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“Não existe limite”, diz jovem de Cascavel que partiu para a guerra da Ucrânia sem avisar a família
CGN - Central Gazeta de Notícias
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há 11 horas
“Não existe limite”, diz jovem de Cascavel que partiu para a guerra da Ucrânia sem avisar a família
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00:00
Olá para você que acompanha a CGN, hoje eu faço uma conexão Brasil-Ucrânia
00:06
para conversar com um soldado nascido em Cascavel,
00:10
foi do Exército Brasileiro durante dois anos,
00:14
está há dois anos como reservista e vocês estão vendo aí o Matheus Nunes,
00:18
que decidiu embarcar para a Ucrânia, defender a Ucrânia na guerra.
00:23
Primeiramente, seja bem-vindo, Matheus, aqui à CGN.
00:28
Obrigado.
00:30
Matheus, me conta um pouquinho da tua história com a vida militar.
00:35
Desde criança você tinha essa vontade, como que foi que você entrou no Exército?
00:41
Isso mesmo, desde criança eu gosto do militarismo, gosto das doutrinas militares.
00:48
Entrei no Exército Brasileiro através do alistamento obrigatório,
00:52
nele então permaneci durante o tempo, aí até eu sair e ser reservista dele.
01:00
Desde então cresci, sempre trabalhando na área da segurança privada,
01:05
e decidi vir para cá, para continuar o segmento militar.
01:09
Você serviu o Exército aqui em Cascavel?
01:14
Isso mesmo, no 33.
01:15
Onde mora a sua família aqui na cidade?
01:18
A minha mãe mora perto do estádio, eu sempre esqueço ali, se eu salvo engano, Esmeralda,
01:25
e o meu pai no universitário e os meus avós aí no São Cristóvão e eu também.
01:30
Em que momento, o que te fez decidir que você queria ir para a Ucrânia?
01:37
Explica também como que foi esse processo, por meio de quem, de que forma você chegou até aí?
01:43
Então, na verdade eu tenho amigos, que são inclusive de Cascavel,
01:47
um deles já concedeu uma entrevista a vocês também, conhecido como Bradok,
01:52
ele serviu aqui na guerra da Ucrânia durante dois anos,
01:55
foi uma inspiração para mim também,
01:58
e a vontade também, né, de defender aqueles que estão em situação de vulnerabilidade, né,
02:05
lutar por uma guerra justa, por uma liberdade.
02:09
Na verdade, a minha motivação foi essa.
02:11
Você teve que se inscrever, como que foi? Conta para a gente.
02:14
Daí entrei em contato com o pessoal daqui, fiz o, na verdade, como que a gente pode dizer,
02:19
um pré-alistamento para você receber uma carta convite,
02:22
que o batalhão te convida para se voluntariar,
02:25
e daí você vem para cá.
02:26
Daí começa todo o processo de tramitação de documentos, que é o que eu estou passando.
02:31
E você está aí há quanto tempo?
02:33
Vai fazer duas semanas agora.
02:36
Eu imagino que onde você está, já que você participa de um programa de voluntários,
02:41
podem existir pessoas de outras partes do mundo, né?
02:44
Com quem você tem convivido aí?
02:46
Brasileiros, ucranianos e um membro nosso, é dos Estados Unidos.
02:53
E como que é essa rotina de preparação?
02:56
Você ainda não atuou no fronte de guerra, não é?
02:59
Não.
03:00
Em que estágio que você está?
03:02
A gente está no estágio de preparação de documentos,
03:05
para de fato começar o nosso treinamento.
03:07
E esse treinamento, você imagina começar quando e como que ele vai ser?
03:12
Nas próximas semanas aí.
03:14
Eu acredito que vai ser um treinamento intensivo para preparar a gente,
03:18
tanto corporalmente como psicologicamente, né?
03:21
Para a gente poder lidar com as situações aí que vim a enfrentar.
03:24
Você já tem, alguém já te deu uma ideia de que se nesse primeiro momento
03:29
você vai atuar dando apoio para as equipes, quem sabe resgate de feridos,
03:36
atendimento a pessoas que precisam dessa ajuda,
03:38
ou se você já entra no fronte para lutar mesmo?
03:42
Atualmente, a informação que a gente tem, não posso confirmar,
03:46
mas é que a gente vai fazer reconhecimento de terreno.
03:50
De que forma que isso é?
03:51
Para quem nunca entendeu, para quem nunca nem assistiu um filme de guerra,
03:56
reconhecimento de terreno significa o quê?
03:59
Você ir até o local e estudar no meio de EPR?
04:04
A gente ir reconhecer para ver se não tem inimigo,
04:07
para que outras equipes possam adentrar ali e segurar a posição.
04:12
É um trabalho já considerado perigoso, que precisa de treinamento?
04:16
Como é que é?
04:17
Isso, é um trabalho que requer treinamento,
04:20
porque o reconhecimento a gente pode chegar lá e ter inimigos, né?
04:27
Nesse momento, qual é a sensação que você encontra aí na Ucrânia?
04:32
A gente já vem aqui há alguns anos dessa guerra,
04:35
e qual é a sensação de estar aí nesse momento?
04:39
Eu sei que você não pode me confirmar exatamente onde você está, é isso?
04:42
Isso, é uma sensação tranquila.
04:47
Não consigo decifrar, porque ainda como eu não convivi de frente,
04:52
então a sensação que eu tenho é tranquilo.
04:55
Você não teve contato ainda com civis?
04:58
Aí você não foi para as ruas visitar, chegar, passear?
05:02
Já, já.
05:03
Quanto é a população ucraniana está encarando essa guerra tão longa?
05:07
Você sente que as pessoas já se acostumaram a essa rotina de guerra?
05:12
Ou ainda existe medo nas ruas? Como é que é?
05:15
Já se acostumaram.
05:18
Então a vida aí é normal?
05:19
Todo mundo vai ao mercado, anda na rua?
05:22
Normal.
05:23
Então tá.
05:26
E esses pontos onde vocês vão atuar,
05:29
eles são em áreas de fronteira ou pode ser em qualquer lugar do país?
05:35
Área de fronteira, no fronte mesmo.
05:39
E você tem conversado com soldados que já estão no fronte?
05:44
Não, é muito difícil a comunicação, né?
05:47
E também eles não falam informações porque é muito restrito, né?
05:52
O que está acontecendo lá.
05:55
De que forma que o exército ucraniano tem lidado com os soldados brasileiros voluntários que vêm até aí?
06:03
Como que você foi recebido pelo exército ucraniano?
06:09
Muito bem receptivos.
06:10
Muito bem, muito educados, muito prestativos.
06:15
Você citou aí o Braddock que esteve aí como voluntário.
06:19
Você viu algum outro brasileiro, seja de qualquer estado que seja,
06:23
você conviveu com mais brasileiros ou pelo menos soube da presença de outros brasileiros aí?
06:29
Aqui onde eu estou, eu estou conhecendo todos que estão aqui agora, né?
06:33
Mas eu tenho outros conhecidos brasileiros que alguns estão aqui
06:37
e outros já foram já embora, né?
06:41
Desses brasileiros, vocês têm uma ideia de quantos brasileiros estão aí nesse momento?
06:44
Aqui onde eu estou, a gente está em aproximadamente 10.
06:51
E tem algum paranaense também? De onde eles são?
06:54
Somente eu. Santa Catarina, Rio Grande do Sul, só.
07:00
Então, soldados sulistas, todos do sul do Brasil.
07:04
Isso.
07:04
E qual que é o teu... Você tem algum medo aí?
07:10
Ou qual que é o teu sentimento agora?
07:13
O meu único medo é eu não conseguir voltar.
07:16
E como é que a tua família tem lidado com a tua ida?
07:21
Foi um baque para todo mundo, né?
07:23
Porque eu avisei, eu já estava no aeroporto embarcando no avião.
07:25
Então, não tinha muito o que eles faziam mais.
07:28
E por que você decidiu agir assim, nessa surpresa para a família?
07:33
Tenho absoluta certeza que se eles me falassem qualquer coisa, eu não ia ir.
07:39
Então, eu fui com a coragem que eu estava de momento.
07:42
Você é um jovem de 22 anos, é isso?
07:47
Isso.
07:48
Tem pais aqui, você tem irmãos, namorada, esposa, filhos?
07:52
Como é que é a tua vida?
07:54
Eu tenho a minha esposa, que mora aí.
07:57
Tenho irmãos também, por parte de pai e mãe.
07:59
E ela, a tua esposa, soube antes ou ela também soube no dia que você estava embarcando?
08:07
Soube antes.
08:08
Ela soube, ela te apoiou desde o início ou ela teve algum receio?
08:12
Teve algum receio, mas agora está me apoiando.
08:15
Você tem expectativa de quanto tempo vai ficar aí?
08:18
Acredito que o período do meu contrato, né?
08:22
Seis meses, um ano.
08:24
O contrato é específico de seis meses, é renovável por mais seis meses, ou é de seis meses a um ano?
08:32
Renovável.
08:33
Renovável por mais seis meses.
08:35
E você está lutando por um país que, na verdade, ele é longe de uma realidade brasileira.
08:44
Claro que a gente tem uma comunidade muito grande ucraniana, especialmente na região de Irati.
08:49
Nós temos a nossa paróquia ucraniana em Cascavel.
08:53
Você já havia convivido com essa comunidade aqui na cidade?
08:57
Ou o que te fez, o que te tocou nessa guerra entre Rússia e Ucrânia?
09:03
Eu acho uma guerra injusta.
09:05
Por quê?
09:07
Pelo fato dele estar tentando tomar algo que não é dele, sabe?
09:12
Foi isso que te devolva?
09:13
Aconteceu em 2014.
09:14
Isso.
09:16
É.
09:16
Em que situação você lutaria também por outro país?
09:22
Da mesma situação, injustiça.
09:24
E para defender aqueles que não podem se defender, de certa forma.
09:29
Essa vontade de ir para o fronte, essa coragem, que também é necessária, te faria defender, logicamente, o Brasil também.
09:43
Com toda certeza.
09:44
Mas no caso brasileiro, você precisaria encontrar que tipo de cenário para você achar necessário uma intervenção desse tipo?
09:56
Acredito que não teria um cenário específico, né?
09:58
Eu saí do meu país para defender um outro país, então eu faria o mesmo pelo meu, sem hesitação nenhuma, em qualquer cenário.
10:09
Até onde você está disposto a ir na Ucrânia?
10:16
Até o limite.
10:19
Qual é o limite?
10:21
Não existe limite.
10:22
Então você pode fazer tudo.
10:26
Sim.
10:27
A tua família sabe disso?
10:30
Sabe.
10:32
E como que eles viram? O que que tua mãe falou para você?
10:36
Na verdade, não tem o que falar, né?
10:39
Por se tratar de um conflito, acredito que a partir do momento que virou um conflito, já acabou o limite, né?
10:45
E o que que você disse para eles?
10:47
Mas certamente eles vão assistir aqui, vão ver e vão falar, nossa, o Matheus falou que ele vai até onde for preciso.
10:55
Isso certamente vai gerar um sentimento na tua família.
11:01
Isso.
11:01
O que você diz para a tua família, para a tua esposa e para os seus amigos que estão aqui no Brasil, em Cascavel?
11:07
Eu digo que eu amo muito eles e que, se Deus quiser, isso vai acabar da melhor forma possível.
11:17
E eu vou voltar de volta.
11:20
A gente da CGN, eu acredito que toda a população cascavelense e brasileira, te deseja o melhor aí,
11:30
que você possa atuar em segurança, realizar o teu propósito, que é defender o ideal pelo qual você foi até aí,
11:40
mas que volte para casa vivo, porque essa comunidade aqui também te espera, bem de saúde física e mental.
11:51
Muito obrigado, se Deus quiser.
11:54
Um grande abraço para você, bom dia e boa semana, bom treinamento também.
11:58
Muito obrigado, um bom trabalho a todos vocês e obrigado pela oportunidade.
12:03
Amém. Tchau, tchau.
12:04
Até mais.
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