Durante audiência no Senado nesta quinta-feira (15), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro trocaram acusações sobre omissão diante das fraudes no INSS. Queiroz afirmou que denúncias de descontos indevidos em aposentadorias foram feitas à Polícia Federal em 2020, quando Moro era ministro da Justiça.
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NotíciasTranscrição
00:00E a gente continua nesse assunto, porque em uma audiência tensa, o ministro da Previdência, Volney Queiroz,
00:05foi ouvido no Senado sobre as fraudes do INSS.
00:08O repórter André Nery chega agora com as últimas informações.
00:11Bate boca entre o ministro e o senador Sérgio Moro, o tom dessa audiência de hoje.
00:18Bem-vindo, André. Boa noite pra você e bom trabalho.
00:23Boa noite também, Tiago. Bom trabalho. Boa noite a todos aqui no Jornal Jovem Pan.
00:27O motivo da discussão entre o ministro da Previdência Social, Volney Queiroz, e o senador Sérgio Moro
00:33foi a investigação a respeito das fraudes no INSS que teriam ocorrido desde 2019.
00:40Durante a sessão do Senado, Volney Queiroz afirmou que as denúncias sobre descontos indevidos em benefícios previdenciários
00:48já haviam sido feitas à Polícia Federal em 2020, enquanto Moro era ministro da Justiça do governo Bolsonaro.
00:57Com esse argumento, houve troca de acusações entre os dois sobre omissão.
01:03Em 2020, um servidor em 2020 denunciou à Polícia Federal que havia descontos indevidos, que havia fraude.
01:13Essas denúncias foram feitas em 2020, senador.
01:16Parece que V. Exª era o ministro da Justiça nessa época. V. Exª fez alguma coisa pra coibir essas fraudes?
01:23Os fatos nunca foram informados a mim, como foram informados a V. Exª expressamente na reunião lá em 2023.
01:30Alguém se omitiu aqui e foi V. Exª.
01:33V. Exª como ministro também não acompanhou, não tinha conhecimento?
01:35Não, não chegou no meu conhecimento, mas a V. Exª chegou.
01:42Volney Queiroz usou essa estratégia diversas vezes de culpar o governo anterior pelas fraudes.
01:48E além da discussão com o Moro, o ministro da Previdência Social argumentou que uma medida provisória
01:54que previa novos controles sobre descontos em aposentadorias foi alterada aqui pelo Congresso Nacional
02:02e sancionada sem vetos por Bolsonaro.
02:05Segundo o ministro, com as mudanças foi excluída a previsão de revalidação anual das autorizações
02:12para que os descontos do INSS fossem feitos, o que teria favorecido as fraudes.
02:18A MP 1007, transformada na Lei 14.438 de 2022, foi essa medida provisória e essa lei
02:29que pôs fim ao Instituto da Revalidação.
02:33O que vinha sendo gestado dentro do Congresso a partir de 2019,
02:37para que houvesse uma revalidação de cada um daqueles que autorizavam desconto,
02:42isso foi sepultado por essa MP e por essa lei em 2022.
02:47E é exatamente nesse momento, nesse interregno entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa.
02:59Apesar das justificativas, o ministro sofreu pressão pelo fato de ter participado de uma reunião em 2023
03:07em que foi alertado sobre a existência de fraudes nas aposentadorias e pensões.
03:12Na época, Volney era secretário executivo do Ministério da Previdência, o número 2 da pasta.
03:19Antes da Polícia Federal revelar o esquema, Volney e também nem o ministro Carlos Lupe,
03:26que já foi demitido, nenhum dos dois fez nenhuma menção sobre as irregularidades.
03:32Volney justificou que os crimes foram descobertos e encerrados ainda na gestão do presidente Lula.
03:39Mas, diante do conhecimento prévio das fraudes, senadores da oposição, como o Eduardo Girão,
03:45pediram para a Volney deixar o comando da pasta.
03:48E fiquei impactado com o que eu ouvi dos pernambucanos.
03:57Estão estarecidos com esse escândalo.
04:03E como o ministro Lupe já caiu fora desse barco que está afundando,
04:09que não se sustenta,
04:11pela sua história, que eu andei pesquisando,
04:14acho que o senhor devia cair fora também, enquanto é tempo.
04:16Mesmo com esses apelos, Volney demonstrou que pretende continuar no ministério,
04:25ainda diante das investigações conduzidas pela Polícia Federal.
04:30Ele também afirmou que o governo está atuando para ressarcir todos os aposentados
04:36com descontos irregulares,
04:37tendo bloqueado atualmente cerca de R$ 2,5 bilhões das entidades suspeitas
04:43para então conseguir promover esse ressarcimento.
04:47Tiago.
04:48Ô André, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho,
04:51afirmou que poderia assinar o pedido para abertura da CPMI,
04:55a CPI conjunta, contrariando a orientação do próprio Planalto.
04:59Agora, pelo jeito, o governo PT não andam combinando os discursos
05:03em relação a esse assunto, não é?
05:05São discursos diferentes do outro lado aqui da rua, da Praça dos Três Poderes,
05:12no Palácio do Planalto, e aqui no Congresso Nacional, viu, Tiago?
05:16Isso porque durante a audiência com o ministro da Previdência, Volney Queiroz,
05:21o senador Rogério Carvalho, ele que é líder do PT no Senado,
05:24afirmou que vai defender a participação da sigla na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS.
05:31Ele acrescentou que se a punição aos culpados for o foco principal do colegiado,
05:37o PT vai assinar o requerimento para instalar a comissão.
05:42Eu quero dizer que na condição de líder do PT, nós vamos defender que o partido participe dessa CPI,
05:50mas não uma CPI para avaliar e para fazer disputa e palanque eleitoral,
05:56mas para investigar e apontar os responsáveis e botar na cadeia aqueles que roubaram os aposentados e pensionistas do INSS.
06:08Apesar de a instalação da CPI ter o apoio de petistas como Rogério Carvalho,
06:13a posição do Palácio do Planalto ainda é contrária à criação do grupo.
06:17Mas, se a CPI for instalada, aliados do presidente Lula devem traçar uma estratégia,
06:23como, por exemplo, garantir um governista na relatoria.
06:27Nesse caso, o nome mais cotado seria o da deputada Tabata Amaral.
06:33O pedido de abertura da CPI do INSS foi apresentado pela senadora Damares Alves
06:38e pela deputada Coronel Fernanda na última segunda-feira, já com 259 assinaturas.
06:45Nas últimas horas, a equipe da senadora Damares afirmou que o texto já ganhou pelo menos mais 10 assinaturas,
06:52inclusive de parlamentares petistas.