A Semana da CPI da Covid: MUITO MENOS QUE UM BANCO

O Antagonista

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Transcript

00:00Nesta semana, na CPI da Covid, os senadores ouviram Emanuel Cattori, sócio da Belcher Farmacêutica,

00:08Roberto Pereira Ramos Jr., presidente do Fibbank, que não é um banco,

00:14e José Ricardo Santana, ex-funcionário da Anvisa e ex-funcionário informal do Ministério da Saúde.

00:21A Belcher Farmacêutica, empresa de Emanuel Cattori, tentou negociar 60 milhões de doses da vacina da chinesa CanSino com o Ministério da Saúde.

00:32Aos senadores, Cattori admitiu que Ricardo Barros intermediou o contato entre a Belcher e o Ministério,

00:40mas negou ter relação próxima com ele.

00:42O depoente não soube explicar por que a CanSino desautorizou a Belcher a negociar as vacinas em junho.

00:50Em 15 de abril, eu participei de uma audiência coletiva no Ministério, promovida pela Frente Parlamentar dos Medicamentos,

00:58que é presidida pelo deputado Ricardo Barros.

01:00Na reunião, haviam outras seis empresas e não tratava de vacinas, muito menos da convidência.

01:05A audiência foi registrada pelo Ministério, com publicação e fotos no Flickr do órgão,

01:11deixando claro a imagem dos participantes da agenda coletiva,

01:15cujos nomes e funções em empresas foram formalizadas e são de conhecimento do órgão ministerial.

01:21Não se tratou, portanto, de uma agenda às escuras e sem registro sobre a vacina convidência.

01:27Como disse, reitero, era impossível estar a tratar sobre a CanSino nesta audiência coletiva,

01:33pois sequer a Belcher tinha as credenciais e poderes de representação expedidos pela CanSino nesta data.

01:38O deputado Ricardo Barros não participou da reunião sobre a vacina convidência no Ministério.

01:44Tampouco fez gestões com órgãos nesse sentido.

01:47Não há vínculo comercial ou societário, direto ou indireto, da Belcher e seus sócios com o referido parlamentar.

01:54Afirmo categoricamente que toda a atuação e interface institucional da Belcher

02:00perante o poder público e suas parceiras nacionais e internacionais privadas

02:04se deu como sempre se dá, com boa fé, de forma totalmente ética, técnica, profissional e regular.

02:12Roberto Pereira afirmou que o capital social do Fibbank, que não é um banco,

02:18é de 7 bilhões e meio de reais.

02:21Apesar disso, segundo ele, trata-se de uma empresa pequena.

02:25Roberto Pereira também disse que o faturamento do Fibbank foi de cerca de um milhão de reais em 2020,

02:33o que não daria nem para pagar o IPTU.

02:35Pereira negou que Marcos Tolentino, dono da Rede Brasil de Televisão,

02:41seja sócio oculto do Fibbank.

02:43Por favor, o senhor disse que é uma empresa pequena?

02:47Em estrutura, sim.

02:48E qual é o capital social dessa empresa pequena?

02:507,5 bi.

02:52Não, repete aí, por favor.

02:54A estrutura é pequena, mas o capital é 7,5 bi.

02:57Senador Jorginho, vossa excelência, que é um esperte em pequenas, microempresas,

03:01que têm lutado muito pelo Brasil nessa situação.

03:04Me diga, me explique, vossa excelência, por favor.

03:08Se é uma empresa pequena que tem 7 bi e meio de capital, me explica para o Brasil.

03:14Brasil, por favor.

03:17Por favor, senador Jorginho.

03:19Explique para o administrador.

03:20Só falta ele ter pedido um pronum.

03:22Não, não, explica aqui, porque eu perguntei qual era a formação dele, até para saber qual é a formação.

03:29Ele não é nenhum, ele é administrador de empresa.

03:33Dizer que uma empresa que tem capital social de 7,5 bi é uma empresa de pequeno porte,

03:40eu não sei mais o que é de médio e grande porte.

03:42José Ricardo Santana não explicou porque abandonou um salário de 35 mil reais na Anvisa

03:50para trabalhar de forma informal e não remunerada no Ministério da Saúde.

03:55Santana disse ter conhecido integrantes do Gabinete Paralelo da Saúde, como Nisi Yamaguchi,

04:01com a qual discutiu até a retomada da economia.

04:04Santana foi o último dos quatro participantes do famoso shopping casual de 25 de fevereiro

04:12a depor na CPI, depois do Cabo Dominguete, Roberto Ferreira Dias e o coronel Marcelo Blanco.

04:19Eu deixei a Anvisa por vontade própria.

04:22Ah, por vontade própria. E aí qual era a perspectiva sua de trabalhar?

04:25Onde o senhor iria trabalhar?

04:27Bom, eu vou deixar de ter um salário da Anvisa, como é que eu vou viver daqui para frente?

04:31Vou fazer o que na vida?

04:34Aí o senhor vai para o Ministério da Saúde, correto?

04:38O senhor tinha salário no Ministério da Saúde?

04:40Não, senhor.

04:41Ah, não.

04:41Ah, é outro caso.

04:43Agora você...

04:45Olha, vou dizer, o Brasil está precisando de muitos brasileiros de guarda.

04:48O cara deixa de receber um salário para ir trabalhar no Ministério da Saúde para não receber nada.

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