividamento...
00:49Porque com esse endividamento, a taxa neutra mais alta e o crescimento baixo,
00:53nada disso é bom para o Brasil, né?
00:55O que ele está falando? Vamos lá, taxa neutra é o quê, gente?
00:58Tem uma coisa dos economistas que, por exemplo, o André Lara Rezende
01:02e o nosso querido Galípolo são da mesma ideia de que isso é uma invenção
01:08e é uma invenção da economia, é a tal taxa neutra de juros,
01:13que é uma taxa de juros que naquele nível não seria nem contracionista
01:19e nem expansionista, isto é, ela nem contrairia a economia e nem ajudaria a expandir a economia.
01:28Naquele nível, a inflação fica parada onde está, o juros fica parado onde está
01:32e o crescimento econômico fica parado onde está.
01:34Qual é esse nível no Brasil?
01:35Era 3,5 e durante a pandemia o Banco Central revisou para 4.
01:40Ah, mas o Banco Central brasileiro está muito diferente, etc.
01:44Não, nos Estados Unidos a discussão é a mesma e na Europa também,
01:48eles passaram de 3 para 3,5, se não me falha a memória, a taxa neutra de juros deles lá.
01:55Então, você imagina o seguinte, é inflação mais taxa neutra
02:00e a partir daí é que você vai ter contração ou não.
02:03Hoje, se a inflação estiver aí por volta dos 6 no ano,
02:07então, você tem 6 mais 4, 10 e você teria 3,75 de juros acima do juros neutro,
02:14juros que está contraindo a economia, que vai gerar desemprego,
02:18que vai desaquecer a economia brasileira, nisso tudo está todo mundo certo.
02:22Inclusive, o Banco Central sabe disso.
02:25A ideia do Banco Central é que quanto mais rápido ele consiga fazer isso,
02:30melhor para a economia,
02:32visto que inflação seria uma penalidade muito maior para a população
02:36do que um desaquecimento momentâneo,
02:41já que a inflação pode perdurar durante muito tempo.
02:43Então, é isso que tem dito o nosso querido Banco Central.
02:52E aí, o que o Roberto Campos Neto está falando é o seguinte,
02:54olha, para diminuir o juro neutro,
02:57para a gente ter taxas mais baixas de juros,
03:00a gente precisa das reformas.
03:02Que reformas ele está falando?
03:04Está falando da reforma tributária,
03:06está falando da reforma administrativa,
03:08e outras reformas que podem trazer mais eficiência
03:12para o Estado brasileiro.
03:14Certo?
03:14Se o Estado brasileiro,
03:16ou a reforma até do teto,
03:19que é o arcabouço fiscal,
03:20o regime fiscal sustentável,
03:22como gosta de chamar o Cláudio Cajado,
03:24tudo isso pode trazer a taxa de juros para baixo,
03:27mais rápido.
03:28Ele lembra sempre nos discursos dele,
03:29deve lembrar hoje,
03:31na palestra dele,
03:32que o juro caiu mais rápido
03:34quando o Brasil começou a fazer superávites primários.
03:37E esse é um recado bem claro,
03:40porque aparentemente,
03:41na sexta-feira foi revisado o número do governo,
03:44que estava num déficit previsto de 104,
03:46e agora passou a ser 140 bilhões de reais de déficit esse ano.
03:51E se você imaginar que ano que vem
03:53o governo está pretendendo zerar o déficit,
03:55ele precisa tirar aí, no mínimo, por enquanto,
03:58140 bilhões de reais de ré
04:01que ele está tomando esse ano, certo?
04:03Só para equilibrar as contas no ano que vem.
04:05Como a despesa vai subir com inflação mais 0,6,
04:10então é, no mínimo, 140 bilhões.
04:12Tá bom?
04:13É isso.
04:15Bom, aí, obviamente, o Haddad,
04:19nesse mesmo evento,
04:20o Haddad participou,
04:21pressionou o governo central,
04:22aliás, o Banco Central,
04:24porque faz parte, né, gente,
04:27do jogo político,
04:29você,
04:30é pressão e contra-pressão
04:32até você achar um lugar
04:34onde todo mundo consiga se organizar.
04:37E o Haddad está certo,
04:38dizendo que são dois braços do mesmo organismo,
04:41mas nem sempre eles estão fazendo
04:43o mesmo movimento, né?
04:45A política humanitária e fiscal
04:46são dois braços do mesmo organismo,
04:48não a mão mais importante que a...
04:50Talvez sejam duas pernas do mesmo organismo,
04:52já explico o porquê.
04:53As duas têm que trabalhar ativamente
04:54em proveito de uma política adequada.
04:57E falou, olha,
04:58discutir política humanitária
04:59não é afrontar política humanitária.
05:01Estamos construindo essa relação,
05:03todos aqui estão...
05:05Todos que estão aqui
05:06estão correndo pelo mesmo objetivo.
05:08Não só porque ele usou a palavra correndo,
05:09mas eu acho que são duas pernas
05:10porque não dá para cada uma
05:13ir em um sentido, né?
05:14Aí você fica dando volta, né?
05:16Você não vai a lugar nenhum.
05:18As duas têm que ir para o mesmo sentido.
05:21O problema aqui é
05:22a política fiscal.
05:24A política fiscal quer ser expansionista
05:26e a política monetária
05:28quer ser contracionista
05:29porque entendem coisas diferentes
05:31e estão em busca de objetivos
05:33aparentemente diferentes.
05:36Na política fiscal,
05:37a gente está em busca
05:37de crescimento,
05:39dinamismo econômico,
05:40de aumentar o consumo.
05:41e na política monetária,
05:43a gente está em busca
05:44de exatamente o contrário
05:47disso tudo
05:47para poder controlar a inflação.
05:50Certo?
05:51Então é isso.
05:53Essas duas ideias
05:54é que estão dificultando um pouco
05:56que os dois braços
05:59ou as duas pernas
05:59caminhem na mesma direção.
06:01E é isso que o Haddad
06:02está tentando passar.
06:04E disse também o Haddad
06:05que é um eterno otimista
06:06e deve ser,
06:07como todo bom ministro da Fazenda,
06:09que o Brasil tem obrigação
06:11de crescer acima da meta,
06:13acima da meta,
06:15acima da média mundial.
06:16O Brasil vem experimentando
06:17condição em que as taxas
06:18de inflação se reduzem,
06:20as projeções de crescimento
06:21são revistas para cima,
06:24diz aí o nosso querido Haddad.
06:25E aí eu queria mostrar
06:26uma coisa para vocês.
06:28Vamos lá.
06:28Pode vir aqui para a minha tela
06:29rapidinho.
06:31Isso aqui,
06:32eu acho que vocês conseguem
06:33enxergar daí.
06:34Vou tentar
06:34diminuir essas abinhas aqui,
06:38só para poder aumentar aqui.
06:41Pronto.
06:42Aqui na quinta-feira,
06:44se não me falha,
06:45agora eu não sei, né?
06:46Dia 25,
06:47isso, quinta-feira,
06:49o IBGE divulga, então,
06:51a inflação,
06:53a prévia da inflação,
06:54que é o IPCA 15, né?
06:56Por que ele chama
06:56de prévia da inflação?
06:57Porque o IPCA,
06:58ele mede do começo do mês
06:59até o fim do mês,
07:00e o IPCA 15,
07:01de 15 a 15, né?
07:02Do meio do mês
07:02até de 16 a 15,
07:04mas só para a gente ter,
07:06é do meio do mês
07:07ao meio do mês,
07:07então indica uma tendência.
07:08E qual é a tendência agora, né?
07:11O que o mercado espera?
07:12Uma reaceleração da inflação
07:13de 4,16 na leitura anterior
07:16para 4,21
07:17nesse mês de maio, né?
07:19No mês que passou agora de maio.
07:21E mês contra mês,
07:24vai subir de 0,57
07:25para 0,64.
07:26Então,
07:27é a inflação reacelerando.
07:28E é isso
07:29que a gente está falando,
07:31certo?
07:32O que o governo está falando
07:33que vai ter uma surpresa
07:34da inflação
07:36para baixo
07:36é se isso aqui
07:38começar a vir abaixo mesmo,
07:40aí sim a gente tem
07:41uma mudança
07:42de parâmetros econômicos
07:44importantes
07:44e pode ensejar sim
07:47com que
07:47o Banco Central
07:49veja a possibilidade
07:51de baixar esses juros
07:52mais para frente.
07:53Lembrando
07:53que eu tenho falado isso
07:54para vocês,
07:55os bancos em geral
07:56estão trabalhando
07:57com uma alteração
07:58na meta de inflação
07:59agora em junho
08:00na próxima reunião do CMN,
08:02Conselho Monetário Nacional.
08:03que tem como componentes
08:05três votantes
08:06que são
08:07o presidente do Banco Central,
08:09o ministro da Fazenda
08:09e a ministra de Planejamento
08:11e Orçamento
08:13que é a ministra Simone Tebet.
08:15Então,
08:15Tebet,
08:16Haddad
08:17e Roberto Campos Neto.
08:18O Roberto Campos Neto
08:19diz, inclusive,
08:21que ele não devia participar
08:22do CMN,
08:24mas ele vai participar
08:25então provavelmente
08:25ele vai
08:26com o que o Haddad
08:27e a Tebet
08:29decidirem.
08:29Porque o que ele diz
08:30é o seguinte,
08:30eu não posso decidir
08:32qual é a minha meta.
08:33vocês é que tem que dar a meta
08:35para o Banco Central
08:36e ir atrás da meta,
08:37obviamente.
08:39Mas o fato é
08:40que a gente tem
08:41então nessa semana
08:42um dado importante
08:43de inflação
08:44e que pode balizar
08:45o restante
08:46da
08:47trajetória
08:50dos juros
08:51pelo menos
08:52para os próximos meses.
08:53E aí, lembrando,
08:54quando eu falo dos bancos,
08:55eles já têm
08:56uma alteração da meta
08:57e eles preveem
08:58uma redução
08:59no juro
08:59durante o ano
09:00justamente
09:01em função
09:02dessa alteração
09:02da meta
09:03que seria
09:03de 3 para 3,5.
09:07E isso,
09:08não sei,
09:10embora ainda
09:10não esteja decidido,
09:11parece,
09:12não parece
09:12que é o que o Haddad
09:13vai propor lá
09:15no CMN
09:16e sim
09:17aquela história
09:18de uma meta
09:19contínua,
09:20né,
09:20de 3%.
09:21Olha,
09:21a gente vai ter
09:22uma meta
09:22de 3%
09:23que a gente vai
09:24tentar buscar
09:24com o tempo,
09:25mas a gente
09:26não precisa
09:26buscar
09:27essa meta
09:28no ano
09:29calendário
09:292024
09:30ou 2025.
09:31E sim
09:32com o passar
09:33do tempo.
09:33E aí você consegue
09:34dizer,
09:34olha,
09:35a gente vai ter
09:35uma inflação
09:36daqui a 24 meses
09:38de 3%,
09:39por exemplo.
09:40Talvez isso
09:41crie uma nova
09:43ancoragem
09:43e aí
09:44traga também
09:46a taxa
09:48de juros
09:48para baixo
09:49e é isso.
09:50Só depois
09:50que eles fizeram
09:51essa alteração
09:51que a gente
09:52vai ter
09:52certeza
09:53de qual vai ser
09:54o impacto
09:55dessa mudança
09:56se houver
09:57na taxa
09:59de juros,
09:59tá bom?
10:00E aí,
10:01só porque eu não
10:01podia deixar
10:01passar isso aqui,
10:03não tem nada
10:05a ver com juros,
10:06não tem nada,
10:06é só porque eu estou
10:07falando do Haddad,
10:08eu gostei tanto,
10:09achei tão bonito,
10:10o Haddad vai pedir
10:10socorro
10:12para Dilma
10:13para ajudar
10:14na crise
10:15na Argentina.
10:17Olha,
10:18Argentina,
10:19está em maus lençóis,
10:21viu?
10:23O banco
10:24dos BRICS,
10:25então,
10:25pode ser
10:26que libere
10:27uma graninha
10:27
10:27para a Argentina
10:30tentar sair
10:31do buraco,
10:32buraco esse
10:34que foi causado
10:35entre outras
10:35coisas,
10:37um juro
10:38que não se levava
10:39quando tinha
10:40que se levar
10:40e a inflação
10:41foi subindo,
10:42subindo,
10:42subindo,
10:43até estar
10:44onde está
10:44hoje,
10:45acima de 100%
10:46ao ano
10:46e aí você
10:47praticamente
10:48perde tudo,
10:49você perde
10:50poder de compra,
10:51ninguém mais
10:51quer a sua moeda
10:53porque ela desvaloriza
10:54com uma velocidade
10:54muito rápida
10:55e tudo isso
10:56vira uma bola
10:57de neve,
10:58um círculo
10:58vicioso,
11:00tá bom?
11:00O ministro da Fazenda
11:01então vai pedir
11:02aí ao banco
11:03do BRICS
11:04para ajudar
11:05e a contornar
11:06a crise econômica
11:07vivida pela Argentina,
11:08então,
11:09Dilma Rousseff
11:09que está lá
11:10aprendendo mandarim
11:11já está fluente,
11:13eu já vi umas falas
11:14dela lá,
11:15fluente
11:15em mandarim
11:17e continuo
11:17sem entender
11:18o que ela falava,
11:19agora eu não entendo
11:20em mandarim,
11:21que coisa bonita,
11:23pelo menos agora
11:24a gente tem uma desculpa.
11:30O Gerrato
11:31dizendo que eu estou
11:32passando o limite
11:33colocando a Haddad
11:34e Dilma
11:34na mesma frase.
11:38Eu juro,
11:39o CS está dizendo
11:39que eu juro
11:40da Argentina
11:40ainda são negativos
11:41apesar de estarem
11:43em cerca de 96%
11:44do ano,
11:45exatamente isso,
11:46ainda é,
11:47não passou
11:48da inflação,
11:49ainda está no tal
11:50do behind the curve,
11:51que o pessoal gosta
11:53de falar
11:53no mercado financeiro,
11:55ainda está atrás
11:55da curva de inflação,
11:57tem que passar
11:57para poder ser
11:59minimamente
12:00contra-acionista.
12:01e aí
12:06o
12:06o
12:06o
12:06o
12:07o
12:08o
12:09Obrigado.
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