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  • há 14 horas
O ator conversa sobre o monólogo “Terapia”, que chega a Belém no sábado (13), com sessão extra, e domingo (14), após grande procura. Serrado explica como transformou vivências pessoais, ficção e reflexões sobre saúde mental em humor no palco.

REPORTAGEM: EDUARDO ROCHA
EDIÇÃO: BIA RODRIGUES (SUPERVISÃO TARSO SARRAF)

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Transcrição
00:00Olá, eu sou Eduardo Rocha, estamos aqui no estúdio do Grupo Liberal,
00:04recebendo nada mais nada menos que o ator Marcelo Cerrado,
00:08que traz a Belém neste final de semana, o espetáculo Terapia.
00:12Marcelo, sobre esse espetáculo, como é que ele se configura,
00:16como ele se apresenta, o que o público vai conferir nele?
00:19Cara, isso aí é um espetáculo...
00:21Eu já faço muita palestra sobre saúde mental há um tempo, né?
00:24Falando sobre...
00:26E sempre sobre o tema, né?
00:28Falando sobre burnout, crise de ansiedade, coisa que eu tive.
00:31E eu sempre quis fazer um espetáculo, uma comédia falando sobre o tema.
00:36Tipo...
00:36Novo Neurótico, Novo Nervosa, o de Allen, um pouco nessa onda, assim, né?
00:41E criei uma persona, que na verdade não sou eu, mas é um cara meio neurótico,
00:47que passa por problemas existenciais, que tem um pouco do Marcelo também.
00:52Eu conto histórias que aconteceram comigo, mas, por exemplo, do espetáculo todo,
00:555% são histórias reais, o resto é tudo invenção, entendeu?
01:01Então, aí o Guilherme escreveu o texto, que é um autor que trabalha com o Marco Hulk,
01:05em cima do que eu pedi.
01:06Então, o público vai ver uma terapia, começa o espetáculo, eu deitado no divã,
01:12olhando pra plateia e falando...
01:13Vocês estão entendendo?
01:14Vocês estão entendendo o que eu estou falando?
01:17Como se eu estivesse fazendo uma terapia já.
01:19E o público é meu terapeuta.
01:20Então, eu me relaciono o tempo todo com o público como se eles fossem meu terapeuta,
01:24entendeu?
01:25Daqui, né?
01:26E aí termina o espetáculo chamando alguém da plateia pra eu fazer uma terapia.
01:31Aí, no final, chama alguém do público pra fazer uma terapia com a pessoa,
01:34lógico, uma maneira engraçada.
01:36Mas, cara, o mais legal disso tudo é que eu fiz agora Recife,
01:39e foi um estouro.
01:42Eu falei, graças a Deus deu certo.
01:44Porque sabe quando você monta um espetáculo novo,
01:46que você fala, putz, será que vai rolar?
01:48Será que não vai?
01:48E, ó, adorei, achei incrível.
01:51Mas com o seu talento, meu amigo.
01:54Não, não, não, não, nem isso.
01:55Edu, eu te agradeço, mas é que quando você monta um espetáculo novo,
01:59principalmente um texto original, um monólogo,
02:01que não é um stand-up nem um show de humor, é uma peça.
02:05Porque stand-up é quando você só conta a história, né?
02:08Certo.
02:09Isso é stand-up, né?
02:10Você conta a história, não tem personagem.
02:13Não tem personagem.
02:14Eu faço a minha mulher, faço o psicólogo, faço o médico, faço meus filhos.
02:19Então, faço todos os personagens.
02:21E aí, eu quis fazer Marcelo Cerrado na comédia, terapia, né?
02:25Desse cara que é meio neurótico, meio...
02:27Ai, mas será que eu vou falar, será que eu não vou?
02:29Será que eu sinto, será que eu não sinto?
02:31Vocês estão bem?
02:31Eu não estou bem.
02:32Então, assim, é tudo ao mesmo tempo agora, sabe?
02:34Nesse processo de construção, você falou aí, teve tempo, a sua parte, experiências pessoais,
02:42isso, de uma forma ou de outra, assim, construir esse espetáculo e encená-lo é uma vitória,
02:48é um momento muito especial para você, né, Marcelo?
02:51É, porque eu tive uma crise de pânico, né?
02:53E superei isso, né, com palestras, com remédio, com tudo, e hoje em dia eu quero rir disso.
03:00Eu quero rir disso.
03:01E eu fiquei muito impressionado com o público, a razão do público, que ele ri muito do que eu falo,
03:07mas ri de si próprio, né?
03:09Então, tem uma identificação ali, por exemplo, quando eu faço uma mulher que é muito ciumenta,
03:14que vem falar comigo, que ela me expulsa de casa, eu tenho que dormir no hall de entrada,
03:18e aí eu faço o porteiro falando comigo, então eu faço todos os personagens sem mudar a roupa, né?
03:25Somente com a voz, com a postura.
03:28É muito legal, porque se você visualiza isso como ator, o público te visualiza também, entendeu?
03:34É.
03:35Então, acaba embarcando com você.
03:37Certo.
03:38Você tem personagens ontológicos, assim, como o Cro, que é esquecível,
03:42e essa bagagem como ator de TV, de teatro, isso tudo contribuiu para a formação desse espetáculo, terapia?
03:51Acho que sim.
03:52Eu falo muito do Cro, eu falo das minhas histórias de personagens,
03:57mas sempre com um lado muito engraçado e muito patético.
04:02Na verdade, assim, eu coloco o Marcelo Serrado e rio de mim mesmo, entendeu?
04:08Eu faço meio como o de Allen faz, né?
04:10Eu coloco aquilo, ele lá, naquele persona dele, de óculos, baixinho, que é apaixonado pela mulher,
04:16e ele ri dele próprio, né?
04:18Então, eu coloco o Marcelo Serrado com tintas fortes, né?
04:21Com tintas muito fortes.
04:23Então, por exemplo, eu conto uma viagem que eu fiz para a Disney, que deu errado, que deu certo,
04:26mas...
04:27E aí lá acontece milhões de coisas.
04:30O que tem de concreto nessa viagem é só a viagem da Disney, o resto tudo eu inventei.
04:34Então, eu pego a premissa de algumas coisas e vou contando.
04:38Só que eu faço as cenas, eu não conto, né?
04:42Eu conto e faço, faço, faço.
04:44Então, isso é muito interessante, porque...
04:46Ao mesmo tempo, sem perder a conexão com a plateia, né?
04:49De a plateia ser meu terapeuta, o tempo todo falo.
04:51Vocês estão acompanhando?
04:52Estão entendendo?
04:53Você aí.
04:55Tá aqui que eu falei agora.
04:55Então, o tempo todo conectado com o público, né?
05:00Sem perder essa conexão.
05:01Deve ser muito legal.
05:02Esse título, Terapia, eu achei fabuloso, bem colocado, bem trabalhado.
05:09E você acaba fazendo mais que um monólogo, né?
05:11Um monólogo da sua parte, mas que é um diálogo com a plateia, vira uma sessão de análise.
05:16É, no final eu ainda coloco, no final, na última cena do espetáculo, eu faço um alerta.
05:22Depois que o público ri bastante, aí eu coloco o endereço do SUS.
05:25SUS, www.sus.arroba.saudemental.
05:30Se você tiver algum problema de saúde mental, não deixe de procurar o órgão do SUS, ou, enfim, se você não tiver dinheiro, né?
05:37Não tiver como.
05:38Então, é na verdade, você sai de lá com um alerta, né?
05:42Então, isso é legal também.
05:43Você vai rir, mas também tem uma mensagem, né?
05:46Tem uma coisa boa, assim.
05:47Exatamente isso que eu ia te perguntar.
05:51Tem uma galagem do lado irônico, de sorriso, de alegria, mas tem o toque, né?
05:58A sua intenção era essa mesmo.
06:00Rir de risco e risco, mas orientar também.
06:04Porque é um problema muito recorrente, né?
06:06A questão da ansiedade...
06:07Ansiedade é uma coisa que dá em todos, né?
06:09Hoje em dia, são raras as pessoas que não têm.
06:12Principalmente as pessoas que trabalham em empresa, que trabalham 10 horas no dia,
06:15depois chegam em casa.
06:17O chegar em casa tem que ser muito bom, tem que ser muito tranquilo, né?
06:20Mas, se você trabalhar o dia inteiro, um estresse.
06:22Chega em casa, você briga com a mulher, você tem milhões de coisas.
06:25Então, assim, você poder ter uma...
06:29Alguma coisa tem que ser boa no teu dia.
06:31Senão, você pira, né?
06:32Não tem como.
06:34Só terminando.
06:35Rir de si mesmo, fazer uma autoanálise,
06:38ou em conjunto, como acontece aí em terapia,
06:42é sempre um bom remédio para a sociedade, para cada um?
06:48Ah, total.
06:49Rir de si próprio é sempre muito bom.
06:50A gente não se levar a sério.
06:52A gente achar, não achar que a gente é o dono do mundo,
06:54que a gente sabe tudo.
06:56Que a gente está sempre aprendendo.
06:57A gente está aqui como mais um...
07:00Mais um...
07:02Mais uma pessoa nesse...
07:06Como é que se diz?
07:07Mais um passageiro, né?
07:09Nesse grande ônibus, nesse grande metrô da vida aí, né?
07:13Então, vamos curtir a vida e tentar levar com leveza e com tranquilidade.
07:18E a temática é séria,
07:20porém, eu estou tentando levar uma coisa mais divertida e engraçada sobre o tema.
07:26Leveza é uma palavra-chave.
07:27Obrigado, Marcelo.
07:29Obrigado pela sua atenção.
07:29Obrigado, Du.
07:30Espero todos vocês lá.
07:31Obrigado.
07:32Obrigado.
07:33Obrigado.
07:34Obrigado.
07:35Obrigado.
07:36Obrigado.
07:37Obrigado.
07:38Obrigado.
07:39Obrigado.
07:40Obrigado.
07:41Obrigado.
07:42Obrigado.
07:43Obrigado.
07:44Obrigado.
07:45Obrigado.
07:46Obrigado.
07:47Obrigado.
07:48Obrigado.
07:49Obrigado.
07:50Obrigado.
07:51Obrigado.
07:52Obrigado.
07:53Obrigado.
07:54Obrigado.
07:55Obrigado.
07:56Obrigado.
07:57Obrigado.
07:58Obrigado.
07:59Obrigado.
08:00Obrigado.
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