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  • há 57 minutos

VARIEDADES: A explosão de conteúdo espetacular que você precisa! 💥💯✨
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Transcrição
00:00O que é o professor Flores?
00:11Olha lá o sujeito.
00:13Tá fingindo que tá lendo jornal.
00:15Quem é que vai ler jornal essa hora aí?
00:18Alguma coisa tem aí.
00:19Que coisa boa não é?
00:20É hoje que o mundo cai.
00:22O mundo dela, você quer dizer, né?
00:24É.
00:25Porque o meu mundo, minha querida, não se abala fácil não.
00:28A Filomena é só uma formiguinha que eu tenho que esmagar no meu caminho.
00:33Nada além disso.
00:35Como é que você veio parar aqui?
00:37Que diferença faz isso agora?
00:38Quero saber quem foi o desgraçado.
00:39Que te tolhança.
00:40Eu acho que isso é a coisa menos importante no momento.
00:42Você não acha, não?
00:43Onde é que tava isso?
00:44Tava ali, na minha mesinha de cabeceira.
00:46Por favor, isso aqui é um patrimônio histórico.
00:49Não pode mexer.
00:50Dá licença.
00:51Vocês não mexam, ficam calmos.
00:53Já vai resolver o problema.
00:55Eu tenho certeza que já vai resolver.
00:57Agora vem cá.
00:58Mesmo depois de o namoro ter acabado.
01:01A gente não ficou inimigo.
01:03Ah, claro que não.
01:03Muito pelo contrário, pelo que eu tô vendo, né?
01:05Filomena, para com isso.
01:06A ironia não combina com você.
01:07Ah, não combina o quê comigo, então?
01:09Ter cara de palhaça?
01:11Mancar idiota a vida toda é isso?
01:12Combina comigo, é?
01:13Não é nada disso que você tá pensando.
01:14Eu não tô pensando, não, Tito.
01:16Eu tô vendo isso.
01:17Tô vendo o que importa.
01:32É a gente, eu e você, o raio.
01:33Dá pra me responder de uma vez por todas se você transou ou não transou com a Karina?
01:38Ah, tá assim.
01:42Dona Virgínia, quem tava aqui?
01:44Tinha uma porção de gente, prefeito.
01:46Tô bem, delegado.
01:47Tô bem, delegado.
01:49Gente, tem uma mulher aqui embaixo do sopão.
01:52Aonde?
01:53Cuidado, cuidado.
01:54Vai, Té, com cuidado.
01:55Pra dona Ellen!
01:57Pra dona Ellen!
01:58Meu Deus do céu!
02:00Que explosão, que explosão, que explosão!
02:30Bum!
02:31Bum!
02:32E agora?
02:33E agora?
02:34E agora?
02:35E agora?
02:36E agora, sereno?
02:38Sereno, agora o comando invisível tem que agir.
02:42Isso.
02:58Você morreu, ok?
02:59Acho que não.
03:00Mas aquela que tá indo ali na ambulância ali é a dona Ellen que trabalha.
03:02Eu sei, eu sei, eu sei.
03:03Quem saiu há pouco daqui foi o delegado, levando um preso.
03:07Vai ver que foi o cara que botou a bomba aí dentro.
03:09Botou a bomba e foi preso aí dentro.
03:11É esquisito, né?
03:12A moda dos homens bomba tá chegando em Ribeirão.
03:15Só que aqui eles não morrem.
03:17Corota, se o pateta do Ajuricaba prendeu o sujeito aí dentro, o mais provável é que ele não seja o culpado.
03:22É verdade.
03:23Pensando bem.
03:26Calma, calma.
03:27Pode até demorar um pouco, mas eu garanto pra você que ela vai ficar bem.
03:31Sai daqui!
03:36Eu tô com medo.
03:37Quem não está?
03:39Mas a chance é a enfermeira e ela sabe o que diz.
03:43Dona Ellen vai escapar dessa.
03:45E o prefeito?
03:45O Querencio está lá dentro, tentando telefonar pro governador.
03:49Vamos me falar pra beber uma água, não é?
03:51Ô, senhor, já.
03:51Fala, bora.
03:52Ah, seu Ligo, tenha paciência!
04:07Então, professor, o que o senhor tá achando disso tudo?
04:10Pra mim, são os mesmos que vêm infernizando o Ribeirão do Tempo ultimamente.
04:14O senhor tá querendo dizer que é a responsabilidade do comando invisível, então?
04:18Meu caro, me parece claro que isso tem assinatura da tal conspiração azul.
04:25Agora me dá licença que tem um trabalho urgente pra terminar.
04:44Beatriz de Deus!
04:49O Chico acabou de me dizer que explodiram uma bomba na cidade.
04:52Peraí, peraí, uma bomba?
04:54Fala direito, Larissa!
04:56Eu não sei nada.
04:57Nicolau, Nicolau, vem cá.
04:59A sua tia...
05:00Eu tô sabendo e tô indo pra lá.
05:01O que que houve, afinal, meu filho?
05:03Jogaram uma bomba na prefeitura.
05:04Meu Deus do céu, uma bomba?
05:05Mas quem?
05:06Quem fez isso?
05:07Por quê, Nicolau?
05:07Eu não sei detalhes, mas parece que tem gente machucada.
05:10Bom, deixa eu ir, tá?
05:11Peraí, vem cá, Nicolau.
05:13Toma cuidado, meu filho.
05:15Isso pode ser perigoso.
05:17A bomba já explodiu, dona Beatriz.
05:19Para de drama.
05:20Como senadora, eu preciso prestar solidariedade.
05:23Exigir algum tipo de providência.
05:25Bom, fui.
05:25Nicolau, fala direito com a sua...
05:27Nicolau!
05:27Parece que aquela moça do Instituto do Meio Ambiente foi atingida.
05:39É mesmo?
05:40E o que aconteceu com ela?
05:41Não sei.
05:42Levaram ela pro hospital, ela tava inconsciente.
05:47Eu queria falar com meu pai.
05:49O doutor Bruno está em reunião.
05:50Eu vou chamá-lo, porque nosso interfone, ele tá com um problema.
05:53Aguarde um minuto, por favor.
05:54Tá bom, eu aguardo.
05:57A senhora sabe alguma coisa sobre a bomba que estourou na prefeitura?
06:00Só de ouvir falar.
06:01Morreu alguém?
06:03Não, não morreu ninguém, não.
06:04Mas parece que, pelo visto, algumas pessoas se machucaram, né?
06:08E já sabem quem jogou a coisa lá?
06:11Não, mas parece que um dos terroristas foi preso.
06:19Não tem por onde, Arminda.
06:21Foi ele.
06:22Foi esse maldito professor que botou a bomba lá.
06:24Mas se ele estava na praça, Joca...
06:27Na nossa vista, uma pessoa não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
06:32Se ele não botou, mandou botar.
06:34O que você acha que ele estava fazendo ali naquela hora?
06:36Qualquer pessoa pode se sentar no banco de uma praça pra ler um jornal.
06:40Não, professor Flores Arminda.
06:42Não ele.
06:43Nunca ninguém viu esse homem sentado na praça à toa.
06:46Viu?
06:47Ele quase não sai de casa.
06:48Fica na toca.
06:49Que nem um morcego, um vampiro com medo da luz.
06:53Olha aqui.
06:53Pode apostar que ele não estava lendo jornal coisíssima nenhuma.
06:57Ele estava esperando o circo pegar fogo.
07:00Olha, quando a gente tem uma ideia fixa na cabeça, tudo parece que tem a ver, Joca.
07:06Então você...
07:06Pensa, Arminda.
07:08Pensa!
07:09Pensa!
07:10O que o professor Flores, aquele maldito, estaria fazendo ali justamente na hora que a bomba explodiu?
07:16Então.
07:17Pois é.
07:17Por quê?
07:18Porque ele sabia que a bomba ia explodir.
07:20Eu vou te dizer o que eu penso disso tudo.
07:22Arminda, antes eu estou tentando te explicar...
07:24Escuta e não me interrompa.
07:27Senta.
07:30Essa história pode se complicar.
07:33E muito.
07:34Antes de você sair por aí falando essas coisas, você precisa buscar provas.
07:40Você não pode sair acusando uma pessoa assim, do nada.
07:45Ainda mais o professor Flores, que é praticamente um patrimônio público.
07:51Joca.
07:51Eu sei que você tem as suas boas razões para desconfiar dele.
07:59Mas primeiro, prove.
08:03Prove tudo.
08:06Minuciosamente, para que ninguém, ninguém de maneira nenhuma, possa te acusar de difamação ou coisa pior.
08:13Agora vai embora, porque eu tenho um milhão de coisas para fazer.
08:17Foi ele, Arminda.
08:18Como foi ele, que armou todos os crimes que aconteceram aqui em Ribeirão.
08:24Você tem que acreditar em mim, meu amor.
08:26Tá bem.
08:28Tá bem, mas agora vai.
08:31A majestade não pede.
08:34Manda.
08:35E vai saindo assim?
08:39Sem me dar um beijo?
08:40Eu acho improvável que os trabalhadores tenham colocado aquela bomba lá.
08:57Eu também.
08:58Mas quem então, gente?
08:59É isso que nós temos que descobrir, séria.
09:01E logo, antes que essa cidade vire um campo minado.
09:04Será que foi esse comando invisível?
09:06Pode até ser, né, Teixeira?
09:07Agora, que raio de comando invisível é esse?
09:10O que é que eles querem?
09:11Exatamente isso.
09:12Confundia tudo e todos, os meios e os fins, juntos no mesmo absurdo.
09:16Agora, não tem aquele tal de outro também, aquela conspiração azul, aquela organização que foi acusada pelo assassinato de senador?
09:22É muita organização por uma desorganização só.
09:26Eu acho que tudo isso é lenda urbana.
09:28Lenda rural, você quer dizer.
09:29Não se esqueça que a gente está no mato.
09:31Mas, Walter, você mesmo viu com seus próprios olhos o comando invisível atacar nenhuma nem duas vezes.
09:37E daí?
09:38Imagina se um bando de malucos se une e, na falta do que fazer, resolve brincar de super-homem.
09:43Se auto-intitula comando azul, conspiração vermelha, amarela, seja o que for.
09:49Então, o circo está armado.
09:51E olha que essa ideia nem original é, hein?
09:53Filha!
09:54Oi, papai.
09:55Oi, filha, sua frusa boa.
09:56Oi, eu vim ver se vocês sabem o que está acontecendo.
10:00Eu estou assustadíssima com essa tal bomba.
10:01A gente ainda está toda na praça.
10:03Histérica, né?
10:03Nós estávamos justamente conversando sobre isso, filha.
10:06A gente também está preocupado, viu?
10:11Alô?
10:13É da Europa.
10:14O telefone tocou em boa hora.
10:16Escuta aqui, eu vou alertar, vou falar para ele sobre o agravamento da situação.
10:21Isso, insista que o comando do Brasil tem que ser trocado, porque senão nós não vamos conseguir reverter a situação.
10:25Pode deixar, Teixeira.
10:26Isto, as movimentações políticas estão a todo vapor, né?
10:30Silêncio, gente.
10:33Vai, garota, vai.
10:35Passa essa ligação.
10:38Ai, meu amor.
10:39E aí?
10:49Ela ainda está sendo operada.
10:51Mas qual é o estado dela?
10:53Bom, não sei direito.
10:54A Sancha disse que ela teve uma parada cardíaca, mas parece que os médicos estão falando em hemorragia interna.
11:00Sei lá.
11:01Ai.
11:01Barra, barra, barra, barra.
11:06A Filomena ligou, nervosa e aberta.
11:08Eu disse que com você não tinha acontecido nada.
11:11Eu também fiquei nervosa, meu amor.
11:13Por um momento eu pensei que...
11:14Marizinha, calma, Marizinha.
11:16Está tudo bem.
11:17Está tudo bem.
11:18Tudo bem.
11:19Agora a gente só precisa descobrir quem colocou aquela maldita bomba na prefeitura.
11:26É, eu não acredito que tenha sido os operários.
11:29Mas nem eu.
11:30Os caras estavam lá conversando comigo.
11:33Não iam botar a bomba para explodir eles mesmos.
11:35Mas eu liguei para a polícia e a investigadora Dona Marta disse que o delegado prendeu o líder dos operários, o tal de Jorge.
11:42E que ele vai ser interrogado.
11:43É, eu manjo o Jorge.
11:45Ele tem pavio curto, mas não é pavio de bomba, não.
11:47Ali ninguém é terrorista.
11:49Só mesmo na cabeça enviesada do ajuricaba.
11:52Mas como está a Dona Ellen, mãe do Guilherme?
11:55O seu querente disse que ela está sendo operada, mas ainda não se sabe a gravidade...
11:58Tia, eu quero ver o Guilherme.
12:00Para dar uma força para o meu amigo.
12:01Está bem, Diana, mas agora não é o momento.
12:03Mais tarde...
12:04Mais tarde, pode ser tarde demais.
12:18O que é que você cismou de vir aqui?
12:21Eu quero acompanhar tudo de perto.
12:24Nunca se sabe a que horas, nem onde, nem onde vai surgir uma pista.
12:28No hospital não vai ter nenhuma pista?
12:30Nós viemos aqui prestar solidariedade.
12:32Eu não sei, mas você tem que cumprir com a minha obrigação.
12:38Doutor, doutor, como está a minha irmã?
12:40Bom, ela continua na sala de cirurgia.
12:43Não dá para se dizer nada até o momento.
12:45Vocês têm que ter paciência.
12:47Doutor está aqui informando que não dá para dizer nada.
12:50Ela ainda está sendo operada.
12:51Mas ela corre risco de vida, doutor?
12:52Bem, é uma operação bastante delicada.
12:55Qualquer prognóstico agora seria prematuro da minha parte.
12:58Por favor, vocês aguardem.
12:59Doutor, por favor.
13:00Por favor, peço eu.
13:02Está aqui o filho dela, a irmã dela.
13:06O senhor não pode ser um pouco mais claro, hein?
13:09Eu já disse o que se pode dizer até o momento.
13:11Eu peço a você que tenha um pouco de paciência.
13:14Tá bom?
13:15Com licença.
13:17Parece que eles têm um prazer em deixar a gente mal.
13:20Calma, rapaz.
13:21Calma.
13:21Se o doutor disse que ainda não dá para dizer nada, é porque não dá para dizer nada.
13:28Desculpa, mas eu não pedi a tua opinião.
13:32O que é melhor mesmo é o senhor ficar na tua.
13:34Você não é da família nem nada.
13:37O que está fazendo aqui no hospital?
13:39Porque em vez de o senhor ficar botando toda essa banca,
13:42o senhor não vai atrás do criminoso que fez isso com a Elen, hein?
13:44Ou do outro que sabotou o avião.
13:46Ou dos assassinos que mataram a dona Dirça.
13:49O senador, a Eleninha, hein?
13:51Você sabe com quem você está falando?
13:52Claro que você viu isso que eu falo.
13:54Quer ser trancafiado outra vez, é?
13:56Vai ser trancafiado.
13:57Você é no inferno.
13:58Você está...
13:58Parem com isso, vocês dois.
14:01Você não está vendo que o rapaz está nervoso, abalado.
14:04E eu estou o quê?
14:05Então vamos embora, chá.
14:08Gente.
14:09Onde está o respeito, ou sua idade?
14:11Calma, meu senhor.
14:13Calma.
14:14Vocês estão no hospital?
14:15Pelo amor de Deus.
14:17Ficaram loucos?
14:19Tá difícil, né?
14:40Muito.
14:41Muito.
14:41Muito.
14:49Vamos lá, meu caro.
15:09Eu quero que mande uma mensagem em nome do comando invisível acusando a conspiração azul pelo atentado.
15:16Essa tal conspiração pega pesado mesmo, hein, padrinho?
15:21São terroristas.
15:23O que é que você queria?
15:24Tome muito cuidado com essa gente.
15:27Agora, anote aí que eu vou ditar a mensagem.
15:31Tá bom.
15:31Manda, manda, manda.
15:32Pode mandar.
15:33São as mesmas forças reacionárias de sempre, a serviço de potências estrangeiras que infiltraram agentes terroristas,
15:44com o objetivo de espalhar ainda mais confusão em Ribeirão do tempo.
15:50O comando invisível alerta a todos os seus seguidores para que não se deixem enganar por falsas versões vindas dos inimigos ocultos
16:04que podem falar até mesmo através das autoridades constituídas.
16:15Temos que permanecer de prontidão para evitar novos golpes da solerte conspiração azul
16:25que visa submeter nosso país à escravidão de forças mundiais
16:32que representam o atraso e a corrupção.
16:38E aí, como é que tá a fila, Mena?
17:03Você acalmou um pouco, mas disse que precisa de um tempo para descansar as ideias.
17:07Vou lá falar com ela.
17:08Não, não, não. Não vai, não.
17:10Ela tá magoada ainda e continua falando que não quer te ver.
17:13Se ela pedir esse tempo, é melhor dar, né?
17:15É, você tem razão.
17:19Vou atentá-la lá na prefeitura. Alguma novidade?
17:21Ah, a gente ligou lá pra mulher do seu Querencio e ela acalmou a Filomena.
17:25Pelo menos isso.
17:26Achei que você tivesse ido na prefeitura.
17:28É o que eu devia ter feito, né, Yara?
17:29Afinal de contas, a Elia é nossa amiga.
17:32Sei lá, tô tão chateado que eu perdi o ânimo.
17:34Mas o Newton foi pra lá.
17:35Não, sem problemas. O Newton se vira bem nessas situações.
17:38Mas aí depois sua presença não ia adiantar nada mesmo.
17:40Não mesmo.
17:43E aquelas fotos, hein? O que foi aquilo?
17:46O maior vacilo que eu dei em toda a minha vida.
17:49Ah, para com esse tango, né?
17:50Nada é assim tão a ferro e fogo.
17:52Fica frio.
17:52Filomena pediu um tempo aí pra descansar as ideias, vai ficar mais tranquilo.
17:56O papo depois vai ser melhor.
17:58Dá um tempo pra você também.
18:00Nada de ir pra aquele quarto agora, tá?
18:01Tchau.
18:02Tchau.
18:03Tchau.
18:04Tchau.
18:05Tchau.
18:06Tchau.
18:07Tchau.
18:08Tchau.
18:09Tchau.
18:10Tchau.
18:11Tchau.
18:12Tchau.
18:13Tchau.
18:14Dá pra me responder de uma vez por todas se você transou ou não transou com a Karina?
18:43Tchau.
18:46Então sim.
18:56Gente, vocês souberam da bomba?
18:59Soubemos.
18:59Meu Deus.
18:59O que falta acontecer nessa cidade, mãe?
19:01Ah, eu acho que falta, sei lá, o enforcado ressuscitar pra pegar o ouro dele.
19:05Cada dia é um absurdo.
19:07É, eu fiquei sabendo que a Ellen, viúva do Silvio, tá gravemente querida.
19:10Deus, que horror.
19:11Já imaginou aquele menino?
19:13Perde o pai daquela forma bárbara e agora a mãe tá lá naquele estado, coisa de uma
19:18bomba, sabe lá, Deus, da onde, né?
19:21Mas nós estamos aqui são e salvos.
19:23Vamos jantar?
19:25Eu tô sem fome, mãe.
19:26Obrigada.
19:26Eu também não quero não.
19:27Obrigada.
19:32Oi, Filomena, você tá indo pra onde?
19:35Eu vou embora, dona Clorice.
19:37Embora?
19:37Oi, mas por que que você vai embora?
19:48Filomena, você não pode fazer isso.
19:51Vamos conversar, por favor.
19:53Filomena, você não tinha ficado de pensar antes de resolver qualquer coisa?
19:55Eu já resolvi, era.
19:57É, eu perdi esse capítulo, eu não tô entendendo o que que tá acontecendo.
20:01Alguém pode me explicar por que que a Filomena tá querendo ir embora?
20:05Filomena, em nome da nossa amizade, eu te peço, espera passar pelo menos essa noite.
20:09Eu te peço perdão.
20:10Mil perdões.
20:13Por favor, fica.
20:15Filomena, pensa.
20:16Alguém pode me explicar o que que tá acontecendo?
20:34E o que que vocês pretendiam invadir na prefeitura?
20:38Exigir providências por par do prefeito.
20:42E que tipo de providências?
20:43A gente deixou com ele uma carta pra ser entregue ao governador do estado e ao presidente da república.
20:49E precisa invadir o recinto pra simplesmente pedir o envio de uma carta?
20:53Ele não ia receber a gente numa boa.
20:55Como o senhor sabe?
20:56É, ô Cardoso, eu acho que nós podemos levar o foco do depoimento pra outro ponto.
21:03Seu Jorge, o senhor é membro da organização Comando Invisível?
21:08E se caso afirmativo, qual é o seu cargo?
21:11Eu não sou membro de comando nenhum.
21:14Ninguém lá na obra é.
21:16A gente apenas segue as orientações que eles mandam.
21:20E por quê?
21:21Porque elas têm tudo a ver com a nossa posição.
21:24Porque a gente concorda com as ideias deles.
21:27Isso, pra mim, é fazer parte da organização.
21:30Ou pelo menos ser simpatizante.
21:32Concorda?
21:33Me desculpe, eu não concordo, não, senhora.
21:35Bom, tudo bem.
21:37Vamos ao que importa.
21:39Seu Jorge, quem está no comando dessa organização?
21:43Não sei.
21:44Não sabe?
21:45Não sei mesmo.
21:46E duvido que alguém saiba.
21:48Pelo menos lá na obra.
21:49Quer dizer que vocês seguem uma entidade que vocês não sabem o que é e nem quem está à frente?
21:53Mas eu já disse por quê pra senhora.
21:55Porque a gente concorda com tudo que eles dizem sobre a situação do trabalhador.
22:01Enfim, vocês seguem um comando que não sabe quem comanda.
22:05Olha, mas eu vou lhe dizer uma coisa, hein?
22:07Seja quem for, essa pessoa sabe das coisas.
22:11E por que que essa pessoa se esconde?
22:13É, né?
22:14Na certa, porque tem necessidade.
22:16Olha, não se esqueça que o comando combate a conspiração azul.
22:21E ela está em tudo quanto é lugar.
22:24Se a organização começar a dar nome aos boi, ela pode ser destruída numa tacada só.
22:30E tem mais, hein?
22:32Os senhores podem ter certeza que quem botou essa bomba na prefeitura foi a conspiração azul
22:39pra acontecer justamente o que está acontecendo.
22:42Pra culpa cair em cima da gente.
22:45Em suma, seu Jorge, o senhor está me dizendo que o senhor não tem nada a ver com a bomba e nem seus companheiros.
22:50Eu já lhe falei, eu não sou terrorista, os meus companheiros não são terroristas,
22:56eu não tenho nada a ver com essa bomba e eu não tenho mais nada a declarar.
23:05Como é que nós estamos aí, Dona?
23:08Bom, o depoente nega ter colocado a bomba na prefeitura,
23:13desconhece quem a colocou, mas desconfia da tal conspiração azul.
23:18Conspiração azul, comando invisível.
23:24Eles inventaram essa porcaria toda aí só pra me enlouquecer, podem ter certeza.
23:30E olha que estão agindo rápido, viu?
23:32Eu acho que eu vou enlouquecer antes de me aposentar.
23:37Eu não sei, eu acho que a gente deveria botar alguma foto da Ellen.
23:46Não, da Ellen não, ela está muito machucada, a família pode ficar constrangida.
23:50Imagina, Lincoln, eu não estou falando uma foto dela hoje, uma foto de arquivo que a gente tem aqui.
23:54É, essa é uma boa solução, chefe.
23:55Então, nobres jornalistas, como é que vão as coisas?
23:58Na luta, como sempre.
23:59E a manchete de amanhã?
24:00Ora, evidentemente, sobre o atentado à bomba, não é?
24:03Aliás, o senhor sabe bem disso.
24:05Eu gostaria também que o senhor fosse até a minha sala, que eu tenho algo pra lhe mostrar.
24:09E o que é?
24:10Eu acabei de receber um comunicado da conspiração azul se responsabilizando pelo atentado.
24:15O que é o atentado?
24:45Não é justo.
25:07O que tinha que ser minha mãe?
25:08Não podia ser outra pessoa?
25:13Não fala assim, Guilherme.
25:15Foi uma fatalidade.
25:20A dona Virginia me contou o que aconteceu.
25:23Por azar, ela, pra fugir do tumulto que estava na sala do prefeito,
25:28ficou justamente no lugar em que colocaram a bomba.
25:34Quem foi miserável que fez uma coisa dessas?
25:39A Aileen vai ficar bem.
25:41É nisso que a gente tem que se concentrar, gente.
25:45Oi, Diana.
25:53Atende.
25:59Oi, Diana.
26:00Oi, Guilherme.
26:01Eu liguei pra saber de você e da sua mãe.
26:05Como é que ela tá?
26:06Ah, tá sendo operada.
26:08E você?
26:09Sei lá.
26:12Bem nervoso, sabe?
26:14Acho que...
26:15Olha, eu não sei se ajuda muito, mas eu vou ficar aqui rezando pela dona Ellen.
26:19Ela vai ficar bem, você pode ter certeza.
26:20A gente tem que descobrir quem foi que fez isso com ela, Diana.
26:24Ei, calma.
26:27Agora o mais importante é a sua mãe.
26:29Eu queria poder estar aí pra te dar uma força, mas a tia não deixou, né?
26:33Mas amanhã com certeza eu vou estar do seu lado.
26:35Eu prometo, viu?
26:37Valeu.
26:39Valeu mesmo, viu?
26:40Tchau.
27:04Oi, filha.
27:06Oi, mãe.
27:07Ai, menina.
27:09Eu fico pensando.
27:11Podia ter sido você que tava do lado daquele imóvel.
27:14Ai, mãe.
27:14Mas isso não sai da minha cabeça.
27:16Ah, eu sei.
27:17Eu sei.
27:17Esquece, tá?
27:18Pode esquecer.
27:19Meu grupo resolveu não participar dessa invasão.
27:21Mas podia ter resolvido o contrário.
27:24E você podia estar lá, sim.
27:27Sônia, para de se meter em confusão.
27:30Você agora vai se casar.
27:32Você vai ser mãe.
27:33Toma juízo.
27:34Ai, vem cá, mãe.
27:35Falando nisso, como é que vai ficar meu casamento depois dessa história toda aí da explosão?
27:39Tudo igual.
27:40Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
27:42Ai, que bom.
27:42Não, não dá pra adiar.
27:44É.
27:44Depois é um casamento que é de urgência.
27:47Não vai ter festa.
27:48A gente não pode perder tempo.
27:50Eu espero que a Patrícia concorde comigo.
27:52Ai, eu também espero.
27:53Olha, mãe, eu concordo com você.
27:55Vamos resolver logo isso, né?
27:56Eu preciso de paz pra cuidar do meu filho.
27:59Isso.
27:59Ai, não, mãe.
28:05Não, não, não.
28:06Mãe, pelo amor de Deus.
28:07Não dá pra desligar essa televisão.
28:08Eu tô morrendo de dor de cabeça.
28:09Nem pensar.
28:11Tá na hora do Coice.
28:12O programa do Arejumento.
28:14Eu não perco nem morta.
28:18Isso é uma melhor hora que você quiser.
28:19É só falar, viu?
28:20Eu quero.
28:21Ri...
28:21Ori, eu já quero.
28:24A gente já tá no ar.
28:25Com cidadãos e com cidadãs,
28:32eu tenho a honra e o prazer
28:35de mais uma vez embutir-me
28:37em vossas residências
28:39para mais um programa
28:42O Coice.
28:46Um programa que não mente.
28:49Não mente porque não teme
28:51e vice-versa.
28:52Bom, eu gostaria hoje
28:54de...
28:55Os senhores me permitem
28:57um metaforismo.
28:58Vocês devem estar me ouvindo
29:00com cara de galinha choca.
29:02Não é mesmo?
29:03É.
29:04Galinha choca.
29:05Ou seja,
29:06chocados.
29:08Chocados com uma bomba
29:09que explodiu-se
29:10na prefeitura.
29:15Pois eu pergunto.
29:17Alguma vez,
29:19enquanto eu estive lá,
29:21alguma bomba
29:22explodiu, hein?
29:24Nem que fosse bomba d'água.
29:27Não!
29:28Nunca!
29:29Jamais!
29:30Em tempo nenhum
29:31ou algum.
29:34Mas e agora?
29:35O que aconteceu?
29:37Foi só
29:38um destemperado
29:41pelo aguardente aparecer.
29:44E o que aconteceu?
29:46Pronto!
29:47Tudo foi pelos ares.
30:03E assim começa o coice.
30:05Música maestro!
30:06E aí?
30:29Onde é a sua?
30:31Não sei pra que ver isso.
30:32Coitada da Dona Helen.
30:35Ela está lá
30:36sendo
30:37cirurgiada.
30:40Correndo risco
30:41de vida
30:42e de morte.
30:45E eu pergunto,
30:46agora eu pergunto.
30:49Quem é que vai pagar
30:50o parto?
30:52Quem?
30:53Quem?
30:56Ela mesma, coitada.
30:59A pata.
30:59Enquanto isso,
31:04o que que o
31:06cachaceiro vai fazer?
31:09Beber até cair?
31:11Até cair
31:12em total descrêndito?
31:14Povo de Ribeirão,
31:17é preciso reagir
31:19enquanto o tempo
31:20se faz presente.
31:22Cada um de vocês
31:24deve ser
31:25um soldado
31:26na guerra
31:28faxineira
31:29contra
31:30o descarado
31:32cachaceiro.
31:34Eu vou desligar,
31:34tá demais da conta.
31:35Não, não, não, não, não.
31:37Deixa os jumentos
31:38zoar à vontade.
31:41Vai ficar tudo
31:41anotadinho
31:42pra eu dar o troco
31:43na hora certa.
31:44e não, não, não.
31:47Pois!
31:49Há muita gente
31:50que usa
31:51chapéu
31:54só porque tem cabeça.
31:56É verdade.
31:58Mas vocês,
31:59vocês,
32:00meus telespectantes,
32:03vocês que usam
32:04a cabeça
32:05não precisam
32:07de chapéu.
32:08Não é verdade?
32:09E também
32:10já perceberam, né?
32:11Obviamente
32:12que perceberam.
32:13perceberam?
32:15O que que foi
32:16que vocês perceberam?
32:19Perceberam
32:19que aquilo
32:20é um i
32:21a mais
32:22com os ovos?
32:24É,
32:25óbvios!
32:27Uma evidência
32:28tão clara,
32:29minha gente,
32:29como a gema.
32:31E já deu pra ver
32:32também
32:32que depois da posse
32:34desse cachacento,
32:36cachaceiro,
32:37cachacista,
32:38ou de tudo,
32:39de que,
32:40de que da cachaça
32:41nasce.
32:43Não é verdade?
32:45Que eu digo
32:45e repito
32:46porque,
32:47é,
32:47nesses casos
32:48nunca é demais
32:49a repetência.
32:51Já deu pra ver
32:52que a nossa cidade
32:54de Ribeirão do Tempo
32:56está em desgraça.
32:58É desgraça
32:59pra tudo que é lado.
33:01Desgraça pra cima,
33:02pra baixo,
33:03em todo lugar.
33:04Que se veja
33:05ou que se ouça
33:08é gente
33:11desempregada.
33:13É cachaça
33:15jorrando
33:15chafariz
33:16acima
33:17e ir para os lados,
33:19pra tudo que é lado,
33:21de tudo que é jeito.
33:23E o que é pior?
33:27É bomba
33:27explodindo
33:29na prefeitura.
33:31O cara fala
33:32com tanta força
33:33que se a gente
33:34tá distraído
33:35nem percebe
33:36as besteiras.
33:36Como é que
33:37essa besta
33:38pode dizer
33:38que a culpa
33:39é do prefeito
33:39das obras
33:40terem parado?
33:41O Querencio
33:41falou em praça
33:42pública
33:42no comício
33:43dizendo que ele
33:44ia fazer o tal
33:44do plebiscito
33:45pro povo resolver
33:46se era a favor
33:46ou contra o risoto
33:47e essa besta
33:48fica falando o quê?
33:49Você é um jumento
33:50desgramado.
33:51Oh, oh,
33:52atenção,
33:52macacada,
33:53aí eu vou desligar
33:54a televisão, hein?
33:54Ou tem alguém
33:55aí interessado
33:56em ficar vendo
33:56essa besta
33:57desse jumento
33:58surrando.
33:59E ele é logo
33:59essa porcaria?
34:00Vai pastar
34:01jumento de uma égua.
34:03Cuidado!
34:06O que é que tu acha,
34:07detetive,
34:08dessa história
34:08da bomba?
34:10Olha só,
34:10não dou a menor
34:11pelota
34:11pra esse jumento
34:12aí, viu?
34:12Não tô nem aí
34:13pra ele.
34:16Mais uma coisa
34:17eu digo.
34:17Por quê?
34:19Vocês podem
34:19não acreditar,
34:21mas é a pura
34:22verdade.
34:22Fala logo,
34:24a gente acredita.
34:26Eu sei
34:27quem foi
34:28o responsável
34:29pela bomba.
34:29Mas quem é
34:30esse filho
34:30do mamãe?
34:31Calma,
34:31eu ainda não posso
34:32dizer,
34:32por enquanto.
34:33Só quando eu reuni
34:34as provas.
34:39É como eu venho
34:44dizendo,
34:45e dizendo
34:46irei.
34:47Temos
34:48que elixar
34:49o enganador.
34:51Que num momento
34:52de popular
34:54vacilo
34:55eleitoral
34:56se acadeirou
34:58na prefeitura.
35:00Se acadeirou
35:01na prefeitura
35:02para a desgraça
35:03das gerações
35:04futuras
35:05que desde
35:06o mais remoto
35:07e glorioso
35:08passado
35:09honram
35:11o nosso
35:13atual presente.
35:16Minha cara,
35:18meu caro,
35:19meus muito caros,
35:21não vamos deixar
35:23barato
35:24em lixamento
35:26no pau d'água.
35:29No cante
35:30nesse país
35:30um jumento
35:31teve um programa
35:32na televisão.
35:33Eu disse
35:33que era melhor
35:34não ver.
35:35Palhaço.
35:38Oi, pai.
35:39Oi, Marisa.
35:40Filó?
35:41Que mala é essa?
35:45O que houve?
35:47Ai, nada.
35:48Eu tive um problema
35:49aí na pousada
35:50e decidi dormir aqui.
35:51Tem problema?
35:52Claro que não.
35:57Filózinha,
35:57você sabe que essa casa
35:58é tua,
35:59mas que problema
36:00foi esse?
36:01Foi um desentendimento
36:02com o Tito,
36:03mas eu preferia
36:04não falar sobre isso
36:04agora, pai.
36:05Por favor.
36:06Tá tudo bem.
36:06Eu vou mandar
36:07providenciar um quarto
36:08pra você.
36:08Tá, obrigada.
36:09Elza,
36:11dá um pulinho aqui,
36:12por favor.
36:14Bom, é o seguinte,
36:14não quer falar,
36:15não fala,
36:16mas quando quiser,
36:17se precisar,
36:18eu entro na parada.
36:19Valeu?
36:19Valeu.
36:21Obrigada, pai.
36:22Mas não vai precisar, não.
36:23Vamos lá.
36:27Oi.
36:29A Filomena vai dormir
36:30aqui hoje.
36:31Você prepara
36:31um quarto pra ela,
36:32por favor?
36:33Prepara.
36:37Vem cá,
36:38senta aqui.
36:38descansa,
36:41eu vou mandar
36:41preparar alguma coisa
36:42pra você comer, tá?
36:43Ai, obrigada, Marisa,
36:44mas eu não quero não,
36:45tô sem fome.
36:46Eu queria mesmo
36:47ver a Ellen.
36:48Ela não tá nada bem, né?
37:02Sujeira!
37:04Sujeira,
37:05isso não podia ter acontecido.
37:06você não podia ter acontecido.
37:10Ai, meu Deus do céu.
37:13Isso não podia ter acontecido.
37:25Alô?
37:26Alô, quem é?
37:35Alô?
37:37Alô?
37:38Mas que coisa mais irritante
37:40dá pra se identificar?
37:42É eu, hein?
37:43Quem era, filha?
37:45Ah, não sei.
37:46Hum,
37:47um mudo.
37:48Ou um covarde, né?
37:49Porque não disse nada.
37:50Mas ainda, burro, né?
37:51É só olhar o visor
37:52que você vê de onde
37:53vem a chamada.
37:54Eu vi, né, Nicolau?
37:56É um número desconhecido.
37:57Deve ser trote.
37:58Nossa, mas eu achei
37:58que depois desse
37:59identificador de chamada,
38:00trote era coisa
38:01do século passado.
38:02Pois é.
38:03Existe muita coisa
38:04que a gente pensa
38:04que acabou no século passado,
38:06mas que continuam vivas
38:07por aí, né?
38:08Ainda mais nesse fim de mundo.
38:10É verdade.
38:10Gente, sinta um aroma
38:13do que nos espera.
38:15O jantar está servido.
38:17O senhor espera
38:17que a sobremesa
38:18não seja bomba de chocolate.
38:19A minha cota de bomba
38:20já se esgotou por hoje.
38:22Mas sem graça,
38:22eu não posso pensar nisso, gente.
38:26Vem cá, gente.
38:27Vocês acham que essa bomba
38:29vai cair mal
38:30na popularidade do Querenci?
38:31Olha, senador,
38:32eu acho que a bomba só não,
38:33mas todos os acontecimentos
38:35juntos, sabe?
38:36É verdade.
38:36Eu acho que a imagem
38:37do Bebum está em queda livre.
38:39O que você acha, meu amor?
38:40Carina, eu fiz uma pergunta a você.
38:46Ah, desculpa.
38:48Eu nem sei
38:49para onde minha cabeça viajou.
38:50Deve ser tensão
38:51por causa da bomba.
38:52Eu perguntei
38:53se você acha
38:54que a popularidade
38:55do Querenci vai cair
38:56ou já caiu, né?
38:58Por causa dessa bomba
38:59e do levante dos operários.
39:01Eu?
39:02Bom, acho que sim.
39:05Caiu.
39:06Caiu, caiu muito.
39:07Eu nunca podia imaginar
39:11que uma coisa dessa
39:11fosse acontecer
39:12em Ribeirão do Tempo.
39:13Gente, bomba.
39:16Bomba é coisa
39:16do primeiro mundo,
39:18de metrópole,
39:19Estados Unidos,
39:20Europa.
39:21Agora, Ribeirão do Tempo?
39:23Uma cidade,
39:24uma insignificância
39:25que não está nem no mapa.
39:27Não, senhora,
39:28está no mapa, sim.
39:29Olha aqui, olha.
39:30Está ali,
39:31encolhidinha,
39:32modesta, mas está.
39:33E quanto aos atos
39:34violentos de serem
39:35coisas de primeiro mundo,
39:36eu discordo com você.
39:37Porque aqui em Ribeirão
39:38nós já tivemos
39:39até assassinato de senador.
39:40Ah, sabe?
39:41Olha aqui,
39:41coisa de americano
39:42top de linha.
39:43Ah, fica aí.
39:44Fica aí brincando
39:45com o fogo mesmo.
39:46Que essa droga dessa bomba
39:47pode atrapalhar
39:47em muito o andamento
39:48aqui da pousada, tá?
39:49Você acha?
39:50Só pode, ainda.
39:51Tem o embargo da obra, né?
39:52Agora, resta saber
39:53se a paralisação
39:54vai ser para sempre
39:55ou ter em volta.
39:57ver, né?
39:57Isso aqui é um problema
39:58seríssimo.
39:59Oi, oi.
39:59Oi, Tito.
40:00Você vai jantar com a gente?
40:01Não, mas estou com pressa.
40:02Ué, vai para onde?
40:03Eu vou na cidade.
40:04Tem umas coisas para resolver.
40:05Vai encontrar com a Filomena?
40:06Não, mas não vou encontrar
40:07com a Filomena.
40:07Vou resolver uma outra parada.
40:08Muito mais sinistra.
40:09Parada sinistra?
40:11Ei, Tito,
40:11que parada sinistra é essa, Tito?
40:13Tito, o que é isso?
40:15Ele sai assim,
40:17sem se despedir,
40:18sem responder,
40:19sem nada.
40:20Às vezes eu desconfio
40:21que essa coisa
40:22daí saiu de mim.
40:24É um bocado, grosso.
40:30Vamos?
40:31Vamos.
40:33Eu não vou com vocês
40:34ao hospital
40:35porque eu já estive lá
40:36mais cedo.
40:37Você está cansada,
40:38está chateada.
40:39Tem certeza
40:39que é uma boa ideia
40:40o hospital agora?
40:41Tenho sim, Marisa.
40:43Assim, pelo menos,
40:43eu não penso
40:44nos meus problemas, né?
40:45E eu gosto mais dela,
40:46eu não posso deixar de ir, não.
40:48Ah, eu também.
40:49Apesar de estarmos
40:51em lados opostos
40:52na questão do resort,
40:53tivemos alguns atritos,
40:55mas eu me sinto
40:55na obrigação de ir.
40:57Ela é uma pessoa digna
40:58e merece toda a consideração.
41:00Bom, agora tem o seguinte,
41:01vocês não vão poder ver ela,
41:03estão sabendo, né?
41:04Sim, estamos.
41:06Mas depois ela vai ficar
41:07sabendo que nós estivemos lá.
41:08Eu vou deixar um bilhete.
41:09É.
41:11Pai, o estado dela
41:12é bem grave, né?
41:13É, sim, filhinha,
41:15eu não vou mentir pra você,
41:16o estado dela
41:17é muito grave.
41:19E eu acho
41:30que esse vinho
41:31merece um aplauso.
41:32O que vocês acham?
41:33Eu concordo enfaticamente.
41:35Bravo, bravíssimo.
41:38Valeu, senador,
41:39eu espero realmente
41:40que esse vinho
41:40que eu estou lhe servindo
41:41esteja à altura
41:42da sua famosa adega.
41:44Depois dessa preciosidade,
41:46a sua também vai estar.
41:47O vinho está realmente
41:48uma delícia, papai.
41:50Parabéns, viu?
41:51Ah, agora me digam vocês
41:54que são tão politizados,
41:56quem vocês acham
41:57que colocou a bomba
41:58na prefeitura?
41:58Pra mim, eu continuo achando
42:00que é algum louco
42:01infiltrado no meio
42:01dos operários.
42:02Eu já acho que foi
42:02um ato premeditado
42:03e com objetivos claros.
42:05E objetivos?
42:06Ah, minha filha,
42:07isso eu não sei.
42:08Nesse caso aí,
42:09eu estou assim como
42:10esse vinho antigo aqui.
42:11Estou dando
42:12tratos à bola.
42:13Olha, eu também acho
42:14que tem alguma armação
42:15por trás aí,
42:16como tinha também
42:17no assassinato do meu pai.
42:19Esse levante dos operários
42:20é apenas pano de fundo.
42:22Ai, gente,
42:22eu fico em pânico
42:23quando vocês começam
42:24a falar dessas coisas invisíveis,
42:25já efeitas no escuro.
42:27Mas que diabo
42:29há por trás
42:31dessas tragédias, gente?
42:32Vai ver
42:33o próprio diabo.
42:34Ué, quem será?
42:40Sei lá.
42:41Vocês estão esperando alguém?
42:42Alguma encomenda?
42:43Nem eu.
42:45Então, quando a gente espera,
42:47que tal a gente degustar
42:48um pouco mais
42:49desse néctar dos deuses?
42:50Pega essa.
42:51Não é ideia.
42:52Se você nadou.
42:54Mamãe, por favor.
42:58Deixe-me olhar.
43:04Quero falar com você agora.
43:07Ei, rapaz.
43:07Boa noite.
43:08Antes de tudo,
43:09eu acho que não pega a mão, não.
43:09O papo é só com a Karina.
43:10Mas o que aconteceu, Tito?
43:12Por que essa fúria?
43:13Você vai saber já, já.
43:14Vamos para o lugar mais reservado.
43:15Pera lá, garotão.
43:17Você está falando
43:18com a minha noiva.
43:20Primeiro lugar.
43:23Isso não é jeito
43:23de se dirigir a ela.
43:25Segundo.
43:26Ninguém vai levar a Karina
43:27para o lugar reservado nenhum.
43:28Meu papo não é contigo, não, senador.
43:29Fica na tua.
43:30Vambora, Karina.
43:31Vambora que o assunto é sério.
43:31Mas você ficou louco, Tito?
43:33Quem foi que te deu o direito
43:34de entrar na minha casa
43:35e falar comigo com essa estupidez?
43:36Você me deu esse direito
43:37e muitos outros que eu ainda não sei.
43:39Foi a sacanagem que você fez comigo
43:40e com a minha mulher.
43:42Ei, vambora.
43:43O que é que eu falo aqui na frente
43:43de todo mundo?
43:44Virou geral, meu mesmo, mulher.
43:46Para com isso.
43:46Para com isso.
43:46Para com isso, meu Deus.
43:47Para com isso.
43:49Para com isso.
43:52Para com isso.
43:53Sai daí, para.
43:54Para.
43:55Sai daí, para aí.
43:56Para.
43:57Não.
43:59Para.
44:01Para.
44:02Para.
44:02Para.
44:04Não dá pra conversar civilizadamente.
44:13Vai, vai embora daqui.
44:14Vai, vai.
44:15Só sai depois que eu acabar de falar pra Karina
44:17tudo que eu vim dizer.
44:18Vai embora daqui.
44:19Deixa o Zé Mané falar.
44:20Desembucha, mas depois ruar.
44:21Não tem nada pra desembuchar,
44:22muito menos pra você.
44:24Só tem um comunicado,
44:25nada agradável,
44:26pra fazer o doutor Bruno
44:26e a dona Célia
44:27sobre o comportamento
44:28da filha deles.
44:29Por favor, Tito.
44:30Para com esse escândalo.
44:31Escândalo.
44:32A sua filha mandou fotos pra Filomena
44:33como uma chantagista vulgar.
44:36E aí, Karina,
44:37não vai mostrar pro seu noivinho, não,
44:38as fotos que você mandou pra minha mulher?
44:39E aí, Karina.
44:43E aí, Karina,
44:44é e aí,
44:47e aí,
44:54e aí,
44:59e aí,
44:59Abertura
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