A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) entra em 2025 com uma nova diretriz: os países membros devem investir 5% do PIB em defesa. Essa guinada estratégica ocorre em meio à pressão de Donald Trump para reduzir os gastos dos EUA e ao avanço militar da Rússia na guerra contra a Ucrânia. O apresentador Marcelo Favalli analisa o papel atual da Otan, seu crescimento desde 1949 e os desafios políticos, econômicos e militares que impactam diretamente os investimentos de grandes economias como Alemanha, França e Reino Unido.
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00:00Marcelo Favalli, apresentador do Conexão, já está aqui comigo para trazer mais informações sobre a organização do Tratado do Atlântico Norte.
00:08Bom, Favalli, boa noite para você mais uma vez. A OTAN ainda é relevante? E como é que ela vai se portar em 2025 com essa pressão de Donald Trump?
00:17Pois é, ainda coloco mais um, que tem uma pressão de um lado, Donald Trump, que quer cortar um pouco dos gastos feitos pelos Estados Unidos,
00:24só que do outro lado tem Vladimir Putin, que já invadiu a Ucrânia e, quiçá, mais o que ele pode fazer.
00:31Boa noite, Cris Pelágio. Boa noite a todo mundo que nos acompanha.
00:35Para a gente entender a OTAN de hoje, a gente tem que voltar no tempo, num mundo pós-segunda guerra mundial.
00:40E eu começo com esse gráfico, com um mapa que coloca a OTAN em perspectiva planetária.
00:47Não é aquele mapa tradicional chamado Projeção de Mercartor, que a gente vê o planisfério achatado?
00:53Olhando em perspectiva com o Polo Norte aqui no centro, a gente entende a importância da OTAN voltando,
01:01Segunda Guerra Mundial, porque ela nasce em 1949, quatro anos depois do final da Segunda Guerra, com 12 países,
01:10e chega agora, em 2025, com 32.
01:14Numa conta aqui, vou até ser um pouco mais generoso, ele triplicou este tamanho num arco de tempo de menos de 80 anos.
01:24Bom, mas pensando num pós-guerra, em que nós tínhamos um mundo em reconstrução de relações,
01:31colocar todo mundo nesse mesmo balaio, que acabava de ser inimigo na Segunda Guerra Mundial,
01:37garante ou diminuía a perspectiva que haveria uma terceira guerra mundial.
01:42Pensa no futebol, os times, os jogadores jogam contra si, quando estão num campeonato, cada um com o seu time.
01:49Mas se vai todo mundo para a seleção, eles jogam a favor um do outro.
01:53A OTAN tinha nessa perspectiva, então, um cenário de colocar antigos inimigos como aliado.
01:59A exemplo de Estados Unidos, França, Alemanha, Itália.
02:04Agora, também, obviamente, depois de 1949, havia um motivo de cercar a Rússia,
02:11porque estávamos falando de um mundo bipartido, bipolarizado, entre Estados Unidos e a ex-União Soviética,
02:19que não ficou para trás, se viu ameaçada, que já era um enorme território, a União Soviética,
02:25e de 1949 a 1991, criou o chamado Pacto de Varsóvia, para colocar outros países satélites,
02:33a exemplo da Polônia, por isso é o nome do pacto assinado na capital Varsóvia,
02:39para ampliar ali a sua posição bélico-geográfica.
02:46Vamos chamar assim, oito países apenas, mas pegava uma enorme região.
02:50Então, olhando a OTAN, a OTAN cercou a Rússia por todos os lados.
02:55Pela fronteira com o Canadá, que é o Alasca, dos Estados Unidos, e por toda a Europa Ocidental.
03:01Aqui tem dois países em destaque, com uma cor diferente, Ucrânia e Geórgia,
03:06dois países ameaçados pela, hoje, Rússia, e que estão loucas para entrar para a OTAN,
03:12para ganhar esse guarda-chuva de defesa.
03:14Mas ainda não existe nenhum sinal, nem longínquo, de que isso venha a acontecer,
03:20justamente por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
03:23Entendido, então, o papel da OTAN, que começa lá em 49, vou pedir a próxima arte
03:28para a gente entrar nessa coisa financeira.
03:32E já é um discurso antigo.
03:33O Donald Trump é presidente dos Estados Unidos pela segunda vez.
03:36No primeiro mandato, entre 2017 e 2021, ele já havia sinalizado, olha, isso é muito pesado
03:45para o contribuinte americano.
03:46Os Estados Unidos colocam, é o país que coloca mais dinheiro.
03:49Vamos tentar equilibrar.
03:51Aqui, eu fui atrás das despesas médias dos países da OTAN com relação aos seus PIBs.
03:58Aí coloquei os 32 países juntos, ou então menos países na época, para fazer uma média.
04:04E os países gastavam 2,58%, aqui eu estou falando em 2014, do seu PIB.
04:12Tem umas oscilações.
04:13Na hora que o mundo fica mais tranquilo, tinha aqui um recuo.
04:18Quando a Rússia passou a ameaçar um pouco mais a Europa Ocidental,
04:21Vamos lembrar da invasão à Crimeia, sobem os gastos.
04:27Aí depois teve Covid, obviamente, todo mundo revisou gastos por causa da pandemia.
04:32E após a invasão da Ucrânia, mais gastos.
04:36Hoje ainda, numa média de 2,71% de cada país, com relação ao seu PIB, é investido em defesa.
04:44E isso, para os Estados Unidos, é uma conta muito baixa.
04:47A próxima arte, para a gente entender, então, qual é essa participação dos americanos.
04:51É desse tamanho, é mesmo?
04:53É, é deste tamanho.
04:55Na casa aí, dos bilhões de dólares, os Estados Unidos pagam uma fatura de 610 bilhões.
05:03Alemanha, maior economia da Europa, 44 bilhões.
05:06Reino Unido, 47.
05:08França, 58.
05:10Turquia, 18.
05:11Canadá, que é um enorme território, 21.
05:14Itália, 29.
05:15A Espanha, 16.
05:16Então, os Estados Unidos, agora representados pelo Donald Trump, vai, ou os Estados Unidos,
05:21vão voltar a pressionar para que essa turma gaste mais e os Estados Unidos gaste menos.
05:28Porque isso sai do bolso do contribuinte.
05:30Vou pedir a próxima arte para a gente ver, então, agora essa nova baliza.
05:35Vamos gastar mais com relação ao PIB.
05:37A diretriz antiga da OTAN dizia o seguinte, que cada país membro seria bom gastar 2% do
05:46seu PIB em defesa.
05:48Depois, naquele outro gráfico, a gente viu que chegou a gastar 2,50, 2,70, mas agora
05:54a nova diretriz, valendo a partir dessa reunião, de 5% do seu PIB.
06:01Ou seja, isso vai deixar uma Europa mais segura, teoricamente, frente à ameaça de Vladimir
06:07Putin.
06:08Não é uma ameaça vazia, afinal, ele está em três anos em guerra com a Ucrânia, uma
06:13guerra de invasão.
06:15E, por outro lado, deixa os Estados Unidos um pouco mais confortáveis quando se olha a
06:20segurança da Europa e não da América do Norte.
06:24E aqui os países, né?
06:25A Polônia chegou a gastar mais, a diferença entre os anos, em 2014, e agora, dez anos
06:31depois, em 2024.
06:33Polônia gastando mais, os Estados Unidos menos.
06:37Alemanha, Reino Unido e França, Alemanha, que tem seguido um pouco essa mesma linha, tende,
06:44então, agora a ampliar esses seus gastos de 5%.
06:47Gastavam 2% do seu PIB, a maior economia da Europa, da zona do euro e da União Europeia.
06:54Eu vou pedir a próxima arte para a gente, agora, amarrar tudo aqui.
06:59Só que a OTAN, diante de um cenário que nós não tivemos, uma terceira guerra mundial,
07:04houve uma ótima relação entre os países, tirando a União Soviética e depois a Rússia,
07:08a gente vê a diminuição dos pelotões, das tropas.
07:13Alemanha, Itália, França, Reino Unido, Estados Unidos, todo mundo diminuiu o tamanho do seu
07:17contingente.
07:18A pergunta que fica é, daqui para frente, diante de uma guerra concreta na Europa, de
07:24Rússia versus Ucrânia, esses números devem aumentar?
07:28Porque o risco é real, imediato e já bateu na porta da Europa Ocidental.
07:35A gente muda a posição do globo, mas a gente continua falando de guerra, Cristian Lávio.
07:39Exatamente.
07:41E vamos falar mais, né?
07:42Na próxima hora, daqui a pouco eu te chamo.
07:44Vou torcer por tempos de paz enquanto isso.
07:46Ah, sim, tomara.
07:47Mas eu digo que por enquanto a gente vai falar ainda mais dessa questão.
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