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MISTÉRIOS DO LAGO ERIE

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Transcrição
00:00Mãe e filha são achadas nuas e estranguladas, eu fiquei devastada, eu vou matar você, um
00:15caso arquivado que revela uma série de assassinatos ritualísticos, ele é um assassino serial cruel,
00:23eu vivia com aquele medo e se essa pessoa vier atrás de mim, uma vítima busca desesperadamente
00:28memórias esquecíveis para identificar seu predador antes que ele a silencie.
00:32OS MISTÉRIOS DO LAGO EYRIE
01:02A cidade de Buffalo fica na margem leste do lago Eyrie, próximo às cataratas do Niágara.
01:15Buffalo é uma cidade de trabalhadores de futebol, como se diz, nós somos uma cidade de futebol com
01:26problemas com bebida. É a segunda maior cidade do estado de Nova York, mas tem o ar de cidade
01:32acolhadora. É uma cidade amigável, também conhecida como a cidade dos bons vizinhos.
01:37Joan de Ambra era uma dessas boas vizinhas, uma mãe solteira que trabalhava na rodoviária e passava
01:44seu tempo livre fazendo trabalho voluntário. Ela gostava de ajudar as outras pessoas,
01:49se alguém precisasse ela daria a própria roupa do corpo. Em 1980, Joan tinha 29 anos e morava com
01:56dois filhos de um relacionamento anterior, John e Jackie. Ela era uma pessoa popular na vizinhança
02:03e sua positividade era contagiante. Ela era uma ótima mãe, ela sempre fazia de tudo para ser
02:11ultra amigável com todos. Ela poderia estar no ônibus e ela conheceria pessoas, se ela andasse
02:16na rua ela conheceria pessoas. Um dia, Joan começou a conversar com um motorista chamado Sam Jambra.
02:26Um ano depois, Joan abriu um novo capítulo na sua vida. Ter qualquer foto daquela época é especial.
02:38Boas lembranças de Joan. Esses eram Joan e Sam no casamento deles. Aqui são eles cortando o bolo.
02:47Joan estava linda no casamento, foi muito emocionante. Sam era atraente para ela, era muito amoroso,
02:59quando ele aceitou o pacote completo foi muito importante para ela. Você não pode só me amar,
03:06tem que amar meus filhos também. Ele era muito gentil, ele perguntava para mim e meu irmão se
03:16ele poderia nos adotar. Nossa mãe estava feliz, então aceitamos. Não demorou muito para Joan
03:23engravidar e em 1982 ela e Sam tiveram uma garotinha. Minha mãe era uma pessoa muito sorridente e se
03:33ela estivesse tendo um dia ruim ninguém saberia dizer. Ela sempre colocava os outros em primeiro
03:38lugar, se alguém precisasse de algo ela não hesitava. Mas com o passar do tempo Sam começou a mudar.
03:46A gente começava a ver mais do seu lado obscuro. As coisas começaram a piorar depois que ele nos
03:52adotou. Sam tinha virado um disciplinador rígido e suas regras duras colocaram o casamento em
03:58xeque. Assim que Tom e Jack tiveram idade suficiente se mudaram da casa deixando apenas
04:04Joan e Catty para lidar com o comportamento cada vez mais autoritário de Sam. No verão de 1993 Sam
04:13estava ficando insuportável e fora de controle com minha irmã e isso levou ao divórcio. Sam ainda
04:24tinha a guarda compartilhada da sua filha Catty, mas para Joan a separação foi um grande alívio.
04:29Ela achou um novo sentido para a vida e até voltou a namorar. Ela sempre ia ao Golden Nugget e se
04:46divertia, ela curtia a vida. Ela teve uns dois encontros mas até onde eu sei não tinha nada
04:55que fosse muito sério. Era um dia quente de outono, as crianças ansiosas pelo primeiro dia da volta às aulas.
05:15Eu saí da escola e meu pai tinha me pegado e me levado para casa. Ele ficou uns minutos falando
05:22com a minha mãe mas não por muito tempo. Eu me lembro de sentar na varanda porque estava mais
05:26quente lá fora e de conversar com a minha mãe. É o último dia normal que essa família terá.
05:41Joan deveria estar trabalhando no refeitório, ela não costumava se atrasar ou sabe-se lá
05:50por que ela estava atrasada. Os outros voluntários ficaram preocupados, tentaram ligar para casa dela
05:57mas ninguém atendia. Duas senhoras correram até a casa da Joan e bateram na porta sem resposta, elas olharam pela janela.
06:20Elas a viram lá dentro deitada e sua filha quieta ao lado. Pensaram que estavam mortas.
06:39Em nove de setembro de 1983 o serviço de emergência recebeu uma ligação, uma mulher e uma menina sem respirar na
06:56avenida Hillside na zona sul de Buffalo. Os bombeiros foram os primeiros a chegar, eles entraram na casa.
07:04Joan foi achada no sofá cama, nua, virada para cima e com as pernas abertas. A filha também foi achada nua, deitada em cima de Joan.
07:35Eles se surpreenderam em achar Cat viva, mas com hematomas sérios em seu pescoço. Os paramédicos correram para o local.
07:47O irmão mais velho de Joan morava bem perto, ele foi avisado por uma das amigas de Joan batendo em sua porta.
07:54Quando eu cheguei na casa a polícia estava lá, a ambulância estava lá.
08:05A minha irmã estava na maca, estavam trazendo ela para fora da casa. Tentei falar com ela.
08:17Cat!
08:22Ela olhava diretamente para mim.
08:29Catelyn de 11 anos estava em estado de choque, ela não sabia o que havia acontecido, ela não conseguia falar.
08:36Então foi levada ao hospital, no centro médico do condado de Haley.
08:41Enquanto isso, John vai atrás de Joan. O que ele vê vai atormentá-lo para o resto da vida.
08:52Eles tentaram me impedir de entrar na casa. Eu pude ver minha mãe.
09:04Eu só consegui ver os pés da minha mãe.
09:11Porque essa era a única parte que eles não haviam coberto.
09:24É como se você não acreditasse naquilo que você está vendo.
09:41A unidade de homicídio chega e entra em cena.
09:45O apartamento foi revirado.
09:48A porta de trás sem sinal de arrombamento.
09:53Do lado do corpo uma faca de cozinha, apesar de aparentemente sem uso.
09:58Outras pistas incluem duas calcinhas pretas próximas à porta de trás e um sutiã e meia calça pretos achados na sala de jantar.
10:08Eles foram embalados e levados para testes.
10:13Atenção todos os carros.
10:16Eu estava em choque, estava devastada. Eu pensava...
10:21Quem poderia querer matá-la? Eu estava incrédula.
10:26Eu jamais imaginaria que uma coisa dessas poderia acontecer com uma mulher como a minha mãe.
10:31Ela era tão gentil que não conseguiria fazer algo ruim com ninguém.
10:43Enquanto ainda se coletavam evidências, a polícia começou a listar os possíveis suspeitos.
10:49Namorados, vizinhos, amigos, qualquer pessoa próxima.
10:54Todo mundo da vizinhança se conhecia.
10:56Eles começaram a perguntar sobre os relacionamentos da minha mãe.
11:01E imediatamente eles tinham uma pista.
11:04Eles vieram com o nome de Richard, um homem que Joanne estava saindo.
11:09Richard morava fora do estado e viajava sempre para ver Joanne.
11:13Mas ele estava fora da cidade, então rastreá-lo virou prioridade.
11:17Na autópsia, o legista determinou que a causa da morte foi estrangulamento manual.
11:23Não havia prova clara de atividade sexual recente.
11:28Mas foi achado um cabelo estranho em seu corpo e algumas fibras por baixo da unha dela, que foram enviadas para testes.
11:35E num caso de estrangulamento, é obrigatório que se olhe sempre para o olho.
11:40Se o olho estiver estrangulado, o estrangulamento pode ser causado.
11:44E num caso de estrangulamento, é obrigatório que se olhe sob as unhas.
11:48Porque quando a pessoa está se debatendo para respirar, muitas vezes ela arranha seu agressor.
11:54Os itens achados na cena do crime são averiguados para impressões digitais e outras pistas.
12:01Naquela época, testes de DNA não eram amplamente usados.
12:05E quando os testes voltaram do laboratório, eles foram todos inconclusivos.
12:10As hastes e amostras foram colocadas no arquivo.
12:14Enquanto isso, a polícia acha o ex-namorado Richard na Carolina do Sul.
12:19Mas ele tinha um ótimo álibi.
12:22Ele provou que estava no trabalho e foi dispensado como suspeito.
12:26Ele ficou chocado com a notícia da morte de Joan, mas ele disse à polícia que a Joan havia ligado para ele assustada.
12:33Richard falou com Joan um dia antes de ela ser encontrada, pelo telefone.
12:39Ela tinha dito a ele que estava preocupada com seu ex-marido Sam.
12:44E que o ex-marido Sam estava no seu quarto.
12:47E que o ex-marido Sam estava no seu quarto.
12:50E que o ex-marido Sam estava no seu quarto.
12:53Agora, 24 horas depois do ocorrido, a jovem Cat finalmente começa a voltar a si.
12:59Eu estava muito confusa por estar no hospital.
13:02Eu dormi na cama da minha mãe e quando eu acordei estava nesse lugar estranho que eu nunca tinha estado.
13:07Parecia que tudo era um sonho, como se não fosse real.
13:10Eu não me lembrava de nada que tinha acontecido.
13:14E eles só me disseram que minha mãe tinha morrido.
13:18Não fazia sentido para mim.
13:21Como é que ela estava lá quando eu fui dormir e depois ela não estava lá e eu estava...
13:25Eu tinha só 11 anos, eu não entendia.
13:30Eu estava no hospital no dia do funeral da minha mãe e me disseram que eu não podia ir.
13:35E eu chorei, porque eu não poderia me despedir.
13:3914 dias depois do assassinato, Joan Jambra é enterrada.
13:46Foi uma época muito emotiva para todos nós.
13:51Meu coração parecia que estava rachado.
13:57Mas um dia terrível é marcado por um ainda mais difícil.
14:02O assassino poderia estar no funeral.
14:04À caça do assassino, a polícia estava de olho no ex-marido de Joan e pai de Catty, Sam Jambra.
14:12E os policiais não eram os únicos que começaram a suspeitar dele.
14:17Sam estava do lado de fora, rindo, contando piadas como se ele estivesse numa festa em vez de um funeral.
14:26Eu tinha total certeza de que o Sam deveria ser investigado.
14:30Eu pensei que ele tivesse feito aquilo.
14:37Durante as entrevistas com a família de Joan,
14:40a polícia descobriu mais histórias perturbadoras sobre a vida no lar dos Jambra.
14:47Quando a polícia me entrevistou sobre o Sam,
14:50eu contei o quanto ele era abusivo, o quanto ele era controlador para mim.
14:55O principal para ele é que ele tinha que estar no comando.
14:59E Deus o controlava, e ele controlava todo mundo.
15:06Ele era muito forte e teimoso com suas crenças religiosas.
15:13Ele era enérgico e poderoso.
15:18Ele era um cara do inferno.
15:20Sam insistia em disciplinar os filhos de Joan.
15:23Embora Joan tentasse acalmá-lo, com o passar dos anos, as punições ficaram muito mais violentas.
15:29Por volta dos 11 anos de idade, as coisas começaram a ficar ruins.
15:34Ele sempre me batia com um cinto, sempre com o cinto molhado.
15:39Jogava sabão, jogava futebol, jogava futebol.
15:44Sempre me batia com um cinto, sempre com o cinto molhado.
15:49Jogava sabonete líquido na minha boca, me fazia joelhar no arroz.
15:55E dizia que Deus que o mandava fazer aquilo.
16:04Então, em um churrasco da família no ano anterior,
16:07muitos familiares ouviram Sam fazer uma ameaça nefasta.
16:11Eu vou te deixar.
16:13Ele ficou nervoso e falou...
16:16Se você me deixar, eu vou matar você!
16:19Ei, ei!
16:21Meu irmão Bob tentou intervir e disse...
16:25Sabe, não seria uma coisa muito inteligente a se fazer?
16:29Você a mata e daí você vai pra cadeia.
16:32Ah, mas Beakett, você quer isso?
16:34A resposta dele foi...
16:36Aí eu mato ela também.
16:38Eu não ligo pro que acontecer comigo.
16:40Era mais ou menos...
16:42Como se ele fosse fazer.
16:50Joan não aguentava mais.
16:53Joan finalmente mandou Sam embora.
16:57Sam não ficou contente com a separação.
17:01Ele estava nervoso, ficou bem aparente.
17:05Ele ficou ainda mais furioso quando descobriu que Joan estava namorando.
17:10Obrigada.
17:13Por causa de todas as acusações de que ele não estava lidando bem com o divórcio,
17:18a polícia ligou o sinal de alerta para ele.
17:21E Sam foi se tornando cada vez mais suspeito da morte de Joan.
17:29Havia uma testemunha do assassinato de Joan.
17:31Alguém que poderia identificar Sam como o assassino.
17:35Cat estava bem recuperada para ser interrogada pelos detetives.
17:45Eu me lembro de estar assistindo o SOS Malibu naquela noite.
17:49E eu me lembro de ir dormir.
17:52Naquela época eu sempre dormia com a minha mãe.
17:56Eu fui, dei boa noite pra minha mãe e subi na cama dela.
17:59Me sentia muito segura.
18:14Mas depois de adormecer, Cat não consegue se lembrar de mais nada daquela noite.
18:21Me falaram que eu não conseguia me lembrar de nada,
18:24porque foi tão traumatizante que meu cérebro estava me protegendo,
18:27bloqueando tudo.
18:30Será que a razão dela não se lembrar é porque a verdade é tão inimaginável?
18:35Que o assassino que ela não consegue se lembrar é seu próprio pai?
18:41Eu não consigo imaginar passar o que ela passou com apenas 11 anos.
18:50Depois de um mês no hospital, Cat estava pronta para receber alta.
18:54Ninguém sabia com quem eu ia ficar, o meu pai era o principal suspeito.
18:59A família da minha mãe estava convencida de que meu pai tinha matado a minha mãe
19:03e lutaram para que eu não fosse morar com ele.
19:08Quando Cat vai para casa para buscar roupas,
19:11ela percebe que suas chaves desapareceram.
19:15No dia do crime, Sam tinha deixado Cat em casa depois da escola.
19:19Até mais.
19:20E ela deixou sua bolsa no carro dele sem querer.
19:23Sam devolveu a bolsa, mas algo estava faltando.
19:26Minhas chaves estavam lá.
19:28Quando eu peguei a minha bolsa de volta no hospital,
19:31as minhas chaves não estavam mais lá.
19:34Não tinha sinal de arrombamento,
19:36então quem entrou na minha casa ou a minha mãe deixou entrar ou tinha uma chave.
19:42Joan não queria Sam pela casa.
19:45Ela havia trocado as fechaduras.
19:46Com o fato de as chaves terem sumido da mala de Cat,
19:49agora sabíamos que ele tinha acesso às chaves.
19:53A polícia aumentou a vigília de Sam Jambra.
19:59O comportamento de Sam já havia levantado suspeita,
20:03mas agora ele faz algo que liga a um grande sinal de alerta.
20:08Havia uma pólice de seguro que Sam recebeu pela morte de Joan.
20:13Ele começou a gastar dinheiro comprando muitos brinquedos e coisas para Cat.
20:19Podia ser culpa ou algo do gênero.
20:22Oi, meu amor.
20:24Cat não sabe o que pensar.
20:26A família da minha mãe falava que ele era culpado.
20:29O que você está fazendo aqui?
20:31Sou o pai dela. Ela precisa me ver.
20:33Eu tinha ouvido tantas coisas ruins do meu pai que isso me deixou confusa.
20:38Mas ela morou com ele a vida toda.
20:40E ela o amava.
20:42Ela é a última pessoa que queria acreditar que ele fosse culpado.
20:46Mas oito meses depois da morte de Joan,
20:49Sam faz algo que até Cat achou perturbador.
20:55Meu pai casou de novo menos de um ano depois da morte da minha mãe.
20:59Não parece legal quando o viúvo casa de novo pouco tempo depois de uma experiência traumática.
21:05Quando Sam se casou novamente, muitas pessoas, família, amigos, vizinhos, acharam suspeito.
21:11Se você disse tanto que amava Joan,
21:14por que está entrando em outro relacionamento tão rápido?
21:20Então os jornais obtiveram algumas informações do que Sam vinha dizendo pela cidade.
21:25Meu pai fazia uns comentários, tipo, pelo menos sou viúvo e não divorciado.
21:30Cat fica horrorizada.
21:32Agora o último membro da família que mantinha esperança em Sam, começa a mudar de ideia.
21:37Não sei o que passou na cabeça do meu pai para falar uma coisa dessas.
21:41E eu acreditei que ele podia ter matado minha mãe.
21:48Parecia uma tonelada de evidência.
21:51A família esperou a polícia fazer seu trabalho.
21:54Mas não conseguiu.
21:55A polícia não conseguia criar um caso forte o suficiente para condená-lo por homicídio.
22:00Eles não prenderam Sam, porque eles não tinham uma prova que de fato o condenasse.
22:06Disseram que era muito circunstancial.
22:09Cat convive constantemente com o pensamento que seu próprio pai tentou matá-la.
22:15A polícia não conseguiu criar um caso forte o suficiente para condená-lo por homicídio.
22:20Eles não prenderam Sam, porque eles não tinham uma prova que de fato o condenasse.
22:25Entre meus 13 e 17 anos eu não vi o meu pai.
22:30Eu tinha medo dele.
22:36Um dia ele foi até a minha escola.
22:39Eu o vi pelos corredores e...
22:42Eu fugi.
22:44Chorando, porque eu não sabia o porquê dele estar lá.
22:47Eu estava com medo.
22:49Será que ele estava lá para me machucar?
22:55CONFORME OS MESES PASSAVAM, O CASO IA ESFRIANDO.
22:59Meses de agonia viraram anos, e ainda sem prisões.
23:04Conforme fui me tornando mais velha, eu sentia que o caso da minha mãe foi ficando em segundo plano.
23:10E pararam os questionamentos, era só um caso antigo.
23:14Eu tentava...
23:16Me desculpar.
23:18Eu não sabia o porquê.
23:20Eu não sabia o porquê.
23:21Era só um caso antigo.
23:23Eu tentava...
23:25Me distrair...
23:27Da forma que eu pudesse para...
23:30Não pensar nisso.
23:34Então, depois de mais de uma década passada, notícias chocantes chegam à família de Joan.
23:42O principal suspeito do assassinato de Joan, Sam Giambra, se suicidou por overdose de remédios.
23:51Talvez ele não conseguisse conviver com a culpa de ter matado a Joan, ou atacado a Cat, e...
23:57Talvez isso o levou a, de alguma forma, tirar sua própria vida.
24:03Mas Sam não deixou nenhuma nota explicando suas razões.
24:07Parte da família tomou isso como um sinal de sua culpa, e eles também...
24:12Estavam felizes que ele havia morrido.
24:15Mas para os filhos de Joan, a morte de Sam não dava um desfecho.
24:19O fato de ele ter partido, se ele fez aquilo, eu não sei como eles vão provar se...
24:26A família se resigna à agonia de nunca saber quem matou Joan na verdade.
24:36Então, um ano depois, a irmã de Joan, Trish, estava na igreja quando ela descobre algo de um de seus colegas párvores.
24:43Um dos senhores no grupo de estudo da bíblia era...
24:47Dennis Delano, um detetive especializado em homicídios.
24:52Ele falou de casos arquivados, antigos.
24:56Tudo o que eu queria era chegar naquele homem.
25:00Ela me perguntou se eu podia dar uma olhada no caso da sua irmã.
25:04Isso é especializar em casos não solucionados.
25:06Um caso antigo é mais importante, porque o assassino pode ser capaz de matar de novo.
25:11Naquela época, quase ninguém sabia onde ficavam os arquivos antigos.
25:16Eles estavam pelo prédio da nossa sede, no porão, perto da caldeira.
25:21Caixas e caixas de casos antigos.
25:24Mas a tecnologia de DNA tinha melhorado muito em 1993.
25:29E as provas que já existiam agora poderiam ser testadas novamente com técnicas mais avançadas.
25:35Delano pediu amostras da pele de nosso arquivo.
25:37Incrivelmente, os peritos conseguiram o resultado do material encontrado sob as unhas de John, depois de tantos anos.
25:44O que eles procuram é qualquer DNA que não pertença à vítima.
25:48E eles acharam um DNA masculino.
25:51Agora, eles precisavam de uma amostra do DNA de Sam para comprovar.
25:56Houve uma autópsia depois do suicídio dele.
25:59Entramos em contato com o Necrotério do Condado.
26:03E mandamos as amostras para o laboratório dos nossos peritos.
26:07Eles determinaram que o DNA do Sam não foi achado no corpo de John.
26:18A notícia cai como uma bomba.
26:21E não é só Delano que está chocado.
26:24De repente, toda a família de John tem que enfrentar uma dura realidade.
26:29Sam Jamra não matou John.
26:31Talvez Sam tenha se matado de desgosto por ninguém acreditar que ele era inocente.
26:40Eu sei que ele não era a melhor pessoa, mas eu ainda me senti mal por ele.
26:45Me senti mal pela Cat, era o pai dela.
26:49Quando ele morreu, ele achava que era o principal suspeito.
26:53E que todo mundo culpava ele.
26:56Ele casou de novo, mas mentalmente ele não estava bem.
26:58E eu acredito que o suicídio teve muito a ver com a morte da minha mãe.
27:03A família não só teve de encarar a culpa do suicídio de Sam,
27:07mas também que o assassino real estava solta.
27:12E se essa pessoa vier atrás de mim?
27:18Eu vivia esse medo de quem fez aquilo com a minha mãe voltaria para me pegar.
27:24Com medo e desesperada, Cat busca métodos não usuais para identificar o assassino.
27:30Depois de anos tentando lembrar, eu achei que a hipnose poderia me dar uma resposta.
27:37Me disseram para fechar os olhos e me imaginar de volta naquela casa,
27:43a que eu cresci e que minha mãe morreu.
27:46Ele me pediu para visualizar tudo, onde tudo estava, e passar pelas portas.
27:51Mãe! Mãe! Mãe!
27:54Eu estava com medo.
27:59Eu lembrava de pedaços, fragmentos do que tinha acontecido naquela noite.
28:04Eu estava com medo.
28:06Eu estava com medo.
28:08Eu estava com medo.
28:10Eu estava com medo.
28:11Eu lembrava de pedaços, fragmentos do que tinha acontecido naquela noite.
28:27Eu só me lembro de estar dormindo e acordando, mas não pude ver nada.
28:36Mãe! Mãe! Mãe!
28:41Mãe!
28:47Eu não conseguia respirar. Alguém estava me estrangulando.
28:52Eu não via um rosto.
28:55Estava escuro e aquelas mãos pesadas no meu pescoço.
29:04Foi traumatizante, mas não o suficiente para obter as respostas que precisávamos.
29:09O fato de eu me lembrar de ser estrangulada, mas não ver um rosto, não ajudou em nada.
29:13Só deixou as coisas mais difíceis.
29:18Fosse de manhã ou de noite, eu tinha medo.
29:25Eu sempre me pegava olhando sobre os ombros.
29:29Você olha para todas as pessoas e pensa,
29:32Eles são estranhos? Será que são as pessoas que podem ter feito isso?
29:38O fato de não conseguir lembrar o que aconteceu com ela tornou tudo mais difícil para mim.
29:51Nós repassamos o caso mais cuidadosamente.
29:57Começamos a buscar pessoas que foram entrevistadas pelos investigadores iniciais
30:02para ver se alguma coisa tinha mudado ou se alguém se lembrava de algo mais.
30:06E valeu a pena.
30:08Durante a entrevista com a filha de Joan, Jackie,
30:11ela mencionou o nome de alguém que ela avisou à polícia durante a primeira investigação.
30:15Ela lembrou que uma pessoa chamada Denise ligou pouco tempo depois da morte da mãe
30:20e ofereceu suas condolências.
30:22Ele falava comigo como se fosse um amigo da minha mãe.
30:26Ele queria saber se tinha algum suspeito, se sabiam o que tinha acontecido com ela.
30:31Ele estava tentando pegar informações.
30:34Eu falei isso à polícia.
30:35Eles falaram que iam checar, mas focaram no Sam.
30:40Delano tem a impressão de que esse detalhe precisaria de investigação
30:44e pressiona Jackie por mais informações de quem ligou.
30:48Ele disse que trabalhava no Golden Nugget, o bar que minha mãe frequentava bastante.
30:55O Dennis que a Jackie mencionava era um atendente de bar da Zona Sul.
31:00Era um lugar que Joan frequentava, então era mais que provável que ela fosse um atendente.
31:05Ela se conhecia com o Dennis.
31:08Não sei se eles saíram juntos ou se tinham se conhecido no bar e eram amigos.
31:15Na época, estávamos trabalhando em dois arquivos anteriores de dois homicídios.
31:20O nome Dennis estava nesses arquivos.
31:23Era Dennis Danner Hill.
31:26Um dos meus parceiros disse, nossa, será que é o mesmo Dennis?
31:30Em dois casos, em dado momento, ele era o suspeito.
31:36Um caso era o assassinato de uma menina de 13 anos chamada Kristaline Gerard.
31:44A mãe dela foi condenada pelo crime.
31:52Dennis Danner Hill era inicialmente suspeito,
31:55mas depois virou testemunha do Estado em troca de imunidade de acusação.
32:00Dennis testemunhou contra a mãe dela, Lindy Jake,
32:03e por isso foi eliminado como suspeito na época.
32:08O outro caso era o assassinato de Carol Reed em 1975.
32:14Dennis morava no mesmo prédio que ela.
32:17Ela tinha reclamado de Dennis fazer contato com ela no meio da noite,
32:22batendo na porta.
32:24Ele virou um suspeito.
32:26E um dos últimos documentos daquele arquivo indicava que ele deveria ser interrogado novamente
32:30para verificar seu hálite.
32:33Por qualquer razão, que não sabemos, isso nunca aconteceu.
32:38Delano começa a comparar os três casos e acha várias semelhanças assustadoras.
32:46Se você colocar as fotos das três vítimas na cena do crime, elas são idênticas.
32:53Assim como Joan, Kristaline Gerard foi encontrada em sua casa,
32:57nua, virada para cima, com as pernas abertas.
33:00Ela foi estrangulada e tinha um ferimento pós-mortem no seu esquerdo.
33:05Carol Reed também foi achada nua no chão de sua sala de estar,
33:09virada para cima, pernas abertas, com ferimentos pós-mortem no corpo.
33:14E assim como a cena do crime de Joan, havia uma faca do lado do cadáver.
33:18Joan também foi achada nua, virada para cima, com as pernas abertas.
33:23Havia um cutelo da cozinha encontrado ao lado do sofá-cama em que ela foi encontrada.
33:28Eram tantas semelhanças que eram demais para ignorar.
33:33E quando Delano compara as datas dos crimes, ele faz outra descoberta escavrosa.
33:39Carol Reed foi assassinada em 9 de novembro de 1975.
33:43Joan Diambra foi em 9 de novembro de 1993.
33:47E acontece que Denise Donahue nasceu em 9 de novembro de 1952.
33:52Tudo levava a crer que havia um assassino serial na área de Buffalo.
34:01Começamos a fazer checagens, verificar placas, tudo que podíamos.
34:06Logo ele foi localizado, morando com a irmã em Tonawanda, um subúrbio de Buffalo.
34:14Dois dos meus parceiros foram lá e bateram na porta.
34:18E ele estava lá, e concordou em ser entrevistado.
34:22Durante a conversa, ele admitiu conhecer Joan.
34:26Pouco depois, ele finalmente admitiu que havia saído com ela em um encontro.
34:34Os policiais saem com uma amostra do DNA de Donahue.
34:40Eles levaram o DNA do Denise e compararam com o DNA nas unhas da minha mãe.
34:49Era exatamente o mesmo.
34:53O DNA embaixo das unhas era ela falando direto do túmulo.
34:58O DNA do Denise era totalmente igual ao DNA achado sob as unhas da Joan.
35:06Isso nos indicava que o Denise estava na cena do crime naquele momento.
35:11O momento mais provável que aquele DNA foi depositado sob as unhas,
35:16foi quando ela o arranhou um pouco antes de morrer.
35:20Não havia nenhuma dúvida disso.
35:23Atenção todas as unidades, todas as viaturas.
35:27Detetives correm para realizar a prisão.
35:30Precisamos de reforços.
35:32Eles trouxeram Denise para a nossa sede.
35:35Não é problema nenhum vocês se conhecerem.
35:37Estou apenas tentando entender como exatamente você a conhecia.
35:42Ele disse repetidamente que não sabia onde Joan morava.
35:46Nunca tinha estado na casa dela. Ele era meio arrogante.
35:49Ele achou que sabia mais que a gente.
35:51E deixamos assim até que o confrontamos com a prova de que o DNA dele estava sob as unhas da Joan.
35:57Seu DNA estava na cena do crime, na noite do crime e na vítima.
36:01Você era pelo menos familiar para ela.
36:03Perguntamos como o DNA apareceu sob as unhas da Joan.
36:07Nunca tinha estado na casa dela.
36:09Denise imediatamente disse que não iria responder mais nenhuma pergunta e que queria falar com um advogado.
36:17Nós acusamos Denise pela morte de Joan D'Ambra.
36:24Eu estava tão feliz. Eu só dizia graças a Deus.
36:299 de setembro de 1993 era aniversário de Dennis Donahue.
36:34E o assassino sádico estava no espírito de mais uma festa.
36:38Ele conhecia Joan D'Ambra.
36:40O que você está fazendo aqui?
36:42Ele a seguiu até em casa.
36:49Dennis matou a Joan.
36:52E daí estrangulou a Cat.
36:54Dennis matou a Joan.
36:57E daí estrangulou a Cat, deixando-a para morrer.
37:06Eu só queria machucá-lo como ele me machucou, como machucou a minha mãe.
37:13Ele tirou a vida da minha mãe e ela sofreu.
37:19Ela não morreu na hora, não como alguém deveria morrer.
37:23Ninguém deveria sofrer daquele jeito.
37:30Minha mãe não tinha a menor maldade nela.
37:34Para alguém fazer o que fizeram com ela...
37:40Acho que não faz o menor sentido.
37:44Delano tenta cruzar o DNA de Donahue com os DNAs achados nos outros dois casos.
37:50No de Carol Reed, parece que as provas críticas foram destruídas.
37:56Mas quando eles testam no caso de Krystaline Girard, o DNA de Donahue é compatível.
38:07A senhora D.J. que foi liberada.
38:10A senhora D.J. que foi liberada. Foi ordem do tribunal.
38:14A prova é conclusiva o suficiente para libertar Lynn D.J.,
38:18que ficou presa por 13 anos pela morte da filha Krystaline.
38:23Mas como Dennis tinha ganhado imunidade no processo pela morte de Krystaline?
38:28Eles tinham apenas uma chance de colocá-lo atrás das grades.
38:32Nós tínhamos todos os ovos naquela cesta.
38:34Era a única chance que teríamos de condená-lo por pelo menos um dos três homicídios que achamos que ele cometeu.
38:41Em 12 de setembro, Dennis Donahue vai a júri no julgamento do assassinato de Joan Jambra.
38:47O julgamento foi bem difícil.
38:50Ir lá todo dia por quase duas semanas e sentar ali olhando para ele.
38:56Aquilo foi horrível. Dava para ver a dor no rosto do meu irmão.
39:01E ele ficou livre por anos, como se nada tivesse acontecido.
39:06Ele seguiu vivendo a vida dele, sem ligar para o mundo.
39:12Ele não mostrou remorso.
39:15Ele nem parecia que se sentia mal que ela tinha morrido.
39:20Finalmente, 15 longos anos depois da morte de Joan, o júri dá seu veredito.
39:26Dennis foi considerado culpado. O juízo o sentenciou de 25 anos à perpétua.
39:32Era uma sensação boa saber que ele não sairia mais para as ruas.
39:38A gente se sente feliz que esse homem está atrás das grades agora.
39:43A justiça está sendo feita.
39:57Não há dúvidas para mim que Dennis Dunhill é um assassino serial cruel.
40:05Ele era arrogante o suficiente para achar que tinha vencido o sistema
40:10e se livrado desses assassinatos.
40:13O fato de ele ter matado duas mulheres no dia de seu aniversário
40:17indica que há chances de ter mais por aí que ainda não descobrimos.
40:22Agora ele está na cadeia onde não pode machucar mais ninguém.
40:27Mas cada crime violento é mais que um só número.
40:32Cada vítima era um indivíduo, com seus sonhos e esperanças.
40:39Por trás de cada estatística de crime, há famílias e amigos deixados
40:44para juntar os cacos, cujas vidas mudaram para sempre.
40:48Não.
40:55É uma das alianças da minha mãe.
40:58Eu vou ficar com a aliança e o véu.
41:01Tudo bem.
41:03Não.
41:09Estavam nela quando ela morreu.
41:12Ela ousava o tempo todo.
41:17Não.
41:20A polícia finalmente liberou as joias dela.
41:29Essas joias são dela.
41:36Obrigada.
41:38Eu te amo.
41:39Quando deram o veredito, foi como se um peso saísse dos meus ombros.
41:43Minha mãe podia descansar em paz.
41:46Ele não está mais por aí, não pode mais machucar ninguém.
41:49Ele não pode fazer nada.
42:10Eu sempre despejo um pouco de café.
42:13Ela amava café.
42:15De manhã, tarde, noite.
42:17Café era sempre necessário.
42:20Oi, mãe. Tenho tanta saudade.
42:23Eu queria que estivesse aqui comigo.
42:27Eu te amo.
42:33Pensei que seria capaz de seguir minha vida com a condenação dele.
42:39Pensei que colocaria uma pedra nisso.
42:47Mas não. Tenho saudades da minha mãe.
42:50Nunca colocarei uma pedra.
42:52Não sei como...
42:59lidar com isso.
43:10Sinto muito por não estar lá.
43:13Não estava lá para salvá-la.