Durante a COP30, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) organizou um churrasco que gerou desconforto entre ambientalistas. Apesar das divergências, ambos os lados convergem em um ponto-chave: a necessidade de discutir com seriedade o ordenamento territorial no país. Confira com Mariana Grilli. Reportagem: Mariana Grilli
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00:00Hora Gado Agro, oferecimento, novo Meteor Highline da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
00:08A Confederação da Agricultura e Pecuária vai realizar um churrasco na Agrisone e na COP30.
00:15O setor alega que esta é uma iniciativa para mostrar que é possível produzir gado com baixa emissão de gases de efeito estufa.
00:22A atitude desagradou ambientalistas, mas a ocasião pode ser palco de debate sobre o ordenamento territorial do Brasil.
00:31Quem analisa a situação direto de Belém é a comentarista de agronegócio e apresentadora do Hora Gado Agro, Mariana Grilli.
00:38O setor da pecuária é um dos principais poluentes do Brasil, quando a gente olha ali para a emissão de metano.
00:45Então, cientificamente, isso é comprovado de que a pecuária tem esse passivo de ser um setor poluidor.
00:52Então, o setor, aqui, durante a programação, os dias da COP30, está propondo esse churrasco para mostrar que é possível ter uma nova forma de produzir gado.
01:03Com mais tecnologia, com mais inteligência no uso dos recursos, com tecnologias, inclusive, envolvendo o pasto, a parte de saúde animal, de vacina, enfim.
01:14Os ambientalistas, sem dúvida, não gostaram desse movimento, desse churrasco.
01:20Disseram que, inclusive, é uma afronta e que vai contra a agenda da ONU, a necessidade de parar com a emissão de gases de efeito estufa.
01:31Então, ficou, mais uma vez, esse ambiente de polarização.
01:35A questão é que a gente precisa olhar para esse episódio com um pouco mais de profundidade e entender que, entre agronegócio e meio ambiente, existe um ambiente hostil que precisa ser superado por conta das mudanças climáticas.
01:50E aí a gente precisa fazer o exercício conjunto, enquanto sociedade, de olhar as convergências e não as divergências.
01:58Existe um problema de ordenamento territorial no Brasil que precisa ser sanado para ontem.
02:04Então, é preciso avançar com demarcação de terras indígenas, a reforma agrária, a nomeação dos assentamentos, mas também ficar de olho no avanço do programa de regularização ambiental,
02:17dar o retorno para os produtores rurais que fizeram o cadastro ambiental rural, ver se, de fato, as áreas de preservação permanente, as áreas de reserva legal estão sendo cumpridas conforme manda a lei,
02:30ter mais nomeação, por exemplo, de unidades de conservação.
02:33O movimento da segunda com carne pode até ser visto como uma afronta, mas não necessariamente precisa ser interpretado como algo negativo.
02:42E sim, o ambiente e a urgência de agronegócio e meio ambiente se unirem para cobrarem do Estado, cobrarem das instâncias municipais, estaduais e federais,
02:58ordenamento territorial e comando e controle.
03:01Porque quando as áreas que forem desmatadas ilegalmente começarem a ser, então, devolvidas à nação, protegidas,
03:09as multas de fato aplicadas, aí vai deixar de existir produção de soja ilegal, produção de gado ilegal e o agronegócio que trabalha de forma legal dentro da lei
03:21vai continuar tocando suas atividades, podendo recuperar áreas degradadas, entendendo que é possível produzir e preservar.
03:29Se a gente conseguir entrar nesse consenso entre agronegócio e meio ambiente,
03:34aí sim o Brasil vai poder ser visto e respeitado como uma potência agroambiental
03:39que pode sim contribuir para a segurança alimentar mundial pela produção de grãos,
03:45contribuir para a transição energética por conta da produção dos seus biocombustíveis
03:49e ainda continuar sendo uma potência florestal com uma das maiores biodiversidades do planeta Terra.
03:55Fica o convite para você acompanhar o Hora H do Agro, que vai ao ar todo sábado às 5 da manhã
04:01e também reprises aos domingos e segundas, além dos comentários aqui no Jornal da Manhã.
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