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#SaiDeBaixo

Créditos: Canal Viva (Extinto) e Rede Globo de Televisão

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Tio Joel
00:30O que significa esta árvore? Enjoou da alfafa e mudou a dieta?
00:49Não, meu bem, é que eu fico muito emocionada nessa época de Natal.
00:54Que Natal? Você comeu o calendário sua anta tamanho litro?
00:57Não é Natal, porcaria? Eu não sou da que eu estava com a cabeça quando me apaixonei por você?
01:02Eu sei. Dentro do meu sutiã.
01:06Mas não é Natal?
01:09Meu Deus, é dia das mães.
01:12Eu tenho uma mãe.
01:14Mami!
01:15Claro, meu bem, muito obrigada.
01:17Eu vou comprar uns ovinhos de chocolate pra gente comemorar o dia das mães.
01:21Não me fale nesse dia!
01:24Não me fale de dia das mães, porque eu tenho trauma.
01:29Trauma? O que que foi? Caiu uma mami na sua cabeça?
01:33Show de interpretação.
01:50Inverno de 1980.
01:52Eu, um anjinho louro adorável e encantador, saltito pelo pátio do tolés, com um chinelo de fios doiro, que roubei para ofertar a mamãe, assim como uns versinhos que eu tinha decorado para recitar.
02:08Mas os versinhos foi você que fez ou você roubou também?
02:11Cala a boca sua anta.
02:12O importante é que dei um chinelinho pra mamãe, sabe o que ela fez?
02:16Deu um chinelo pra primeira pobre que passava na rua.
02:20E me trancou no banheiro da escola, de modo que eu tenho os versinhos agarrados na garganta até hoje.
02:24Vamos tirar esses versinhos daí, cago.
02:27Quem sabe operando as amígala.
02:28Cara, é impossível.
02:31Para minha mãe, agora, eu só tenho um verso.
02:35Tornei-me um órfão no trambique, tento esquecer.
02:47Aquela ingrata que eu amava e me sacaneou.
02:54Mamãe.
02:54TV Anhanguera Goiânia, emissora da organização Jaime Câmara.
03:09Laurence Fishburne, em Enigma do Horizonte, filme inédito.
03:13Amanhã, logo depois de Porto dos Milagres, em Pela Quente.
03:17Vá, vá.
03:37Tô fazendo de tudo pra conseguir tirar o trauma de dia das mães que o Caco tem.
03:42Fui ao mercado lá e eu encontrei, olha, eu encontrei tira mancha, tira calo, tira gosto, mas tira trauma, não achei.
03:52Você vai ter que me ajudar.
03:53Ai, ai, ai, ai, ai, meu Deus do céu, lá vou eu gastar dinheiro outra vez.
03:58E se a gente tentasse a terapia de choque?
04:01Comigo funcionou.
04:02Está lembrado, tio Vavá?
04:04Quando eu larguei a chupeta, eu tava com 18, 19 anos, lembra?
04:08O senhor pegou a chupeta e falou, chega!
04:10Pá, jogou na privada.
04:12Então, se a gente jogar a dona Caca na privada?
04:15Que ideia!
04:17Isso mesmo, sabe o que nós vamos fazer?
04:19Convidar a dona Caca, aquele mulherão, pra almoçar aqui no dia das mães.
04:24Ai, o Caco acaba com o trauma ou acaba com a mãe dele.
04:27Agora, Magda, pelo amor de Deus, isso tem que ficar em segredo.
04:32Cuidado, olha quem vem vindo aí.
04:42Mãe da filhinha, tá chegando aquele dia especial pra homenagear aquela pessoinha muito mais especial,
05:02porque cuida das suas criancinhas desde pequenininha.
05:07Eu sei, mami!
05:09Está chegando o dia das professoras!
05:13Né?
05:14Então, tipo, em relação àquele almoço,
05:17pras pessoas que começam com M,
05:20vão sair agora fazendo umas comprinhas,
05:22eu vou comprar só coisa que começa com M.
05:24Maçã, mate, mondegas.
05:29Dá licença, mas...
05:30Tipo, rapaz, ó!
05:35Magda está me preparando uma surpresa, não é?
05:38Quando ela sai trotando assim, é porque ela quer me fazer um agrado, não é?
05:42Não é, não!
05:43Ela está treinando pro Grande Prêmio Brasil.
05:47Mas, será que os meus olhos me enganaram?
05:50Ou eu vi uma serpente sorrindo?
05:52Eu vou chamar o Globo Ecologia para filmar este momento histórico,
05:56a cascacu real da cabeça grande,
05:58mostrando as dentanhas,
06:00depois de mergulhar num pote de nanquim.
06:04Por falar em serpente, como vai a cobra mineira?
06:09Caca, sua mami!
06:14Querida, amiga...
06:16Querida, como você é mau caráter,
06:21como você é baixa, Cassandra,
06:23a mim você não engana,
06:24você pode enganar o público do Brasil,
06:26mas a mim não.
06:27Porque eu sei o que você quer é sexo!
06:30Sexo!
06:31Só o que você tem na sua cabeça é sexo!
06:33Sexo!
06:34Sexo!
06:35Não fale de minha mãe,
06:36que aquilo não é mãe,
06:37aquilo é uma praga que eu recebi numa outra encarnação.
06:40E eu não quero ouvir palavras dessa criatura,
06:43não posso comigo e não sei o que eu sou.
06:45Ô, Caquinho,
06:46tá chorando com a saudade da mãe.
06:49Mamãe, mamãe...
06:53Eu te vejo chinelo na mão.
06:57O avental todo sujo de óculos.
07:01Mamãe, mamãe...
07:02Cala a sua boca!
07:03Prefiro escutar o CD inteiro de funk
07:05e ouvir esta cantoria tua.
07:06E, além do mais, eu não estou chorando.
07:11Estou apenas lavando esses olhos
07:13profundamente belos e azuis
07:15com lágrimas cristalinas
07:17que mais se assemelham à água mineral
07:19vertida dos Alpes suíços.
07:21Podem parar, pode parar com essa palhaçada aí.
07:43Não gosta dessa firula não, palhaço.
07:45Eu vou em cima de dar uma pano.
07:50Escuta aqui, ó.
07:51A casa está arrumada e limpa.
07:53Agora, pode tirar a faroim
07:54pra eu saber quem é que vai bater a carteira do seu papá
07:56que eu estou precisando de um dinheiro.
07:57Estou precisando de um dinheiro
07:58que eu vou comprar uma passada de executivo
08:00no pau de arara
08:01que eu quero passar o dia das mães
08:03na minha terrinha lá com a minha mãe.
08:04Pega, pega, pega, pish, pega.
08:06Você vai passar o dia das mães
08:10com as panelas e o fogão.
08:11Eu preciso de uma escrava em tempo integral.
08:15Ô, dona Cassandra.
08:17Ô, dona Cassandra, não faça isso não.
08:19Por que foge de mim?
08:22Por que me repudiam assim?
08:24Ô, dona Cassandra, não faça isso comigo não.
08:26Eu preciso ver minha mãe.
08:27Olha aqui, só vão minhas 19 irmãs.
08:29Ela vai sentir muito sozinha.
08:32Eu já peguei até a ceia
08:33para a fila do beijo, dona Cassandra.
08:34Deixa eu ir, beijo.
08:35Isto deve ser a visão do inferno.
08:38Dia das mães na casa de pobre.
08:41Eu já estou até vendo a cena dantesca.
08:43Um casebre no meio do nada.
08:46São uns 40 minutos de pobre entrando.
08:48Pobre entrando.
08:50Pobre entrando.
08:51Vai entrando.
08:51A bagagem, então, é uma visão do capeta.
08:55Parece um resto de ceasa.
08:57Tem de tudo ali.
08:58É girimum, é quiabo, é carne de bode,
09:02é farinha.
09:03E litros e litros e litros e litros de perfume vagabundo.
09:07Mãinha, não repara, eu trouxe um Adel Colônia.
09:12Eu tenho horror, pobre.
09:15Seu carro, dá uma força.
09:17Fala aí com essa moça da cabeção.
09:20Fala com essa.
09:21Seu carro, é dia das mães, seu carro.
09:24Pira esta caixa d'água cheia de perdigotos pra lá.
09:28É impressionante.
09:29Eu não sei como é que não caem.
09:31Eu não sei como é que você não tomba pra frente, criado.
09:33É pra compensar atrás, tem.
09:34É pra compensar.
09:36E ela?
09:38Olha lá, tá chorando.
09:42Esse é o carro que tá chorando, né?
09:45A última vez que eu vi seu carro chorar foi quando ele roubou 18 relógios numa loja.
09:50Botou tudo assim no braço e a polícia atrás dele.
09:53Ele chorava e falava.
09:54Não fui eu não, sim.
09:55Botaram em mim, botaram em mim.
09:58Bom, eu vou sair antes que eu lhe cobre o ingresso pro Dramalhão.
10:01E você viu projeto de doméstica.
10:05Já pra sentar.
10:06Ei, vai ao pirulito gigante, vai.
10:09Vou logo avisando uma coisa, hein.
10:10Se eu não for passar o dia da irmã com a minha manhinha, eu vou botar teu nome na boca do calango.
10:16Chora, chora pra infanta, chora.
10:19Eu aposto que esse vai ser o melhor almoço do dia dos mortos.
10:29Magda.
10:31Eu tenho a impressão de que escutei seus únicos dois neurônios, o tico e o teto,
10:34rindo num canto do seu cérebro.
10:37A mim você não engana, seu zebu coxudo.
10:40Droga!
10:41Falei pra vocês!
10:42Olha pra mim quando eu estou fa...
10:44Não adianta fudir que eu tô te vendo.
10:48Falei pra vocês não rirem.
10:49Agora ele já descobriu tudo sobre o almoço da mami.
10:53Isso aí são compras pro almoço da tua mãe?
10:55Então deve estar cheio de rato e sapo vivo aí dentro.
10:57Agora é isso mesmo.
10:58Eu quero fazer um almoço pra mami, pra provar pra ela que eu sou uma tremenda filha da mãe.
11:04Pois não conte comigo, Magda.
11:06Não conte comigo.
11:08Eu não fico neste almoço por razões dúvidas.
11:10Primeiro, ela é tua mãe.
11:13É verdade.
11:13Segundo, ela é minha sogra.
11:16Também.
11:18E tem mais.
11:19Vou sair de cena agora, com aquela categoria de sempre.
11:23Fui!
11:23Ou como dizem os franceses, foie.
11:26Magda, minha querida, gostei de vê-la.
11:32Conseguiu fazer compra sozinha?
11:35Isso é que é fazer sacrifício pra acabar com o trauma do caco.
11:39Quando eu coloco uma coisa nessa minha cacholinha.
11:42Quando eu decido alguma coisa.
11:45Eu luto por ela, tio Vavá.
11:47Seu Vavá, eu queria pedir uma coisa pro senhor.
12:11Sabe o que é, seu Vavá?
12:13É que nesse dia assim, tão singelo, quando todo mundo abraça a sua própria mãezinha.
12:18Eu não tenho ninguém pra abraçar, seu Vavá.
12:21Sabe o que é?
12:22Obrigada, ela se comoveu.
12:24Eu não tenho ninguém pra abraçar.
12:26O senhor não tem assim uma mãe estepe aí pra me arrumar, não?
12:28Tô acertando até a tia velha, viu, seu Vavá.
12:30Olha bem pra mim, Ataíde.
12:32Eu tenho cara de camelô de mãe.
12:34Ai, seu Vavá, o senhor não conhece a minha história, viu?
12:36Quando eu nasci, eu nasci tão pequenininho assim, eu nasci tão magrinho assim, eu nasci
12:42tão feio assim, que a parteira quando me viu me jogou no brejo achando que eu era um
12:46sapo.
12:47Ai eu cresci, né?
12:49Você cresceu.
12:52Você é mentiroso, Ataíde.
12:54Mas o senhor Vavá também não esculhamba, né?
12:56Eu cresci lá no brejo assim, junto com os meus irmãozinhos sapinhos, pulando e coaxando.
13:01Mamãe.
13:03Mamãe.
13:05Mamãe.
13:07Ataíde, tá bom Ataíde, tudo bem Ataíde.
13:11Ó meu Deus do céu, o que é que eu posso fazer por você?
13:13Uma coisa super simples.
13:15Eu queria que o senhor fosse a minha mãe.
13:17Mamãe.
13:20Tá bom, tá bom Ataíde, pode, pode contar comigo.
13:24Ó, sem amamentação que eu não tenho peito pra isso.
13:27Ai, seu Vavá, você é minha mãe.
13:32Olha, eu tomei uma decisão.
13:34Não, não vai haver almoço nenhum de dia das mães aqui dentro de casa.
13:37Não é dia das bruxas nem nada pra fazer um Halloween pra caçambra.
13:40O que é isso?
13:40Ó, seu Caco, não fala mal não.
13:42Não faz isso não, viu?
13:43Tem um amigo que foi falar mal da mãe dos outros, ficou sem dente.
13:46Olha que não foi maldição não, foi pancada na boca dele.
13:47Se eu tivesse perdido os dentes, eu perdi muito mais Ataíde, eu perdi a minha alma, que deve
13:53vagar agora por aí no céu dos vikings.
13:56É uma tragédia irrecuperável.
13:58Você sabe o quanto vale o quilo, o quilo da alma de um homem louro como eu?
14:04Não chora não, seu Caco, não chora não.
14:06Quem diria Caco Antibes nos braços do povo?
14:22É assalto, é assalto!
14:23Sai, pobre!
14:29Tira esse dedo cheio de micose de cima de mim!
14:31Ai, mas que estupidez, seu Caco, que grosseria!
14:34Olha que isso não tem mãe, não é?
14:36Não tem não, sua nascida foi de chocadeira, viu?
14:38Que é pior, de ovo de urubu.
14:40Com licença, que eu vou fazer minha marca.
14:44Mamãe, mamãe, mamãe.
14:48Ô, dona Magda, pensa bem, se a mãe do seu Caco é mineira,
14:51por que a gente não bota assim, veneno de rato, a puruca pra ela comer?
14:54O quê?
14:55O açougueiro mandou rato?
14:57Meu Deus, eu pedi leitão!
15:00Fica cara, as panelas têm ouvidos.
15:03Magda, você convidou raca para almoçar aqui no dia das mães?
15:10Você não é mais minha filha.
15:13Por mim, você pode ser adotada pela pior atensora do mundo.
15:18A sireme!
15:19O que é isso?
15:21Muito bom.
15:29Até tu, Magda.
15:31Tu me traíste, cachorra.
15:34Tu chamou minha mãe para vir almoçar aqui,
15:37pois saiba que eu não vou passar o dia das mães
15:39com aquele godzilla do carmo do Rio Claro, compreendeu?
15:42Você não me conhece, Magda.
15:43Devia me conhecer, porque nós fomos casados há muitos anos.
15:46Eu sou um homem, quando digo que faço, faço.
15:48Estou dizendo a você que eu vou sair daqui e vou fugir.
15:50E quando eu digo que eu vou fugir, eu quero dizer que eu vou fugir mesmo.
15:54Helo!
15:55Capco!
15:57Olá!
15:58Uma menina ficou comigo, Capco foi embora.
15:59E agora?
16:00Quem vai comer o leitão ou a pororoca que a gente fez?
16:03E não se preocupa não, vai sobrar comida, viu?
16:05Porque quando a dona Cassandra se encontrar com a dona Caca,
16:07elas vão querer se comer viva.
16:09Alguém tem um leitão ou a pororoca?
16:16Alguém tem um leitão ou a pororoca?
16:16No mesmo lugar, com a mesma roupa.
16:22Sirene!
16:24Eu não acho Caco em lugar nenhum!
16:25Meu Deus do céu!
16:27Eu já procurei no armário, já olhei no freezer,
16:31até no forno, no micro-ondas, eu já procurei.
16:34Ô, dona Magda, desiste desse almoço, sabe por quê?
16:36Vai sangue pra tudo que é lado, depois sou eu que vou ter que limpar.
16:39Cancela, vai por mim.
16:41Aí não vai dar tempo de eu chegar lá em Mamanguape,
16:42nem que eu vá de face.
16:44Isso mesmo.
16:45Olha aqui, se dona Caca entrar por aquela porta,
16:48o meu nome não vai mais ser tio Vavá.
16:51Oi?
16:51É...
16:52É Magda?
16:54Magda!
16:54Isso!
17:10Você, pelo visto, achou que ia se livrar de mim, não é, Magda?
17:14Trocou as fechaduras da casa e minha chave mestra não serviu,
17:18mas eu abri o serviço com um grão.
17:20Olha aqui, dona Caca.
17:22Saiba que o seu filho, Caco, fugiu por sua causa.
17:25Essa altura deve estar perdido pelas ruas,
17:27provavelmente cheirando cola de sapatona.
17:30Ah, a senhora que é a dona Caca?
17:34A mãe do seu Caco, né?
17:36Dona Caca.
17:38É, o nome da senhora tem bem a ver com a cara.
17:42E você, pequena doméstica insolente,
17:45sua cara combina muito com o carpete aqui dessa sala.
17:48Aliás, não sei se você é gente ou se é um acro superdesenvolvido.
17:52Olha aqui, dona Caca.
17:55Eu vou me retirar.
18:01Eu vou pra cozinha, que é o meu lugar de doméstica.
18:04E eu não vou bater boca com a senhora, não,
18:06porque eu não gosto de barraco, porque eu sou pobre,
18:07mas eu sou limpinha.
18:12Corre, corre.
18:14Alô, secretária eletrônica do tio Vavá.
18:18Deixe seu recado após 20 segundos.
18:2119?
18:2213?
18:239?
18:24Magda, relincha logo nesse telefone.
18:28Amor, é você, Caco.
18:30Querido, como é que você tá?
18:32Tá vivo ou morto?
18:34Se tiver morto, me diga, não me esconda nada.
18:37Caos Augusto, você tá me escutando?
18:39Sou eu, sua mãe, Caos Augusto.
18:42Filho, responde aqui pra mamãe.
18:44Você ainda tem aquele chinelinho dourado
18:46que ia me dar no dia das mães já faz algum tempo?
18:48Mamãe, é você?
18:51Eu tenho o chinelinho, sim, mamãe.
18:53Fiz até um buraquinho pro seu joanete.
18:55Quer o chinelinho agora, mamãe?
18:57Eu quero o chinelo pra sentar na tua bunda,
18:59mal caráter ordinário, desgraçado.
19:01É jeito de tratar a bunda do Caco!
19:04Pode.
19:05Carlos Augusto tá com frescura, conhece esse garoto?
19:08Queria limpear a bunda desse menino?
19:09Deixa ele, foge, foge, foge.
19:11Mas quando escutar a sirene de polícia,
19:13garra aqui na barra da minha saia.
19:18Magda, eu preferia ver você
19:24num trenzinho de baile funk
19:26do que ao lado dessa Al Capone de saias.
19:31Como vai, querida amiga Cassandra?
19:35Para lhe dar um aviso,
19:37a última criatura,
19:39a última vagabunda que brigou comigo
19:40era uma ruiva.
19:41Olha o que aconteceu com ela.
19:43Olha.
19:43Você não devia se aborrecer
19:54nem xingar os outros,
19:55que isso não faz bem pra sua cúdice.
19:57Olha aí.
19:58Parece aqui a trilha das galinhas,
20:00de tanto pé de galinha marcado aqui.
20:02Você devia usar um óleo de mamona borboleta
20:04que você passa a sua cara murcha mais
20:06que maracujá de gaveta.
20:08Fofa, amiguinha.
20:10Olá, olá, olá, maminha.
20:13Quem sabe ela não está querendo ser sincera.
20:16Fofa, amiguinha.
20:18Ó, eu vou lá dentro
20:20pegar um charuto
20:22pra vocês duas fumarem o cachimbo da paz.
20:25Tá?
20:25Um minutinho só.
20:28Cassandra, eu...
20:30resolvi vir também
20:31para conversar com você.
20:34Não pense em nenhum momento
20:35que eu quero chantageá-la,
20:36mas eu quero entender
20:38aquilo que aconteceu entre nós duas
20:40em Campos do Jordão,
20:42naquele final de semana,
20:43quando você entrou no meu quarto, Cassandra,
20:46e arrancou o elástico
20:47de minha calcinha com os dentes.
20:54Bateu nas minhas nádbicas
20:56e disse,
20:56um tapinha não dói.
20:59E pediu que eu te chamasse de tigrão.
21:01Depois daquela noite,
21:06eu fico imaginando nós duas.
21:09Eu fico acordada
21:11pensando no antes,
21:12no agora e no depois.
21:14Por que você me deixa tão solta?
21:17E se eu me interessar por alguém?
21:19Quando a gente ama,
21:20claro que a gente cuida.
21:23Fala que me ama,
21:24mas é só da boca pra fora.
21:27Eu não tenho mais nada
21:28dizia a você.
21:29Então não me enche.
21:30Pé de porco.
21:32Eu leio os avisos fúnebres
21:34todos os dias
21:34pra ver se encontro lá
21:36o seu nome.
21:36Eu não me dou esse trabalho
21:37porque você já é um espírito desencarnado
21:39faz tempo.
21:41Eu agora vou
21:41descansar um pouco,
21:43passar uma pomada.
21:45Porque a viagem foi muito longa,
21:47eu tô toda assada.
21:49Com licença.
21:51Cassandra,
21:52a Cacá já chegou.
21:54Eu tô sentindo
21:55um cheirinho
21:56de tutu mineiro no ar.
21:58E eu tô sentindo
21:59um cheiro
21:59de carniça,
22:01guá.
22:02Ô, ô, ô,
22:02seu, seu, seu,
22:02seu, seu,
22:02seu, seu,
22:02eu tô pedindo tão pouco,
22:03seu Vavá.
22:04Hoje é o dia das minhas,
22:05amanhã já não vai ser mais.
22:06Deixa eu chamar o senhor de mamãe,
22:07Vavá.
22:08Deixa eu, deixa eu,
22:08deixa eu,
22:08deixa eu,
22:08deixa eu.
22:09Vavá, deixa eu.
22:09Meu Deus,
22:09a Thaís,
22:10você já tá abusando.
22:11O que que é isso?
22:12Daqui a pouco você vai querer
22:13que eu ponha um vestido
22:14e pegue você no colo.
22:15Ué,
22:24Vavá,
22:25me chama de mãe,
22:26mas nunca na frente dos outros.
22:29Tá bem, mamãe?
22:33Vavá.
22:34Quem é esse anão aí do seu lado?
22:36Já entendi,
22:37você vai fazer um jardim de inverno
22:38e começou a comprar decoração,
22:40é isso?
22:40Não, é, é,
22:41esse é meu filho,
22:43caca,
22:43é meu filho,
22:44é,
22:44meu filho adotivo,
22:45ele tá,
22:46é porteiro de rua,
22:47eu peguei pra ele trabalhar
22:48aqui no prédio.
22:49Ah,
22:49eu vou lá pra fora brincar, tá?
22:50Pode deixar que eu não vou pegar
22:51bala com ninguém.
22:53Olha a mangueira aí,
22:54gente!
22:56Rennett,
22:57a mãe,
22:58a mãe!
22:59Ele fica me chamando de mãe,
23:01é,
23:01aliás,
23:02todos do prédio me chamam de mãe,
23:03porque eu sou,
23:04na verdade,
23:05uma mãe pra eles,
23:06mas,
23:07quando eu tô perto de você,
23:08caca,
23:08pode me chamar de gladiador.
23:13Vavá,
23:14eu tô louca pra sentir
23:15a tua estatueta do Oscar.
23:18Caca,
23:19sabe o que que eu quero?
23:20Eu quero fazer uma loucura
23:21no cafezal,
23:22pegar você no colo
23:22e deitar no sono.
23:23Eu vou fazer o café bem morto.
23:25Não adianta!
23:27Não adianta!
23:28Sexo pra mim é uma coisa morta.
23:31Eu não sinto mais orgasmo.
23:34Desde que eu fui estrompada
23:35no cafezal,
23:36eu não sinto mais nada.
23:37falecido pai de caca,
23:39era um homem muito grosseiro.
23:41Me pegou a força no cafezal.
23:43Eu agarrei uma muda de café,
23:44outra muda de café
23:45e fui debulhando
23:46enquanto ele fazia o serviço.
23:47não sinto mais nada.
23:56Não adianta,
23:56eu só sinto uma comichão,
23:58uma aflição,
23:59uma coisa que vem subindo,
24:00subindo, subindo, subindo,
24:02e encaracola os cabelos.
24:04Mas eu tô outra vez com vontade
24:05de ver aquela tua colherzinha
24:06mexendo, mexendo, mexendo.
24:08Mas antes nós temos que cuidar
24:10de caçambra.
24:10Ina caçambra,
24:11você tem toda a razão.
24:12Eu não entendo
24:13porque que a minha irmã
24:14fica agredindo você
24:15pegando no seu pé
24:16uma pessoa tão gostosa,
24:18tão gostosinha,
24:19tão caro.
24:20Não, por favor.
24:21Ainda não está na hora
24:22de colocar o pão de queijo
24:24no forninho.
24:26Eu preciso que você
24:27se acalme um pouco.
24:29Eu tive uma ideia,
24:30vamos amolecer o coração
24:31daquela cascacu.
24:32Como?
24:32Com um presente caro.
24:34Um presente caro.
24:35Um presente muito caro,
24:36isso vai amolecer
24:36o coração dela.
24:37O que tem é de gênia?
24:39De favor,
24:40um presente pra mami.
24:41É?
24:42Claro.
24:43O que é que pode ser?
24:43Meu Deus do céu.
24:44Um relógio suíço?
24:45Não.
24:46Uma charpe francês.
24:48Uma chave inglesa.
24:50Não, não, não.
24:50Eu acho melhor uma joia.
24:52Por acaso,
24:53eu estou com um colar aqui
24:54belíssimo
24:55que eu estou vendendo.
24:56É?
24:56Olha que maravilha.
24:58Este colar originalmente
24:59foi encontrado
25:00por um arqueólogo
25:01na tumba de uma princesa egípcia.
25:03É?
25:03A princesa Jeba Rola Rola.
25:06Jeba Rola.
25:07Ela vale quinhentos mil dólares.
25:09Agora, como é um assunto familiar,
25:10eu deixo por cinco mil pra vocês.
25:12Cinco mil?
25:13Meu Deus,
25:14eu nunca vi tanto dinheiro assim.
25:15A última vez que eu vi cinco mil
25:16foi quando eu paguei a fiança do Caco,
25:18lembra?
25:18Foi, foi, cinco.
25:21Eu imaginei que você fosse um duro.
25:22Não, eu...
25:23Um perrapado.
25:24Caca.
25:25É, pode guardar esse inchaço
25:27nas calças
25:27que comigo não tem jogo.
25:30Se você está esperando
25:32rolar alguma coisa comigo,
25:34perca as suas esperanças.
25:35Sem grana,
25:36não dou mesa.
25:37Caca, dá um jeito
25:39de arrumar esse dinheiro.
25:41Ô, Mami,
25:42a Mami pra mim
25:43é a única que eu tenho.
25:44Ela é minha, mano,
25:45desde o dia em que eu nasci.
25:46É, cara.
25:46Tio Vavá,
25:48não fosse ela,
25:48eu estaria até hoje
25:49voando na trouxinha da cegonha.
25:51Não sei, Magda,
25:52mas cinco mil
25:53aqui no Lago do Arochi
25:54que entender só o Marcos Plonca,
25:56mas o Plonca é assim,
25:58eu vou falar com ele.
25:59Quem sabe ele me arrume
26:00esse dinheiro.
26:00Resolvi o problema da Mami,
26:05falta resolver o problema do Caco
26:06e pensar que no colégio
26:08ninguém dizia
26:09que eu era boa de matemática.
26:11Eu podia estar roubando,
26:14eu podia estar matando,
26:16eu podia estar estuprando,
26:18mas não,
26:19mas não,
26:19estou pedindo
26:20uma colaboração
26:21para eu ir lá para o norte.
26:29O que eu acho
26:29mais impressionante
26:30aqui em São Paulo
26:31é que aqui eles deixam
26:32as empregadas
26:33abrirem a boca e falam.
26:35Fala comigo
26:36que essa história não,
26:37eu amarro uma corrente
26:38no pé delas,
26:39se falar eu pego
26:40um pedaço de pau
26:41e trampo na boquinha,
26:42assim, ó.
26:44Olha,
26:45se eu fosse vereadora,
26:46se eu tivesse
26:47algum poder político,
26:48eu ia mandar fechar
26:49todas as estradas
26:50do norte de Minas.
26:52Assim,
26:52quem tivesse parente
26:53para visitar
26:53da Bahia para cima
26:54ia ter que fazer
26:55a volta pela Bolívia.
26:58Ó.
26:59Eu não quero ter
27:00um lugar nervoso,
27:01não,
27:02porque a senhora
27:02assim já dá
27:03para ver
27:03que é uma explosão
27:04atômica,
27:05olha lá,
27:05parece um carro
27:05alegórico,
27:06né?
27:07É que eu mandei
27:08um colar
27:08para minha mãe
27:09dentro do correio,
27:10assim, né,
27:10na caixinha,
27:10foi embora lá.
27:11Agora está faltando
27:12dinheiro da minha passagem,
27:13me ajuda aí, tia.
27:14Olha para mim,
27:14você disse que
27:16eu sou sua tia,
27:17pois você fique sabendo
27:19que se eu tivesse
27:20uma sobrinha assim
27:20igual você,
27:21eu me atirava
27:22era no rio
27:22mais perto da minha casa,
27:24entendeu?
27:25Olha aí,
27:26olha aí,
27:27o colar igualzinho
27:28que eu mandei
27:28para minha mãe,
27:30custou um e noventa e nove,
27:31também?
27:36A câmera vai fechando
27:38em close,
27:39enquanto eu digo,
27:40já vi que essa pequenina
27:42pode me criar
27:43sérios problemas,
27:45valei-me,
27:45minha Nossa Senhora
27:46da contravenção.
27:47Quem diria, hein?
27:53A mãe do seu caco
27:54é freguesa de camelô,
27:56é?
27:57A senhora já foi
27:58na banquinha do Walt Disney?
27:59Tem cada joia,
28:00ele é um artista,
28:01tem umas pulseiras de latão,
28:02faz uns brincos,
28:03bala perdida de AR-15,
28:04é uma coisa linda,
28:05só tem que ver.
28:06E o estígio também
28:06transpassado aqui,
28:07é muito lindo.
28:09Vamos nos sentar
28:10para levar um dedinho de prós.
28:11Eu já vi que você
28:13é bem pequetita,
28:14porém sua boca
28:16é muito grande.
28:18De modo que
28:18eu vou lhe dizer uma coisa,
28:20eu fui criada
28:21numa fazenda,
28:21como você sabe,
28:23vendo a vida
28:23do mundo animal,
28:25o sexo livre
28:26entre os animais,
28:27sou uma mulher
28:27muito moderna,
28:29então...
28:29Dá para ver pelo visual
28:30a gente já percebe.
28:31Moderníssima.
28:32De modo que
28:33como eu sempre fui
28:34muito amiga da bicharada,
28:36eu vou lhe ajudar.
28:36Ô, ô dona Caca,
28:38muito obrigada,
28:38sabe o que é?
28:39A minha mãe mora
28:40tão longe,
28:41tão longe,
28:41que eu falo hoje
28:42com ela no telefone
28:42e ela só escuta
28:43dali a três dias.
28:45Eu vou tirar o dinheirinho
28:46aqui do meu caixa eletrônico,
28:47sabe?
28:48A gente passa uma coisa
28:49aqui para ela,
28:49digite só a senha
28:50e dá o dinheirinho.
28:53Tá aqui,
28:53agora some,
28:54não me apareça tão cedo,
28:55viu,
28:55acarrapado de jeque?
28:57Obrigada,
28:57dona Caca!
28:59Ô, moinha,
29:00vá preparando
29:01os trogonofos de calão
29:02que eu vou chegar
29:02no aerogênico das dez!
29:05Obrigada,
29:05dona Caca,
29:06muito obrigada.
29:06Quem vai viajar
29:07é a Caca,
29:08ela vai para o quinto
29:09dos infernos
29:10e você vai pegar
29:11o expresso
29:12para cozinhar.
29:12Nada!
29:13Você me deve
29:14obediência.
29:14E a senhora me deve
29:15três meses de salário,
29:16tá?
29:17Agora pega esse dinheiro
29:18que a senhora está me devendo
29:19e enfia no fundo,
29:20de garantia.
29:21Tá?
29:22Adeus,
29:23São Paulo!
29:24Tô chegando,
29:25mamão guope!
29:26Não quer sentar aqui,
29:29gatinha?
29:35Por favor,
29:36sente-se.
29:37Na falta de meu filho,
29:39na falta de Caco,
29:41eu terei que cumprir
29:42com as obrigações
29:43do programa.
29:44Senhoras e senhores,
29:46vamos abrir mais uma página
29:47do dossiê
29:47Araciba Labanial.
29:49Porto de Santos,
29:551914.
29:59Uma jovem crooner,
30:01armênia,
30:03Alaciba Labanian,
30:05canta nos bordéis
30:06da cidade.
30:07Boleros e tangos
30:08muito apreciados
30:09pelos visitantes.
30:12Ali,
30:13um dia,
30:15ela conhece
30:16um produtor
30:16que a lança ao estrelato.
30:19De novela em novela,
30:21chega o sucesso nacional
30:22de Nino Italianino,
30:24onde faz a manca bianca.
30:27Senhoras e senhores,
30:28nós encontramos
30:29uma gravação rara,
30:31é um momento especial
30:33do Saí de Baixo.
30:34Garimpamos
30:35Araciba Labanian
30:36cantando
30:37em...
30:38Bom, não perguntem a data,
30:39porque...
30:401900,
30:41lá vai fumaça.
30:43É uma gravação histórica.
30:45Som na caixa.
30:46Só meu coração
30:48E Deus no céu
30:54TV Tupi,
30:551900,
30:57Sérgio Moura,
30:59Gonzaga e Nera Vida.
31:04Amor assim
31:05Amor que nasceu
31:11Palmas para Araciba Labanian!
31:13E desde esse dia
31:24quando eu ouvi
31:25essa gravação,
31:27eu percebi
31:27que não me importo.
31:29O mundo pode dizer
31:29que eu sou o que sou.
31:31Estou disposto
31:32a comprar um camisão
31:33de homem
31:33e uma pochete.
31:34grita que um tapinha
31:37não dói.
31:38Grita pra mim.
31:40Pois fique sabendo,
31:41você,
31:42que não sairei
31:42dessa caça.
31:44Não há menor possibilidade
31:46de eu sair daqui.
31:47Nem que Marcos
31:48Palmeira de sunguinha
31:49venha me expulsar.
31:50Marcos Palmeira
31:52de sunguinha
31:53na sua frente?
31:54Só se você
31:55assaltou
31:56e depenou o coitado.
31:58Que isso, Cassandra?
31:59Destratando a caca
32:00outra vez.
32:01Uma pessoa tão
32:02tão meiga,
32:04tão doce,
32:05tão pudimzinho.
32:07Aperta a mão dela, Cassandra.
32:09Dessa daí
32:10eu só aperto o pescoço.
32:11Mentira,
32:12você já apertou tudo.
32:13Lá em Campos do Jordão.
32:15Ela tem inveja de mim
32:16porque esse cabelo antigo
32:18que ela usa de laque,
32:19não usa assim
32:20uma coisa mais solta
32:20como o meu.
32:22Mas gatinha.
32:23Ela me humilha,
32:25ela me pisa, babá.
32:26Eu sei.
32:27Mas vamos acabar com isso,
32:28pelo amor de Deus.
32:29Me dá logo o dinheiro
32:29desse colar
32:30que eu me mando daqui.
32:31Quer dizer,
32:32me manda pra um hotel
32:33cinco estrelas
32:34pra descurar.
32:34Dinheiro,
32:34tá aqui,
32:35olha,
32:35foi uma dureza
32:36o plomo que emprestava,
32:37hein?
32:37Tive que deixar
32:37o suspensório de garantia.
32:39Mas você sem suspensório
32:41é um tesão.
32:42Eu quero ver você
32:43peladão.
32:45Olha só.
32:47Você leva esse dinheiro
32:48com muito cuidado
32:48porque tem muito safado
32:49aí na rua.
32:50Entende, caca?
32:51Eles são capazes
32:52de abusar da sua
32:52ingenuidade.
32:53Guarda bem guardadinho.
32:55Põe ali naquele lugarzinho.
32:56Eu vou botar
32:57no meu lugarzinho
32:58secreto?
32:58Não,
32:59mas você não vai ver
33:00eu botar, não.
33:00Não, não.
33:01Eu sou uma senhora pudica.
33:04Eu vou colocar
33:04trancadinha ali
33:05no lavabo.
33:06Só eu e Deus.
33:09Ah, caca.
33:12Tive, vava.
33:14Olha a maravilha
33:14de embrulho
33:17pra presente
33:17que eu fiz pra mami.
33:18Tá lindo?
33:19Eu só não botei
33:20o presente dentro ainda.
33:21Não sei se eu vou conseguir.
33:23Fim, me ajuda.
33:24Dá.
33:24Põe você
33:25o colar aí dentro.
33:26Eu não posso ajudar.
33:27Eu tenho um compromisso
33:27muito sério.
33:28Vou tomar um café.
33:30Um café demorado.
33:32Um café completo.
33:34Mas com tanto café
33:35assim,
33:35cuidado.
33:36Eu te falo,
33:36vai virar um cafetão.
33:37Alô, aqui quem fala
33:47é o telefone.
33:50Feliz dia das mães.
33:52Não fala do dia das mães
33:54que eu fico empolado, Magda.
33:56Põe o tico e teco
33:57de mãos dadas.
33:58Concentre-se
33:59e me responda.
34:00Aquela coisa podre
34:02que veio de Minas
34:02ainda tá aí.
34:04Não!
34:05Já joguei o queijo fora.
34:06Eu tô falando
34:08da minha mãe.
34:10Diga!
34:11Está ou não está aí?
34:12Ah, não.
34:13É, sim.
34:14Nunca.
34:15É, já foi.
34:16Caco, volta.
34:18Volta pra casa.
34:19Vem, esquece esse trauma.
34:20Eu vou te receber
34:21de pernas abertas.
34:22É, de braços abertos.
34:27Ele tá fazendo
34:28pipi no telefone.
34:29Então desliga,
34:30senão daqui a pouco
34:31ele vai fazer coco.
34:33Mami!
34:34Mami, eu trouxe um presentinho.
34:36Ah, o presentinho
34:38é de coração.
34:39Presentinho.
34:42Para a melhor
34:43mamãezinha do mundo
34:44com todo o amor
34:45do seu pimpolho
34:46Ataíde.
34:47Diploma
34:48de dia das mães.
34:50Que lindo!
34:52De vavá?
34:53Você vai dar de mamá
34:54pra ele?
34:55Não, dona Magda.
34:56Que isso,
34:57já sou crescidinho.
34:58O máximo
34:58que mamãe e vavá
34:58vai ter que fazer
34:59é trocar minha fraldinha.
35:00Eu já falei pra você
35:01não me chamar de mamãe
35:02na frente de um volto.
35:03Eu já tentei,
35:04mas eu não consigo.
35:05É mais forte do que eu.
35:06É uma coisa que vem de dentro,
35:07vai subindo, vai subindo,
35:08vai subindo
35:08e me dá uma vontade
35:09de gritar.
35:10Mãe, acabei de limpar o...
35:12Porra, eu sou macho.
35:13Eu sou facão.
35:15Tá entendendo?
35:16Eu quero uma potranca
35:18pra cruzar o...
35:19Vai mamar
35:22numa outra freguesia.
35:23Seu vavá,
35:25eu pensei que se eu fosse
35:26me dar banhinho,
35:27que se eu fosse botar talquim
35:28e me levar na pracinha
35:29pra passear.
35:30Olha aqui, seu vavá,
35:31eu não vou chamar
35:31mais de toda a minha mãe,
35:32não, tá?
35:33Porque o senhor agora
35:34pra mim é uma madrasta.
35:36Madrasta.
35:37Madrasta.
35:38Ai, vai bater.
35:40Madrasta má.
35:42Oi, querida.
35:44Ah, caca.
35:45Onde é que você está indo
35:46fazendo o nosso cafezinho?
35:49Não, não, é que eu me lembrei
35:50que hoje é domingo,
35:51é dia de trocar calcinha.
35:53Olha, dona Capo,
35:54acabei de falar com o Capo
35:55no telefone,
35:57ele tá com muita vontade
35:58de ver a senhora.
35:59Se a senhora não se incomodar
36:00de ficar viradinha pra lá,
36:01que ele diz que quer ver
36:02a senhora pelas costas.
36:05Eu é que vou sair,
36:06quem sabe se eu for ao zoológico,
36:08encontre uma mulinha,
36:09uma horta que queira me adotar
36:11como mami.
36:12Oh, coitada da mulinha,
36:15feliz dia das mamis.
36:20Eu não sei se vai passar
36:21pelo cabeção.
36:24Que número seu pescoço usa?
36:26Oh, minha filha,
36:28uma joia,
36:29um presente que eu mais gosto
36:31de ser custado caríssimo.
36:33finalmente alguém me dá valor
36:36nessa casa de roupinha.
36:39É, mas agradeço a caca
36:41porque a ideia do presente
36:42foi dela, tá?
36:44Eu quero que vocês duas
36:46deem um abraço bem forte,
36:48mas sem quebrar nenhum osso, tá?
36:52Eu vou dar um abraço nela
36:54sem muita pressão,
36:55que é pra não explodir
36:56as próteses de silicone.
36:57Oi, minutinho, deve ser o caco.
37:04Uhul!
37:05Obrigado, pode tirar, pode tirar essa música,
37:20tira essa ferula.
37:22Boa!
37:25Boa!
37:26Eu sou ciranda, mãe de sirene.
37:28É aqui que minha filha mora?
37:30Pelas carrancas do São Francisco.
37:32Isso daqui é mais colorido
37:33porque é cueca do palhaço.
37:35Mami, olha que incrível!
37:37O colar dele é igualzinho ao seu.
37:40Deve ser filhos da mesma ostra, né?
37:43Mas não há a menor possibilidade
37:45desse hamster do Agreste
37:47ter um colar igual a esse.
37:49Não, há possibilidade.
37:52Mesmo porque se essas pérolas
37:54pousassem no pescoço daquele cacará,
37:56saiam todas correndo.
37:57Pode fazer o DNA das pérolas.
38:00Eu sou cacará, mãe.
38:01É, e só não te pego, te mate,
38:04te como que eu não gosto de carne de segunda.
38:06Tá?
38:07E meu colar é legítimo,
38:08legítimo do Paraguai.
38:10Oi!
38:11Caca, você me disse
38:13que esse colar
38:14vinha de uma lúmia do Egito.
38:16Agora só falta você me convencer
38:17que a capital do Egito é Assunção.
38:22Eu não quero mais essa porcaria.
38:25Esse colar deve estar contaminado
38:27com o vírus da caca louca.
38:33Você não me ofenda, Cassio.
38:35Você pode me chamar do que quiser.
38:37De cachorra, de vadia, de prostitute.
38:40Sim, porque eu fui prostitute
38:41antes de me casar.
38:43E assumo isso com muita dignidade.
38:46Compreendeu?
38:46Então você pode falar o que você quiser
38:48com essa sua boca malvada,
38:50com essa crueldade que sai da sua mente,
38:52mas você não pode dizer que eu tô roubando
38:53porque eu não tô roubando.
38:55Esse colar é mais falso
38:57do que a sua peruca.
38:59Viu?
38:59Sua larga artichadora.
39:03Olha aqui, dona Caca, realmente.
39:05A senhora não deve ser mesmo
39:07mãe do Caco.
39:08O Caco deve ter adotado a senhora.
39:10Dona Caca,
39:11devolve o meu dinheiro, faz favor.
39:13Olha, o seu dinheiro eu já guardei
39:15no meu croft de segurança máxima
39:16aqui na parte inferior dos peitões.
39:19E eu não deixo que ninguém
39:20meta a mão aqui.
39:21de modo que eu vou resgatar
39:22a quantia no lavabo.
39:24Excuse me.
39:26Eita, casinha animada.
39:28Mais animada do que forrões
39:30em dia de porrada.
39:31Se eu montar minha banquinha aqui
39:32pro peixeira,
39:32eu vou fazendo dinheiro lascado.
39:34Dona Caca!
39:36Dona Caca, saia daí!
39:37Honra as calcinhas que veste!
39:40Dona Caca, seja homem!
39:41Saia!
39:42Quer que eu estripe ele?
39:44Eu estripo ele agora!
39:46Quer que eu estripe uma porta
39:47sem ela piar?
39:48Não, de jeito nenhum.
39:49Eu quero que ela morra berrando!
39:52Calma gente, calma!
39:53Ela vai sair do lavabo,
39:55é só ter paciência.
39:56Que ela saia mesmo
39:57que for pra safar a geladeira,
39:58eu conheço.
39:59Agora que vocês já se acamaram,
40:02agora que vocês estão bem calminhos,
40:04eu é que vou falar.
40:05Eu é que vou falar agora.
40:07Entendeu?
40:08Eu vim aqui pra ver a sirene,
40:09eu quero ver a sirene,
40:10porque eu vim no pau de arara
40:11dentro de uma mala
40:12pra não pagar passagem,
40:13entrei no porta-mala
40:14com bode ferido igual um cão.
40:15Botei o bode lá pra fora,
40:17rolei barranco com bode,
40:17de modo que eu perdi o pau de arara,
40:19eu vim montado no bode até aqui,
40:20porque eu só é brava!
40:22Prazer, dona Brava, Magno.
40:25Olha aqui, por favor,
40:27Curumim, jagonça.
40:28Será que você não está
40:29no programa errado, não?
40:31Será que não era
40:31figuração do Porto dos Milagres?
40:33Não liga não, não liga não,
40:36porque o cabeção quando esquenta
40:37demora pra esfriar.
40:39O que acontece é que a sua filha
40:42viajou pra lhe encontrar.
40:44Ah, que coisa linda!
40:46Uma viajou pra encontrar a outra,
40:47outra viajou pra encontrar uma.
40:50Que família unida, meu Deus!
40:51Por que que é nosso e não é assim?
40:53Agda, minha filha,
40:55se você me der uma outra festa
40:57de Dia das Mães como essa,
40:59eu vou te mandar pra onde veio
41:01esse chaveirinho da Elba Ramalho, hein?
41:02Olha aqui, ô dona!
41:05Eu só não destrinço
41:06esse churimungo
41:07que a senhora tem aí na cabeça.
41:09Por quê?
41:10Porque de modo que
41:11eu também sou mãe, né?
41:13E de modo que eu também
41:14tô muito sentida, né?
41:16Porque eu vim aqui
41:17nesse sacrifício inteiro.
41:19E agora eu tô com saudade
41:20da minha filhinha, né?
41:22Eu também.
41:23Também estou com muita saudade
41:25da minha mami.
41:27Mami, eu quero que você saiba
41:29só uma coisa.
41:30Você pra mim é como se fosse
41:31uma verdadeira mãe.
41:32E tudo isso que eu fiz,
41:36você me desculpe,
41:37foi só pra te dar
41:38um feliz Dia das Mães.
41:40Agora, como, meu Deus,
41:41como eu podia imaginar
41:43que dona Caca
41:44era uma trambiqueira?
41:46não sei, Magda, com o seu QI.
41:48É difícil mesmo saber.
41:51Mas a mami te perdoa,
41:52eu te adoro.
41:53Você...
41:54Ah, que lindo.
42:01Eu não me emociono assim
42:02desde que eu vi
42:03a pequena sereia.
42:04tu quer falar fino?
42:07Tu quer falar fino?
42:07Quê?
42:08Começar a falar fino?
42:09Calma que eu já fiz
42:10coisa demais hoje, tá?
42:13Não comi ninguém
42:14e até mãe eu fui.
42:18Ô dona Cassandra,
42:20eu trouxe essa carne de sol
42:22aqui pra senhora
42:23por tudo que a senhora
42:24faz aí pela minha filha.
42:26Eu mesmo estiquei ela,
42:27botei em cima do bode
42:28assim e vim montada
42:29pra ela vir macia e salgada.
42:33Montada no bode?
42:34É.
42:34Carne seca,
42:36Cassandra se controla
42:37porque é Dia das Mães.
42:39É a minha comida predileta,
42:41eu vou guardar
42:41agorinha na lixeira,
42:43quer dizer,
42:43na geladeira.
42:45Agora,
42:46se a dona Caca
42:47sair daqui lá
42:47me chame
42:48que eu quero ser
42:49a primeira a bater, tá?
42:50Obrigada.
42:51Olha lá,
42:51as roupas que eu uso aqui,
42:52os trapos pendurados.
42:53Eu sou um infeliz, viu?
42:54Eu não tenho pai,
42:55eu não tenho mãe,
42:56eu não tenho nem um coelhinho
42:57da Páscoa, viu?
42:58Podia ser pior, Ataíde,
42:59você podia não ter
43:00nem uns ovinhos.
43:01Para com isso, dona Caca.
43:03Deixa,
43:03deixa que eu sou mãe
43:04e eu sei como lidar
43:05com o choro.
43:07Engole esse choro!
43:11Engole isso, Gabiru!
43:13Engole!
43:13Se continuar chorando,
43:15eu vou te pegar
43:16e vou te dar no queigo
43:17com isso.
43:18Olha só,
43:18a senhora tá gritando comigo?
43:20A senhora quer me bater?
43:21A senhora quer ser minha mãe?
43:23Olha aqui,
43:24dona Cacurinha,
43:24olha só,
43:25eu posso ser um bom filho,
43:25viu?
43:26Eu posso ser um bom filho,
43:27eu sei ficar de cachorro,
43:27eu sei apanhar também,
43:28olha só.
43:32Olá,
43:33porque não aproveita
43:34o dia das mamis
43:36e adota
43:37um minúsculo abandonado?
43:38É,
43:39pode ser até que seja,
43:41né?
43:41Pode até ser que seja,
43:42mas eu já criei
43:43mais do fim disso aí,
43:44ó,
43:44mata tudo menininha,
43:45tu vai ter que botar uma saia.
43:46Aí ó,
43:46sutiã eu não boto não,
43:47hein,
43:48que nunca tinto ver o tamanho.
43:50Ô maninha,
43:51mamãe eu quero,
43:52vamos lá pra mamãe,
43:53mamãe eu quero,
43:54mamãe eu quero,
43:56mamãe.
43:56Tu quer mamar?
43:57Quer mamar?
43:58Não sei mais.
43:59Quer mamar?
44:00Não sei.
44:00Eu vou te dar uma mamadeira
44:02assim de farinha
44:03pra ver se tu cresce
44:04pra ela do brejo.
44:04Vai,
44:04pega as coisas de manhinha.
44:06Vai,
44:07anda a coisa de manhinha.
44:11Mamãe,
44:12gente existe?
44:13Eu tenho tanto medo de gente,
44:14mãe.
44:18Ô meu amor.
44:19Graças a Deus,
44:20aquela jararaca,
44:22aquela vagabunda,
44:23aquela mau caráter,
44:24foi-se embora.
44:24Eu não tô falando da tua mãe não,
44:25tô falando da minha, hein.
44:26Eu não falei que esse banana voltava.
44:30Filha desgraçada,
44:31tá ali dentro do lavabo.
44:33Essa mulher não tem consideração
44:34por ninguém.
44:34Essa mulher acabou comigo
44:36da mesma maneira
44:37que ela acabaria
44:37com um ursinho panda
44:39que sai roendo bambus
44:40nas florestas da China.
44:42Então,
44:42trabalho pra criar
44:43e ele sai um fresco.
44:46Não!
44:47Cagou!
44:48Seja forte!
44:49Você é forte!
44:50Lembre-se do dia
44:51em que você arrombou
44:52a casa da moeda.
44:53Vai!
44:53Enfrenta a tua mãe.
44:54Vai, homem!
44:55Se você não enfrentar,
44:57eu enfrento.
44:58A diabo da Tasmânia
44:59tá com o dinheiro
45:00do Vavá no sutiã.
45:01Foi,
45:02porque ela vendeu
45:02um colar pro Tio Vavá
45:03pra eu dar de presente
45:04pra mami,
45:05mas o colar era falsificado
45:06porque a ostra era paraguaia.
45:08Eu não posso acreditar.
45:09Eu te ensinei esses golpes
45:10tantas vezes, mamãe.
45:12Tá vendo?
45:13Como é que é?
45:13Você não consegue aplicar
45:14esse golpe básico.
45:15Não pode ser minha mãe.
45:16É sua mãe, cagou!
45:18É!
45:19Enfrenta!
45:19Vive esse trauma!
45:21Vai lá, cara!
45:22E solta dessa garganta
45:24aquela quadrinha
45:25que você vem guardando
45:26desde a infância.
45:27Vai!
45:29Vai!
45:31Vai, cagou!
45:33Vai fazer um laboratório.
45:34A plantinha que germina
45:36Batatinha quando nasce
45:44Que esparrama pelo chão
45:47Caco e caca quando passam
45:50Roubam joia e cartão
45:53Mamãe, mamãe
45:55Pisa ela, caco!
45:59Já que você tá aí dentro
46:00aproveita e tira o dinheiro dela!
46:03Eu tenho uma vaca, chaco!
46:06Vai, vaca!
46:16Milagre!
46:18Milagre!
46:20Tô curado do meu trauma
46:22Recuperei o dinheiro
46:24E ainda arranquei o escalpo da velha
46:27Irmã!
46:29Irmã!
46:29Irmã!
46:30Irmã!
46:30Irmã!
46:30Irmã!
46:31Irmã!
46:32Irmã!
46:32Irmã!
46:32Irmã!
46:32Irmã!
46:32Irmã!
46:33Irmã!
46:33Irmã!
46:33Pelo menos vamos fazer um jantar de noite das mães
46:36Cassandra, vai acabar tudo bem
46:38Já é tarde
46:39Não dá mais tempo pra ninguém arrumar nenhuma confusão
46:43Pronto
46:43Vai acabar tudo bem
46:44O ônibus da dona Caca devia despegar da ribanceira
46:48Mamãe, já era!
46:50Ih, as minhas preces foram ouvidas
46:53A coisa ruim foi dessa pra melhor
46:55Não, não é nada disso que você está pensando, cogumelo gigante
46:58Mamãe foi-se embora
47:00Levei a rodoviária
47:01Aliás, a visão do inferno
47:03Não é a rodoviária
47:04Eu nunca vi tanto pobre por metro quadrado
47:08Tudo aglomerado
47:09Carregando embrulho
47:10Porque cada um tem pelo menos três embrulhos
47:12Pobre viaja e leva o puxadinho junto
47:15E vão para cidades com nomes terríveis
47:18Carajazinho do oeste
47:20Conceiçãozinha caiu
47:22Eu tenho horror a ônibus de pobre
47:24Caco, daria pra você devolver o meu dinheiro
47:28Bom, eu gastei uma parte
47:30Porque eu comprei um chinelinho de fio de ouro
47:32Pra finalmente dar à mamãe
47:34Você sabe que ela chorou?
47:35Acho que é porque eu joguei o chinelinho na cara com muita força
47:38Caco e times comprando ao invés de roubar
47:42Tá vendo, o dia das mães também faz milagre
47:46Então, Caco, faz um milagre e me dá o dinheiro que sobrou
47:50Eu não tinha a intenção de ficar com ele, papá
47:52Mesmo porque eu não gosto de real
47:53Me dá alergia
47:54Eu só gosto de dólar
47:55Eu gosto de dinheiro que vale
47:56Dinheiro de gente
47:57Que séria mau caráter
48:02Pra isso que ela queria me dar aquele abraço emocionado
48:05Pra roubar o meu dinheiro
48:06Levou, levou tudo
48:08Eu preparei uns versinhos aqui pra ler pra minha mami
48:12Que mora bem aqui
48:14No meu pulmão
48:16Lá vai
48:17Laranjinha quando nasce, fica logo amarelinha
48:23Mamãezinha quando dorme, se enrosca na cestinha
48:27Eu também quero comemorar
48:31Porque coração de mãe sempre cabe mais um
48:34E depois também é só pecananeio, pecananeio, pecananeio
48:38Mãe que é pobre, sempre cabe mais um filho, não é?
48:41Porque ser mãe é padecer na Paraíba
48:44Na verdade a gente tem que aproveitar este momento
48:48Em que se fala das mães com tanta ternura
48:51Porque mãe só tem uma
48:54E no meu caso, uma já é demais
48:58Feliz dia das mães
49:02Aplausos
49:08Aplausos
49:09A palavra é prata, o silêncio é ouro.
49:39Ah, é verdade, eu sempre esqueço essa fala. E outras também.
49:46Eu vou entrar nesse lá, eu vou quebrar a cara dessa miserável, vagabunda de...
49:53Não terei vergonha, vou aprender a jogar sinuca, vou bater uma bolinha com as companheiras e quero ficar nula com você.
50:08O dia inteiro, o sexo, o céu.
50:12Não!
50:14Quem sou eu?
50:16Onde estou? Que programa é esse?
50:23Não, me largue, me largue, não é assim.
50:26Espere um pouco, por favor.
50:29Você me deixa nervosa, eu esqueço o texto.
50:31Ah, eu tenho que já me lembrei, vamos cá ali, por favor.
50:39Deixa eu ver se eu te cuidei na capta.
50:41Grazie.
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