- há 13 horas
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Categoria
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TVTranscrição
00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30Como é que eu fui entrar nessa roubada de prometer casar, me diz?
00:34E aí, Arminda? Você que foi noiva dessa figura aí? Qual é a dele, hein?
00:39Não sei, mas definitivamente o Nicolau tem algo de muito estranho e perturbador.
00:45Eu diria mesmo que beira a loucura.
00:47Não, Leia. Eu acho que você não deve ir a esse comício.
00:51Mas é o acontecimento mais importante da cidade e eu queria te ver.
00:56Querido, eu não vou poder ficar com você.
00:58Você lembra do que combinamos sobre sermos discretos, fingir que estamos rompidos e tudo mais?
01:06Está preparada para um comício?
01:09Preparadíssima, embora nunca tenha ido a um comício em toda a minha vida.
01:13Votar em gerência é votar nas forças da renovação.
01:18É votar no futuro.
01:19O rapaz tem carisma.
01:21Grana e carisma.
01:23Já caráter.
01:24Como sabemos, essas não são qualidades determinantes na política.
01:30Mas o Nicolau vai longe.
01:31Para que você quer saber como funciona o paraquedas?
01:34Ué, não sei. Me deu vontade. Quero saber.
01:37Mas, Flumina, você mesmo disse que morre de medo de altura?
01:40Enfim, que jamais saltaria de um avião só com uma mochila nas costas?
01:43É verdade.
01:44Então, para que isso agora?
01:45É, eu disse isso mesmo, né, Tito?
01:47Mas eu fiquei curiosa. E aí?
01:49Flumina, não vale a pena, vai. Esquece essa história.
01:52O que é esse? Já começou o discurso desde...
01:54Eu acho que nós vamos chegar na hora de atrapalhar a fala do cachaceiro.
01:59Então, galera, vamos lá. Vamos mostrar que o comando não concorda com essa palhaçada, hein?
02:03Solta o cão.
02:04A, E, I, O, U, Voto Nuno! Voto Nuno! Voto Nuno!
02:23Atenção, macacado.
02:24O Querenice já começou o discurso dele. Vamos dar uma força para ele.
02:27Depois vocês pagam a conta. Vamos lá. O senhor também. Vamos embora todo mundo.
02:30Eu também posso ir, Alfin.
02:31Não, Sereia. Você fica para tomar conta do bar, cara.
02:35Vamos vir ali da porta. Vamos vir do mesmo jeito.
02:37Vamos embora, senhor. Vamos embora.
02:39É, manda quem pode. Obedece que tem juízo.
02:42A, E, I, O, U, Voto Nuno! Voto Nuno!
02:46A, E, I, O, U, Voto Nuno! Voto Nuno!
02:49A, E, I, O, U, Voto Nuno! Voto Nuno!
02:53A, E, I, O, U, Voto Nuno! Voto Nuno!
02:56A, E, I, O, U, Voto Nuno! Voto Nuno!
02:59A, E, I, O, U, Voto Nuno! Voto Nuno! Voto Nuno!
03:03A, E, I, O, U, Voto Nuno!
03:04O problema de toda a cavalgadura humana como um jumento não é a força, é a inteligência.
03:10Quer dizer, a falta de inteligência.
03:13É tão injustiça com os jumentos esse apelido do ali.
03:23Nem jumento, nem cachaça, o poder está com a massa!
03:30Nem jumento, nem cachaça, o poder está com a massa!
03:33Nem jumento, nem cachaça, o poder está com a massa!
03:36Nem jumento, nem cachaça, o poder está com a massa!
03:39O bicho vai pegar, é melhor a gente se mandar.
03:45Tem que calar a boca desses vagabundos.
03:47Isso é coisa do jumento.
03:48Comando invisível, gente.
03:50Que, aliás, está pra lá de invisível.
03:52Liga pra polícia.
03:53E adianta, senhor.
03:56É o covão lá.
03:58O covão tá lá, ó.
04:00É o seguinte.
04:03É o seguinte, pessoal.
04:05Eu nunca tive nada na vida, mas, modestamente, a inteligência nunca me faltou.
04:12Inteligência que eu pretendo pôr a serviço do povo de Ribeirão.
04:19Eu acho que o povo vai comer, hein?
04:21Você acha?
04:22Tenho certeza.
04:23Pancadaria e chuva.
04:25Vocês aí é desse comando de bosta.
04:27Esse lance de invisível, meu chapa, é papo de covarde, falou?
04:35Que é o chefe da quadrilha.
04:37Mostra a cara aí, mané.
04:39É o filho de seu link, o prédio de Moçoró.
04:41A-R-I-O-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-4-U-7.
04:53Gantada de fibra é essa?
04:55Faz lembrar os velhos tempos.
04:57Não é medo.
04:58Vamos embora.
04:59Fica tranquila.
05:01Te protejo.
05:03Mas, ó,
05:11O povo não quer graça, abate o rumo a cachaça!
05:20E o povo não quer graça, abate o rumo a cachaça!
05:32Estamos quase chegando na praça, prefeito!
05:36Atenção, atenção meu povo, está chegando a hora, nós, nós companheiros, vamos ganhar esta eleição na marra, no perro.
05:53Minha gente, o jumento é ferradura, o arim na prefeitura, o jumento é ferradura, e o cachaça, o cachaça é só frescura, o cachaça é só frescura, isso que tem ferradura, é arim na prefeitura, isso que tem ferradura, o cachaça é só frescura, é jumento é ferradura.
06:23Vigila, sou eu, a Juricaba.
06:25O que foi a Juricaba?
06:26É o seguinte, eu fui informado que o comando invisível está perturbando lá o comício do cachaça.
06:33Meu Deus do céu, então vai ter confusão? Você já ligou para a delegacia?
06:38Você precisa mandar os policiais, eles vão ter que conter essa gente.
06:41Que confusão, mãe, do que gente você está falando?
06:43Os baderneiros do comando invisível.
06:46O que, a Juricaba, eu não estou escutando, está um barulho infernal aqui.
06:49Eu não vou mandar nada. Esqueceu? Estou afastado.
06:55Deixe que eles arrebentem com o começo, pai.
06:57Tá bom, vou deixar. Tchau.
07:01Foi bem que o professor está lá, colhambando a seleção ridícula do que aqui, pagando o cilindro.
07:05Imagina se seu pai ouviu isso.
07:09Ai, para completar, o céu vai cair essa noite.
07:13Esse pessoal do comando invisível veio mesmo para tumultuar as coisas.
07:20Eu é que não vou ficar no meio dessa confusão.
07:24Comigo do seu lado, meu amor. Você não precisava nem se preocupar.
07:28Você sabe que eu posso dar minha vida para te proteger.
07:30Parece.
07:31Ei, eu estou falando sério.
07:35Ou você acha que eu aceito essas humilhações por causa de quê?
07:39Amor à vida.
07:39O amor é capaz de fazer loucuras e aceitar as coisas mais absurdas.
07:45Tá bom, mas mesmo assim eu prefiro não arriscar.
07:48Pelo menos foi bom para você ver qual é o tipo de canalha do seu ex-futuro noivo.
07:52Não é?
07:53É isso que dá.
07:55Você desdenhar de um cara como eu, só porque não tem grana, porque não tem nome.
08:01E vai lá dar trela para um canalha como o senador.
08:03Dá para calar a boca, Joca?
08:04Você sabe muito bem como fazer para calar a minha boca.
08:08Hein?
08:14Amendo, vamos matar as saudades, vai.
08:17Eu quero dormir com você essa noite.
08:23Para de fazer doce.
08:25Para de fazer doce pelo menos uma vez.
08:28Eu sei que você também está afim.
08:29Ai, tá.
08:36Tá bom, tá.
08:38Tá bom.
08:39Tá bom, então...
08:41Você me acompanha até em casa.
08:43Eu preciso dar uma olhadinha, ver se está tudo bem.
08:46Você me espera lá fora até eu te ligar, tá?
08:49Mas eu vou ficar na rua?
08:51Está começando a chover?
08:52Tô.
08:53E daí?
08:53Você fica aí bancando todo o protetor e tem medo de uma chuvinha?
08:58É feito de açúcar para derreter, por acaso?
09:00Não.
09:01Não sou de açúcar, não.
09:02Mas também não sou imortal.
09:04Viu?
09:05De repente eu posso pegar uma gripe e ficar espirrando em você enquanto a gente está na cama.
09:11Ai, deixa de bobagem.
09:20Você me leva até perto de casa e disfarça.
09:23Cachaceiro, cachaceiro, desce aí desse purê, o jumento come a papo e no teu caso é com a garrafa.
09:52Cachaceiro, cachaceiro, desce aí desse purê, o jumento come a papo e no teu caso é com a garrafa.
10:12Filho da mãe!
10:18Eu não trouxe nenhum lenço.
10:19Deixa, deixa, deixa.
10:20Alguém tem uma arma aí, eu vou acabar com o miserável.
10:22Calma, senador.
10:22Calma, calma, calma.
10:23Calma, senador, eu não vou perder controle.
10:24Isso é o que eles querem.
10:25Cadê a porcaria da polícia?
10:26Calma, calma, calma.
10:30Com licença, Marta.
10:31Oi, Cardoso, entra.
10:34Hum, você fez o que eu mandei?
10:37Positivo, Marta.
10:38E aí, como é que tá a situação?
10:39Tacaram um ovo no senador.
10:41É.
10:41Meu Deus, tacaram um ovo no senador?
10:43Exatamente, Marta.
10:44Meu Deus do céu, mas não existe mais um mínimo de respeito nessa cidade?
10:47Ai, Cardoso, eu acho melhor nós avisarmos o batalhão de choque.
10:50Eu concordo, eu não sei o que pode acontecer.
10:52O pior é que esse tipo de coisa já virou rotina nessa cidade de doidos.
10:55E eu vou te dizer uma coisa, Cardoso.
10:57Eu é que não vou me perturbar indo até lá, não.
10:59A gente chama o batalhão e eles é que se virem.
11:00Cachaceiro, cachaceiro, desce aí, desce por ele.
11:07Quer saber?
11:09Quer saber?
11:09Quer saber?
11:11Vocês não vão me derrubar, não.
11:13O povo tá do meu lado e eu vou cumprir a minha missão.
11:25Cachaceiro, desce aí, desce por ele.
11:28Cachaceiro, cachaceiro, desce aí, desce por ele.
11:29Eu morro, mas eu não decurro.
11:41Ali, eu era em Jumento, chegando.
11:44Alô, alô, alô, alô.
11:59Deus, corre ele, Jornais.
12:01Baixa o cacete nessa molecada, desce o pau.
12:04Ai, meu Deus, mamãe, vamos embora.
12:08Não, minha filha, sair daqui agora pode ser pior.
12:11Companheiros, aproveitando a deixa do senador,
12:15mostrem o seu valor.
12:17Pão neles!
12:18Pão e tirem eles!
12:19Ai, meu Deus!
12:50Ai, tá bem que eu cheguei a tempo.
12:51Já começou a chover, dona Arminda?
12:53Por enquanto, só uns pingos.
12:55Mas está se armando uma tempestade daquelas, Elza.
12:57Você fechou todas as janelas?
12:59Sim, senhora. Eu tava agora mesmo verificando isso.
13:01Ótimo.
13:02O começo já terminou?
13:04Ainda não.
13:05Mas, pelo visto, a coisa está se degenerando como sempre.
13:08Vai acabar tudo em pancadaria.
13:09Meu Deus do céu.
13:11Eu, como sou esperta, vim embora antes do quebra-pau começar.
13:16Tá tudo bem por aqui?
13:17Tudo tranquilo.
13:17A Diana jantou direitinho?
13:19Sim, senhora. E depois do jantar, ela estudou um pouco e foi dormir cedo porque amanhã tem uma prova.
13:24Nossa.
13:25Que maravilha.
13:27Eu só espero que essa menina esteja ficando um pouco mais responsável.
13:31A senhora precisa de alguma coisa?
13:33Não, Elza. Pode dormir.
13:35Eu vou subir e dar uma olhadinha na Diana e depois também vou me recolher.
13:38Esse começo me deixou exausta.
13:40Uma boa noite pra senhora.
13:43Boa noite, Elza.
13:49Calma.
13:50Calma que daqui a pouco isso te passa.
13:52Se eu tivesse armado, já tinha despachado meia dúzia.
13:54Ainda bem que o senhor não trouxe, né, Serrador?
13:55Ainda bem, ainda bem.
13:57Aê, Jumento.
13:58Eu vou te botar pra dormir.
14:00Não, não.
14:01Fica na tua.
14:02Você não vai no caminho.
14:03Fica na tua.
14:04Fica na tua.
14:04Fica na tua.
14:05Fica na tua.
14:06Fica na tua.
14:06Fica na tua.
14:08Cria em sua beleza a fervura dos ânimos astrólóticos.
14:15Sim, eu acho um horror.
14:17A única diferença entre política e futebol é que na falta de bola, os políticos se chutam uns aos outros.
14:25Não me afastaram da delegacia.
14:27Cidade, se matem, os alvores à vontade.
14:35Como, mãe?
14:36Tá feliz?
14:37Tá vendo o que a gente vai se manter?
14:38Mas como é que eu ia adivinhar?
14:40Não, você não tem culpa mesmo, não.
14:41Burra sou eu mesmo, estou rindo.
14:43Olha, deixa eu contar você e papai, hein?
14:46Muito bem, você viu?
14:49Engraçada.
14:49Você não queria estar no meio da confusão com o namoradinho?
14:53Escapou da pancadaria por minha causa.
14:54Mas o que é isso?
15:19Elza!
15:20Oi, Elza!
15:22Elza!
15:24Gente, olha a chuva.
15:26Como é que a gente vai sair daqui agora?
15:28Calma, meu bem, a gente resolve isso.
15:29E eu não trouxe nem gorda-chuva, mamãe.
15:31Ai, gente, dane-se a chuva.
15:33Vambora daqui, vamos.
15:34Só espero que a chanza venha me buscar com a sombrinha dela.
15:37Vamos lá pra casa.
15:39Vamos.
15:45Ô, Betania, eu acho que acabou.
15:49Algo me diz que você tem razão.
15:52Vai, galera!
15:58Vai, galera!
15:58Vai, vai, galera!
16:00Entra no carro!
16:01Vai, vai, vai!
16:01Entra lá!
16:02Vai!
16:03Você é uma incompetente, Elza!
16:24Mas será possível que você não dá conta de cuidar de uma criança?
16:26Como é que eu podia adivinhar, dona Arminda?
16:28É seu trabalho, é sua obrigação, sua responsabilidade.
16:32Como é que a Diana sai de casa e você não vê nada?
16:35Eu deixei ela no quarto, dona Arminda.
16:37Ela disse que ia dormir, depois eu não vi mais nada e eu nem vi por onde ela saiu.
16:40Ela saiu? Ela fugiu?
16:43Você tem noção que se a assistente social ficar sabendo disso, eu posso perder a guarda da Diana?
16:47Senhora, me desculpe.
16:50Tá bom, tudo bem, não adianta ficar se lamentando agora.
16:55Meu Deus do céu, onde será que essa menina se meteu?
16:57Ah, dona Arminda, será que ela não foi no comício e ela insistiu tanto pra ir?
17:01E não vi a Diana por lá.
17:02Também como é que eu posso saber?
17:04O lugar tava cheio de gente, uma confusão danada.
17:07Ai, deve ser a Diana, dona Arminda.
17:15Alô, Diana?
17:17Não, meu amor.
17:19É o Joca.
17:20Ah, tinha me esquecido de você.
17:22O que você achou que era a Diana?
17:23Você, por acaso, não viu a Diana por aí, na rua?
17:26Não.
17:27Peraí, mas o que tá acontecendo? A Diana não tá em casa?
17:29A Diana fugiu, Joca. Ela sumiu.
17:31Como assim? Fugiu?
17:32Fugiu, Horace.
17:34Ela fingiu que tava dormindo e quando eu fui ver, ela havia desaparecido.
17:37Não tá no quarto, não tá em nenhum lugar da casa.
17:39Por que que ela fez isso?
17:41Vocês brigaram de novo?
17:42Você vai ficar insinuando que a Diana fugiu por minha culpa ou vai me ajudar?
17:47Não, desculpa.
17:48Desculpa.
17:49É claro que eu vou ajudar.
17:50Joca.
17:55Joca, pelo amor de Deus, acha a Diana.
17:58Tá uma tempestade aí fora.
18:00Teve briga.
18:01Eu não sei o que pode ter acontecido com ela.
18:03Fica calma que não aconteceu nada de ruim.
18:06A Diana é safa.
18:07Eu...
18:08Eu vou rodar a cidade atrás dela e eu te dou notícias.
18:10Eu vou com você.
18:12Eu não vou aguentar ficar aqui dentro esperando notícia.
18:15Onde é que você tá?
18:16No mesmo lugar que a gente tava antes.
18:18Onde?
18:19Eu sei.
18:22Tá bom.
18:28Então, galera, não vai dar pra levar todo mundo em casa, hein?
18:30Tô quase sem gasolina.
18:32Pô, pra mim tá tranquilo.
18:34Eu moro ali na frente.
18:35O pessoal podia pegar o ônibus ali no ponto.
18:37Pode ser? Tranquilo?
18:38Tranquilo.
18:39Tranquilo.
18:39Então, beleza, hein?
18:40Valeu pela força e a gente fica em contato pra próxima ação, hein?
18:43Valeu.
18:45Valeu, valeu.
18:45Até mais.
18:46Até mais, valeu.
18:49E aí, Serjão.
18:53Apesar de tudo, a gente conseguiu nosso objetivo, hein?
18:56O cachaceiro ficou furioso, meu irmão.
18:59A gente zoou geral com aquele comício.
19:01Eu mandei bem pra caramba.
19:02Que mira, hein?
19:03Acertei em cheio aquele babaca do senador.
19:06Sou bono, senhor.
19:07É, que tem que admitir.
19:09Você mandou muito bem.
19:09Você vê a cara de babaca do senador.
19:11Tá bom, meu irmão.
19:15Vou nessa, viu?
19:15Valeu, companheira.
19:17Valeu, até mais.
19:18Valeu.
19:18Joca, e aí, alguma novidade?
19:31Bom, eu liguei pro celular dela, mas tá desligado.
19:33Mas isso eu já sabia, não é, seu idiota?
19:35Você acha que eu não tentei?
19:36Opa, opa, opa.
19:37Devagar, devagar.
19:38Não vem tacando pedra, não, porque eu também tô preocupado com a garota.
19:40Desculpa, Joca.
19:41Eu tô muito aflita.
19:43Olha, eu já dei uma geral na praça e nem o sinal dela.
19:46Não tem mais quase ninguém na rua.
19:47Eu acho que por causa dessa chuva as pessoas foram pras suas casas.
19:50Mas onde será que se meteu essa pestinha, meu Deus?
19:52Eu sei, ela deve ter se abrigado em algum lugar e tá esperando a chuva passar.
19:55Não é só a hora da noite, sozinha.
19:57Por que que não ligou o celular e deu notícia?
20:00Sei lá, né?
20:00A bateria deve ter acabado.
20:02Mas, Arminda, não fica pensando no pior, tá bom?
20:06Vamos dar um rolé por aí, eu acho que a gente consegue encontrar a menina.
20:09Tá bom, nós vamos fazer isso.
20:10Mas se ela não aparecer logo, eu vou até a polícia.
20:13Tudo bem, vamos.
20:23Apesar daquela briga no final, a caranhata foi um sucesso, você não acha?
20:29Mas você pode dizer um absurdo dessa, a Julicaba?
20:34Você nem parece um homem da lei, meu Deus do céu.
20:36O que era pra ser uma festa da democracia com civilidade?
20:42Acabou virando uma arena de malucos se batendo feitos selvagens?
20:46É.
20:47O que foi que deu na gente dessa cidade?
20:50Democracia, Virgínia.
20:52Democracia.
20:52Na democracia, todo mundo tem o direito de manifestar a sua opinião, não tem?
20:57Então, o comando invisível demonstrou a opinião deles também.
21:01Você tá falando isso porque eles atacaram o querêncio.
21:04Eu queria ver você defender esses baderneiros se eles tivessem atacado você ou o prefeito.
21:10Ah, esse pessoal sabe com quem se mete.
21:13Eu respeito a autoridade.
21:15Ai, Julicaba!
21:17Cara!
21:17Uma coisa é ir lá e mexer com um baderneiro, um arruaceiro, a outra é mexer com um representante
21:24da lei, uma figura pública, eleita legitimamente pelo povo.
21:31Ah, quer ser, eu não quero mais ouvir falar esse negócio de corbiço, de carreata, de briga.
21:36Eu vou é fazer um sanduíche pra mim que eu tô morta de fome.
21:39Você quer um, minha filha?
21:40Não, obrigada, mãe.
21:41Eu não tô me sentindo muito bem.
21:42O que é que você tem?
21:43Ai, não, nada demais, mãe.
21:45Só tô meio enjoada.
21:46Eu acho que eu vou pro meu quarto.
21:47Ô, minha filhinha, deixa a sua mãe fazer um chazinho pra você, vai ser bom.
21:51Não, pai, obrigada, não quero mesmo, tá?
21:54Bom, depois de tanta bacharia, eu não admiro que você esteja enjoada.
21:58Você não achou que a carreata foi um sucesso?
22:01Pai, sucesso mesmo foi a chuva que acabou com tudo isso.
22:05Bom, boa noite, eu vou pro meu quarto, tá?
22:07Se precisar de alguma coisa, me chama.
22:09Tá bom, mãe, pode deixar.
22:10Eu acho que vocês duas não compreenderam a situação.
22:18Mas estou lhe dizendo, Virginia.
22:21Esta eleição está no papo!
22:23Mas o que é isso?
22:37Diana?
22:38Você ficou maluca?
22:39O que você está fazendo aqui, garota?
22:40De onde você saiu?
22:41Eu peguei uma carona com você, ué.
22:42Mas eu nem vi você entrar.
22:43Também com aquela confusão, né, André?
22:46Eu fiquei abaixada aqui que eu não queria que a minha tia me visse.
22:49Ela não queria muito que eu viesse a esse comício.
22:51Mas por que você ficou quieta até agora, hein?
22:54Ei, você não precisava de carona.
22:56Você mora na praça.
23:00Tá bom, André.
23:01A verdade é que eu queria levar um papo com você na boa.
23:04A gente quase nunca fica sozinhos.
23:05Eu pensei que você ia ficar mais à vontade.
23:07Diana, não tem essa de ficar mais à vontade com você, tá?
23:10Isso está errado.
23:11Você é uma criança.
23:12Para de me chamar de criança, André.
23:14Se você olhar bem pra mim, você vai ver que eu sou uma mulher.
23:17Sou apaixonada por você.
23:19Tenho certeza que você também vai se apaixonar por mim.
23:22Eu só dou uma chance pra gente.
23:23Garota, você pirou, tá legal?
23:26Você tem noção da encrenca que você está me metendo, hein?
23:29Você é uma criança, menor de idade.
23:31Ninguém precisa ser maior de idade pra se apaixonar.
23:34E relaxa, ninguém vai saber que a gente está junto.
23:36É, realmente.
23:37Ninguém vai saber que a gente está junto.
23:38Porque nós não vamos ficar juntos, tá?
23:40E eu vou levar você pra casa agora mesmo.
23:42Posso pelo menos passar pro banco da frente pra gente ir conversando?
23:47Nada disso.
23:48Quietinha e calada aí atrás, tá bom?
23:50Quietinha.
24:00Ai, bendita, chuva.
24:02Ai, pra acabar com aquela maluquice.
24:04Nossa, eu tô ensopada.
24:05É, eu confesso que me diverti muito apesar daquela confusão.
24:09Ai, Deus me livre, se divertiu.
24:11Eu não tenho mais idade pra isso, não.
24:13Ai, minha querida, eu vou pegar uma toalha pra nós dois.
24:15É, ótimo, ótimo, ótimo.
24:17E também o nosso chá do ané.
24:19Ai, que ótimo, ideia.
24:25O que é isso?
24:26É, não se preocupe, minha querida.
24:27Eu imagino quem seja.
24:29Espera um pouquinho que eu já volto, tá?
24:33Que coisa mais esquisita.
24:37Ó, padrinha, até que enfim chegou, hein?
24:40Demorou pra caramba.
24:42Ih, tá tudo molhado, tá parecendo um pinto.
24:45O que é que você está fazendo aqui, criatura?
24:50Eu vim receber os parabéns do padrinho.
24:54O senhor viu o que o pessoal do comando visível fez lá na praça, não viu?
24:58Eu já te disse pra não vir aqui sem avisar.
25:01Não disse?
25:02Disse.
25:03Mas eu não levei a série.
25:05Eu estou acompanhado, seu maluco.
25:09E agora?
25:10Agora?
25:11Faz cocô na mão e joga fora.
25:13Desculpa a demora, minha querida.
25:23Tudo bem.
25:24Deixa eu te apresentar.
25:25Esse aqui é o Sereno, um amigo da casa.
25:30Sei.
25:32A mãe dele era muito amiga da minha falecida mulher?
25:35Muito, muito prazer.
25:43O padrinho fala muito da senhora.
25:48É mesmo?
25:49Sereno já está mesmo de saída?
25:52Está, Sereno?
25:54Estou?
25:55Está!
25:55Boa noite, Sereno.
26:02Boa noite.
26:03Durmam com os anjinhos.
26:05E aí?
26:06E aí?
26:11E aí?
26:12Sua eminência, nosso futuro prefeito e a primeira dama.
26:38Como foi o último dos comícios?
26:41É uma zona, nem queira saber.
26:44É verdade isso, Marita, que ele tá falando?
26:45É uma confusão danada, Esculap.
26:47Um quebra-pau dos diabos e pra completar essa chuva toda.
26:51Olha, eu tô fora, viu?
26:52Nunca mais me pegam pra uma roubada dessas.
26:54Aí é que você se engana, meu amor.
26:56Esqueceu do que a gente combinou?
26:58Em breve serei eleito e você vai casar comigo, não é Esculap?
27:03E eu tô de testemunha que você aceitou se casar caso o Cerencio ganhasse as eleições.
27:08Então, enquanto primeira dama, você vai ter que me acompanhar nesses eventos políticos.
27:13Ah, eventos políticos.
27:15Isso hoje foi uma baderna, isso sim.
27:17E tem mais, Cerencio.
27:18Primeiro você ganha as eleições, depois a gente conversa sobre casamento.
27:21Oi, Esculap, me vê uma caipirinha que hoje até eu vou beber, viu?
27:25Ah, sim que se fala.
27:27Uma pinga aí pra mim, companheiro, que eu não posso deixar a minha dama bebendo sozinha, não é?
27:32É pra já.
27:38Sabia que você vai ficar linda de vestido de noiva.
27:42Eu já falei, primeiro põe a faixa de prefeito, depois a gente conversa.
27:49Ah, mas a lua de mel a gente já pode treinar.
27:52Ai, meu Deus, não vai sair assim, Nicolau.
28:17Você não quer tirar isso pra lá?
28:18Não preciso, meu amor.
28:19Aqui, gente, ó.
28:20Obrigado.
28:21Aqui, ó, vamos tomar um isquinho pra esquentar o corpo e acalmar o jame.
28:24Ah, é uma boa mesmo.
28:26Definitivamente eu não deixo de me surpreender com essa cidade.
28:29Eu me lembro que quando eu cheguei aqui eu achei a cidade pacata.
28:33Nós também achávamos, mas definitivamente isso passou.
28:37Nossa, mas que baixaria, meu Deus.
28:39Que coisa feia.
28:40Alguém tem que fazer alguma coisa pra essa molecada do comando invisível entrar na linha.
28:45Eles não podem fazer o que eles querem.
28:47E aí esse pessoal tá pedindo voto nulo.
28:49E eles podem atrapalhar o nosso candidato.
28:51Mas o voto nulo também atrapalha o jumento.
28:53Pois é, meu amor, mas atrapalha mais o querente.
28:55Porque o querente é o candidato da contestação.
28:57As pessoas que estão satisfeitas com a situação vão ficar do lado do jumento.
29:01Pois eu acho que o povo não entrou na onda do comando, não.
29:03Na hora que a coisa esquentou, abaixaram o pau nele.
29:05Eu também acho que isso não afetou a popularidade do querente, não.
29:08Continua acreditando na vitória do nosso candidato.
29:10Então vamos fazer um brinde a isso.
29:13Ao querente.
29:14Ao salvador da pátria.
29:22Nossa, vocês são encharcados.
29:24Ah, tu não viu nada.
29:26A gente se livrou foi de tomar uma na cabeça lá na praça.
29:29A coisa terminou numa pancadaria dos diabos.
29:34A gente só passou aqui pra te dar a notícia do comício.
29:38Só a ausência foi sentida, tá?
29:41O pobre do querente lá lutando, brigando pela prefeitura.
29:44E tu não apareceu pra dar um apoio, Lé.
29:45Poxa, não entendi por que você não foi.
29:47Depois eu te explico, né?
29:49Eu vou buscar uma toalha pra vocês, tá bom?
29:52Vem aqui!
29:53Ô, meu pai, tudo molhado.
29:56Não carece não, Lé.
29:58A gente já tá indo.
30:00Vamos embora, chancha.
30:01Se não, eu vou pegar uma pneumonia.
30:04Não, não.
30:04Olha, pera aí.
30:05Pera aí, Romeu faz assim, ó.
30:07Toma uma cachaçinha.
30:10Que é pra esquentar os ossos, né?
30:13Aqui.
30:14Só uma talagada, então, né?
30:15É, tá.
30:18Mas e aí, então, assim...
30:21Quem mais tava lá na praça?
30:22Quase a cidade toda.
30:24Professor Flores também tava.
30:26Ah, é mesmo.
30:29E ele tava sozinho, Sancho?
30:31Sozinho, sozinho, não.
30:33Tava lá.
30:33E qual a importância se o professor tava sozinho ou não tava?
30:37Eu vi ele lá com aquela dona, a Clorissa.
30:42A mãe do seu título da pousada.
30:45Ah, ele tava com aquela broaca.
30:48Tá vendo, minha amiga?
30:53Pronto.
30:54Vamos pra casa, Sancho.
30:57Bora, bora.
30:58Vou pegar meu guarda-chuva, tá?
30:59Pera aí.
31:02Boa noite.
31:04E muito obrigado pela cachaça, Leia.
31:09Abre teu olho, tá?
31:11Pelo visto tem a abelha mamando teu mel.
31:14Mel do Flores.
31:15E tu aí, ó.
31:16Chupando o dedo.
31:17Tô indo!
31:18Tô indo!
31:24Perua desgraçada, galinha, bruaca, filha de uma... mamãe.
31:37Me perdoa, minha querida.
31:40Imagina, não tem problema nenhum.
31:44Agora podemos tomar o nosso chá do amé em paz?
31:48É, podemos.
31:55Vem cá.
31:56Não é por nada, não.
31:58Longe de mim.
31:58Queria julgar alguém, mas...
32:00Esse...
32:01Esse seu sobrinho...
32:04Ele me parece um pouco esquisito, não é?
32:07Ele não é meu sobrinho.
32:09Tem apenas essa mania chata de me chamar de padrinho.
32:12É só isso?
32:13Ah, ah, ah, sei.
32:14Eu tolero apenas em memória da Dirce, mas esse rapaz tem problemas.
32:21Ah, dá pra ver.
32:22Dá pra ver que ele precisa de ajuda.
32:25Mas chega de falar daquele infeliz e vamos celebrar o nosso encontro, não é mesmo?
32:34Boa ideia.
32:35Hum.
32:36Não, isso mesmo.
32:48Felizmente, o temporal acabou com a briga e não foi preciso que a polícia interviesse.
32:54Tá bom.
32:55Pode deixar que eu te mantenho informado, sim.
32:57Tenha uma boa noite.
32:59Sereno, que bom que você apareceu.
33:01Eu tava mesmo precisando falar com você.
33:04Então é.
33:04Uhum.
33:05Vem, me acompanha.
33:09Vem.
33:19Espero que ninguém veja a gente.
33:21Melhor você saltar aqui, tá?
33:22Porque se eu parar perto da sua casa é perigoso demais.
33:24André, pra que esse medo todo?
33:26Eu só quero conversar com você.
33:27Garota, pelo amor de Deus.
33:28Se você continuar insistindo, você vai complicar a minha vida demais.
33:32Vai.
33:32Complicar por quê?
33:33Você é menor.
33:34Isso é crime.
33:35Isso é tudo que o delegado precisa pra me colocar na cadeia e jogar a chave fora,
33:39entendeu?
33:39Tá bom.
33:40E eu já vi que você tá nervoso hoje.
33:42Mas...
33:42Outro dia a gente conversa, tá bom?
33:44Tá, vai.
33:45Por favor.
33:46Tá bom.
33:47Mas antes de ir, eu queria te dizer uma coisa.
33:49Pode ser?
33:50Fala.
33:52Eu te amo.
33:53A senhora queria falar comigo?
34:08A senhora queria falar comigo?
34:08Aliás, posso chamar a senhora de você?
34:12Pode.
34:14Bom, eu...
34:15Eu queria dizer que...
34:17Bom, Serena, eu li o livro que você me deu.
34:19E eu gostei muito.
34:20Gostou?
34:22Ai, que bom que você gostou.
34:24Eu tinha certeza que você ia gostar.
34:26Porque você é uma mulher muito inteligente.
34:28Além de ser bonita.
34:30Aliás, a mais bonita aqui de Ribeirão.
34:33Obrigada, Serena.
34:37Obrigada.
34:39E eu descobri que você é uma pessoa muito culta, sabia?
34:42Olha, eu não imaginava isso.
34:44É, mas...
34:47Bonito eu não sou, não é?
34:49Ou será que eu sou?
34:51No fundo, Serena, toda pessoa legal tem lá a sua beleza.
34:56É.
34:57Eu sou legal, sim.
34:58Mas é que ninguém sabe disso, assim.
35:01Quer dizer, saber, assim, de verdade, me conhecer mesmo.
35:07É, não é?
35:07É.
35:08O padrinho.
35:09O padrinho, ele me conhece.
35:12Ele conversa muito comigo.
35:14Ele sabe quem eu sou.
35:16E você morava com a sua mãe, não é?
35:19É, morava.
35:20Morava, mas a minha mãe morreu.
35:23Aí eu fiquei lá, morando sozinho.
35:25Comigo mesmo.
35:26Quem me ajudava muito era a madrinha.
35:32Ela gostava de mim.
35:34A esposa do professor Flores?
35:36É.
35:37Mas aí ela também morreu.
35:39Mataram a madrinha.
35:41É.
35:42O crime da dona Dice realmente foi um crime terrível.
35:46E até agora nós não encontramos ainda o assassino.
35:49E o professor Flores, ele continua te ajudando?
35:52Continua.
35:53Ele me ajuda.
35:54Ele só não gosta que eu chame ele de padrinho, mas eu chamo assim mesmo.
36:01E, bom, e do que você vive, Sereno?
36:04Você quer saber com que dinheiro eu vivo?
36:07É.
36:07Bom, a minha mãe, ela me deixou uma pensão.
36:15Eu estava na beira da cama quando ela morreu.
36:18Ela me disse, filho, você vai ter a dona Dice para conversar, mas eu não quero que você dependa de ninguém.
36:26E é verdade.
36:28O dinheiro sobra.
36:30Todo mês o dinheiro sobra.
36:31E aí com o dinheiro que sobra, eu compro os livros, como esse, do Dostoyevsky, que eu te dei de presente.
36:39E por que você gosta tanto desse escritor?
36:42É, porque ele é bacana.
36:43Você não achou?
36:44Claro que eu achei, mãe.
36:45Eu disse isso pra você.
36:46Bom, e me conta mais sobre ele, então.
36:50Ele era russo?
36:51Isso eu sei.
36:52Outra coisa.
36:52Tá.
36:53Eu tenho uma coisa que você não sabe.
36:55Ele nasceu em 1821 e morreu em 1881, com quase 60 anos.
37:01Quase.
37:02Porque ele nasceu no dia 11 de novembro e morreu no dia 9 de fevereiro.
37:06Então, com quase 60 anos.
37:10Ai, meu Deus.
37:11Parabéns, Serena.
37:13Que ótimo.
37:14Vai, me conta mais.
37:15Bom, ele escreveu outros romances, assim, muito importantes.
37:21Mais chá do anel?
37:23Ótima ideia.
37:24Mais chá do anel.
37:38Engraçado, sabe que eu me sinto tão bem aqui nessa cama, assim, com você.
37:44Tão bem, tão bem.
37:46É mesmo?
37:47Eu fico muito feliz em saber.
37:49Verdade.
37:51Eu, às vezes, me sinto assim como se, como se eu morasse aqui nessa casa.
37:57Como se essa casa fosse minha também.
38:00Que interessante.
38:01Que interessante.
38:02Seria tão bom se a gente pudesse ficar, assim, o tempo todo junto, assim.
38:10Não seria?
38:10Seria.
38:11Seria.
38:12Seria, sim.
38:13Aliás, seria maravilhoso, mas eu creio que isso não seria possível.
38:19Não seria possível, por quê?
38:24Me perdoe, minha querida.
38:25Não me leve a mal, mas é que eu e a minha mulher fizemos uma promessa, um ao outro.
38:33Se caso um morresse, o outro jamais moraria com outra pessoa nessa casa.
38:39Que romântico.
38:42Eu não poderia trair essa promessa, você não acha?
38:46Imagina, mas você poderia mudar de casa.
38:56É.
38:59Poderia?
39:00Poderia, sim.
39:03Nossa, mas quem é que tá ligando nessa hora?
39:05Ai, meu Deus do céu.
39:07Deve ser um chato de galocha.
39:08Será que é o seu sobrinho, aquele rapaz?
39:10Eu já te falei que o Sereno não é o meu sobrinho.
39:13Ah, sim, eu esqueci, desculpa.
39:16Você me perdoa, minha querida, mas eu vou ter que atender.
39:19Tudo bem, uma pessoa que liga essa hora deve ser bem importante, né?
39:25Olá, como vai?
39:27Oi, meu amor.
39:28Desculpa te ligar essa hora.
39:30Você não tava dormindo, tava?
39:32Pra falar a verdade, eu estava, sim.
39:34Eu acordei alarmado com o seu telefonema.
39:37Ai, desculpa.
39:39Você me perdoa?
39:40Eu não queria atrapalhar seu sono.
39:42Mas aconteceu alguma coisa pra você me ligar essa hora?
39:44Algum problema com o seu filho?
39:46Não, não.
39:48Com o Joca não aconteceu nada, não.
39:50Quer dizer, eu espero que não, né?
39:52Porque ele saiu e até agora não chegou em casa.
39:55E eu fiquei sabendo que teve a maior confusão lá na praça.
39:59Bom, enfim, meu amor, eu...
40:03Eu tô muito preocupada, por isso eu resolvi te ligar pra ver se me acalmava.
40:08Você sempre me acalma, sabia?
40:10Não há razão nenhuma pra se preocupar.
40:13Eu tenho certeza que o seu filho está bem.
40:15Não aconteceu nada muito grave no comício, que aliás...
40:19Terminou por causa da chuva que acabou dispersando a multidão.
40:22Eu não acredito que é aquela mulherzinha...
40:26É, eu compreendo, mas...
40:29Realmente agora eu preciso desligar.
40:31Eu estou exausto.
40:33Tá bem.
40:34Eu vou tentar dormir.
40:36Tudo bem que eu acho que eu não vou conseguir.
40:38Amanhã nós falamos, tá bem assim?
40:42Sabe que petulância dessa baranga ligar pra você essa hora?
40:45O que ela pensa que é?
40:46Por favor, minha querida.
40:49Tenha mais paciência com essa senhora.
40:51O que ela queria com você, afinal?
40:53É o filho dela.
40:55Parece que ele está perdendo completamente o juízo.
40:58Anda destrambelhando as ideias.
41:01Ela vem me pedindo ajuda, coitada.
41:04Realmente o caso é muito grave.
41:06É aquele rapaz que fica zanzando na praça se dizendo detetive particular?
41:11É, exatamente. É esse mesmo.
41:12Não me admira nada, né?
41:14Filho de uma doida só podia dar um maluco.
41:16Eu sempre achei ele com cara de idiota, mas não sabia que era tão grave.
41:19É gravíssimo.
41:21É gravíssimo.
41:23Mas eu te peço uma coisa, por favor.
41:28Não comente nada com ninguém.
41:31Matina.
41:33Claro que eu não vou comentar.
41:34Se tem uma coisa que eu ordeio, é fofoca.
41:37Também não vamos deixar que o pobre rapaz e a sofrida mãe dele perturbem o nosso idílio amoroso, não é mesmo?
41:48Tchim, Tchim.
41:49Tchim.
41:50Pelo amor de Deus, garota, você é uma criança.
41:58E mesmo que não fosse, eu tenho namorada, sabia?
42:00Para de me chamar de criança, coisa chata.
42:02Tá bom.
42:03Você não é uma criança.
42:05Mas sai do meu carro, por favor.
42:07Se você tem namorado, por que ela não estava com você?
42:09Ai, meu Deus do céu.
42:12Não interessa.
42:13Ó, vai embora.
42:15Sai do meu carro, por favor.
42:16E tira esse lance da cabeça de que você me ama, tá?
42:19É maluquice isso.
42:21André, dá só um minuto.
42:22Me escuta, só para conversar com você.
42:24Por favor.
42:25Chega, Diana.
42:26Tá?
42:26Depois a gente conversa.
42:27Por favor.
42:28Por favor.
42:29Sai do carro.
42:30Tá bom.
42:31Vai, garota.
42:32Por favor.
42:35Mas antes, dá um beijo de boa noite.
42:38Mas nem pensar, Diana, pelo amor de Deus, por tudo que é mais sagrado nessa vida.
42:45Sai do carro.
42:46Tá bom.
42:47Tá bom.
42:48Tchau.
42:49Tchau.
43:02Diana.
43:04O que você estava fazendo dentro daquele carro?
43:06Pera aí, meu irmão.
43:09Pera aí.
43:09Pelo amor de Deus, Diana.
43:10Você tá bem?
43:11Tio, o que a senhora tá fazendo aqui?
43:13Calma aí, cara.
43:14Só vim trazer a menina.
43:14Já tô indo embora, tá?
43:15Não se mexe, rapaz.
43:16Sai do carro.
43:16Ó, sai da frente antes que eu passe por cima, hein?
43:19Rapaz, para!
43:21Para, Jorca!
43:22Larga isso, pelo amor de Deus, Jorca!
43:24Sai do carro.
43:24Tchau.
43:27Tchau.
43:27Tchau.
43:28Tchau.
43:28Tchau.
43:28Tchau.
43:28Transcrição e Legendas Pedro Negri
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