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  • há 22 horas
Núcleo atua na interseção entre o que o público deseja e precisa saber, exigindo agilidade, apuração minuciosa e criatividade constante.

Reportagem: Gabriel da Mota
Imagens: Wagner Santana
Edição: Bia Rodrigues (supervisão: Tarso Sarraf)

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Notícias
Transcrição
00:00Eu tive uma primeira experiência como jornalista aqui no grupo em 2014.
00:14Era uma experiência meio como estágio, fiquei três meses.
00:18Ainda estava bem no início da profissão, então fiquei só esses três meses e não fui contratado.
00:23Eu sempre disse o quanto aquilo foi importante naquele período de não ter sido contratado,
00:28porque isso me deu um certo amadurecimento na profissão.
00:31E aí, quatro anos depois, em 2018, eu já tinha feito mestrado,
00:36aí eu retornei ao grupo em 2018 para a Editoria de Política e Economia, o Panorama.
00:42Em 2022, fui convidado para assumir a Coordenação de Cultura e Entretenimento,
00:47que eu estou até hoje nesse cargo.
00:49Em 2022, aqui já são três anos como Coordenador de Cultura
00:53e, de forma ininterrupta, sete anos já no grupo.
00:56Antes do jornalismo, eu sempre fui uma pessoa muito ligada à cultura.
00:59Então, eu já tive banda de música, banda de rock,
01:02eu escrevo poemas, tenho um livro de poema,
01:04tenho muitos amigos do teatro, da música.
01:06Então, sempre foi, na verdade, a minha casa, assim, o ambiente cultural.
01:10Eu sempre achei, meu pai é escritor,
01:12então eu sempre achei que, quando eu entrei no jornalismo,
01:15eu achei que eu iria trabalhar na área de cultura,
01:18mas, estranhamente, isso demorou, né?
01:20Primeiro, eu entrei na política, que também é algo que eu gosto muito.
01:24Mas, quando eu vim para cá, eu pensava que, primeiro, eu já ia na cultura.
01:29Aí, fiquei quatro anos na política e economia,
01:32já nem achava que eu iria trabalhar com o jornalismo cultural.
01:36E aí, foi uma surpresa, assim, o fato de, em 2022,
01:39ter sido convidado para ir para a editoria de cultura.
01:42Mas, como eu havia dito, a cobertura de política foi uma grande escola, assim,
01:47uma grande escola, principalmente pela cultura de desconfiar, né?
01:52Que é fundamental para o jornalismo,
01:54que é nunca acatar logo uma primeira informação.
01:58Na cultura, isso não é tão necessário,
02:01mas isso faz com que o repórter esteja mais atento também
02:05para o contexto da matéria, enfim.
02:07Então, foi fundamental ter passado pela política.
02:09Eu estou no jornal há cinco anos,
02:11sendo que, desses cinco anos, dois, eu fui estagiária.
02:14E, nos últimos anos, eu, depois de estagiária,
02:17eu fui repórter de rede social,
02:19depois eu passei por cidade, polícia, política, cultura.
02:24Só não fiz esporte, porque não sou muito habilidada com esporte,
02:29mas o restante estão aí.
02:30Eu acho que, por eu amar tanto o que eu faço,
02:33acaba que eu abraço todo e qualquer desafio que aparece, né?
02:37Eu não vejo muita dificuldade, assim,
02:39até porque, quando eu entrei aqui, eu era repórter de portal.
02:42Então, eu tive uma certa facilidade para matéria de portais.
02:45E para impresso não muda muito,
02:47porque a gente acaba tendo uma liberdade criativa.
02:50Claro, a gente tem que respeitar algumas normas do impresso,
02:53tudo certinho.
02:54Mas eu não vejo, assim, muita dificuldade.
02:56Eu gosto, assim,
02:57são desafios gostosos, assim.
02:59Essa correria faz parte.
03:00E a gente aprende a gostar disso.
03:03A gente aprende a sempre querer mais,
03:05a sempre buscar maneiras de melhorar.
03:08Então, assim, a gente...
03:09Eu abraço tudo e acho tudo maravilhoso.
03:11Olha, esse estúdio aqui é como se ele fosse uma partezinha da minha casa.
03:15Porque eu, praticamente, iniciei aqui quando eu fui contratada,
03:19quando eu era repórter de redes sociais.
03:21Eu fazia vídeo aqui das redes sociais.
03:23Eu me sentava aqui, botava um tripé e...
03:25Metia a ficha.
03:26Metia a ficha.
03:27E, por aqui, eu entrevistei muitas pessoas que foram importantes pra minha carreira, né?
03:32A mais engraçada pra mim foi quando eu entrevistei o MC Dourado,
03:35que pedia que fosse uma entrevista, assim, bem autêntica, bem leve.
03:40Eu extrapolei até a leveira, porque até a boquinha do animal eu fiz com ele.
03:44E também fiz entrevistas que, pra mim, ficaram bem marcadas
03:48quando eu entrevistei a Renata Sorra.
03:50Que, pra mim, foi uma honra.
03:51Eu nunca imaginei que eu, a Amanda,
03:53que um dia nem sonhava em ser jornalista, né?
03:57E ia entrevistar a Renata Sorra, assim,
03:59então, tipo, com um tempo curto de carreira, né?
04:02Porque eu tenho só cinco anos perto de alguns colegas
04:04que têm quase a minha idade de profissão.
04:06E foi incrível, assim.
04:08Ela chegou a me ligar porque ela queria uma alteraçãozinha na matéria.
04:11E, quando eu vi, eu falei, meu Deus, eu entendi.
04:13Alô, quem é? Porque eu não tinha o número dela salvo.
04:15Ela falou, ai, Amanda, é a Renata Sorra.
04:17E eu...
04:18Oi, Renata Sorra, tudo bom?
04:20E é engraçado isso em ser repórter de cultura, né?
04:23Porque, por exemplo, eu nunca me imaginei ser jornalista, né?
04:26Como eu tava falando.
04:27E aí, às vezes, eu passo por situações, assim,
04:29que eu fico, meu Deus, como assim isso aconteceu comigo, sabe?
04:32Então, só o jornalismo iria me proporcionar mesmo.
04:35O núcleo, ele meio que se divide em dois tipos, digamos assim, de notícia.
04:40Cultura e entretenimento.
04:42A gente trata um pouco, faz essa diferenciação.
04:46Porque a parte de cultura tá muito ligada às artes de forma geral.
04:50Então, a música, o teatro, né? Dança, as artes plásticas.
04:55O entretenimento, ele tá mais ligado às redes sociais,
04:58ele tá mais ligado ao que ocorre de forma contínua na internet.
05:02Então, a gente acompanha em parceria também com as coordenações,
05:06tanto do portal Libra.com quanto das redes sociais.
05:09A gente acompanha essas notícias que são feitas de forma muito frenética, né?
05:14Chegam de forma muito frenética às redes.
05:16E, em paralelo a isso, a gente produz matérias que exigem maior tempo de preparação, né?
05:23Tanto de preparação de imagem, de fotos, quanto de informações também.
05:27Então, a gente tenta agir nessas duas frentes
05:31pra que a gente possa alimentar de notícia os diferentes veículos que a gente trabalha.
05:37É muito interessante porque a gente passa o dia todo acompanhando notícias de famosos.
05:42Por exemplo, eu assisto muito Ana Maria Braga, porque tem notícia de famosos
05:47e eu uso sobre redes sociais pra ficar me atualizando.
05:50Então, quando eu chego aqui no jornal, geralmente eu sempre faço um aparato
05:54do que saiu, do que eu acho que pode render, que eu vejo.
05:58Eu também adoro o TikTok, então eu sempre procuro algum vídeo lá
06:01que eu acho que possa render alguma matéria interessante.
06:04Ou, por exemplo, agora que teve o Global Cities aqui em Belém,
06:08eu fiquei olhando os comentários dos famosos, vendo as postagens deles.
06:12Então, geralmente é isso. A gente sempre procura fazer aquilo que é curioso, né?
06:16Porque a notícia, o falo do jornalista praticamente é parecido de alguma forma, né?
06:22A gente pensa de uma forma muito parecida.
06:25Mas a gente sempre busca o nosso diferencial, né?
06:28Ver aquele detalhezinho assim que ninguém percebe, por exemplo.
06:31Eu tava olhando as redes sociais do Rodrigo Santoro
06:35e aí eu vi que em um dos vídeos que ele publicou, dos shows que tiveram, né?
06:39Que ele participou como apresentador, teve um videozinho do Arraial do Pavulagem.
06:42Eu achei muito interessante, né?
06:44Porque se ele filmou e tá lá é porque despertou curiosidade nele.
06:47E aí, olhando os comentários, eu vi que o Pavulagem convidou ele
06:51pra participar de um dos arrastões.
06:53Aí eu falei, ó, olha que interessante. Então, um convite pra ele retornar pro Belém.
06:57Eu peguei aquele comentário e transformei numa matéria dizendo que o Pavulagem
07:01tinha convidado o Rodrigo Santoro pra voltar pro Belém.
07:03Como coordenador, eu procuro sempre ter em mente
07:06que há duas também formas de critérios que a gente precisa levar em consideração
07:11na hora de pautar uma matéria.
07:13Um é o interesse público, ou seja, aquilo que as pessoas precisam saber,
07:17que a gente entende que, muitas vezes, por mais que não haja tanta gente
07:21querendo saber sobre aquela pauta, a gente entende que é um interesse público
07:26que as pessoas saibam. Então, por exemplo, tem uma peça de teatro
07:29que pode ser que ela ainda não tenha um público tão grande,
07:32mas é de um grupo importante do teatro paraense.
07:35Então, a gente verifica que aquilo é algo que precisa ser noticiado,
07:38embora não haja ainda um público que tá aguardando aquela notícia.
07:42E a outra é o interesse do público, que é aquilo que a gente é acionado,
07:46que são as pessoas que estão ávidas em saber.
07:49E nisso entra muito o que a gente fala sobre as notícias de entretenimento
07:53de pessoas famosas, né?
07:55Fulano que deixou de ser casado com ciclana e tal.
07:58Então, isso é um interesse do público que a gente,
08:00como um grande veículo de comunicação, a gente precisa levar em consideração
08:05na nossa pauta.
08:07Mas são sempre esses dois pontos de vista.
08:10O que a gente sabe que o público quer saber,
08:12o que a gente também compreende que o público precisa ter como informação.
08:17Então, é mais ou menos essa balança no dia a dia.
08:21O Gilberto Gil tem uma frase que eu gosto muito,
08:23que meio que me guia também no dia a dia, que ele diz assim,
08:26o povo sabe o que quer, mas o povo também quer o que não sabe.
08:31Então, a gente também precisa oferecer informações
08:34para que as pessoas possam se interessar ou não por determinados assuntos.
08:38A gente procura trabalhar sempre com material exclusivo
08:41no sentido de aquilo que eu estava falando antes.
08:44A gente é muito demandado pelo que o público quer saber,
08:47principalmente nas redes sociais e tal.
08:49Então, a gente tem que correr atrás disso.
08:51Mas a gente também procura sempre conseguir encontrar pontos de vista,
08:57falas exclusivas que vão dar ao nosso material um diferencial.
09:03A cobertura de política e economia é uma cobertura que exige muito cuidado,
09:07muita preparação.
09:09Muita preparação porque, por exemplo, quando você vai entrevistar um economista,
09:13não basta você fazer as perguntas.
09:15Você precisa antes estudar para que você tenha segurança do tema.
09:20Eu acho que isso me ajuda na produção de matérias na área da cultura,
09:25que é algo que deve ser a regra para todas as editorias, né?
09:28Que é a preparação, é buscar os antecedentes, o histórico daquele entrevistado.
09:33Então, eu acho que a experiência dessa cobertura de política e economia aqui é muito demandada aqui no grupo, né?
09:39Que existe muitos olhos em cima dessa editoria de política e economia, né?
09:43De forma geral.
09:44E essa cobrança, essa necessidade da preparação, acho que foi fundamental na minha formação
09:50e me ajuda também nas tarefas da coordenação.
09:54É que as pessoas, elas acham que cobrir cultura é sempre cobrir só fofoca
10:00ou coisas que são, assim, muito vagas e não.
10:03A gente mostra que vai muito além.
10:05É fazer uma exposição, é também a fofoca, claro, porque todo mundo gosta de uma fofoca,
10:09inclusive os jornalistas, mas a gente sempre procura ir além, né?
10:13E principalmente dar visibilidade para aqueles artistas que não são tão famosos,
10:17que a gente pode usar a nossa voz, que a gente use para o bem e a favor de coisas positivas.
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