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  • há 13 minutos

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Transcrição
00:00Bom, o dia 7 de novembro ficará marcado na história do estado do Paraná, devido à formação de três tornados.
00:08Os tornados, primeiramente, houve a formação de uma frente fria, mais ao sul aqui do estado do Paraná,
00:15e ao longo da tarde desse dia, esse sistema frontal se deslocou e favoreceu a formação de algumas tempestades severas.
00:23Essas tempestades severas evoluíram, se intensificaram em um ambiente muito quente, muito úmido,
00:29com um cisalhamento vertical do vento também bastante favorável, além da energia disponível na atmosfera.
00:37Essas tempestades, duas dessas tempestades, evoluíram para as supercélulas.
00:41São sistemas bastante severos e associados a esses sistemas, há um fenômeno, há um mesociclone,
00:50ou seja, essas tempestades são rotativas, esse mesociclone fica dentro da nuvem,
00:58tem um diâmetro aproximado de 2 a 10 quilômetros.
01:03E ao longo, então, no final da tarde desse dia, essas supercélulas avançaram, se deslocaram de oeste para leste,
01:13sobre as regiões oeste e sudoeste do estado do Paraná, e na sua trajetória causaram a formação de três tornados.
01:20A primeira supercélula, que gerou o primeiro tornado, esse tornado, ele começou a mostrar as suas assinaturas,
01:29os indicativos na superfície, nos danos, na vegetação, no município de Quedas do Iguaçu.
01:35E ao longo dessa trajetória, ele passou por oito municípios,
01:38sendo que, sobre a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, ele atingiu o pico máximo,
01:43na classificação da escala Fujita, que é uma escala que está associada aos danos causados pelo fenômeno,
01:50ele atingiu a categoria F4.
01:52F4, estamos falando de danos severos, colapsos de casas de alvenaria,
01:58colapso total de casas de madeira,
02:01danos significativos em edifícios,
02:03vegetação colapsada, ou seja, vegetação totalmente derrubada,
02:09entre outros danos.
02:11E, em sequência, ele chegou até o município de Virmont, na categoria F1.
02:16Essa mesma supercélula ainda se deslocou um pouco mais para leste
02:19e atingiu os municípios de Candói e Guarapuava,
02:22e voltou a provocar um segundo tornado sobre esses municípios.
02:25Ele também foi classificado F4 no distrito de Entre Rios, município de Guarapuava,
02:32pois também provocou grandes danos em um assentamento.
02:39Houve colapso de plantações de pinos, de eucalipto,
02:43além de construções civis.
02:45Por isso que foi classificado como um F4.
02:48E o terceiro tornado ocorreu na região de Turmo,
02:52um pouco mais ao norte do município de Guarapuava,
02:56e foi classificado como um F2,
02:57danos principalmente em algumas construções civis,
03:00na zona rural e também na vegetação.
03:03O tornado, ao longo da sua trajetória,
03:04ele não é homogêneo, ele não mantém a mesma categoria,
03:08ele pode variar entre uma categoria e outra,
03:11tanto que o primeiro tornado,
03:14que avançou desde a queda do Zíguaçu até Virmont,
03:17ele passou desde a categoria F1 até a categoria F4,
03:21então, dependendo do município,
03:23ele atingiu um...
03:25gerou mais danos, gerou mais estragos na sua trajetória,
03:29enquanto que outros, os estragos foram menores,
03:32foram classificados com uma severidade mais baixa.
03:35Através das imagens aéreas,
03:37podemos classificar, além da trajetória,
03:40a largura e a extensão do fenômeno,
03:42porque ele não é um sistema que avança de forma homogênea,
03:47então, em alguns pontos,
03:49principalmente na região de Rio Bonito do Iguaçu,
03:51chegou a três quilômetros de largura,
03:53enquanto que outros pontos, menos de 500 metros,
03:56então, ele teve bastante variação.
03:58Infelizmente, foi o município mais atingido,
04:00foi a cidade mais atingida
04:01pelas várias avarias,
04:05várias destruições associadas ao fenômeno.
04:08Para identificar as supercelas,
04:11nós utilizamos as imagens de alta definição do Góes 19,
04:16as imagens de satélite,
04:19e também as imagens de radar meteorológico.
04:21O radar meteorológico é uma ferramenta importantíssima
04:24para o monitoramento, para o Naucast,
04:26ou seja, monitoramento das tempestades severas,
04:29inclusive de supercelas.
04:31Através, então, por meio dessas imagens,
04:33nós podemos identificar as assinaturas do mesociclônico,
04:36aquele sistema que fica embebido na supercela,
04:40então, por meio disso,
04:42nós identificamos, ali no final da tarde,
04:45sobre o município de Rio Bonito do Iguaçu,
04:47uma assinatura em formato de gancho,
04:50e também na velocidade radial,
04:53ou seja, o escoamento radial ao radar meteorológico,
04:59nós podemos identificar a rotação do mesociclônico.
05:02Não foi possível identificar, por meio do radar meteorológico,
05:05o tornado, e sim o mesociclônico.
05:09E, além disso, nós também,
05:11uma variável chamada correlação cruzada,
05:14também conseguimos identificar os detritos
05:16associados ao fenômeno, ao tornado que passou
05:19sobre a cidade de Rio Bonito do Iguaçu.
05:23Nas primeiras imagens do radar meteorológico,
05:25foi possível estimar a velocidade do fenômeno.
05:30Além disso, também, o próprio comportamento,
05:32as próprias imagens de refletividade
05:35podem dar um indicativo daquela de granizo,
05:38da intensidade do vento associado.
05:40Nos dias 8 e 9 de novembro,
05:44nós fomos ao Rio Bonito do Iguaçu
05:45e aos municípios atingidos pelos tornados.
05:48Fizemos imagens aéreas por meio de helicóptero
05:52e também imagens terrestres.
05:54Essas imagens serviram como base
05:56para classificar a intensidade do fenômeno
05:58e também para analisar a trajetória dos tornados.
06:03Então, por meio das fotos, das imagens aéreas,
06:07nós podemos associar o dano causado
06:11e a velocidade, a possível velocidade,
06:14a estimativa da velocidade que esse tornado chegou.
06:17Então, isso foi importante,
06:19pois além das informações de radar meteorológico
06:21e de satélite,
06:23a visita, a análise em loco
06:25também contribui para categorizar os tornados.
06:30Nos dias seguintes, tivemos acesso a mais imagens aéreas
06:34e também o apoio dos pesquisadores
06:37da Geointeligência do CIMEPAR
06:39para finalizar, para identificar possíveis lacunas
06:44que ainda existiam na classificação dos tornados.
06:48E o trabalho em conjunto da meteorologia
06:50com a Geointeligência do CIMEPAR
06:51contribuiu para um laudo mais completo,
06:54um laudo mais refinado dos estragos,
06:56dos danos provocados pelos três tornados
06:59que foram observados no dia 7 de novembro de 2025.
07:03Bom, o que o pessoal da Geointeligência
07:05aqui do CIMEPAR fez foi avaliar
07:07os danos causados pelo evento de tornado.
07:10Então, a gente fez o mapeamento
07:11dos três eventos de tornado, né?
07:13E a gente usou uma série de imagens,
07:15seja de satélite ou de aerolevantamento.
07:18Então, uma imagem que a gente usou de satélite
07:21foi essa composição.
07:23Então, a gente consegue ter imagens
07:25de antes do evento e pós-evento.
07:27Coincidentemente, o satélite passou
07:29uns dois, três dias após o evento
07:32em Rio Bonito do Iguaçu.
07:33Então, a gente consegue ver o estrago
07:36causado pelo evento de tornado.
07:38Então, a gente consegue ver, principalmente,
07:40essa faixa mais laranja causada aqui,
07:43mais amarela,
07:44indicando o estrago causado na vegetação.
07:47seja vegetação de agricultura
07:49ou vegetação de silvicultura também, né?
07:52De plantios florestais
07:53ou de vegetação nativa também.
07:55Então, essa resposta que está dando
07:57em amarelo aqui
07:58é a resposta da própria imagem
07:59ao dano causado na vegetação.
08:02Bom, essas imagens de satélite
08:03que a gente usou
08:03têm pixels de 10 metros.
08:06Ou seja, cada pixel representa
08:07a 10 metros no terreno.
08:09É ideal para a gente ter
08:10essa análise macro
08:11do que estava acontecendo.
08:12A partir disso, a gente começou
08:13a trabalhar com imagens
08:14de melhor resolução,
08:15de aerolevantamento, principalmente.
08:17Cada pixel corresponde a 25 centímetros.
08:20Então, é uma redução de escala significativa.
08:22A gente consegue ter
08:23um detalhamento muito melhor.
08:24A partir disso, a gente começou
08:25a mapear realmente os estragos.
08:27Então, a gente foi identificando
08:29aonde passou,
08:30aonde tinha árvores quebradas,
08:32edificações estragadas.
08:33Então, a gente foi mapeando
08:35o que estava acontecendo
08:36ao longo do caminho do tornado.
08:38Aqui é um exemplo, então,
08:39de alguns pontos mapeados.
08:41Não se restringe apenas a esses pontos,
08:43mas ainda assim,
08:44esses pontos foram essenciais
08:45para a gente começar a identificar
08:47a escala de dano.
08:49Qual que era o dano,
08:52o estrago causado
08:54pelo tornado em cada ponto.
08:57Então, a gente vê pontos
08:58de dano moderado em azul,
09:01dano considerável, severo,
09:03e até danos devastadores,
09:04aqui, por exemplo,
09:05na área urbana
09:06do Rio Bonito de Iguaçu.
09:08Então, aqui é um exemplo
09:08da imagem de aerolevantamento,
09:10ou seja, teve um voo contratado
09:12de aeronave com câmeras,
09:14onde eles fizeram esse mapeamento.
09:17Isso foi através da empresa
09:18Esteio Aerolevantamentos,
09:20através do consórcio Paranamap.
09:23Então, aqui é um exemplo
09:24de como se consegue ter
09:25esse detalhamento dos estragos.
09:27Aqui está a vegetação tombada,
09:29por exemplo,
09:30já várias árvores caídas,
09:31é possível ver os troncos
09:32da direção de como foi esse estrago.
09:36Então, a resolução que a gente consegue ter
09:37com esse tipo de mapeamento
09:38é muito melhor,
09:39é muito...
09:41a distinção desses detalhes
09:43fica muito mais fácil interpretar.
09:46Então, aqui,
09:46exemplos da vegetação, por exemplo,
09:48as árvores quebradas,
09:49como que é,
09:50inclusive algumas casas,
09:51aqui algumas edificações
09:52já com estragos também visíveis.
09:55Bom, outra análise que a gente fez,
09:56então, foi ver o mapeamento
09:59de uso e cobertura do solo
10:00dentro das áreas afetadas
10:02pelos tornados.
10:03Então, aqui está a delimitação
10:04de como foi a passagem do tornado
10:06no polígono vermelho
10:08e aqui são as classes
10:09de uso e cobertura do solo.
10:11Então, para identificar
10:12aonde ele está passando,
10:13o que tem de vegetação nativa,
10:14o que tem de agricultura,
10:16o que tem de área urbana,
10:17o que tinha de corpos d'água,
10:19por exemplo.
10:20Então, aqui estão as classes,
10:21a gente fez o mapeamento
10:22de cada uma dessas áreas afetadas
10:25e com isso a gente consegue saber
10:26a estimativa,
10:28uma porcentagem, por exemplo,
10:29de quantos por cento
10:31dessa área afetada
10:32eram de agricultura,
10:33de vegetação nativa
10:34ou área urbana.
10:35Outra análise que foi incluída
10:37também neste laudo
10:38foi a informação do terreno.
10:40Então, a gente consegue
10:41ter uma altimetria,
10:42saber por onde o tornado passou
10:44e qual é o comportamento
10:46do relevo durante esse percurso.
10:48Se era uma área mais ondulada,
10:50se era uma região mais de vale,
10:52enfim, então aqui a gente vê
10:53nessas áreas mais azuis
10:54uma região mais de vale,
10:56enquanto nas áreas mais verdes
10:58ou até amarelas e vermelhas
10:59uma região mais alta.
11:00Então, a gente consegue ver
11:01como que foi o percurso
11:03do tornado
11:04acompanhando o relevo.
11:06Então, a gente tem
11:06a informação do perfil também
11:08para a gente identificar
11:09como que era a variação
11:10do terreno
11:11durante esse percurso.
11:13Bom, então,
11:14ajuntando todas essas informações
11:15que a gente analisou,
11:16a gente consegue saber
11:17tanto o perfil do relevo
11:18como o que era,
11:19a gente consegue ver
11:20que tipo de uso
11:21e cobertura do solo,
11:22o que tinha de agricultura,
11:23o que tinha de área urbana
11:26ou vegetação nativa.
11:27a gente conseguiu
11:28identificar os estragos
11:29com as imagens
11:30de alta resolução principalmente,
11:32mas imagens de satélites
11:33também ajudaram
11:34nesse mapeamento
11:34e a gente consegue
11:35identificar, então,
11:37onde estão as áreas
11:38mais severas,
11:39mais atingidas
11:40por esse evento,
11:42seja o que aconteceu
11:43em agricultura,
11:44seja o que aconteceu
11:45em áreas de silvicultura
11:46onde é visível
11:47as árvores caídas
11:50ou mesmo de vegetação nativa
11:51e principalmente
11:53na área urbana
11:54onde os estragos,
11:56por exemplo,
11:56no Rio Bonito do Iguaçu
11:57foram visíveis,
11:59tanto pela cobertura
12:01na época
12:01quanto até por essas imagens
12:03a gente consegue
12:03ter essa ideia
12:06dos estragos
12:07que aconteceram
12:08no município.
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