Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Baixe o AppNews Jovem Pan na Google Play
https://bit.ly/2KRm8OJ
Baixe o AppNews Jovem Pan na App Store
https://apple.co/3rSwBdh
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
#JovemPan
#DocumentoJP
Baixe o AppNews Jovem Pan na Google Play
https://bit.ly/2KRm8OJ
Baixe o AppNews Jovem Pan na App Store
https://apple.co/3rSwBdh
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
#JovemPan
#DocumentoJP
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Música
00:00Após mais uma década de destruição, a Síria emerge lentamente das cinzas da guerra.
00:23Milhões de vidas impactadas, cidades arrasadas e uma geração marcada pelo conflito.
00:30Hoje, no documento Jovem Pan, o correspondente internacional Luca Bassani mostra como o país tenta se reerguer.
00:39Localizada na região do Levante, na parte mediterrânea do Oriente Médio, a Síria foi palco de grandes eventos históricos.
00:49Esse território viu a presença de inúmeros impérios, desde os antigos assírios, passando pelos gregos e romanos, até os grandes califados árabes.
01:02A diversidade étnica e religiosa do país é observada até hoje, nos rostos das pessoas, nos bairros muçulmanos e cristãos e na cultura, com uma grande mistura de influências.
01:19Não estou jejuando hoje porque está muito calor e a temperatura está muito alta e a situação na Síria está muito difícil com a guerra e, por isso, nossa religião nos desculpa.
01:30Antes da guerra civil ter seu início, em 2011, a população do país ultrapassava os 23 milhões de habitantes e, apesar de uma ditadura dinástica da família Assad, a Síria era considerada uma nação estável em uma região conturbada.
01:52Um país religiosamente dividido entre muçulmanos e cristãos durante os últimos séculos.
02:03Cerca de 78% são sunitas, enquanto 14% são alauítas, dentro do grupo muçulmano xiita.
02:13A população cristã, que já superou os 10% no último século, hoje está em constante declínio, perto de 5%.
02:23A problemática na Síria também se deu no campo religioso, já que a família Assad, alauíta, governava uma nação onde o seu credo era minoritário.
02:35A Síria ficou marcada pela imensa influência de povos em seu território e observou grande crescimento econômico ao longo da história, como nos explica o professor de relações internacionais Manuel Furriella.
02:51Foi um país muito próspero, tem mais de 5 mil anos de história, Damasco, a sua capital, é uma das cidades mais antigas, com ocupação mais antiga da humanidade.
03:05E nessa construção histórica, próspera, com proximidade inclusive com a Europa, a evolução econômica da Síria foi notável e com respeito às diversas religiões presentes no país.
03:19Apesar das reportagens televisivas dos últimos 13 anos associarem a Síria com uma nação em constante estado de guerra, por grande parte da sua história recente foi um país reconhecido pela estabilidade.
03:36Todavia, com a tomada do poder pela família Assad, muitas coisas começaram a mudar, como nos conta o professor de relações internacionais Marcos Vinícius de Freitas.
03:49O país começou a viver uma situação muito complicada depois que a família Assad assumiu o governo.
03:55Não podemos esquecer que era um governo voltado para uma minoria, a minoria lauíta, que representava não mais do que 15% da população.
04:04E esta minoria, através do pai de Bashar al-Assad, governou com mão extremamente pesada.
04:12E quando Bashar al-Assad assumiu, ele que era um médico treinado e que havia estudado fora daquele ambiente,
04:22se esperava que o país fosse passar por uma renovação e por uma melhora em todo o processo.
04:28Mas o que nós vimos é que nesse período de tempo de Bashar al-Assad, a situação piorou.
04:35E o grupo e a família Assad, de alguma forma, conseguiu estender os seus tentáculos sobre o poder
04:42e com isso se manteve a base de terror, de extremos sacrifícios da população
04:50e de uma perda efetiva de liberdades individuais.
04:55Apesar dos abusos relatados por órgãos internacionais desde a década de 1970,
05:03a vida durante o governo de Rafes al-Assad, pai de Bashar al-Assad,
05:09foi marcada também por momentos de estabilidade e riqueza.
05:14O senhor Abdel Kadur, de 68 anos e natural do norte da Síria,
05:20relembra um pouco de sua infância nas proximidades de Alepo.
05:24A Síria é um país realmente muito interessante e a Alepo sempre foi o ponto de encontro de todo o mundo.
05:35Das caravanas vindas do Oriente, desde Bagdá, Samarkand, da China, do Irã,
05:40todos do Oriente vindo através da Síria para o Ocidente.
05:44Nós tínhamos uma vida muito boa, uma economia muito boa,
05:47sempre crescendo até o início da guerra.
05:49Assim como ocorria em muitos países vizinhos,
05:53a liderança síria se perpetuou no poder e reprimiu duramente qualquer voz de oposição,
06:01como nos conta o professor de relações internacionais José Luiz Niemeyer.
06:07Tanto o pai quanto o filho, a família Assad no poder,
06:12eles criaram uma situação de um serviço de inteligência e forças especiais ligadas ao governo.
06:19Esses grupos eram muito radicais, muito radicais,
06:22e eliminavam os opositores com facilidade.
06:25Os constantes abusos, a crescente corrupção e o caos econômico em muitas nações do mundo árabe
06:33culminaram com um movimento popular transnacional conhecido como a Primavera Árabe,
06:40que se estendeu desde a Tunísia até a Síria,
06:44causando grandes protestos por diversas cidades em todo o norte da África e Oriente Médio.
06:51As razões e os impactos para a Síria no contexto da Primavera Árabe
06:57são detalhadas pelos nossos especialistas.
07:01Tinham um problema enorme com relação à forma de tratar os seus cidadãos,
07:06que, apesar de toda a violência, apesar de toda a negação dos direitos civis mais básicos,
07:13começaram a notar que o Estado onde eles viviam não lhes entregava nenhum benefício efetivo.
07:19E aí se partiu para uma revolução.
07:23E o grande problema é que foi uma revolução que queria somente trocar os líderes existentes
07:31sem pensar efetivamente num dia seguinte.
07:35O grande problema da Primavera Árabe foi o fato de que os países não tinham,
07:40e as lideranças que surgiram não tinham projetos de país,
07:44não tinham perspectivas pós-Primavera Árabe.
07:48O objetivo era tirar um grupo do governo justamente pela imposição de medidas antidemocráticas
07:55e contrárias aos direitos civis.
07:58Porque essa ideia de democracia não se encaixa como deveria nos países do Oriente Médio.
08:06Eles não têm uma tradição democrática.
08:09Israel tem, faz parte do Oriente Médio como um país soberano e independente,
08:12mas outros países têm uma dificuldade muito grande.
08:15Não só as suas sociedades, mas as estruturas de poder dos Estados e dos governos que representam esses Estados,
08:23eles têm dificuldade em trabalhar sob a égide da transparência, da alternância do poder,
08:29da liberdade de poder opinar.
08:35Então são governos, países que têm dificuldade de trabalhar, como eu falei, sobre os valores da democracia.
08:43Então a Primavera Árabe acabou não tendo muito sucesso naquela região.
08:48Esse processo começou com uma insatisfação popular em relação a governos ditatoriais
08:55que não atendiam os interesses da maior parte da população.
09:00As redes sociais colaboraram para que a população se mobilizasse,
09:06pois havia a partir dali uma forma de comunicação entre os jovens.
09:10As revoltas se espalharam por toda a região.
09:14Alguns países, como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e outros que têm muitos recursos originários do petróleo,
09:24eles melhoraram a situação da população, distribuíram recursos econômicos para grande parte da população mais empobrecida
09:35e conseguiram abafar o movimento.
09:37Mas outros, como por exemplo o Egito, tiveram seus governos depostos por uma grande revolta popular que atravessou toda aquela região.
09:47Com os protestos tomando as ruas de Damasco, Alepo e Homs,
09:52o governo de Bashar al-Assad se viu pressionado interna e externamente.
09:58A dura repressão aos manifestantes, as prisões arbitrárias e a morte de civis que protestavam pacificamente
10:06se transformaram rapidamente em um conflito civil extremamente violento.
10:13Forças políticas, dissidentes, grupos rebeldes, facções étnicas e até mesmo organizações terroristas
10:20começaram em 2011 uma busca sangrenta pelo controle territorial do país e do governo sírio.
10:29Aqui somos todos agricultores.
10:32Nossas vidas mudaram.
10:34Normalmente temos que ir trabalhar no campo muito cedo porque faz muito calor durante o dia.
10:40Mas por causa do conflito temos que esperar em casa.
10:43Não podemos mais ir ao campo de manhã.
10:45A segunda coisa que mudou é que estamos constantemente com medo.
10:49Temos medo de bombas.
10:51A fronteira fica a cerca de 200 metros daqui.
10:54E tenho medo de ir para o campo.
10:57Não nos sentimos seguros.
10:59Não saímos de casa e quando vamos trabalhar no campo,
11:02fazemos isso rapidamente para chegar em casa o mais rápido possível.
11:06O professor José Luiz Niemeyer nos conta como a presença da mesma família no poder
11:12ocasionou um grande estado de insatisfação política.
11:16No caso dos países do Oriente Médio, países ários, países do norte da África,
11:21que também são ligados à civilização islâmica,
11:25eu tenho a impressão que isso ocorre muito.
11:27E esses clãs são ligados aos clãs, tribos, etnias que acabam pressionando.
11:33E na Síria foi assim.
11:35A partir da pressão da família Assad,
11:38eles foram administrando de uma maneira totalitária os clãs, as famílias, as etnias da Síria.
11:44E assim se perpetuaram no poder.
11:47E para se perpetuar no poder, você geralmente tem que usar da força,
11:51da força discricionária do Estado.
11:54E aí eles se utilizaram de serviços secretos e forças especiais
11:57ligadas à última figura de bacharel Assad,
12:01que é o último membro da família que estava no poder.
12:04E assim se perpetuaram no poder.
12:06E aí não há transparência, não há alternância.
12:08Não existe democracia sem alternância no poder.
12:10A situação econômica decadente e a crescente miséria
12:17também impulsionaram a população síria a adentrar militarmente neste conflito.
12:24Quando a guerra começou e as sanções europeias e americanas foram gradualmente impostas,
12:29a situação piorou em termos de transações bancárias.
12:32Ficamos completamente isolados do mundo financeiramente,
12:36o que marcou o início do colapso econômico.
12:38E nós sabemos claramente que quando a população mais jovem se encontra sem expectativas de vida,
12:47é obviamente expectativas de vida, expectativas de futuro,
12:50é obviamente a primeira a colocar-se na linha de batalha em favor da mudança dos regimes políticos.
12:58E obviamente que esses regimes políticos tentam manter-se no poder e sobreviver de qualquer maneira.
13:06Então, a Primavera Árabe deu este estupim para a Síria,
13:13que levou ali a um incremento maior de uma guerra civil que já acontecia veladamente,
13:19mas que a partir da Primavera Árabe ganhou ali uma força mais brutal
13:25e que também encontrou no governo de Bashar al-Assad uma resistência ainda mais forte.
13:32Então, o que nós observamos foi que a deterioração econômica,
13:36o divórcio entre governante e governado,
13:39foram os elementos principais que fizeram com que a Síria
13:42enfrentasse esta situação toda pela qual passou nas últimas décadas.
13:47Enquanto diversos grupos rebeldes combatiam as forças do governo Assad,
13:54o grupo terrorista Estado Islâmico cresceu em número de membros
13:59e começou também sua conquista territorial pelo deserto do Iraque e da Síria.
14:05A milenar cidade de Palmyra, que abrigou impérios dos mais variados,
14:10não foi poupada pela monstruosidade do grupo,
14:14que deixou seu rastro de sangue e destruição até mesmo nos artefatos históricos da cidade.
14:22E nós estamos aqui agora no meio do deserto sírio,
14:25em uma cidade milenar, a cidade de Palmyra,
14:28esta localidade que foi afetada, grande parte destruída, por uma guerra moderna.
14:33Nós conseguimos ver aqui essas várias colunas erguidas há centenas de anos
14:38pelos romanos, pelos gregos,
14:40depois por vários outros impérios que passaram por essa região,
14:44mas preservaram o acervo histórico.
14:47Entre 2015 e 2017, durante a Guerra Civil na Síria,
14:51o Estado Islâmico do Iraque e da Síria tomou conta dessa região
14:56e antes da sua saída, destruiu, infelizmente,
14:59grande parte deste acervo histórico que pertence à Unesco,
15:03um patrimônio mundial da Unesco.
15:05Isso mostra que o fundamentalismo religioso que reinou por aqui em alguns anos
15:10não só destruiu a vida de muitas famílias, muitas casas
15:13e tirou a vida de tantos inocentes,
15:15mas também destruiu um legado histórico imensurável
15:19que até hoje está para ser recuperado pelos arqueólogos.
15:23A crueldade dos terroristas do Estado Islâmico ganhou notoriedade no mundo
15:27quando o grupo realizava execuções televisionadas para todo o planeta.
15:32Nascido e criado em Palmyra, o vendedor Mohamed compartilha o trauma
15:38de ter perdido seu irmão Ahmed de apenas 18 anos,
15:42executado no mesmo anfiteatro romano onde hoje ele trabalha.
15:47Sim, meu irmão foi morto, executado com outras 28 pessoas dentro desta arena.
15:55Isso aconteceu no ano de 2015.
15:58As profundas dores da guerra marcaram toda uma geração de sírios
16:03que cresceu sem saber o que é a paz.
16:06A jovem Lana, de apenas 16 anos e natural de Damasco,
16:11conta como foi ser uma criança durante a guerra civil da Síria.
16:16Tivemos muitos bombardeios e eu tenho medo de trovões
16:20porque o som que fazem me lembram das bombas.
16:24Eu me lembro quando tinha 6 anos na televisão,
16:27víamos pessoas sendo utilizadas como escudos humanos.
16:31Esse foi um tempo muito traumático.
16:34A Alepo foi uma das localidades da Síria mais bombardeadas pelo governo Assad
16:40e seus aliados russos, assim como os rebeldes de múltiplas frentes.
16:47Ainda é uma cidade com grandes rastros de destruição.
16:51Do alto da citadela de Alepo, para todos os lados,
16:55edifícios completa ou parcialmente destruídos
16:59são facilmente encontrados.
17:02E aqui na cidade de Alepo, diretamente da citadela histórica,
17:06que data do século XIII, nós temos uma noção de como essa guerra
17:10foi extremamente cruel para a população desta cidade milenar.
17:15O exército de Bachar Al-Assad, ocupando esta parte mais alta da cidade,
17:20tinha uma visão privilegiada, uma visão panorâmica
17:23de todos os diversos cantos de Alepo
17:26para poder acabar com qualquer possibilidade dos rebeldes
17:30de tomarem novos quarteirões, novos bairros
17:32e, evidentemente, tomar o poder completo da cidade.
17:36Quando a gente observa o entorno desta posição alta,
17:39a gente entende que esta posição foi utilizada também
17:42para eles eliminarem alguns elementos,
17:46algumas pessoas que eram consideradas inimigas do governo,
17:49causando grandes bombardeios
17:50e fazendo com que muitas pessoas que vivessem aqui,
17:53que viviam aqui por tanto tempo,
17:55que tinham seus comércios,
17:56tivessem que ir embora ou fossem mortas neste fogo cruzado,
18:00realmente uma localidade impressionante
18:02e que mostra que, apesar da guerra já ter terminado,
18:06ainda há muito o que se fazer na reconstrução do país.
18:09Viver em uma das cidades mais perigosas do mundo
18:12durante a guerra civil da Síria
18:14foi uma experiência extremamente desafiadora
18:18e pessoalmente devastadora para milhões de sírios.
18:23Apesar de tudo isso, muitos decidiram permanecer por aqui,
18:27como nos conta o senhor Abdel.
18:29Viver em Alepo durante a guerra foi muito duro,
18:34um tempo muito difícil, sem água ou eletricidade,
18:37e nós tivemos realmente um período extremamente difícil.
18:40Mas quem ama o seu país, como eu amo,
18:42não conseguiu deixar a Síria.
18:44Eu não consegui deixar a minha terra
18:46e deixar essas riquezas para outras pessoas.
18:49Meu país é minha terra.
18:51Eu também tenho oliveiras
18:52e algumas terras em vilarejos fora de Alepo.
18:54Eu não consegui deixar tudo isso.
18:57Eu também perdi a minha casa no vilarejo pela guerra.
19:02Minha família também perdeu as suas casas
19:04e foram de um vilarejo para o outro e depois para o outro.
19:08E, finalmente, graças a Deus, em 2025,
19:11nós retornamos e começamos a reconstruir nossas casas e nosso país.
19:15A Guerra Civil da Síria foi um enorme tabuleiro geopolítico de interesses externos.
19:24Aos poucos, a Guerra Civil,
19:26que começou por problemáticas internas relacionadas às dificuldades econômicas
19:31e aos abusos políticos,
19:34deu espaço para que grandes potências regionais e globais
19:38utilizassem o território sírio como um palco de várias guerras por procuração.
19:45Os interesses norte-americanos, russos, turcos, iranianos
19:50e de outros agentes externos
19:52apenas prolongaram a guerra dentro da Síria.
19:56Mas claramente que os Estados Unidos tinham um objetivo muito claro ali,
19:59que era justamente evitar que o Estado Islâmico
20:03assumisse uma proporção ainda maior.
20:06Nós vemos também que a Turquia tentou, de alguma forma, combater os curdos,
20:11uma minoria que cria ali problemas para o governo turco
20:17e que tem ali a sua justificativa histórica de ter um Estado,
20:23mas cujo clamor por um Estado é negado pela comunidade internacional.
20:29Nós vemos também que Israel tinha interesse ali em manter posições
20:34justamente para evitar que o Irã utilizasse a Síria
20:39como plataforma para a entrada de recursos para a Palestina,
20:44para o combate ao Estado de Israel.
20:47E também foi importante até mesmo para os russos,
20:51que em razão de um acordo com o Marshall Al-Assad,
20:54sempre mantiveram ali uma presença militar
20:57justamente pelo fato de que, como a Rússia necessita de acesso ao mar Mediterrâneo,
21:05o governo russo, ao proteger Assad,
21:09também ganhou a possibilidade de manter ali uma operação e uma base muito importante
21:15no sentido de ter uma presença no próprio Mediterrâneo.
21:18Então, muitas potências aproveitaram esse momento de instabilidade dentro da Síria
21:25para apoiar em grupos diversos,
21:28o que alimentou ainda mais o conflito
21:30e gerou um êxodo enorme de refugiados, o maior daquela época.
21:35As grandes potências, Rússia e Estados Unidos,
21:39foram determinantes para o desenrolar do conflito,
21:43como nos explica o professor Furriella.
21:45Porque ambos apoiaram militarmente e economicamente.
21:49A Rússia apoiava o governo constituído, o governo do Assad,
21:53até mesmo porque tinha uma base militar instalada na Síria
21:58e tinha também interesse em fazer um antagonismo
22:02em relação ao poder dos Estados Unidos.
22:05Então, era um conflito que também as grandes potências entendiam
22:09para que uma se opusesse à outra.
22:11E os Estados Unidos e a Europa apoiavam alguns dos grupos insurgentes,
22:17mesmo que fossem grupos que pudessem colocar em risco
22:20os seus interesses no futuro.
22:24Mas uma certeza eles tinham que um governo apoiado pela Rússia
22:28não iria atender os seus interesses, as suas pretensões na região.
22:33O longo tempo da guerra trouxe enormes perdas humanas.
22:36As estimativas mais precisas de ONGs internacionais
22:41colocam o número total de mortos acima das 600 mil pessoas.
22:47Aproximadamente 6 milhões de sírios deixaram o país ao longo dos últimos 13 anos,
22:55seguindo sobretudo para a Turquia, o Líbano
22:58e múltiplos países da Europa Ocidental.
23:02Quase 7 milhões de sírios se deslocaram internamente,
23:07à procura de um novo lar.
23:09Vejam essas pessoas como foram humilhadas.
23:13Estamos na linha de frente, já chega.
23:15Vejam essas mulheres e crianças, as condições em que vivem.
23:20Houve muitos confrontos.
23:22Eles nos usaram como escudos humanos.
23:24A situação era horrível, vocês não imaginam.
23:27As pessoas aqui estão cansadas.
23:30Espero que não sejamos oprimidos aqui.
23:32Estamos aqui há uma semana e estamos com sede.
23:36Uma garrafa d'água custa 1.500 dinários e não podemos permitir isso.
23:41O pão também custa 1.000 dinários e isso é muito caro para nós.
23:46A fome está nos matando e estamos sofrendo de frio.
23:49Estamos cavando buracos no chão para cobrir as pernas.
23:53Deixe-nos viver.
23:54As perdas econômicas são igualmente devastadoras.
23:58Desde 2011, o PIB sírio caiu mais de 70%,
24:03com danos totais estimados na faixa dos 400 bilhões de dólares
24:09pelo Banco Mundial e pela ONU.
24:12A infraestrutura de toda uma nação foi completamente devastada.
24:17Grandes cidades como Alepo, Homs e Raqqa
24:20tiveram bairros completamente transformados em escombros.
24:25Setores essenciais foram também destruídos,
24:29com as perdas de muitos hospitais, escolas e redes de distribuição de água e energia.
24:37Segundo estimativas recentes, mais de 90% da população vive abaixo da linha da pobreza.
24:44E milhões de sírios dependem diariamente de ajuda humanitária para se alimentar e sobreviver.
24:51Voltamos para reconstruir nossa casa.
24:54Queríamos restaurá-la, mas não conseguimos,
24:57porque não temos condições financeiras para isso.
25:00Então decidimos montar uma barraca até que as coisas melhorem.
25:03Se Deus quiser, os bons samaritanos, as organizações, o Estado nos ajudarão a reconstruir.
25:10Não há nada aqui.
25:12Não há escolas, nem clínicas, nem água, nem eletricidade.
25:15A cidade de Homs, outrora a terceira maior cidade da Síria,
25:23hoje exibe as marcas do longo conflito,
25:26seja no subúrbio, seja no centro da cidade.
25:30E chegamos agora na cidade de Homs,
25:36essa que era a terceira maior cidade da Síria antes da guerra,
25:39com 650 mil habitantes.
25:42Sendo uma cidade estratégica entre Alepo e Damasco,
25:46essa localidade foi fundamental tanto para os rebeldes quanto para o governo
25:51durante os anos da guerra civil.
25:53Nós conseguimos ver que essa área residencial foi severamente bombardeada.
25:57muitas casas, muitos apartamentos, muitos negócios locais completamente destruídos.
26:03As ruínas que sobraram depois de anos de conflito.
26:07Nós vemos que o balanço da perda de pessoas e também de dinheiro é imensa.
26:13Aqui na Síria foram cerca de 650 mil pessoas mortas durante a guerra civil,
26:19das quais metade delas eram civis, pessoas inocentes,
26:23tantas crianças que se tornaram órfãs.
26:25Da mesma maneira, quase 6 milhões e meio de sírios deixaram o país em rumo a outras nações.
26:31Turquia, Líbano, Europa Ocidental.
26:34Hoje a esperança é de poder reconstruir esta cidade e toda esta nação.
26:39Mas como nós conseguimos ver aqui, através desta grande destruição,
26:44de muitos escombros que sobraram,
26:46a chance dos sírios de reconstruir o seu país tem se tornado cada vez mais difícil
26:53com o dinheiro não chegando, não sendo liberado,
26:56apesar de nós sabermos que as iniciativas do governo têm tentado ampliar os negócios
27:03para transformar essas ruínas em novamente uma cidade habitável.
27:07Uma guerra civil tão duradoura exigiu o máximo da população síria.
27:14Apesar da frequente sensação de insegurança
27:17e das milhões de famílias afetadas diretamente pelas perdas humanas e financeiras,
27:25os sírios, em algumas cidades, buscaram reestabelecer a vida com relativa normalidade.
27:32Na cidade de Holmes, ao lado de muitos escombros,
27:36observamos que as famílias buscam recomeçar.
27:40E andando pelas ruas de Holmes,
27:42ainda observamos muitos edifícios residenciais completamente destruídos.
27:49Apesar deste entorno ainda muito chocante,
27:52conseguimos ver que parte das pessoas tenta retomar as suas vidas.
27:57Com a reconstrução deste parque aqui na frente da principal mesquita da cidade,
28:03algumas crianças, algumas famílias aproveitam o dia ensolarado desta primavera
28:09para poder também desfrutar um pouco do tempo de paz,
28:13que foi uma raridade nesta região durante as últimas décadas.
28:18Nós conseguimos ver que ainda há muito a ser feito,
28:21mas a esperança do povo sírio de poder renascer das cinzas
28:25ainda está presente em grande parte das famílias que vivem aqui.
28:30Um dos grupos que mais ganhou notoriedade durante a guerra civil
28:35foi o HTS, Hayat Tahir al-Sham,
28:41uma facção jihadista criada em 2017 com base no antigo Jabat al-Nusra,
28:48o braço sírio oficial do grupo terrorista mundialmente conhecido como Al-Qaeda.
28:55A mudança de nome fez parte de uma iniciativa das lideranças do grupo
29:00visando alcançar maior legitimidade perante a população
29:05e evitar bombardeios russos e do governo de Bashar al-Assad
29:10durante os anos da guerra civil.
29:12Embora esse grupo alegasse independência,
29:16a mesma estrutura de liderança e administração
29:20de outras facções terroristas foi mantida.
29:23A partir de 2019, após intensas hostilidades
29:28entre o HTS e o governo sírio,
29:32conseguiram se estabelecer de forma definitiva
29:35na região de Idlib, no norte do país.
29:38Neste período, o Hayat Tahir al-Sham criou um governo paralelo
29:46com ministérios próprios, polícia rigorosa,
29:50suas próprias cortes e administração autônoma.
29:54Antes da queda de Assad,
29:56era praticamente impossível para alguém fora da região de Idlib
30:00adentrar esta província.
30:03O HTS, neste tempo, suprimiu outros grupos rebeldes
30:07e se tornou a força política hegemônica no norte da Síria.
30:13A sustentação deste governo paralelo
30:15só foi bem sucedida pela fronteira de Idlib com a Turquia.
30:21O governo de Recep Tayyip Erdogan
30:23tinha no HTS seu principal aliado na Síria,
30:27seja contra Bachar Al-Assad,
30:30antigo adversário regional do presidente turco,
30:34seja contra os kurdos,
30:36grupo étnico que também se militarizou durante a Guerra Civil
30:40e poderia influenciar questões internas na Turquia.
30:45Após certo período de manutenção do status quo
30:48no controle territorial sírio,
30:51uma ofensiva relâmpago aconteceu durante dezembro de 2024.
30:56A coalizão rebelde liderada pelo HTS
31:00e apoiada pela Turquia
31:02conseguiu em menos de duas semanas
31:05tomar a cidade de Alepo,
31:07assegurar o controle das rodovias até Rama e Homs
31:11e, por fim, chegar à capital Damasco.
31:15A chegada dos rebeldes a Damasco sofreu pouca resistência.
31:20O exército sírio, fiel a Assad,
31:23se retirou de várias posições.
31:25Com o colapso iminente do regime,
31:28Bachar Al-Assad fugiu para a Rússia,
31:31onde recebeu asilo conjuntamente à sua família.
31:35As duas semanas de ofensiva rebelde
31:37e a fuga do antigo ditador
31:39colocaram fim a mais de cinco décadas
31:43do controle da família Assad dentro do país.
31:46O professor Marcos Vinícius de Freitas
31:50nos conta como estava a situação das forças armadas sírias
31:54antes da queda do regime.
31:56Então, o que nós notamos é que a queda de Assad
32:01foi resultado de vários anos de luta,
32:04de uma guerra civil,
32:05e, mesmo assim, preocupante com relação aos resultados,
32:10afinal, os grupos políticos que lhe sucederam
32:12também trazem dentro de si grandes dúvidas com relação ao futuro.
32:17Mas, ainda assim, o mundo árabe e o Ocidente
32:21decidiu que é importante dar um voto de confiança
32:25ao tentar fazer com que sanções existentes
32:29sejam descongeladas
32:31para, justamente, evitar que a situação continue do jeito que está
32:36e se leve a uma situação muito pior,
32:40como a gente observou, por exemplo, no caso da Líbia.
32:42O enfraquecimento dos principais aliados de Assad,
32:46a Rússia e o Irã,
32:48foi fundamental para a aceleração deste processo,
32:52como detalham os professores Manuel Furriella
32:55e José Luiz Niemeyer.
32:58Surpreendeu internacionalmente a derrubada,
33:01mas, agora que a gente tem mais elementos,
33:04nós conseguimos entender um pouco mais do processo.
33:07A ditadura de Assad já encontrava-se esgotada
33:10após tantas décadas,
33:13apoiada por um grupo minoritário dentro do país.
33:16O Assad nunca foi apoiado por grupos religiosos majoritários.
33:21E outro fator também que colaborou com isso
33:25foi que o Irã, um grande apoiador do governo da Síria
33:30e a Rússia, tiveram vários problemas econômicos,
33:34têm sofrido problemas econômicos
33:36e começaram a reduzir o seu apoio.
33:39Além disso, o Irã, sendo atacado em várias frentes
33:44pelas trocas israelenses via grupos insurgentes
33:48apoiados por aquele país,
33:51também começou a ter problemas em dar sustentação
33:54e em apoiar o governo da Síria.
33:57E a Rússia, que está enfrentando a Ucrânia,
34:00apoiada por potências internacionais,
34:03também começou a perder condições,
34:05a diminuir suas condições de sustentar o governo sírio.
34:09Após seis anos de administração do HTS
34:14e o rompimento do grupo com a Al-Qaeda,
34:17a cidade de Idlib,
34:19utilizada como capital administrativa
34:21antes da tomada total da Síria,
34:25pode dar sinais de como atuará o governo atual
34:28em múltiplas frentes.
34:30E nós estamos aqui agora na cidade de Idlib,
34:34uma cidade que, durante a Guerra Civil da Síria,
34:37caiu sob as mãos do HTS,
34:40Hayat Tahir al-Sham.
34:42Este grupo que inicialmente começou
34:43como um grupo fundamentalista
34:45e tomou controle desta cidade tão importante
34:47em direção à Turquia
34:49por volta do ano de 2017.
34:52Com isso, nós temos o estabelecimento
34:54de um novo governo,
34:55aquilo que depois viria a ser implementado
34:58em toda a Síria a partir do dia 8 de dezembro de 2024.
35:04A liderança dessa região,
35:07Ahmed Al-Sharah,
35:08hoje é o presidente da Síria
35:11e que partiu a partir da cidade de Idlib,
35:14conquistando Alepo,
35:16conquistando Hama,
35:17conquistando Homs,
35:18até chegar em Damasco,
35:19até a fuga de Bashar al-Assad.
35:21Tudo aquilo que foi implementado nessa cidade
35:24durante os últimos anos
35:26pode nos dar uma ideia de como será o futuro da Síria
35:29e aquilo que eles pretendem também
35:32tornar como padrão em todo o país.
35:35Obviamente que algumas violações dos direitos humanos
35:38já foram noticiadas aqui,
35:40principalmente a grupos de oposição
35:42e a minorias étnicas,
35:45mas nós temos o fato importante de se mencionar
35:48que a nova liderança tem adotado
35:50uma nova abordagem para tentar falar
35:53a todos os grupos religiosos deste país
35:56tão milenar que é a Síria.
35:59Conhecido anteriormente como Abu Mohammed Al-Julani,
36:03o atual presidente da Síria
36:05carrega em sua biografia
36:07elementos que podem indicar
36:09suas convicções e práticas.
36:12Nascido em Riyadh, capital da Arábia Saudita,
36:15e filho de pais imigrantes da Síria,
36:18ingressou na militância jihadista
36:21desde o início dos anos 2000.
36:24Al-Julani combateu ativamente no Iraque
36:27até fundar a frente al-Nusra,
36:30braço sírio da Al-Qaeda,
36:32que se transformaria posteriormente
36:34no Hayat Tahir al-Sham.
36:37Foi considerado por grande parte deste século
36:40um terrorista de grande periculosidade
36:43e que tinha uma recompensa
36:45de 10 milhões de dólares por sua captura
36:48oferecida pelos Estados Unidos.
36:52Após a campanha militar vitoriosa
36:54em dezembro de 2024
36:56e a tomada do poder em Damasco,
36:59Al-Julani abandonou
37:01a alcunha jihadista
37:03e voltou a responder
37:04por seu nome de nascimento,
37:07Ahmed Al-Shara.
37:08A fuga de Assad o transformou
37:11em presidente interino
37:13durante o governo de transição.
37:15As roupas militares
37:17e a retórica fundamentalista islâmica
37:20foram por horas substituídas
37:22por terno, gravata
37:24e um discurso moderado,
37:26buscando visitar e receber
37:29as mais diversas lideranças globais.
37:33Esta mudança de imagem
37:34adotada por Al-Shara
37:36ainda é interpretada com desconfiança
37:39por grande parte
37:40da comunidade internacional,
37:42como nos explicam os especialistas.
37:45Como são, por exemplo,
37:46aqueles que simbolizam
37:47o poder do Hamas,
37:49sempre com metralhadora na mão,
37:51sempre com uma farda específica,
37:53com simbologismo muito grande
37:56com relação à violência.
37:57Outro dos grupos radicais islâmicos
37:59que nós conhecemos.
38:01Ele quer se mostrar mais ocidentalizado,
38:03com uma vestimenta mais próxima
38:06daquilo que é o padrão ocidental.
38:09Isso é claro que é para inglês ver
38:10ou para norte-americano ver
38:12e ele vai ser pressionado
38:15inclusive por isso,
38:16porque por trás de um grupo
38:17como esse, HTS,
38:19que já teve relações com a Al-Qaeda
38:21e com outros grupos terroristas,
38:23você vai ter sempre os radicais.
38:24Os radicais geralmente
38:25são mais velhos
38:27do que essas lideranças mais novas
38:29e vão ficar pressionando
38:30por ações ou por uma agenda
38:32mais radical com relação
38:33à defesa do movimento islâmico.
38:36Então, eu acho que é algo
38:37para fazer uma política externa,
38:40para fazer diplomacia,
38:42mas é muito fácil você trocar
38:43um terno por uma roupa
38:45que se identifique mais
38:47com os ideais do radicalismo islâmico.
38:50O islamismo é uma civilização
38:52que é importante,
38:55tem entre as sete civilizações
38:57que nós temos hoje
38:58no sistema internacional,
38:59na minha visão,
39:00e você tem geralmente
39:02a religião muçulmana
39:03que prepondera dentro do islamismo
39:05e que é uma religião
39:07que tem que ser respeitada
39:08como religião protestante,
39:10hindu, católica,
39:11cristão, ortodoxa,
39:13mas muitas vezes
39:16alguns interpretam
39:17a religião muçulmana
39:19a partir da civilização islâmica
39:21em uma pegada muito radical,
39:24baseada na violência,
39:25baseada no preconceito,
39:27baseada na opressão,
39:29então é isso que a gente
39:30tem que sempre criticar
39:31quando a gente está discutindo
39:33religião no prisma,
39:35dentro do prisma
39:36da política internacional.
39:37É difícil acreditar,
39:39esses grupos todos,
39:40eles são instáveis,
39:43você não tem grande crença,
39:45não são grupos que têm
39:47em mente uma pacificação.
39:49Agora, o que alega
39:50o novo governo
39:51é de que vai procurar
39:53pacificar a Síria,
39:55saber que a Síria,
39:56aceitar que a Síria
39:57é composta por sunitas,
39:59xiitas
40:00e vários outros grupos
40:02religiosos,
40:03alauítas e por aí vai,
40:05e fazer com que a Síria
40:07se unifique
40:08e respeite
40:09as várias vertentes religiosas.
40:11Então, o discurso começou bem
40:13e várias das atitudes
40:14do novo governo.
40:16Tem que se ver
40:17se ele vai ter força
40:18para impor
40:19essa nova agenda ao país,
40:20não basta só ele querer
40:22e até que ponto,
40:23em algum momento,
40:24isso não pode caminhar
40:25por uma reversão
40:26e começar a perseguir
40:28certos grupos.
40:29A ideologia fundamentalista
40:31islâmica
40:31trouxe milhares de mortes
40:33para o Oriente Médio
40:35e o mundo.
40:36Muito daquilo
40:37que poderá ocorrer
40:38na Síria
40:39é também exemplificado
40:41por outros processos históricos,
40:44como nos conta
40:44o professor José Niemeyer.
40:46Se conseguir uma reinserção
40:48na ordem internacional,
40:49quem vai ganhar primeiro
40:50é o povo sírio,
40:51porque você vai ter
40:52mais trocas comerciais,
40:54você vai ter a diminuição
40:56da carestia,
40:57da miséria na Síria,
40:58porque pode haver
40:59algum nível
41:00de investimento direto
41:01na Síria
41:01por parte das grandes potências
41:03ou até por parte
41:04dos países
41:05que são ali vizinhos.
41:07A Síria é um país
41:08que tem recursos,
41:09tem uma estrutura econômica,
41:10tem uma estrutura urbana.
41:12Então, acho que você pode
41:13ter uma população forte,
41:15a população educada,
41:17inclusive,
41:18do ponto de vista
41:19da educação básica,
41:21mesmo universitária.
41:23Então, acho que você pode, sim,
41:25a partir de uma reinserção
41:26da Síria
41:27no contexto
41:28da economia internacional,
41:30do comércio internacional,
41:31das trocas internacionais
41:33e dos investimentos internacionais,
41:36você pode, sim,
41:37também com rapidez,
41:38fazer com que
41:39se perceba no horizonte
41:40uma possibilidade
41:41de crescimento
41:42e desenvolvimento econômico
41:43e social na Síria.
41:45Com a queda de Assad
41:47e um governo de transição
41:49ainda encaminhando mudanças,
41:52a preocupação principal
41:53das minorias religiosas
41:55da Síria,
41:56sobretudo dos cristãos
41:58e dos alauítas,
42:00assim como a comunidade
42:01internacional,
42:02é que antigos grupos terroristas,
42:05outrora dispersos
42:06pelo Oriente Médio,
42:08possam se aproveitar
42:09do momento
42:10para reafirmar
42:11domínio territorial.
42:13Os riscos existem,
42:15mas precisam ser analisados
42:17com o avanço
42:18da nova administração.
42:20Reconhecidos como terroristas
42:22vão tentar derrubar
42:23o HTS do poder,
42:24que também é visto
42:25como um grupo terrorista.
42:27E aí você vai ter que aguardar,
42:29por isso que eu falo,
42:30essa célula embriogênica
42:32do Oriente Médio,
42:35por mais que seja,
42:35que represente
42:36uma civilização milenar,
42:38importantíssima,
42:39que é a civilização islâmica,
42:40mas a violência sempre
42:41esteve muito próxima
42:42da ação política.
42:44Nos últimos,
42:45pelo menos,
42:46desde o atentado
42:47de 11 de setembro de 2001,
42:49a gente começa a perceber
42:50na política internacional
42:52esse agente informal
42:53que é o terrorismo.
42:54E eu acho que isso
42:56acabou criando
42:57quase uma organização
43:00terrorista,
43:00ou várias organizações
43:01terroristas,
43:02que se beneficiam
43:03da miséria,
43:04da violência,
43:05da falta de infraestrutura
43:06nesse país,
43:07principalmente do norte
43:08da África e do Oriente Médio,
43:09para poderem proliferar
43:11e ganhar,
43:12inclusive,
43:12com as suas ações.
43:13A formação
43:14é um pouco diferente,
43:16você não tem
43:17esse extremismo.
43:18A sociedade síria,
43:20mesmo sendo muito ligada
43:21à religião,
43:22ela é considerada
43:24uma sociedade
43:25para aquela,
43:26para toda a região
43:27onde faz parte,
43:29para todo o Oriente Médio,
43:30como uma população
43:32um pouco mais
43:33ocidentalizada
43:34do que aquela
43:35do Afeganistão.
43:36então os riscos
43:37são menores
43:38para certas perseguições.
43:41Mas isso não significa
43:42que não vão haver
43:43embates,
43:44combates
43:45e até mesmo
43:46algum momento
43:47de instabilidade.
43:48Apoiavam
43:49o governo do Assad
43:50justamente porque
43:51foram,
43:52estavam enfraquecidos
43:53o Irã,
43:54porque está com
43:55problemas internos,
43:56econômicos,
43:57governo impopular
43:58e foi muito atacado
43:59por Israel
44:00nos últimos meses
44:02e a Rússia,
44:03que tem o fronte
44:04no fronte,
44:05uma guerra
44:05que é a guerra
44:06com a Ucrânia.
44:07Então perderam
44:07condições
44:08de continuar
44:09dando apoio
44:10à sustentação
44:11de Assad.
44:12Com a queda dele,
44:13eles perdem
44:14a hegemonia
44:15da região.
44:16A Rússia
44:16pode até perder
44:17a base
44:19militar
44:20que tem instalada
44:21dentro da Síria
44:23e perde a influência
44:24na região,
44:25já que era muito
44:26ligada ao Assad.
44:27E o Irã,
44:28ele perde ali
44:29uma oportunidade
44:30que tinha
44:31de utilizar
44:32a Síria
44:32como plataforma
44:34para armar
44:35os grupos
44:35que atacam
44:36Israel.
44:36As medidas
44:37diplomáticas
44:38de aproximação
44:40demonstradas
44:41pelo presidente
44:42Al-Shara
44:42surtiram efeito
44:44recentemente.
44:45O encontro
44:46com monarcas
44:47e presidentes
44:48do mundo árabe,
44:49assim como
44:50o primeiro contato
44:51pessoal
44:52com o presidente
44:53norte-americano
44:54Donald Trump,
44:55foram muito
44:56bem recebidos
44:57pelas lideranças
44:58do mundo islâmico
44:59e do mundo
45:00ocidental.
45:01As várias
45:02sanções econômicas
45:03aplicadas na Síria
45:04durante a ditadura
45:06Assad
45:06agora estão sendo
45:07gradualmente
45:08removidas.
45:10Consequentemente,
45:11a lira síria,
45:12moeda do país,
45:14que viu o seu valor
45:15perante o dólar
45:16despencar
45:17durante a guerra civil,
45:19começa a dar
45:20sinais de recuperação.
45:22Neste cenário,
45:23os sírios
45:23são os que mais
45:24têm a ganhar
45:25com a estabilidade
45:26econômica
45:27e, principalmente,
45:29com o fim
45:29da violência.
45:31É a própria
45:32população síria
45:33que se vê livre
45:35de uma guerra
45:36civil de décadas,
45:38onde ninguém
45:39tinha,
45:41ninguém saia
45:42como vencedor.
45:43Então,
45:44um país em guerra
45:44constante,
45:46ele sofre
45:46grandes problemas
45:47econômicos,
45:49sociais,
45:50mortes constantes
45:51de pessoas civis
45:53na linha de fogo
45:54entre tropas
45:55que degladiavam,
45:56milhões de sírios
45:58que tiveram
45:58que partir
45:59para o exterior
46:00para poder sobreviver.
46:01Então,
46:01a população síria
46:02é, por enquanto,
46:04quem sai
46:04como maior vencedora.
46:06Em termos internacionais,
46:08o Irã
46:09se enfraquece
46:10nesse processo,
46:11ganha Israel
46:12por conta
46:13de ali,
46:14a partir do território sírio,
46:16não ser mais
46:16um caminho
46:18onde vinham
46:19armas
46:20para armar
46:21seus inimigos,
46:22como Hezbollah,
46:23por exemplo,
46:23e ganha também
46:25os Estados Unidos,
46:27porque a partir
46:28dali pode
46:28construir
46:29uma aliança,
46:31já que naquela
46:31região,
46:32os Estados Unidos
46:33contou com
46:34pouquíssimo apoio,
46:35mas com o apoio
46:36de Israel
46:37e já se sabe
46:38que Israel
46:38também tem
46:39alguns problemas
46:40na região.
46:41Então,
46:41a Síria
46:42torna-se mais
46:42um aliado
46:44norte-americano
46:46e europeu.
46:46A esperança
46:48de uma reabertura
46:49da nação
46:50para o mundo
46:50e a volta
46:51do crescimento
46:52econômico
46:53anima
46:54muitos sírios,
46:56como nos conta
46:56Mohamed,
46:57vendedor
46:58da cidade
46:59de Palmyra.
47:00Claro que estou
47:01muito feliz com isso.
47:02Espero que muitos
47:03turistas venham
47:04e vejam
47:05que Palmyra
47:06é um lugar lindo.
47:07Por enquanto,
47:08ainda não são
47:09muitos turistas,
47:10mas pouco a pouco
47:11mais deles
47:12virão no futuro.
47:14As incertezas
47:15com o novo governo
47:16se misturam
47:16com o otimismo
47:18dos sírios,
47:19sedentos por anos
47:20mais prósperos
47:21e por tempos
47:22de paz.
47:24O senhor Abdel
47:25de Alepo
47:25nos diz
47:26suas impressões
47:27sobre a nova
47:28administração
47:29em Damasco.
47:32Nós estamos
47:33muito otimistas
47:34porque este novo governo
47:36tem pessoas
47:37corretas,
47:38sem nenhuma
47:38corrupção
47:39e nos sentimos bem.
47:40Em alguns casos,
47:42em lugares distantes,
47:43sempre acontecem
47:43problemas.
47:44Em qualquer cidade
47:45o país,
47:46mas agora
47:47nos sentimos
47:48muito bem,
47:49algo que não
47:50esperávamos há pouco tempo.
47:52Eles não praticam
47:53e nem gostam
47:54de corrupção
47:55e estão tentando
47:56fazer um trabalho sério.
47:57com mais de 6 milhões
48:01de sírios
48:02vivendo no exterior,
48:03praticamente
48:04um quarto
48:05da população
48:06antes da guerra,
48:08há muitos pedidos
48:09do atual governo
48:10para que os refugiados
48:12voltem ao país
48:13e ajudem
48:14a reconstruir
48:15a Síria.
48:17Muitas famílias
48:18que foram separadas
48:19nos últimos 13 anos
48:20agora têm
48:21a oportunidade
48:22legal
48:23de se
48:24reencontrarem,
48:25já que o governo
48:26reabriu as fronteiras
48:28para quase todos
48:29os países
48:30sem a necessidade
48:32de visto
48:32para adentrar
48:34a Síria.
48:35As questões
48:36demográficas
48:37complexas
48:38e a dificuldade
48:39de se executar
48:40a reconstrução
48:41de todo um país
48:42dividem as opiniões
48:44dos especialistas.
48:45na verdade
48:47tudo é muito
48:48apertado,
48:49os espaços
48:49territoriais
48:50são apertados,
48:51você tem
48:51árabes
48:52israelenses
48:53ou islâmicos
48:54israelenses
48:54vivendo num espaço
48:55muito restrito,
48:57são países
48:58muito próximos
48:58uns dos outros,
48:59de fronteiras
49:00muito porosas
49:01e ao mesmo tempo
49:02de centros urbanos
49:03com muita gente,
49:04então sempre pensar
49:05na volta
49:06do imigrante
49:07que saiu
49:08de maneira forçada
49:09do seu país de origem
49:10é sempre complicado
49:11porque muitas vezes
49:11os países de origem
49:12não vão conseguir
49:13receber esses imigrantes
49:15depois uma situação
49:16como a que ocorreu
49:17de guerra civil na Síria.
49:19Então a gente tem
49:20que tomar muito cuidado
49:20com a questão demográfica
49:22no Oriente Médio
49:22que é a mais grave
49:23na minha opinião hoje
49:24é mais importante
49:25que a questão religiosa
49:26que a questão demográfica
49:28acaba projetando
49:29o preconceito
49:30com o diferente
49:31com o outro
49:31e acaba organizando
49:33também ações violentas
49:34de amigos
49:36contra inimigos
49:37fica uma situação
49:38muito de amigos
49:39e inimigos
49:39que é uma situação
49:40sempre de muita tensão
49:43então a questão demográfica
49:45como eu falei
49:45é relevante lá
49:46a gente tem que sempre
49:47pensar o Oriente Médio
49:48a partir disso
49:49espaço
49:49logística
49:51e tamanho das populações
49:53e as migrações
49:55internas
49:55do Oriente Médio
49:56então eu não acho
49:56que os sírios
49:57vão conseguir voltar
49:58todos de uma só vez
50:00mas é claro
50:01que você retomando
50:02uma situação
50:03socioeconômica
50:04mais estável
50:05na Síria
50:05você vai ter sim
50:06aos poucos
50:06as levas de imigrantes
50:08geralmente quem migra
50:09é a classe média
50:10e média alta
50:11tem condições
50:12de migrar os pobres
50:13os mais pobres
50:14ficam geralmente
50:15no país de origem
50:15e eles voltarem
50:16eu acho que faz parte
50:17talvez seja um vetor
50:20importante
50:20para a retomada
50:21do crescimento
50:22socioeconômico
50:23do mínimo
50:24de estabilidade
50:25socioeconômica
50:25na Síria
50:26tem grande chance
50:27de um contingente
50:30representativo
50:31de refugiados
50:31retornar
50:32até mesmo porque
50:34vários deles
50:35representavam
50:36o grupo
50:37que era
50:37suprimido
50:40reprimido
50:40pelo governo
50:41do Assad
50:41e agora
50:42são ligados
50:43ao novo
50:43governo
50:44constituído
50:45o resto
50:46da população
50:47que não faz
50:48parte desse contingente
50:49vai retornar
50:51ao país
50:51a partir do momento
50:52que se sinta
50:53que efetivamente
50:54o novo governo
50:55não vai perseguir
50:57os grupos
50:58minoritários
51:00dentro do país
51:01e vai buscar
51:01uma integração
51:03mas esse contingente
51:04volta lá
51:05num segundo momento
51:06porque vai aguardar
51:07efetivamente
51:08a estabilização
51:10do país
51:10é muito relativo
51:12o tempo
51:12que possa demorar
51:13mas eu acho
51:14que ali
51:15em questão
51:15de um ano
51:16um ano e meio
51:17havendo uma certa
51:18estabilização
51:19a população
51:21vai retornar
51:21e se o novo governo
51:23sírio
51:23for sábio
51:24e hábil
51:25o bastante
51:26vai conseguir
51:27inclusive
51:27muitos investimentos
51:28internacionais
51:29porque a Síria
51:31depois ela se torna
51:32uma grande oportunidade
51:33para investimentos
51:34estrangeiros
51:35nas oportunidades
51:36que o país
51:37ofereça
51:38inclusive
51:38na reconstrução
51:39da infraestrutura
51:40destruída
51:42após tantos anos
51:44de guerra civil
51:45ao contrário
51:46do que muitos
51:47pensam
51:48a Síria
51:48é um país
51:49onde a vida
51:50transcorre
51:51de maneira normal
51:52na maioria
51:52das cidades
51:53locais
51:55onde comerciantes
51:56compram
51:56e vendem
51:57crianças
51:58frequentam
51:59as escolas
51:59e famílias
52:00trabalham
52:01semana a semana
52:02para conseguir
52:04pagar as contas
52:05do mês
52:05as ruas
52:07da capital
52:07damasco
52:08cidade de mais
52:09de 2 milhões
52:10de habitantes
52:11seguem tão cheias
52:12de barulhentas
52:13como foram
52:14nos últimos
52:155 mil anos
52:16de história
52:17eu estou aqui
52:18no centro
52:19de damasco
52:20vocês conseguem ver
52:21que a cidade
52:21é uma cidade
52:22normal
52:23como qualquer outra
52:24nós vemos
52:25muitas pessoas
52:26aqui
52:26comprando
52:27vendendo
52:28um trânsito
52:28carregado
52:29neste domingo
52:30que obviamente
52:31não é um dia
52:32de trabalho
52:33para os árabes
52:34aquelas imagens
52:35de destruição
52:36de guerra
52:36de bombardeios
52:37todas elas
52:39ficaram no passado
52:40e para muitas pessoas
52:41que vivem aqui
52:42na cidade
52:42de damasco
52:43tudo já foi retomado
52:45vocês conseguem ver
52:46que é uma cidade
52:47bastante caótica
52:48mas muito vibrante
52:50com uma culinária única
52:51um povo muito amável
52:52e aquilo que a gente
52:53conseguiu observar
52:54que apesar das adversidades
52:56o povo sírio
52:57está conseguindo
52:58reconstruir o seu país
52:59com esperança
53:00que o novo governo
53:01possa fazer
53:02uma nação moderna
53:04que converse
53:05com os outros países
53:06aqui da região
53:07e possa encaminhar
53:08um futuro de paz
53:10o sentimento de alívio
53:12é grande
53:12principalmente
53:13na geração
53:14de crianças
53:15que cresceu
53:16com os bombardeios
53:17e a falta
53:18de esperança
53:19essa sensação
53:21tão única
53:21e tão recente
53:23é explicada
53:24pela jovem
53:25Lana
53:25de damasco
53:26a situação atual
53:28te faz sentir
53:29realmente vivo
53:30por um segundo
53:31nós temos esperança
53:32que a síria
53:33vai se tornar
53:34muito melhor
53:34do que foi
53:35recentemente
53:36a hospitalidade
53:38do povo sírio
53:39apesar dos traumas
53:40impressiona
53:42pelas ruas
53:43das principais cidades
53:44e em meio
53:45aos escombros
53:46de tantos vilarejos
53:47devastados
53:49pelo conflito
53:50o sorriso
53:51gentil
53:51dos sírios
53:52demonstra
53:53a resiliência
53:54de toda uma nação
53:56a nova geração
53:58reafirma
53:59o convite
53:59a todos aqueles
54:00que queiram
54:01dar uma chance
54:02ao país
54:03nesses tempos
54:04de mudança
54:05definitivamente
54:06vocês devem vir
54:08porque temos
54:08uma cultura
54:09incrível
54:10e uma comida
54:10muito boa
54:11vocês devem
54:12provar
54:12da nossa culinária
54:13as relações
54:14centenárias
54:15e afetuosas
54:16entre Brasil
54:17e Síria
54:18são reforçadas
54:19pela forte
54:20presença
54:21de milhões
54:22de sírios
54:23e os seus
54:24descendentes
54:24no sudeste
54:25brasileiro
54:26é algo
54:27também
54:28sempre lembrado
54:29por aqueles
54:29que conhecem
54:30a história
54:31de imigração
54:32de seus compatriotas
54:34o senhor
54:34Abdel de Alepo
54:36envia uma mensagem
54:37especial
54:37a todos
54:38aqueles
54:39no Brasil
54:40nos sentimos
54:44realmente
54:44muito próximos
54:45de vocês
54:46mesmo que
54:46vocês estejam
54:47geograficamente
54:48muito distantes
54:49da Síria
54:50nos sentimos
54:50como irmãos
54:51e a Síria
54:52está aberta
54:53a todos
54:54vocês
54:54e serão
54:55bem recebidos
54:56sempre
54:56e vocês
54:57verão
54:57tudo aquilo
54:58que não
54:58veem
54:59ou escutam
55:00pela mídia
55:01ocidental
55:01que procura
55:02os pequenos
55:03detalhes
55:04e apenas
55:05mostram
55:05um lado
55:06serão
55:07bem vindos
55:07aqui
55:08e estaremos
55:08todos
55:09esperando
55:10a visita
55:10de vocês
55:11andar
55:14por este
55:14país
55:15após uma
55:16guerra
55:16tão
55:16devastadora
55:17e depois
55:18de uma
55:18quebra
55:19de paradigma
55:20tão
55:20relevante
55:21com a queda
55:22da ditadura
55:22Assad
55:23foi uma
55:24experiência
55:24singular
55:25a rica
55:26história
55:27da Síria
55:27marcada
55:28por milênios
55:29de diferentes
55:30civilizações
55:31e o cruzamento
55:32das mais
55:33diversas
55:34rotas
55:34comerciais
55:35da humanidade
55:37revelam
55:38que uma
55:38nação
55:39como essa
55:39não pode
55:40ser reduzida
55:41apenas
55:42aos últimos
55:4313 anos
55:43de violência
55:44e devastação
55:46os profundos
55:47traumas
55:47trazidos
55:48pelas
55:49perdas
55:49e os
55:50desafios
55:50de se
55:51reconstruir
55:52cidades
55:52inteiras
55:53ainda
55:54permanecem
55:55e caberá
55:56aos esforços
55:57coletivos
55:58do novo
55:58governo
55:59e da
55:59comunidade
56:00internacional
56:01tornar a
56:02Síria
56:02uma nação
56:03pacificada
56:04e economicamente
56:06viável
56:06pelas pedras
56:08da cidade
56:08antiga
56:09de Alepo
56:09nos vilarejos
56:10do deserto
56:11nos mosteiros
56:13no alto
56:13das montanhas
56:14ou nas
56:15movimentadas
56:16avenidas
56:16de Damasco
56:17o olhar
56:18dos sírios
56:19é de alívio
56:20com leves
56:20traços
56:21de incerteza
56:22que o futuro
56:23desta nação
56:24que viu o nascimento
56:26e a queda
56:26de tantos impérios
56:28possa ser mais
56:29próspero
56:30e esperançoso
56:31do que a
56:32última década
56:33e o documento
56:39Jovem Pan
56:39fica por aqui
56:40não esqueça
56:40estamos em todas
56:41as plataformas
56:42digitais
56:43um ótimo fim de semana
56:44pra você
56:44e até mais
56:45documento
57:03Jovem Pan
57:04a opinião
57:06dos nossos comentaristas
57:07não reflete
57:08necessariamente
57:09a opinião
57:10do grupo
57:11Jovem Pan
57:11de comunicação
57:12Realização
57:17Jovem Pan
57:18News
57:18Jovem Pan
57:20Jovem Pan
57:22Jovem Pan
57:23Jovem Pan