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00:02:28Transcrição e Legendas Pedro Negri
00:02:58Legendas Pedro Negri
00:03:28Legendas Pedro Negri
00:03:58Legendas Pedro Negri
00:04:28Legendas Pedro Negri
00:04:56Olá, muito boa noite, hoje é sexta-feira, 29 de abril de 2022, seja muito bem-vindo,
00:05:18eu sou Diego Amorim, este é o Papo Antagonista, de segunda a sexta, sempre às seis da tarde,
00:05:24início da noite com você, aqui com as principais notícias do dia, com entrevistas, e às sextas-feiras
00:05:32é dia de nova edição da revista Cruzoé. Antes disso, eu gostaria de pedir o seu like, você pode
00:05:38começar o programa já deixando o seu joinha, clicando aí, bem simples, bem rápido, e o seu
00:05:45joinha é muito importante para a gente. Se você ainda não é inscrito no canal, eu peço que você
00:05:50se inscreva, ative as notificações, clique no sininho, e claro, compartilhe o link deste
00:05:55programa de hoje, para que mais gente fique bem informado, como você é bem informado,
00:06:00você que acompanha o Antagonista e a Cruzoé. Aproveitando, queria convidar você também a
00:06:07fazer a sua assinatura, basta mirar a tela do seu celular para o QR Code que aparece aí,
00:06:12você faz a assinatura do Combo, o Antagonista mais e a Cruzoé, como o Diogo Mainardi já
00:06:18anunciou recentemente, nós vamos ter aí novidades nos próximos dias, nas próximas
00:06:23semanas, e você já faz logo o Combo da assinatura, o Antagonista mais, e a Cruzoé é
00:06:29rápido, é simples, basta mirar a tela do seu celular para o QR Code que aparece aí.
00:06:33Teremos uma entrevista com o senador Álvaro Dias, do Paraná, ele que lidera a bancada
00:06:38do Podemos lá no Senado, nós vamos falar sobre a reunião que o Podemos teve nesta semana,
00:06:44na última quarta-feira, uma reunião fechada aqui em Brasília, vou perguntar a ele de
00:06:49Sérgio Moro, claro, e também a opinião dele sobre o voto nulo, e se ele topa ser
00:06:54candidato de novo pelo Podemos, é uma das possibilidades que está sendo aí cogitada
00:07:01depois da migração de Sérgio Moro para a União Brasil e todo esse imbróglio envolvendo
00:07:08o Centro Democrático. Não sai daí!
00:07:10Muito bem, hoje é sexta-feira, dia de nova edição da Cruzoé, nós estamos com o Fábio
00:07:30Leite, da Cruzoé, em São Paulo, que vai trazer para a gente os principais destaques da nova
00:07:36edição da revista, uma edição especial, né, Fábio?
00:07:40Porque hoje todos os temas estão aí, mais do que nunca, atrelados. Boa noite, Fábio.
00:07:48Boa noite, Diego. Boa noite a toda a audiência do Papo Antagonista. Prazer estar aqui de volta
00:07:52com vocês. Pois é, Diego, a gente resolveu fazer essa edição especial por conta desses,
00:07:59dos últimos acontecimentos, é o grande assunto que está todo mundo falando no mundo da política,
00:08:04em Brasília, aqui em São Paulo, né, que é esse embate entre o presidente Jair Bolsonaro,
00:08:10os bolsonaristas, né, e o Supremo Tribunal Federal, envolvendo o caso do deputado Daniel Silveira.
00:08:18Toda a história, desde a semana passada, que a gente acompanhou, seguiu, né, vocês aqui no Antagonista,
00:08:24a gente na Cruzoé, desde a condenação do Daniel Silveira, uma dura pena, né, de oito anos,
00:08:30quase nove anos, né, oito anos e nove meses de prisão, e no dia seguinte, o indulto dado pelo
00:08:36presidente Bolsonaro, perdoando o parlamentar aliado dele, né, por conta das ameaças, a
00:08:43condenação dele pelas ameaças que foram feitas aos ministros do Supremo. E a gente trouxe, então,
00:08:48para essa edição, né, duas reportagens falando sobre esse caso. A primeira delas, reportagem de capa
00:08:57aqui, que eu assino, é mostrando como essa postura do Supremo, principalmente no caso
00:09:05do Daniel Silveira, com essa condenação por 10 a 1 e essa pena dura, ela fortalece o discurso
00:09:11do bolsonarismo, que o presidente Bolsonaro e os seguidores dele têm explorado, né, de defesa
00:09:19da liberdade de expressão. É, a gente, é, vale destacar, né, e é o que tá na nossa, na abertura da matéria, né,
00:09:28que, assim que o presidente concedeu indulto ao Daniel Silveira, né, na quinta-feira da semana passada,
00:09:36um dia após a condenação, os apoiadores do presidente já começaram a articular, organizar manifestações
00:09:44por todo o país, mas principalmente em Brasília e aqui em São Paulo, na Avenida Paulista, né,
00:09:49que se tornou símbolo dos protestos políticos nos últimos anos. O indulto foi visto como um
00:09:56cheque-mate do presidente Bolsonaro no Supremo, nessa longa disputa, né, que o presidente tem
00:10:02tido, nesse longo embate que ele tem tido com o Supremo e, principalmente, com os ministros
00:10:07ministros Alexandre de Moraes e Luiz Roberto Barroso, né, e eles vão agora, estão arregimentando,
00:10:15estão convocando as pessoas para ocupar o maior número de quarteirões ali da Avenida Paulista,
00:10:21para, principalmente, demonstrar força, mostrar que o presidente tem apoio popular e, para atrair
00:10:26essa, o maior número de pessoas, o presidente Jair Bolsonaro e os apoiadores dele têm feito isso,
00:10:33tem feito muito bem, que é utilizar o sedutor discurso da defesa da liberdade de expressão, né,
00:10:39então, nessa reportagem a gente destaca isso, tem uma expectativa deles ali de repetir o que foi
00:10:47feito nos atos do 7 de setembro, né, aquela fatídica manifestação, aí em Brasília já tiveram
00:10:55algumas declarações polêmicas do Bolsonaro, mas aqui em São Paulo ficou ainda mais evidente quando ele,
00:11:00de fato, xinga, né, o ministro Alexandre de Moraes, diz que não vai cumprir mais as decisões dele,
00:11:07depois ele recua, né, naquela famosa carta redigida pelo ex-presidente Michel Temer,
00:11:13porque, naquele momento ali, aquela, aqueles ataques proferidos pelo Bolsonaro, né, em cima de um
00:11:21caminhão de som, o mesmo caminhão de som que vai ter agora, nesse domingo, no feriado 1º de maio,
00:11:26aqui em São Paulo, quando ele profere esses ataques, xinga o ministro Alexandre de Moraes de Canale,
00:11:32tudo mais, aquele período era um período muito tenso e o presidente estava isolado, né,
00:11:39tanto é que logo em seguida, as pessoas devem lembrar, o clima ficou muito ruim,
00:11:45partidos que não tinham se declarado abertamente a favor do impeachment, começaram, né,
00:11:52como o PSDB, por exemplo, começaram a discutir um processo de impeachment, as lideranças do
00:11:57Congresso repudiaram essa conduta do presidente Bolsonaro, mas hoje, é o que a gente mostra na
00:12:04reportagem, o cenário é outro, o cenário é outro, e essa decisão, essa, essa manobra, né,
00:12:11essa jogada que o Bolsonaro fez com o indulto, o Daniel Silveira, em consequência de uma
00:12:16condenação dura e muito bem explorada pelos bolsonaristas, né, nas redes sociais, enfim,
00:12:22acabou, inclusive com a cassação, né, é bom destacar, né, que essa decisão gerou uma polêmica
00:12:28com o Congresso, né, por conta da perda do mandato, né, os ministros, além da pena de
00:12:35oito anos de prisão e multa, o Supremo definiu ali como pena, por Daniel Silveira, a perda do
00:12:41mandato, e isso acabou gerando, então, um embate ali também com o Congresso. Então, hoje, ao contrário
00:12:47do sete de setembro, é o Supremo que está isolado, né, então, a gente traz isso nessa reportagem de
00:12:54capa, como o STF fortalece o Bolsonaro, e essa análise, ela é feita, essa análise que a gente faz,
00:13:05ela é corroborada, inclusive, por gente que acabou de sair do Supremo, né, eu fiz essa pergunta para o
00:13:11ex-ministro Marco Aurélio Melo, né, o ex-decano, né, o último ministro a deixar o Supremo para a vaga,
00:13:18a vaga que hoje é ocupada pelo ministro André Mendonça, e o Marco Aurélio que é crítico já, né,
00:13:25há muito tempo, da postura do Supremo nessas investigações, nesses inquéritos abertos de
00:13:31ofício, né, como inquérito das fake news, depois dessa investigação também conduzida, assim como das
00:13:38fake news, dos atos antidemocráticos pelo ministro Alexandre Moraes, o Marco Aurélio sempre foi crítico
00:13:44a isso, foi o único ministro que votou contra a legitimidade do inquérito das fake news, né, e aí eu
00:13:50perguntei para ele, ministro, você acha que esse tipo de postura, né, esses inquéritos, a forma como o
00:13:58Supremo tem agido nesse cerco aos arrobos, a essas ameaças, que de fato são ameaças, né, esses ataques
00:14:05que o presidente faz e os apoiadores, seja ele deputado ou ativista, militante, né, ataque que eles
00:14:14fazem ao ministro, só acha que essa reação do Supremo, né, ela fortalece o bolsonarismo e ele foi
00:14:22categórico, não há a menor dúvida, né, e quanto mais o Supremo bate, parece massa de pão, quanto mais bate,
00:14:28mais cresce, né, e é o que a gente vai ver nas ruas agora, no próximo domingo, né, o Bolsonaro, os
00:14:37bolsonaristas tentando repetir isso, utilizando o sedutor discurso da liberdade de expressão, e a gente
00:14:46fala, né, traz nessa reportagem, né, que apesar de ser uma, que é um discurso sedutor, mas tá cheio de
00:14:53contradição dentro do bolsonarismo, né, porque eu acompanhei, né, fui cobrir o 7 de setembro, essa
00:15:02temática da liberdade de expressão já era explorada naquela manifestação, o ponto principal naquele
00:15:08momento ainda era a questão do voto impresso, mas o Daniel Silveira já tinha sido preso naquele
00:15:14momento, já tinha, os inquéritos já tinham quebrado o sigilo de vários bolsonaristas que atacavam os
00:15:20ministros, enfim, a liberdade de expressão já era o tema, não central, como vai ser agora, mas já era
00:15:25o tema, e lá na Avenida Paulista, no 7 de setembro, você via a gente defendendo a liberdade de expressão
00:15:30do lado de gente defendendo a volta da ditadura militar, defendendo o AI-5, né, que foi o ato
00:15:37institucional imposto pelo regime mais duro ali, que estabeleceu, que impôs, de fato, a censura no
00:15:43país. Então, essas contradições que o presidente Bolsonaro, os apoiadores dele têm conseguido
00:15:52camuflar diante do eleitor médio, né, porque vale lembrar, Diego, que na Avenida Paulista, no 7 de
00:16:01setembro, não tinham só os apoiadores ali mais fanáticos do presidente, né, tinham muitas pessoas
00:16:07foram lá porque estavam mesmo revoltadas, indignadas com a postura do STF, né, e o que a gente também
00:16:15ressalta nessa reportagem, e tem sido muito bem explorado pelos bolsonaristas nas redes, né, e a outra
00:16:23coisa que pega junto ao eleitor é que, enquanto o presidente, enquanto o Supremo impõe uma dura pena
00:16:31para um deputado que xinga e ameaça os ministros, né, como o Daniel Silveira fez, por outro lado, foi, né,
00:16:38soltando vários, né, réus condenados por corrupção, como o ex-presidente Lula, mas também anulando
00:16:45provas, enfim, a gente cansou de trazer aqui, tanto na Cruzeira como no Antagonista, o que o Supremo
00:16:51fez, né, do desmonte ali da, dos casos da Lava Jato nos últimos anos. Isso aí, onde a gente estava aqui,
00:16:59Fábio, com o Wilson Lima, no Papo Antagonista, que essa liberdade de expressão do bolsonarismo,
00:17:05ela vale até o momento em que começam a falar algo contra aquilo que eles acreditam, contra
00:17:11até os bolsonaristas, aí a liberdade de expressão já não é tão extensa assim, eles vão, como você
00:17:18disse muito bem, eles vão camuflando esse tema, ajustando esse tema, aquilo que interessa a eles
00:17:25eleitoralmente, sobretudo. Dentro dessa linha da estratégia do PL também, só acrescentando o que
00:17:32a gente escuta aqui em Brasília, eles estão, de fato, ali no entorno do presidente, dispostos a
00:17:38explorar bem essa dualidade, né, de um Supremo que solta bandidos, que quer prender inocentes no
00:17:46entendimento do bolsonarismo. Por outro lado, eles estão aí tendo ainda uma, fazendo uma avaliação mais
00:17:53criteriosa de até onde eles podem ir com esse discurso. Eu ouvi de um deputado do PL que, olha, a gente,
00:18:01beleza, vamos para cima do Supremo, mas uma república com os seus poderes em conflito, em constante
00:18:10guerra, isso não é bom para a economia e a gente vai precisar muito da economia até outubro, foi o que eu ouvi de um
00:18:16deputado do PL. Então, eles vão fazer essa conta também de até que ponto favorece ao Bolsonaro essa
00:18:24queda de braço com o Supremo. E, além dessa reportagem principal, que foi até a capa, vocês
00:18:30vêm depois com a história toda do Twitter, que deu o que falar essa semana, né, Fábio?
00:18:35Pois é, que está linkada, né, por isso que a gente faz essa edição especial, todas as reportagens
00:18:43elas estão conectadas entre si, nessa temática da liberdade de expressão. É uma reportagem do Duda
00:18:50Teixeira, Twitter, a Praça é Nossa, destacando, né, falando o que se espera, né, dessa plataforma social
00:18:59que é muito utilizada por nós, jornalistas, mas por formadores de opinião, por políticos, né, e era, né,
00:19:06por Bolsonaro, pelos apoiadores dele, como pelo ex-presidente americano Donald Trump, e ela estabeleceu,
00:19:14começou a estabelecer alguns critérios ali para tentar estancar, né, a disseminação de fake news, e aí virou uma,
00:19:23virou, foi alvo de críticas, principalmente desses políticos e dos apoiadores ali,
00:19:29dos partidos e dos políticos mais alinhados a essa extrema direita, né, e aí nessa semana a gente teve
00:19:35o grande acontecimento ali, que foi a compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk, que era crítico
00:19:43dessa política de moderação, digamos assim, né, do Twitter, e disse que vai promover mudanças, isso gerou
00:19:51todo um estardalhaço, né, foi bastante politizado, né, ao longo da semana, e o Duda traça aqui, então,
00:20:02o que se espera, né, dessa mudança de comando do Twitter, caso ela seja de fato efetivada,
00:20:10tem gente ainda postando que isso ainda pode ser melado, né, mas foi de fato uma compra muito cara,
00:20:15e o Elon Musk apresentou ali de largada um pouco das ideias dele, que o Duda traz nessa reportagem, né,
00:20:22de dar mais transparência para aquilo que a gente, nós humanos que estamos ali usufruindo da plataforma
00:20:31e às vezes não entendemos, né, que é dar maior transparência ali para a questão dos algoritmos
00:20:36e tentar barrar aquela questão dos robôs, que ficam, que na verdade criam uma onda, né,
00:20:45facilitam ali a disseminação de notícias falsas, de ataques, enfim, e virou um grande instrumento,
00:20:54uma grande arma política nos últimos tempos, inclusive de influência, né, para influenciar nos debates, né,
00:21:00então o Elon Musk diz que quer acabar com isso, mas ao mesmo tempo permitir que as pessoas possam se manifestar, né,
00:21:09sem a, de uma forma mais livre, ele é crítico dessas exclusões de conta por conta de comentários,
00:21:17ao mesmo tempo ele quer combater os robôs, que é uma coisa positiva, então o Duda traça muito bem assim,
00:21:23ouviu especialistas e o que a gente pode esperar do Twitter a partir de agora nas mãos do Elon Musk.
00:21:30Como consequência disso, né, vocês trouxeram um antagonista ao longo da semana, né, o próprio Bolsonaro,
00:21:38os bolsonaristas alardearam, né, isso, comemoraram como se fosse uma vitória,
00:21:43eu vi meme de, eu vi meme de, aquela coisa da gaiola aberta, né, para o passarinho, que é o símbolo do Twitter, voar, enfim,
00:21:54e o Bolsonaro arrebanhou aí mais de 100 mil seguidores ao longo da semana, né.
00:22:00E a gente, o Duda até foi atrás para saber, isso é robô, isso não é robô,
00:22:06a versão que o Twitter deu para a gente aqui é de que a apuração deles ali,
00:22:11o monitoramento deles indica que, de fato, foi um crescimento orgânico,
00:22:14muito possivelmente por gente que tinha abandonado o Twitter naquela campanha de cancelamento,
00:22:19que os bolsonaristas fizeram e agora estão voltando aí nessa, para surfar nessa onda,
00:22:26nessa vitória política que eles estão dizendo que foi a compra do Twitter pelo Musk.
00:22:33E as colunas do Mário Sabino e do Diogo Mainardi também tratam desse assunto, né, Fábio?
00:22:41A coluna do Mário, do Diogo e também a gente trouxe dois colunistas convidados para essa edição, né,
00:22:48um deles é o que escreve também para o antagonista, né, que é o André Marciglia,
00:22:56faz uma análise, porque a especialidade dele, né, ele atua em defesa da liberdade de expressão e de imprensa, né,
00:23:05então o Marciglia faz uma análise muito interessante, que é o que a gente destaca,
00:23:08destacou hoje, logo cedo, na newsletter, enfim, que é a liberdade de expressão, o modo de usar, né,
00:23:16então o Marciglia traça um paralelo, assim, de como os países, né, como o mundo, de uma forma geral,
00:23:22mas a gente, centrado mais aqui no Ocidente, né, porque a gente sabe que em vários países do Oriente,
00:23:30com destaque para a China e para a Rússia, as regras ali, a questão da liberdade de expressão,
00:23:36estão em outro patamar, estão em outro nível, né, mas ele traça um paralelo aqui entre a liberdade de expressão,
00:23:44como ela é vista nos Estados Unidos, de uma forma mais, que a gente diz aqui, né, alargada, né,
00:23:51e na Europa, que, onde tem uma, um rigor, um controle maior do Estado, digamos assim,
00:24:00sobre o conteúdo que é postado, né, e, enfim, e o que a gente tem visto aqui no Brasil, né,
00:24:07que é o que a gente conta nessa edição, é uma versão tupiniquim dessa,
00:24:12dessa, dessa, desse entendimento europeu sobre o alcance da liberdade de expressão,
00:24:19e aí acaba gerando essas, essas deturpações, esses excessos, né, tem excesso claramente de um lado,
00:24:28mas também está tendo de outro, e é por isso que a gente está nesse momento muito tenso para, do país, né,
00:24:35e tensão é tudo que o presidente quer, né, Diego, causar o tumulto, gerar instabilidade,
00:24:41que aí, como disse o Marco Aurélio para a gente nessa reportagem, aí ele nada de braçada.
00:24:49É isso aí, é isso aí.
00:24:50Bolsonaro veio do caos, vive do caos e fomenta o caos para continuar existindo e dá certo, tem dado certo,
00:25:00ele é o nosso presidente, tem ganhado força nas pesquisas de atenção de voto com essa estratégia,
00:25:05seja, o significado disso tem um preço, tem um custo muito alto para a nação,
00:25:10mas eleitoralmente eles fazem a conta e vão para o chamado pragmatismo político,
00:25:16e a gente vê hoje o Centrão e tanta gente abraçando esse bolsonarismo puramente por conveniência,
00:25:23não por ideologia, não por se identificar com a causa,
00:25:27mas somente para ocupar esse poder que hoje está nas mãos desse grupo político.
00:25:33E as notas do sexta-feira sempre com um bastidor diferenciado,
00:25:38sempre com um olhar e um alcance que só que o Zoé tem, né, Fábio?
00:25:45É, as notas do sexta, a gente está trazendo agora mais, até um pouco mais de política, né,
00:25:51estamos entrando já na fase de campanha, as notas do sexta,
00:25:54então a gente está trazendo os bastidores aí da política, dessas pré-campanhas, né,
00:25:59tenho destaque aqui para uma nota que a gente apurou ontem, né,
00:26:05que envolve inclusive o destino eleitoral do Sérgio Moro, né,
00:26:11e uma das possibilidades depois que ele saiu do Podemos e foi para a União Brasil,
00:26:16seria ser candidato ao Senado, uma vez que já estão, né, já rifaram a candidatura presidencial dele, né,
00:26:23e aqui no União Brasil, em São Paulo, o Moro percebeu que o buraco também é mais embaixo, né,
00:26:32tem um cacique que talvez nacionalmente seja pouco conhecido,
00:26:37mas aqui em São Paulo é bastante conhecido e ganha muita força,
00:26:40que é o Milton Leite, um aliado do atual governador Rodrigo Garcia,
00:26:45aliado do João Dória e era do DEM, né, controlava o DEM aqui em São Paulo,
00:26:51e quando o DEM se fundiu com o PSL, ele ganhou uma relevância muito grande também no União Brasil, né,
00:26:57e se cacifou aí para essa vaga no Senado, na chapa com o governador Rodrigo Garcia,
00:27:02então, emparedando o Moro, né, isso que a gente traz também na nota do sexto,
00:27:06porque a pressão toda é para que o Moro seja candidato a deputado federal,
00:27:11que aí vai, a expectativa é que ele seja muito bem votado,
00:27:14e alavanca ali a bancada do União Brasil em São Paulo.
00:27:17O Moro já disse que não quer ser, né, e deixou em aberto, então,
00:27:21a candidatura presidencial, que está sendo boicotada, né,
00:27:26a gente tem visto aí inúmeros capítulos, né, dessa novela,
00:27:30ou para o Senado, e agora o Milton Leite já disse,
00:27:34e conseguiu inclusive apoio interno de gente próxima ao Moro no União Brasil,
00:27:39que ele será o candidato.
00:27:40É, não à toa, o Moro tem começado a dizer mais claramente nas entrevistas
00:27:46que ele pode, inclusive, não se candidatar a nada em outubro, né,
00:27:50porque a possibilidade dele se candidatar a deputado federal
00:27:53é uma coisa que ele tem descartado.
00:27:56Então, enfim, não tendo o Senado, ele vai, talvez, tentar ali a vaga de vice,
00:28:02cabeça de chapa é praticamente, certamente impossível,
00:28:05mas para a vice já se fala fortemente na senadora Soraya Tronik,
00:28:10que seria vice do Luciano Bivar, numa eventual chapa pura da União Brasil.
00:28:15Então, o Moro, de fato, vai ficando sem espaço na União Brasil.
00:28:20E a situação dele, partidariamente, pelo menos para a eleição desse ano,
00:28:24vai se desfacelando.
00:28:26Fábio, temos também a coluna do Rui Goiaba,
00:28:29sempre nos fazendo rir um pouquinho da nossa própria tragédia,
00:28:32mas eu queria te perguntar o seguinte,
00:28:37o Bolsonaro concede a graça a Daniel Silveira,
00:28:41a Veja trouxe, nesta sexta-feira, uma informação
00:28:43de que o Celso Jacob, ex-deputado federal do MDB,
00:28:48a defesa dele já está querendo ir ao Palácio do Planalto
00:28:50para ver se consegue também um perdão presidencial.
00:28:53Parabéns, Bolsonaro, é isso aí que você vai conseguir,
00:28:55todo mundo querendo o seu perdão.
00:28:58E o Supremo vai ter que se manifestar,
00:29:01a Rosa Weber levou ali para o plenário a situação do indulto.
00:29:06Você consegue nos dizer o que você vê para as próximas semanas?
00:29:11O Supremo coloca o pé no freio, abraça esse embate
00:29:15e a gente vai nesse clima fervendo até outubro, Fábio?
00:29:20Olha, Diego, com o que eu apurei com fonte do Supremo,
00:29:26tem uma expectativa muito grande lá dentro
00:29:29com o que vai acontecer no domingo.
00:29:31Se, de fato, a exploração política desse caso do Daniel Silveira
00:29:41vai alavancar, de fato, vai dar esse protagonismo,
00:29:46colocar o Bolsonaro nesse lugar que ele fica cavando há tanto tempo,
00:29:51que é de vítima do Supremo.
00:29:53E se ele conseguir exibir essa força,
00:29:58esse apoio popular que eles esperam nas ruas,
00:30:02isso vai ter um impacto na reação do Supremo.
00:30:06Então, eles estão deixando em banho-maria,
00:30:08eles não esperavam,
00:30:10o indulto pegou os ministros de surpresa
00:30:13e precisa ser estudado como sair.
00:30:17Ao longo da semana a gente viu também
00:30:19essa ala mais política, que a gente chama do Supremo,
00:30:23encabeçada pelo ministro Gilmar Mendes,
00:30:24já defendendo o diálogo,
00:30:27uma reabertura do diálogo com o Congresso
00:30:30e com o Planalto.
00:30:32O André Mendonça também entrou no circuito
00:30:35para tentar pacificar
00:30:36essa questão do inquérito das fake news,
00:30:40que tem origem lá atrás, em 2019,
00:30:43o inquérito que censurou a Cruz Oé.
00:30:44Enfim, então eles vão esperar o que vai ser,
00:30:49o que o Bolsonaro pode tirar mais disso
00:30:51e mais do que isso é como ele vai se comportar,
00:30:56se ele vai querer, de fato, esticar ainda mais a corda,
00:30:59porque a jogada do indulto,
00:31:02ela é uma jogada dentro das quatro linhas.
00:31:06O Supremo pode, mais para frente,
00:31:09declarar que o indulto é inconstitucional,
00:31:12mas o presidente tem a prerrogativa do indulto.
00:31:15Então, ali, de fato,
00:31:17para pegar emprestado uma expressão
00:31:19que o Bolsonaro gosta,
00:31:20ele jogou dentro das quatro linhas com o indulto.
00:31:23Você pode discordar do indulto,
00:31:26mas é uma prerrogativa dele.
00:31:27Agora, se ele vai elevar o tom,
00:31:30crescer nas ruas, no discurso,
00:31:34no fim de semana,
00:31:35elevar a temperatura, esticar ainda mais a corda,
00:31:38aí a reação pode ser outra.
00:31:39A gente vai, domingo é o dia importante,
00:31:42para a gente acompanhar,
00:31:43porque acho que boa parte do que o Supremo vai fazer
00:31:46está muito atrelado a isso.
00:31:47Qual é o impacto político disso?
00:31:51A percepção de como a população, de fato,
00:31:53vai se comportar?
00:31:54Porque eu volto a dizer,
00:31:55eu estive na Paulista, no 7 de setembro,
00:31:58mais de 100 mil pessoas lá,
00:32:00não tinham só apoiadores fanáticos do Bolsonaro.
00:32:03O Bolsonaro consegue cativar,
00:32:05regimentar pessoas que não são
00:32:07bolsonaristas fanáticos,
00:32:09mas esse discurso da liberdade de expressão
00:32:11é o principal para atrair esse eleitor,
00:32:14para a rua, inclusive.
00:32:15A gente que vai na rua, veste verde e amarelo,
00:32:17e foi lá ouvir o presidente.
00:32:19Eles mantevem um suspense,
00:32:21perguntei para o Palácio ontem,
00:32:24se vai, se não vai,
00:32:25perguntei para o Flávio Bolsonaro,
00:32:27todo mundo dizendo,
00:32:28não sabemos ainda se vai ou não vai,
00:32:30mas no 7 de setembro também foi assim.
00:32:32Quando ele viu que tinha muita gente,
00:32:34ele fez questão de ir.
00:32:36Foi em Brasília de manhã
00:32:37e depois veio para São Paulo
00:32:40para participar à tarde.
00:32:42Eu acho que é esse cenário que vai se repetir.
00:32:44Eles já estão promovendo caravanas e tal
00:32:47para tentar mostrar que o presidente
00:32:48tem um apoio popular nessa guerra com o Supremo.
00:32:52Não custa lembrar que tudo isso tem um custo,
00:32:54que é bancado pelo contribuinte,
00:32:57em 7 de setembro, por exemplo.
00:32:58Antes de discussar em Brasília,
00:33:00o Bolsonaro fez questão de sobrevoar a esplanada
00:33:02com um helicóptero
00:33:04para dar uma olhadinha ali na turma
00:33:06que estava lá embaixo,
00:33:07para depois, então, subir ao carro de som
00:33:09e fazer os seus discursos lá contra o Supremo,
00:33:13sobretudo contra o Alexandre de Moraes.
00:33:14Agora, como o Fábio Leite bem pontuou agora há pouco,
00:33:17o momento é outro.
00:33:18Naquele momento, o próprio eleitor do Bolsonaro
00:33:21também tinha uma intenção muito grande
00:33:23de ir às ruas para demonstrar esse apoio ao governo,
00:33:26porque se falava na possibilidade de impeachment,
00:33:28até a cartinha do Michel Temer
00:33:31havia uma temperatura muito elevada em Brasília,
00:33:35se falava, inclusive, dentro do centrão
00:33:37da possibilidade do impeachment,
00:33:39mas depois que o Michel Temer
00:33:40é chamado ao Planalto às pressas
00:33:42e solta a cartinha lá do pedido de desculpas,
00:33:45a situação fica um pouco mais pacificada,
00:33:48para usar o termo que a turma gosta aqui em Brasília.
00:33:51Agora, nesse momento,
00:33:52talvez quem vai à rua
00:33:54vai querer também fazer um contraponto
00:33:56ao 1º de maio lulista.
00:33:59A gente sabe que tem a tradicional festa do Dia do Trabalho,
00:34:03organizada pelas centrais sindicais.
00:34:05O Lula já confirmou presença em São Paulo.
00:34:09O Alckmin não confirmou presença.
00:34:11Segundo a Folha,
00:34:12a assessoria do ex-governador Tucano
00:34:15alegou questões de agenda,
00:34:18para não comparecer.
00:34:19vai ver que ele não quer cantar de novo
00:34:21o hino da Internacional Socialista
00:34:23ao lado do Lula e das centrais sindicais.
00:34:26Fábio, a gente chegou a falar
00:34:28do texto do Alexandre Soares.
00:34:31Temos também Alexandre Soares Silva,
00:34:33na Cruz Ué, não é?
00:34:34Temos, temos.
00:34:36A defesa do...
00:34:40Cadê o Alexandre aqui?
00:34:44Ele também fala sobre a compra do Twitter
00:34:46e o que ele espera ali das mudanças da plataforma.
00:34:51Também com uma dose de humor.
00:34:52Está bem legal esse artigo do Alexandre Soares.
00:34:58E só uma coisa, Diego,
00:35:00da manifestação, né?
00:35:01Eu confirmei agora com a Secretaria de Segurança Pública
00:35:06aqui de São Paulo.
00:35:07As duas manifestações estão garantidas, né?
00:35:12E vai ter um reforço político.
00:35:15Desculpa, um reforço policial.
00:35:17Porque elas são muito...
00:35:18Os locais são muito próximos aqui em São Paulo, né?
00:35:21A manifestação bolsonarista na Avenida Paulista
00:35:25e as manifestações de esquerda
00:35:27no estádio do Paquembu.
00:35:29Para quem não conhece São Paulo,
00:35:30mas é muito próximo.
00:35:32Então, vai ter um reforço policial
00:35:34para garantir esses dois atos políticos
00:35:36com os dois, muito possivelmente, né?
00:35:39O Bolsonaro vindo a São Paulo
00:35:41com a presença dos dois principais candidatos, né?
00:35:44O Lula voltando para a rua, né?
00:35:46Depois de uma pressão interna ali
00:35:48para que ele comece a ir para a rua.
00:35:50Voltando para a rua
00:35:51nessa manifestação de 1º de maio.
00:35:53Que, como você disse, né?
00:35:54É uma data historicamente celebrada pela esquerda.
00:35:57E agora, os apoiadores do presidente Bolsonaro
00:36:00de última hora, na onda do indulto do Daniel Silveira,
00:36:05puxaram, convocaram esse ato para a Paulista.
00:36:09Vamos ver o que vai acontecer.
00:36:10Vamos acompanhar.
00:36:11Muito bem.
00:36:12Esse foi Fábio Leite, da Cruzoé, direto de São Paulo.
00:36:15Fábio, muito obrigado pela sua participação.
00:36:17Até uma próxima oportunidade aqui no Papo Antagonista.
00:36:19Um abraço, meu cara.
00:36:20Eu que agradeço, Diego.
00:36:21Um abraço para você e para toda a audiência do Papo.
00:36:24Até mais.
00:36:25Até mais.
00:36:26Se você, por acaso, não é assinante ainda da revista Cruzoé,
00:36:29basta você mirar a tela do seu celular
00:36:31para o QR Code que aparece aí
00:36:33e fazer a sua assinatura.
00:36:35Você aproveita e faz logo a assinatura do Combo.
00:36:37A Cruzoé, com uma nova edição, sempre às sextas-feiras,
00:36:41mas durante toda a semana você fica bem atualizado
00:36:43por meio do diário.
00:36:45E também o Antagonista+,
00:36:47que é uma versão turbinada do Antagonista,
00:36:50o site de política mais influente do país,
00:36:53que você já conhece.
00:36:55Agora, nós vamos acompanhar uma entrevista que eu fiz
00:36:59com o senador Álvaro Dias, líder do Podemos no Senado.
00:37:05Papo Antagonista.
00:37:07Reportagens exclusivas.
00:37:09Bastidores do Poder.
00:37:11E análise com quem faz notícia.
00:37:13Muito bem, estamos com o senador Álvaro Dias, do Paraná,
00:37:20ele que lidera a bancada do Podemos lá no Senado
00:37:24e, mais uma vez, nos dá a gentileza de participar do nosso programa.
00:37:28Boa noite, senador.
00:37:29Muito obrigado, mais uma vez, pela sua presença no Papo Antagonista.
00:37:32Oi, boa noite, Diego.
00:37:34Tuas ordens é uma satisfação conversar com o Antagonista.
00:37:39Senador, na última quarta-feira, o partido do senhor,
00:37:43o Podemos fez uma grande reunião aqui em Brasília,
00:37:46uma reunião que havia sido anunciada semanas antes.
00:37:50Eu queria que o senhor dissesse para a gente
00:37:51o que ficou decidido nessa reunião,
00:37:54se é que algo ficou decidido.
00:37:57É, ficou decidido a opção pela prudência, pela cautela.
00:38:03Eu venho advogando isso já há bom tempo,
00:38:06desde que houve um movimento com o ex-juiz Sérgio Moro
00:38:12deixando o partido.
00:38:14Eu advoguei que não participássemos dos entendimentos
00:38:18do Centro Democrático,
00:38:20ficássemos em observação,
00:38:22monitorando a movimentação na política,
00:38:27aguardando a solução do Centro Democrático
00:38:30para depois, então, fazermos uma avaliação
00:38:34para uma definição de rumos do nosso partido.
00:38:39Eu imagino que, em razão das circunstâncias,
00:38:44a prudência recomenda aguardarmos,
00:38:47se possível, até o mês de julho.
00:38:49Eu tenho colocado o mês de julho
00:38:52como o timing adequado
00:38:54para uma decisão terminativa do nosso partido
00:38:58em relação aos rumos que nós podemos adotar
00:39:02em relação à sucessão presidencial.
00:39:05O que eu defendo nesse momento
00:39:07é que o partido prepare um projeto de nação,
00:39:11porque o que nós estamos verificando
00:39:14é que colocam os nomes
00:39:16à frente do projeto de nação.
00:39:19E aí não se estabelece convergência,
00:39:21porque cada postulante
00:39:23imagina que a convergência
00:39:25deva se dar em torno do seu nome.
00:39:28Portanto, o projeto é essencial.
00:39:32Isso não se vê, por exemplo,
00:39:34nessa discussão do chamado Centro Democrático.
00:39:38Por isso, defendi que o nosso partido
00:39:41ficasse à margem
00:39:42acompanhando esta movimentação.
00:39:46Certo.
00:39:47Julho é o prazo que ali vai coincidir
00:39:49com as convenções partidárias.
00:39:51Julho, agosto é, de fato, o prazo final
00:39:53para essa decisão de cada partido.
00:39:55Senador, pela sua experiência política,
00:39:59qual é a sua avaliação
00:40:01da turma lá do Centro Democrático,
00:40:03turma da qual os senhores do Podemos
00:40:04decidiram não fazer parte?
00:40:06A gente tem o MDB com a Simone Tebet,
00:40:08o PSDB em tese com o João Dória,
00:40:12a União Brasil sinalizando aí
00:40:13nos últimos dias
00:40:14de que deve abandonar o barco também
00:40:17do Centro Democrático
00:40:18e fazer um voo solo com o Luciano Bivar.
00:40:21O que o senhor atribui
00:40:22o fracasso até aqui
00:40:24de uma tentativa de unidade no Centro?
00:40:27É, eu acho que até já respondi, né?
00:40:30A razão essencial do fracasso
00:40:33é a inexistência de um projeto de nação.
00:40:37Eu insisto...
00:40:38E por que esse projeto não saiu, senador?
00:40:39Por que não saiu esse projeto?
00:40:41Porque vocês tiveram...
00:40:42Vocês que eu digo o Centro todo, né?
00:40:44Tiveram tempo, tiveram condições,
00:40:46as pesquisas indicando
00:40:47uma viabilidade eleitoral consistente
00:40:49de muitos brasileiros
00:40:50que não queriam a polarização,
00:40:53partidos grandes, né?
00:40:55Nós não estamos falando de gente
00:40:56que entrou ontem na política.
00:40:59É inacreditável,
00:41:00se o senhor me permite dizer isso,
00:41:01é inacreditável.
00:41:02Eu também acho, Diego.
00:41:03Eu também acho.
00:41:06Eu digo a você que
00:41:08nós temos um projeto,
00:41:10eu digo o nosso partido,
00:41:12um projeto de nação desde 2018.
00:41:15Ele foi apresentado,
00:41:16ele não foi visto,
00:41:17mas ele foi apresentado, não é?
00:41:19Nós não tivemos plateia
00:41:21para a nossa proposta,
00:41:23porque se estabeleceu
00:41:24essa beligerância política
00:41:26entre os extremos.
00:41:28Então, você tem que ser
00:41:29a favor do fulano
00:41:31para ser contra o ciclano
00:41:33e vice-versa.
00:41:34E se esqueceu,
00:41:35como se entre a extrema esquerda
00:41:37e a extrema direita
00:41:38não existisse vida inteligente.
00:41:41Então, esse projeto foi anulado,
00:41:42mas ele é atual,
00:41:44ele não mudou.
00:41:45Aliás, Diego,
00:41:46surpreendentemente,
00:41:47há poucos dias chegou
00:41:48às minhas mãos
00:41:49uma entrevista
00:41:50que concedi
00:41:51em 1989,
00:41:54antes da Convenção Nacional
00:41:56do MDB,
00:41:57que escolheria o candidato
00:41:59à presidência da República
00:42:00em 89.
00:42:01O escolhido
00:42:02foi o Líder Guimarães.
00:42:03Eu li aquela entrevista
00:42:05e imaginei
00:42:06que fosse uma entrevista atual,
00:42:08porque nada mudou
00:42:09de lá para cá,
00:42:11essencialmente nada mudou.
00:42:12o sistema é o mesmo,
00:42:14a prática é a mesma
00:42:16e não há mudança.
00:42:19A verdade é que
00:42:20não é,
00:42:22obviamente,
00:42:23difícil
00:42:24responder a sua indagação
00:42:26por que isso está ocorrendo.
00:42:29Porque a política no Brasil
00:42:30é esse campo minado
00:42:32da inversão de valores,
00:42:33da incompreensão,
00:42:35da injustiça,
00:42:37eu poderia dizer também
00:42:38da traição,
00:42:39mas o que é fundamental
00:42:41em resposta
00:42:43à sua pergunta
00:42:44é definir
00:42:45que é exatamente
00:42:45a inversão de valores.
00:42:47Ao invés
00:42:48de buscarmos
00:42:49um projeto,
00:42:51um conceito
00:42:52de administração pública,
00:42:54ao invés
00:42:55de idealizarmos
00:42:56um sistema,
00:42:57porque o nosso
00:42:58está agarrado
00:42:59ao atraso,
00:43:00está superado,
00:43:02está condenado,
00:43:03nós não temos
00:43:04um projeto estratégico
00:43:05de desenvolvimento
00:43:06econômico e social
00:43:07para o país
00:43:08há mais de 30 anos,
00:43:10o nosso atraso,
00:43:11portanto,
00:43:11é de décadas.
00:43:13Ao invés
00:43:13de discutirmos isso,
00:43:15estamos discutindo nomes.
00:43:17E, olha,
00:43:17não temos nenhum
00:43:18Rui Barbosa
00:43:19para encantar
00:43:20durante uma
00:43:21campanha eleitoral.
00:43:23Então,
00:43:23ou nós temos
00:43:24um projeto
00:43:25que nos reúna,
00:43:27ou então
00:43:28estaremos,
00:43:28obviamente,
00:43:29distantes
00:43:30uns dos outros.
00:43:32A gente não tem
00:43:33esse Rui Barbosa,
00:43:34mas imaginou-se
00:43:34em algum momento,
00:43:35talvez ali em novembro
00:43:36do ano passado,
00:43:37quando o Moro
00:43:38filiou-se ao Podemos,
00:43:39que ele poderia
00:43:40ser esse nome.
00:43:43Eu sei que já passou,
00:43:45que para muitos
00:43:45é página virada,
00:43:47senador,
00:43:47mas eu queria
00:43:48que o senhor falasse
00:43:49um pouquinho
00:43:49da saída do Moro
00:43:50e se o senhor
00:43:51tem conversado com ele
00:43:52depois da decisão
00:43:53que ele tomou
00:43:54de migrar
00:43:55para a União Brasil.
00:43:57Olha, Diego,
00:43:57eu, sinceramente,
00:43:59em benefício
00:44:00do país
00:44:01e da luta
00:44:02contra a corrupção
00:44:04no Brasil,
00:44:05eu prefiro
00:44:06preservar
00:44:07a imagem
00:44:08extraordinária
00:44:09do juiz
00:44:10Sérgio Moro.
00:44:12A política
00:44:13é aquilo
00:44:13que eu
00:44:14disse há pouco,
00:44:15o chão minado
00:44:16da incompreensão,
00:44:17da injustiça,
00:44:19da inversão
00:44:19de valores.
00:44:21Então,
00:44:21eu prefiro
00:44:22o legado
00:44:23do magistrado
00:44:24Sérgio Moro
00:44:25do que ficar,
00:44:26evidentemente,
00:44:28explorando
00:44:29fatos
00:44:30recentes
00:44:31da política.
00:44:32é fundamental
00:44:34para o país
00:44:34que preservemos
00:44:35a imagem
00:44:36daqueles que
00:44:37prestaram serviço
00:44:38à nação
00:44:39e poucos
00:44:40prestaram serviço
00:44:42tão relevante
00:44:42quanto prestou
00:44:43Sérgio Moro.
00:44:45Por isso,
00:44:46o meu respeito
00:44:46a ele
00:44:47e eu me recuso
00:44:48a fazer qualquer
00:44:49crítica em relação
00:44:50ao seu comportamento
00:44:52durante esse curto
00:44:53período que tivemos
00:44:54de convivência
00:44:55na política
00:44:56de novembro
00:44:57até agora.
00:44:58O senhor consegue
00:44:59imaginar o que ele
00:45:00vai fazer em outubro,
00:45:01senador?
00:45:03Não,
00:45:03não tenho
00:45:03a opinião
00:45:06a respeito,
00:45:07até porque
00:45:07na política
00:45:09nunca nós dependemos
00:45:10de nós mesmos,
00:45:11apenas de nós mesmos.
00:45:13É evidente
00:45:14que somos
00:45:15importantes
00:45:15em razão
00:45:16das iniciativas
00:45:17que idealizamos,
00:45:20mas nós dependemos
00:45:21das circunstâncias,
00:45:23nós somos filhos
00:45:24das circunstâncias,
00:45:25às vezes,
00:45:26vítimas delas
00:45:27e, muitas vezes,
00:45:29beneficiários delas.
00:45:30Então,
00:45:30dependemos das circunstâncias.
00:45:32Confesso que não
00:45:33saberia prever
00:45:34o que ocorrerá
00:45:36com ele
00:45:37até outubro,
00:45:38até as eleições
00:45:39de outubro.
00:45:40Eu desejo a ele
00:45:41o melhor,
00:45:41porque,
00:45:42certamente,
00:45:43ele merece.
00:45:45Senador,
00:45:46só para concluir
00:45:46esse assunto,
00:45:47muito se fala
00:45:48em boicote
00:45:48do Podemos
00:45:49ao Sérgio Moro.
00:45:50A gente sabe
00:45:51que,
00:45:51sobretudo,
00:45:52na Câmara
00:45:52havia uma ala ali
00:45:54que não concordava
00:45:55com a candidatura
00:45:56do ex-juiz,
00:45:57fazia ali
00:45:58um cabo de guerra
00:45:59com o dinheiro
00:46:00do fundo partidário.
00:46:03Em algum momento,
00:46:04Podemos esteve
00:46:05bastante unido
00:46:07em torno
00:46:08da candidatura
00:46:09do Moro
00:46:09ou,
00:46:09desde o início,
00:46:10havia divergências internas
00:46:12em relação a esse ponto,
00:46:13senador?
00:46:13É,
00:46:14com esse modelo
00:46:15político
00:46:16devastador
00:46:17que nós temos,
00:46:18com fundão eleitoral,
00:46:20orçamento secreto,
00:46:22com essa depredação
00:46:23da política
00:46:24que alveja
00:46:25a democracia
00:46:26de forma
00:46:28mortal,
00:46:29não é?
00:46:30É impossível
00:46:31unanimidade
00:46:32em qualquer lugar.
00:46:33Onde há unanimidade?
00:46:35Há unanimidade
00:46:36no PT
00:46:36em relação
00:46:37à candidatura
00:46:38de Alckmin
00:46:39como vice-presidente?
00:46:41Há unanimidade
00:46:42no bolsonarismo
00:46:44em relação
00:46:44aos comportamentos,
00:46:47não é?
00:46:47A postura e tal.
00:46:49Enfim,
00:46:49não há unanimidade.
00:46:51Como é que se poderia
00:46:52imaginar unanimidade
00:46:53no Podemos
00:46:54um partido em construção?
00:46:55Nós temos quatro anos
00:46:56de existência,
00:46:57quatro anos e meio
00:46:58de existência.
00:47:00Aliás,
00:47:00estamos caminhando
00:47:01para o quinto ano
00:47:02de existência
00:47:03do Podemos.
00:47:04Não é evidente
00:47:05que não há unanimidade.
00:47:06Na política brasileira
00:47:07onde há unanimidade?
00:47:09Nós tivemos agora
00:47:10no mês da janela
00:47:11105 parlamentares
00:47:13mudaram de partido,
00:47:15não é?
00:47:16Então, veja que
00:47:16há uma volubilidade
00:47:19na política.
00:47:20Agora,
00:47:21o apoio essencial
00:47:22existia
00:47:23a uma candidatura
00:47:24à presidência
00:47:25da República.
00:47:26Existia
00:47:27e existe,
00:47:28tanto que se discute
00:47:29a possibilidade
00:47:30de uma candidatura.
00:47:33Portanto,
00:47:33eu só não admito
00:47:35esse pretexto
00:47:36de que
00:47:37o Podemos
00:47:38não oferecia
00:47:39condições
00:47:39para uma candidatura
00:47:40à presidência
00:47:41da República.
00:47:42Ofereceu condições
00:47:43em 2018,
00:47:45condições modestas,
00:47:47mas nós não podemos,
00:47:48evidentemente,
00:47:49sonhar
00:47:50com campanhas
00:47:51milionárias,
00:47:52ao contrário,
00:47:53nós deveríamos
00:47:54trabalhar contra elas.
00:47:56O que nos
00:47:57provoca
00:47:58maior indignação
00:47:59e até revolta
00:48:00na política
00:48:01de hoje
00:48:02no Brasil
00:48:03é exatamente
00:48:04a substituição
00:48:06das ideias,
00:48:07das propostas,
00:48:09dos projetos,
00:48:10das bandeiras
00:48:11que carregamos,
00:48:13dos ideais
00:48:14que sustentamos
00:48:15é a substituição
00:48:16disso
00:48:17pelo fundão eleitoral.
00:48:19Nós não podemos
00:48:20admitir
00:48:21essa substituição.
00:48:23Então,
00:48:23evidentemente,
00:48:24uma campanha eleitoral
00:48:25pode ser milionária
00:48:26e pobre em ideias,
00:48:29mas ela pode ser
00:48:30pobre em recursos
00:48:31e milionária
00:48:32em ideias.
00:48:33e é isso que o povo
00:48:34brasileiro gostaria
00:48:35de ver.
00:48:37Senador,
00:48:37na última quarta-feira,
00:48:38nessa reunião
00:48:39que nós mencionamos
00:48:39aqui no início
00:48:40da nossa entrevista
00:48:41do Podemos,
00:48:42alguns dos senhores
00:48:43defenderam
00:48:44a candidatura própria,
00:48:46visto que,
00:48:46já que não vai ter
00:48:47a candidatura única
00:48:48do Senado Democrático,
00:48:49pelo jeito,
00:48:50está caminhando para isso,
00:48:51há uma tendência,
00:48:52pelo menos no cenário
00:48:53político de hoje,
00:48:54que os partidos,
00:48:55então,
00:48:55acabem fazendo
00:48:56suas opções
00:48:58e lancem seus candidatos.
00:49:00Foram colocados
00:49:00alguns nomes,
00:49:01o próprio
00:49:02Deltan
00:49:03Dallagnol
00:49:03também chegou
00:49:04a ser citado,
00:49:05o general
00:49:05Santos Cruz,
00:49:06ambos foram
00:49:07para o Podemos
00:49:08na esteira
00:49:08da filiação
00:49:09do ex-juiz
00:49:10Sérgio Moro,
00:49:11o nome do senador
00:49:12Oriovisto Guimarães,
00:49:13seu colega de bancada
00:49:14do Paraná,
00:49:14também foi citado
00:49:15e o nome do senhor,
00:49:16novamente,
00:49:16também foi lembrado,
00:49:18o nome do senhor
00:49:19é sempre lembrado.
00:49:20Existe alguma possibilidade,
00:49:21o senhor toparia
00:49:22uma nova missão
00:49:23de se candidatar
00:49:24à presidência
00:49:25pelo segundo
00:49:26pleito consecutivo?
00:49:30Depende do comportamento,
00:49:31porque eu começo
00:49:34a dizer a você
00:49:34com muita sinceridade,
00:49:37quando se apresentam
00:49:38muitos nomes
00:49:40é porque não existe
00:49:40nenhum.
00:49:42Não é possível
00:49:44que um partido
00:49:45possa ter tantos nomes
00:49:46para a presidência
00:49:48da República,
00:49:49não é?
00:49:50Ou ele tem um nome
00:49:51que congrega,
00:49:53que estabelece
00:49:54convergência,
00:49:55ou ele vai buscar
00:49:56um nome
00:49:57que possa
00:49:59somar,
00:50:00fora dos seus quadros.
00:50:03Esse é um ponto.
00:50:04Por isso,
00:50:05eu acho que não é hora
00:50:06de discutir nomes,
00:50:07de colocar nomes,
00:50:09a menos que se queira
00:50:09queimar esses nomes.
00:50:11Jogar nessa fogueira
00:50:13da política atual,
00:50:15qualquer nome
00:50:15é suscetível
00:50:17de queimação.
00:50:19O ambiente é propício
00:50:20para queimar mesmo.
00:50:22Vamos tirar ele do páreo.
00:50:23É verdade, Diego.
00:50:27Vamos lançar o nome
00:50:28agora para queimar.
00:50:30Então,
00:50:30já que o Podemos
00:50:31tem alguns nomes,
00:50:32vamos queimar todos
00:50:33de uma vez só,
00:50:34vamos jogar todos
00:50:35na arena
00:50:37e vamos queimar todos
00:50:38de uma vez só.
00:50:40Então,
00:50:40eu não concordo
00:50:42com a precipitação
00:50:44da cogitação
00:50:46de nomes.
00:50:48É aquela estratégia
00:50:49que eu já expus
00:50:50anteriormente,
00:50:51não é?
00:50:52Temos que monitorar
00:50:53os acontecimentos,
00:50:54aguardar o momento
00:50:55adequado
00:50:56e, evidentemente,
00:50:58se nós pudermos
00:50:58apresentar uma surpresa
00:51:00para o país,
00:51:01apresentemos.
00:51:02Se não pudermos,
00:51:03paciência.
00:51:04Mas eu acho
00:51:05que existe um momento
00:51:06e esse não é o momento.
00:51:08Se quiserem discutir
00:51:09projeto de nação,
00:51:11sim,
00:51:11esse é o momento
00:51:12e já estaríamos atrasados
00:51:14se já não tivéssemos
00:51:15discutido em 2018.
00:51:18Mas discutimos
00:51:19o projeto
00:51:20de refundação
00:51:20da república.
00:51:22Nós podemos
00:51:22rediscutir
00:51:23esse projeto,
00:51:25aprimorá-lo
00:51:25e deixar
00:51:27os nomes
00:51:27para depois.
00:51:29Senador,
00:51:30quando o senhor
00:51:30faz críticas
00:51:31contundentes
00:51:32ao sistema político,
00:51:33é natural
00:51:34que a opinião
00:51:35pública,
00:51:35até quem possa
00:51:36estar nos assistindo
00:51:37aqui,
00:51:37reaja
00:51:38com aquela
00:51:38fala
00:51:41de que,
00:51:41uai,
00:51:41senador,
00:51:42o senhor está aí
00:51:42há tantos anos,
00:51:44o senhor,
00:51:44quanto tempo o senhor
00:51:45está no Congresso
00:51:46e o senhor está
00:51:46criticando o sistema.
00:51:47diante disso,
00:51:49eu pergunto ao senhor,
00:51:49o que faz o senhor
00:51:50ainda continuar na política,
00:51:52senador?
00:51:52A gente fez uma conversa,
00:51:53eu e o senhor,
00:51:54meses atrás,
00:51:55mas o senhor me falava
00:51:56dessa sua decepção também,
00:51:59mas o senhor caminha,
00:52:01pelo menos pelo que eu sei,
00:52:02o senhor caminha
00:52:02para uma nova eleição
00:52:03agora em outubro.
00:52:05O que leva o senhor
00:52:06a continuar
00:52:07no mundo político?
00:52:09Primeiro,
00:52:09essa pergunta
00:52:10é uma das injustiças,
00:52:12porque,
00:52:14se eu não concordo,
00:52:15então eu deixo abandonar
00:52:16e deixo o lugar
00:52:18para os que concordam,
00:52:20para a perpetuação
00:52:21do modelo incorreto,
00:52:25do modelo promíscuo,
00:52:26do modelo depredador
00:52:28dos interesses nacionais,
00:52:30desse modelo
00:52:31de fundão eleitoral exagerado,
00:52:33nesse modelo
00:52:34de orçamento secreto
00:52:35desonesto,
00:52:36se eu não combato isso
00:52:38e vou embora
00:52:40porque não concordo
00:52:41com isso,
00:52:42então vou deixar o lugar
00:52:43para alguém que concorda.
00:52:44E aí, evidentemente,
00:52:46nós não estamos
00:52:47defendendo os interesses nacionais.
00:52:49Agora, você tem razão,
00:52:51o desalento é grande,
00:52:52o desestímulo é enorme
00:52:54e eu até há poucos dias
00:52:56confessei à minha família,
00:52:59eu falei,
00:53:00eu gostaria de parar,
00:53:02mas como é que eu faço
00:53:03para parar?
00:53:04Eu consigo parar?
00:53:06Essa é a questão,
00:53:08porque quem está nisso
00:53:10como eu estou
00:53:10há tantos anos
00:53:11e por vocação,
00:53:13evidentemente,
00:53:14política,
00:53:15e exatamente
00:53:17porque penso
00:53:18que um político
00:53:19tem que cumprir missão,
00:53:22ele tem que ser movido
00:53:23a convocações,
00:53:25não é?
00:53:26E não
00:53:27aquele político
00:53:28que só busca
00:53:28o próprio interesse.
00:53:30Eu sei que é difícil
00:53:30acreditar nisso,
00:53:32não é?
00:53:32Alguém diz,
00:53:33isso é um blá,
00:53:34blá, blá,
00:53:34isso é uma conversa fiada,
00:53:36os políticos são iguais,
00:53:37aliás,
00:53:38é uma das injustiças
00:53:39que se comete,
00:53:41não é?
00:53:41Essa generalização é burra,
00:53:43me perdoem,
00:53:44aburri-se nessa generalização,
00:53:47porque ela desestimula
00:53:49aqueles que ainda
00:53:51possuem vocação política,
00:53:53ideal,
00:53:54e estão na atividade,
00:53:56muitos não comparecem,
00:53:58não se apresentam,
00:53:59talentosos que são
00:54:01exatamente em razão
00:54:02desse desestímulo.
00:54:03E se nós continuarmos
00:54:05generalizando,
00:54:06evidentemente,
00:54:07nós vamos afastar também
00:54:08aqueles que correspondem,
00:54:10aqueles que cumprem
00:54:11compromissos,
00:54:13que respeitam
00:54:14a sociedade,
00:54:15e eles serão
00:54:15substituídos
00:54:16pelos malandros,
00:54:18não é?
00:54:18Que defendem
00:54:19esse sistema
00:54:20de promiscuidade
00:54:21no país,
00:54:22essa política
00:54:23depredadora
00:54:24dos interesses
00:54:26brasileiros,
00:54:27não é?
00:54:27Então, veja,
00:54:28o Diego,
00:54:29é claro que seria
00:54:30mais confortável dizer,
00:54:32olha, chega,
00:54:34parei,
00:54:34não é?
00:54:35Mas há uma convocação.
00:54:37Eu me sentiria
00:54:38um verdadeiro covarde
00:54:39se fugisse agora,
00:54:40não é?
00:54:41Então,
00:54:42nós temos que
00:54:43alimentar a esperança,
00:54:45né,
00:54:45de recuperar
00:54:48a fé perdida
00:54:50nas estradas
00:54:50da decepção.
00:54:52Aquela música
00:54:53do,
00:54:54que,
00:54:55não é,
00:54:55tem participação
00:54:56do Paulo Coelho
00:54:58e do,
00:55:02enfim,
00:55:02o Paulo Coelho
00:55:03deve ter sido
00:55:04o autor da letra,
00:55:06né?
00:55:06E o Raul Seixas
00:55:07da música.
00:55:08Então,
00:55:09tenha fé na vida,
00:55:10tenha fé em Deus
00:55:11e tente outra vez,
00:55:12não é?
00:55:13Talvez isso esteja
00:55:14motivando a nossa
00:55:16participação
00:55:17mais uma vez,
00:55:18o Diego,
00:55:18e é provável sim
00:55:20que eu dispute
00:55:21as eleições
00:55:21deste ano,
00:55:22não sei
00:55:23a que mandato
00:55:24disputarei,
00:55:25não é?
00:55:26Mas,
00:55:26de qualquer maneira,
00:55:27nós temos até o mês
00:55:28de julho
00:55:28para uma definição.
00:55:31E aquela entrevista
00:55:32que eu concedi a você
00:55:33do desalento,
00:55:35do desestímulo,
00:55:36foi um retrato
00:55:37do sentimento
00:55:39do momento,
00:55:41não é?
00:55:42Que,
00:55:43evidentemente,
00:55:43não se afasta
00:55:44facilmente,
00:55:45mas que essa
00:55:46provocação
00:55:48de adversários
00:55:50e essa
00:55:51convocação
00:55:52dos parceiros,
00:55:54né?
00:55:55Isso acaba
00:55:55nos motivando
00:55:57a prosseguir.
00:55:58Ok.
00:55:59Eu tenho uma última
00:55:59pergunta, senador,
00:56:00que é a seguinte,
00:56:02toda eleição
00:56:04a gente tem
00:56:04esse debate,
00:56:05mas,
00:56:05dessa vez,
00:56:06parece a impressão
00:56:07que eu tenho
00:56:08como jornalista
00:56:08político
00:56:09de que vai ser
00:56:10mais forte.
00:56:11Qual a opinião
00:56:11do senhor
00:56:12sobre o voto
00:56:12nulo, senador?
00:56:13Em um eventual
00:56:14segundo turno,
00:56:15Lula e Bolsonaro,
00:56:16tem muita gente
00:56:17aí já anunciando
00:56:18o voto nulo,
00:56:19e aí,
00:56:20há uma reação,
00:56:22um levante
00:56:23de que o voto
00:56:23nulo não é
00:56:24democrático,
00:56:25não é uma opção.
00:56:26Qual a opinião
00:56:27do senhor
00:56:27sobre o voto
00:56:28nulo, senador?
00:56:29É, a minha opinião
00:56:30é contrária
00:56:31a essa tese, né?
00:56:33Eu sou favorável
00:56:33ao voto facultativo.
00:56:35Há muitos anos
00:56:36tem um projeto
00:56:37aqui no Senado
00:56:38Federal,
00:56:39ele não caminha,
00:56:40ele chega e bate
00:56:41na trave e volta,
00:56:42eu reapresento,
00:56:43né?
00:56:43sou favorável
00:56:45ao voto
00:56:46facultativo,
00:56:46portanto,
00:56:47se eu não estou
00:56:48satisfeito com
00:56:48nenhuma das opções,
00:56:50eu não tenho
00:56:50por que ir votar,
00:56:51ou se for votar,
00:56:52se o voto
00:56:53é obrigatório,
00:56:54eu me considero
00:56:55no direito
00:56:56de anular
00:56:56o meu voto.
00:56:57Então,
00:56:58eu sou defensor
00:56:59dessa tese
00:57:00do voto
00:57:01facultativo,
00:57:03como há
00:57:04nas democracias
00:57:05mais avançadas
00:57:06do mundo.
00:57:07O Brasil
00:57:08está preparado
00:57:09para esse debate?
00:57:09Eu tenho
00:57:11certeza que sim,
00:57:12o brasileiro
00:57:13é competitivo,
00:57:14não é?
00:57:15Se nós
00:57:15tivéssemos
00:57:16o voto
00:57:16facultativo,
00:57:17eu não creio
00:57:17que teríamos
00:57:18uma abstenção
00:57:19maior do que
00:57:20a que temos
00:57:20hoje,
00:57:21provavelmente
00:57:21estaríamos aí
00:57:22ao redor
00:57:23da mesma
00:57:24abstenção,
00:57:25né?
00:57:25Agora,
00:57:25eu não sei
00:57:26se os políticos
00:57:26estão preparados
00:57:27para o debate
00:57:28eleitoral
00:57:29dessa campanha.
00:57:30Eu já estou
00:57:31vendo aí
00:57:32candidatos dizendo
00:57:33que provavelmente
00:57:33não irão a debate,
00:57:35talvez a um
00:57:36ou a dois debates,
00:57:37isso é muito ruim,
00:57:38o debate
00:57:39deveria ser
00:57:40a essência
00:57:41da disputa
00:57:42eleitoral,
00:57:43quer dizer,
00:57:44o eleitor
00:57:45deveria ter
00:57:45no debate
00:57:46o melhor
00:57:48momento
00:57:48para a sua
00:57:49avaliação,
00:57:50porque é
00:57:51onde ele pode
00:57:52estabelecer
00:57:52algum parâmetro
00:57:53de comparação,
00:57:54né?
00:57:55E, evidentemente,
00:57:56se nós eliminamos
00:57:57a hipótese
00:57:58do debate,
00:57:59nós estamos
00:57:59restringindo
00:58:00a possibilidade
00:58:01do eleitor
00:58:02escolher bem.
00:58:03E nós sabemos
00:58:04que o equívoco
00:58:05no ato
00:58:06de escolher
00:58:07nos torna
00:58:08vítima
00:58:08da escolha
00:58:09equivocada
00:58:10que fizemos.
00:58:12Por isso,
00:58:12é fundamental
00:58:13o debate
00:58:14numa campanha
00:58:15eleitoral.
00:58:16Restringir
00:58:17o debate
00:58:17é limitar
00:58:19a possibilidade
00:58:20da escolha
00:58:21correta.
00:58:22Muito bem.
00:58:23Esse é o senador
00:58:24Álvaro Dias,
00:58:24do Paraná,
00:58:25líder da bancada
00:58:25do Podemos.
00:58:26Senador,
00:58:27mais uma vez,
00:58:27muito obrigado,
00:58:28um bom fim de semana
00:58:29para o senhor.
00:58:29Um abraço.
00:58:30Obrigado,
00:58:31desejo um beijo.
00:58:32Grande abraço.
00:58:33Papo Antagonista
00:58:35com Diego Amorim.
00:58:37Reportagens exclusivas,
00:58:39bastidores do poder
00:58:40e análise
00:58:41com quem faz notícia.
00:58:45Muito bem,
00:58:46esse foi o senador
00:58:46Álvaro Dias.
00:58:47Antes,
00:58:48nós conversamos
00:58:48sobre as novidades
00:58:50e os destaques
00:58:51da nova edição
00:58:51da revista Cruz Ué.
00:58:52Com isso,
00:58:53a gente chega ao fim
00:58:53do nosso programa
00:58:54de hoje
00:58:55e também ao fim
00:58:56de mais uma semana
00:58:57de muita notícia,
00:58:59de pauta cheia.
00:59:00E eu concluo aqui
00:59:01duas semanas mais
00:59:03o feriado de Páscoa
00:59:04em que eu estive
00:59:05com você
00:59:06aqui no Papo Antagonista
00:59:07sempre às seis da tarde.
00:59:08Na segunda-feira que vem,
00:59:10Cláudio Dantas
00:59:11volta de férias
00:59:12e reassume aqui
00:59:13o Papo Antagonista,
00:59:15as minhas participações
00:59:16com ele
00:59:16sempre às terças-feiras.
00:59:19Muito obrigado
00:59:19pela sua companhia,
00:59:20pela sua audiência
00:59:21nesses dias,
00:59:22pela sua audiência,
00:59:23pelo seu carinho
00:59:24nesta semana
00:59:25especificamente
00:59:26e até uma próxima oportunidade.
00:59:28Um bom fim de semana,
00:59:29um bom resto de noite.
00:59:30Obrigado a toda a equipe
00:59:31de Antagonista
00:59:32aqui em Brasília,
00:59:32também em São Paulo,
00:59:33Freitas,
00:59:34Joelto,
00:59:35Daniel Robson.
00:59:36Um grande abraço,
00:59:37até mais,
00:59:38tchau.
00:59:38e aí
00:59:43Tchau, tchau, tchau, tchau, tchau.
01:00:13Tchau, tchau, tchau, tchau, tchau.
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