O Hora H do Agro foi até o Mato Grosso para mostrar quem está na linha de frente na apresentação da qualidade e sustentabilidade da carne brasileira para o mundo.
O novo status sanitário do país, aliado à crescente demanda da China e às exigências de rastreabilidade socioambiental, como o projeto Passaporte Verde, tem impulsionado o setor. O programa também destaca as estratégias de mercado, os desafios do melhoramento genético e a preparação para o World Meat Congress 2025, que será realizado em outubro em Mato Grosso.
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00:00Em mais uma missão presidencial no exterior, o presidente Lula e o ministro Carlos Fávaro foram para a França
00:07receber o certificado de reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação.
00:14Esse é um importante status sanitário que pode abrir novas portas para a exportação da carne bovina brasileira que só cresce.
00:22O Oraga do Agro foi para Mato Grosso ouvir quem está dedicado a apresentar a carne do Brasil para o mundo.
00:30A reportagem é da Jaqueline Brás.
00:32A China é atualmente o principal mercado de proteína bovina do Brasil.
00:37Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, o país asiático foi o principal destino da carne brasileira em 2024,
00:45com 1,33 milhão de toneladas exportadas.
00:48Aspectos como o aumento no consumo do povo chinês e a guerra tarifária com os Estados Unidos podem tornar essa porcentagem ainda maior.
00:57No último mês, membros do governo e associações da pecuária estiveram na Ásia e União Europeia
01:03para estabelecer um diálogo com autoridades e empresários sobre a qualidade e sustentabilidade da produção brasileira.
01:10Nessa viagem foram 23 dias que a gente saiu e voltou do Brasil.
01:14Então, tivemos nos dois principais polos que o IMAC trabalha.
01:19China, que pega um pouco a Ásia e Oriente Médio, mas principalmente China, que é exportação, comércio.
01:27Então, a preocupação deles é muito grande com segurança alimentar, segurança sanitária também, mas principalmente com segurança alimentar.
01:35Aquela questão do chinês se acostumando a comer mais proteína bovina principalmente e uma preocupação se a gente vai conseguir acompanhar esse aumento de demanda.
01:48Então, eu não só falei que a gente é capaz de acompanhar a demanda, o aumento da demanda, como aproveitando esse momento de crise tarifária em China e Estados Unidos.
02:02Inclusive, aquela carne que vocês achavam que era mais gourmet que a nossa, que vinha dos Estados Unidos, a gente pode começar a fornecer também essa carne gourmet.
02:10Porque os Estados Unidos não vão ter condições de aumentar a produção dessa carne com maior valor agregado.
02:18Então, a gente quer também ocupar esse espaço nessa organização do hora de produção, indústrias frigoríficas, consumidor, China.
02:27Então, acho que a gente tem que focar muito na China, porque é o grande mercado, é o grande consumo, é onde pode aumentar.
02:33Dados do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária, o IMEA, mostram que o Brasil exportou, nas três primeiras semanas de maio,
02:41o montante de 173,80 mil toneladas de carne bovina, um equivalente a 899 milhões de dólares.
02:50O estado responsável pela maior fatia de exportação é Mato Grosso, com 2,6 bilhões de dólares em vendas externas,
02:57registradas apenas em 2024, conforme dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado.
03:04Contudo, para se manter na liderança, é preciso estar atento às demandas sanitárias e ambientais,
03:10cada vez mais rigorosas do mercado internacional, como, por exemplo, a necessidade da rastreabilidade desde o nascimento do bezerro.
03:18Hoje o boi que é abatido para exportação, ele já é rastreado.
03:22Então nós vamos começar por aí e vamos partir para o indireto 1 e depois o indireto 2.
03:28O que significa isso? Cria, recria, engorda.
03:32Hoje a engorda é rastreada, nós vamos partir para recria e depois para cria.
03:38É um projeto longo, nós estamos falando aí de quase 34 milhões de cabeças de bovinos,
03:43não é do dia para a noite que você consegue fazer a rastreabilidade de cada bovino desses.
03:48Então nós estamos calculando aí que num período de 4 anos a gente vai conseguir atingir todas essas metas.
03:55Este projeto de rastreabilidade se trata do Passaporte Verde,
04:00um programa do Instituto Motogrossense da Carne, o IMAC, que deve se tornar lei no Estado.
04:05A iniciativa objetiva é regularizar e reinserir pecuaristas que estão em desacordo com a lei ambiental
04:12e garantir a rastreabilidade socioambiental da carne.
04:16Vai ser uma coisa bem faseada, no IMAC hoje a gente tem, está sentado na mesa do IMAC,
04:22governo, indústrias frigoríficas e pecuaristas.
04:25Então ninguém quer prejudicar a cadeia, pelo contrário, a gente quer fortalecer a cadeia,
04:30então não quer deixar ninguém para trás, não quer excluir.
04:34O PREM é um programa de inclusão, então o Passaporte Verde também é inclusivo,
04:38a gente quer dar tempo para esse pequeno produtor encontrar os caminhos.
04:43Hoje, às vezes, não tem nenhum caminho para eles se regularizar.
04:46Para o pecuarista Marco Túlio Soares, da cidade de Rondonópolis,
04:51o próximo passo para ampliar a exportação da carne matogrossense
04:54é o investimento em melhoramento genético.
04:5880% das propriedades no Estado de Mato Grosso tem menos de 250 animais,
05:03então são pequenos produtores, 80%.
05:06Se a gente olhar para essas propriedades e dar um apoio financeiro,
05:12um subsídio, algum apoio com pagamento mais alongado dessa genética,
05:18uma facilitação, nós vamos fazer com que esses produtores
05:22tenham um bezerro que valha mais 100, mais 200, mais 300.
05:27Ou seja, no mesmo hectare ele vai ter mais renda.
05:32E aí quem comprar esse bezerro melhorado, ele vai produzir com menos tempo mais arroba.
05:40Ou seja, nós vamos ter mais arrobas produzidas em menos tempo.
05:48Ou seja, se aquele animal foi melhorado geneticamente,
05:52em vez de dois anos ele produzir 18 arrobas,
05:55nos dois anos ele vai produzir 22, 23 arrobas.
05:58E essa carne, obviamente, vai ser de melhor qualidade na ponta da gôndola.
06:04Então todo mundo vai ganhar com isso.
06:06Trazer o mundo para conhecer de perto a produção bovina
06:09é o próximo passo do IMAC,
06:11ao sediar o World Meat Congress 2025,
06:14o maior congresso mundial do setor.
06:16Em outubro, de 27 a 30 de outubro,
06:19que a gente espera também o congresso para aproximadamente 500 pessoas,
06:25lideranças globais.
06:26Mas a gente quer, de alguma forma, envolver mais a cidade também no evento,
06:30mostrando também todas essas características dessa proteína animal.
06:35A contribuição para a saúde humana, para a civilização,
06:39para a fixação do homem no campo,
06:43na origem da civilização na Mesopotâmia, Egito.
06:47Quer dizer, quando o homem domesticou o gado,
06:49foi quando ele pôde ficar, se fixar.
06:52Daí começou a plantar, começou a mudar toda a cultura
06:54e começaram as civilizações.
06:56A gente quer trazer um pouco de cultura também,
06:58como que o Neelore chegou no Brasil,
06:59como que o Ando chegou no Brasil,
07:02como que foi essa teia toda,
07:05como que para a gente chegar hoje,
07:07onde a gente chegou com todo esse pioneirismo aí na pecuária mundial.
07:14Enquanto esse congresso mundial da carne não acontece,
07:19as articulações comerciais seguem a todo vapor.
07:22Lá na França, o presidente Lula disse ter confiança
07:26de que o acordo entre Mercosul e União Europeia
07:29seja efetivado em até seis meses.
07:32O presidente francês, Emmanuel Macron,
07:34afirmou que o acordo pode ser fechado até o final do ano,
07:38desde que os países sul-americanos
07:40atendam às exigências da França
07:43sobre agricultura e meio ambiente,
07:45o que causa muita polêmica aqui,
07:47porque a agricultura, o agronegócio brasileiro,
07:49tem as suas propriedades.
07:52A gente está falando de uma agricultura tropical,
07:54que é diferente de uma agricultura temperada na França.
07:57Então, tudo isso precisa ser muito bem alinhado.
08:01O presidente Lula se colocou, inclusive,
08:03à disposição para reunir produtores rurais
08:05dos dois países para que se chegue a um equilíbrio.