Eduardo Paes anunciou na quinta-feira (29) que vai liberar passagens gratuitas de ônibus no Rio de Janeiro durante a votação, no domingo (2). A medida, segundo o prefeito, é para permitir que os cerca de 4,9 milhões de eleitores da cidade possam exercer seu voto. Claudio Dantas questionou no Papo Antagonista a legitimidade da medida.
Paes declarou voto em Lula nas eleições deste ano e participou de um ato público com o petista no final de semana, na quadra da Portela. A gratuidade no transporte tende a beneficiar o eleitor lulista, mais pobre. A medida do prefeito do PSD ocorreu após outra capital, Porto Alegre, anunciar que iria cortar o passe livre que a cidade instituiu para dias de eleição.
Horas depois do anúncio de Paes, o ministro do STF Luis Roberto Barroso ordenou que os serviços de transporte municipais permaneçam operando “em níveis normais” no domingo (2). A ordem veio em uma decisão na qual ele negou um pedido, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede), para isentar de cobrança todas as viagens de quem se dirigir às seções de votação.
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00:00Ontem o Randolfe foi ao Supremo tentar garantir passe livre para os eleitores no país inteiro.
00:07A gente sabe que isso é uma decisão das prefeituras e que naturalmente isso é uma estratégia eleitoreira, tá?
00:18Eleitoreira. Lembra muito o voto de cabresto.
00:22Ainda mais se você bota passe livre, se oferecer um lanchinho, então um pão com mortadela aí que o pessoal vai votar mesmo.
00:28Infelizmente, num país de milhares de miseráveis e ignorantes, os nossos coronéis de plantão, travestidos de democratas, se aproveitam da ignorância do povo.
00:39E retroalimentam essa ignorância. Você não vê eles trabalhando para informar, só para manipular.
00:46E aí ele fez esse pedido ontem para o Supremo, só que o Paes, o Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, se antecipou e anunciou passe livre em ônibus no dia das eleições.
00:56Segundo ele, é para fortalecer a festa da democracia.
01:01Bom, seria, né, Eduardo, se você não tivesse subido no palanque do Lula, feito campanha para o Lula.
01:08Nesse caso, não se trata de festa da democracia, mas é festa da democracia que você considera, aquela em que o seu candidato vence.
01:17E para ele vencer, então você dá a canetada que for necessário, faz renúncia aqui.
01:24Inclusive, tem que ver, né, as companhias de transporte toparam isso?
01:28Ou vocês vão, naturalmente, pagar com o nosso dinheiro, do pagador de impostos, dos contribuintes, chamados contribuintes,
01:36você vai reembolsar as companhias de transporte e esse dinheiro não é seu.
01:43Então, além de proselitismo, você está incorrendo, ao meu ver, em ato de improbidade administrativa.
01:50Será que eu vou ouvir o Ministério Público fazendo alguma coisa?
01:53O Ministério Público Eleitoral?
01:55O Ministério Público Estadual?
01:56Será que alguém vai se mexer?
01:57Porque, gente, olha só, política de assistência, política social, que ajude o trabalhador, naturalmente, são políticas importantes,
02:10precisam ser debatidas, acolhidas, aprovadas, impulsionadas.
02:15Isso aqui é uma medida eleitoreira.
02:19O prefeitinho declarou seu voto, declarou seu voto a um dos candidatos.
02:25E, claro, quando você põe de graça aqui o transporte público, você está favorecendo as camadas mais pobres da população,
02:34aquelas que as pesquisas indicam que votam justamente nesse candidato Lula,
02:39que é o candidato que promete chover picanha e cerveja.
02:43Então, é curioso que o Supremo ainda não tenha se manifestado,
02:48Supremo que está impedindo o uso da máquina por parte de Jair Bolsonaro,
02:53o que está certo, né, o Supremo, no caso aqui, eu estou me referindo aos ministros que integram o TSE.
02:59É o TSE que decide, é o TSE que manda na eleição, é o TSE que fiscaliza, é o TSE que faz tudo.
03:05Mas o fato é o seguinte, o TSE tomou medidas importantes para impedir o uso da máquina por parte de Jair Bolsonaro,
03:11impedir até o uso das instalações oficiais de Palácio do Planalto, da Alvorada, para gravar as lives, né,
03:22impedir o uso de atos oficiais, de missões oficiais, as visitas feitas ao funeral da Rainha Elizabeth,
03:31a visita à ONU, proibiu tudo, proibiu que qualquer coisa que seja, que utilize dinheiro público,
03:40seja utilizada como campanha eleitoral, está certo.
03:43E isso aqui vai deixar passar?
03:46Porque isso aqui é o uso da máquina pública para benefício de determinado candidato,
03:52ou ninguém quer ver.
03:55Ou ninguém quer ver.
03:56E fora o custo, olha aí o custo, 165 milhões de reais.
04:05Mas ninguém está falando disso, né?
04:07Todo mundo está aceitando isso como uma coisa normal.
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