00:0012 quilômetros e um número de acidentes que não se compara ao de qualquer outra avenida no interior do Paraná.
00:07De 1º de janeiro até 31 de outubro desse ano, Cascavel registrou um número ainda maior de acidentes na Avenida Brasil
00:15do que no mesmo período do ano passado, quando essa avenida foi considerada a mais violenta do interior do Paraná.
00:23Sobre esse assunto, eu vou conversar com a Luciane de Moura, que é a coordenadora de educação no trânsito
00:29da Transitar. Tudo bom, Luciane? Seja bem-vinda.
00:32Tudo bem, obrigada.
00:34A gente teve no ano passado, de acordo com os números da Transitar, o número de 337 acidentes ao longo desses 12 quilômetros
00:42da Avenida Brasil. Nesse ano, seis a mais, ou seja, 343 acidentes. O que está acontecendo?
00:50Precisamos mudar o comportamento. A Avenida Brasil, eu posso dizer que toda a extensão dela é muito sinalizada,
00:58ela proporciona que as pessoas transitem em diversos modais e também é uma via iluminada.
01:06Então, não tem problema na via pública. O problema está no comportamento, no respeito e na educação das pessoas.
01:12Como é que a gente faz, então, o motorista ser mais consciente?
01:16Que tipo de ação que a Transitar tem feito para tentar mudar esse cenário?
01:21Nós começamos já a trabalhar, de uns anos para cá, a diminuição da velocidade naquela... a um trecho ali.
01:29Do trecho central.
01:30Exatamente. Você vê ali que na Marechal Candido Rondon, ela começa ali já a uma via de 40 quilômetros por hora.
01:37E ela vai seguindo na Avenida Brasil até onde era chamada antes, como é conhecido pelo povo cascavelense,
01:45culturalmente conhecida como Calçadão.
01:47Então, nessa área de Calçadão, a gente colocou 40 quilômetros por hora.
01:51E nessa área, a gente quase praticamente não registra sinistros envolvendo veículos e pedestre, propriamente dito.
01:58Nós estamos registrando ali sinistros com ciclomotores ou autopropelidos, que são as novidades agora.
02:05É uma avenida muito extensa, são 12 quilômetros. Ela é larga também.
02:09Existem pontos onde as pessoas se sentem mais encorajadas a descumprir as regras?
02:16Sim. Então, o problema é esse.
02:18O problema é que quando a via proporciona 60 quilômetros por hora, as pessoas chegam a atingir 80, 90, 100 quilômetros por hora.
02:26Por isso, nós estamos trabalhando na redução da velocidade.
02:30E com detalhe, sem perder a fluidez.
02:32O trânsito flui, nós fazemos estudo só para ter uma noção.
02:38A gente faz estudo com radares portátil, a gente faz estudo, o pessoal da engenharia fica em pontos específicos, estratégicos, ali fazendo análises.
02:47Então, tudo é estudado.
02:49Tem planejamento para que se venha a diminuir essa velocidade também, no outro trajeto da Avenida Brasil, tem planejamento.
02:57Mas isso nós estamos construindo com a população, porque tudo é cultural.
03:02Como eu falei que o problema é o comportamento, é a cultura da nossa cidade, nós temos que trabalhar a cultura, colocando pontos devagar.
03:15Não posso chegar e introduzir do dia para a noite e mudar uma sinalização na via.
03:18Isso me leva a te perguntar, a tendência nesse momento é que a velocidade em toda a extensão da Avenida Brasil possa vir a ser diminuída.
03:26Há um estudo para isso.
03:28Há um estudo que não só a Avenida Brasil, mas várias outras vias cheguem a 50 ou a 40 quilômetros por hora.
03:36O município de Cascavel também tem se antecipado até mesmo para lidar com veículos menores.
03:43Por exemplo, os patinetes, essas scooters que são menores, com menor velocidade, mas que causam perigo no trânsito, já que as pessoas têm agido como elas querem.
03:54Na prática, andando na rua, na ciclovia, em cima da calçada, furando o sinal.
04:00A resolução 996 do CONTRAN, ela traz para nós alguns pontos determinantes, principalmente para o ciclomotor.
04:11Então, lá ela explica o que é um ciclomotor, uma bicicleta elétrica e um autopropelido.
04:16E lá para o ciclomotor, a partir de 1º de janeiro, todo ciclomotor deverá ser emplacado.
04:22Então, as pessoas que têm ciclomotor, aí já vão se antecipando, procurando o DETRAN, não é com nós da Transitar, mas a gente orienta lá.
04:29Mas procurem o DETRAN e regularizem a sua situação.
04:33Então, ela vai ser emplacada, ela vai ser considerada, eu vou dizer, entre aspas, como uma motocicleta.
04:38Porque ela tem que usar capacete, andar...
04:41Só a determinação da resolução fala que ela pode andar até 50 km por hora, como motocicleta.
04:47Aí, o autopropelido, a gente não tem uma legislação específica dele ainda municipal.
04:53Ele dá lá na resolução geral que é para andar na ciclofaixa, na ciclovia, é para andar até 32 km por hora.
05:05Tem algumas questões ali, mas ele não determina umas questões de mais segurança para a população.
05:12Então, já escrevemos uma lei municipal, vai ser passada essa lei para a Câmara de Vereadores para ser aprovada.
05:19Mas já está lá no forninho, como a gente vai dizer, essa lei para ser já aprovada.
05:24Não sei se sai até o final do ano, se há tempo hábil, mas a gente está correndo para que ela...
05:30E que a gente já entre em 2026 com mais determinações.
05:34Nós precisamos, sim, de normas e regras para andar no trânsito.
05:38Normas de circulação e conduta.
05:40O que é isso?
05:41É você determinar quem pode, quem não pode, onde e até quando e com o que fazer.
05:48Então, a gente vai sugerir que seja usado capacete, vai sugerir que antes na ciclovia e ciclofaixa nós vamos sugerir uma faixa etária.
05:56Eu não vou falar porque pode vir um divergente do nosso projeto.
06:00Mas, enfim, o que nós estamos pensando hoje é que famílias não precisam chorar, pessoas não precisam perder membros, pessoas não precisam ficar na cama, porque é o que nós estamos vendo.
06:15Hoje, até agosto, nós levantamos 112 sinistros envolvendo autopropelidos.
06:22Desses 112, 90 eram patinetes.
06:26Então, precisamos, sim, fazer alguma coisa.
06:28Inclusive, existe a possibilidade de aumentar a responsabilidade dos pais nesses casos?
06:36É, o Código Civil já traz essa responsabilidade.
06:39Quando a pessoa é menor, o pai é responsável até os 18 anos.
06:43Mas nós vamos tentar colocar, incluir isso na lei também em relação aos autopropelidos.
06:49O pai vai ser, sim, chamado a responder.
06:53Porque isso está na nossa lei, na nossa lei maior, né?
06:57Então, ele tem que assumir a responsabilidade do seu filho menor.
07:02Para a gente resumir, então, a situação da nossa Avenida Brasil, que é uma avenida querida por todos os cascavelenses.
07:10Quem mora aqui ou quem vem visitar a cidade não tem como passar por aqui sem percorrer a Avenida Brasil.
07:17Temos, então, dois pontos de atenção da Prefeitura, que é a regulamentação desse tipo de veículo que a gente comentou e também um estudo para diminuir a velocidade.
07:27É isso?
07:27Isso.
07:27Agora, o que cabe à população é a consciência.
07:32E aí é difícil, né?
07:34É, é o que nós estamos fazendo.
07:35Então, ações educativas, estamos com uma campanha envolvendo ciclomotores e autopropelidos.
07:42Estamos trabalhando dentro das escolas, dos colégios, conversando.
07:46E é isso que a gente consegue fazer agora, de imediato, né?
07:49E é o que nós queremos continuar fazendo, na base da conversa, do diálogo e abrindo as portas da Transitar para receber a população.
07:57O nosso problema maior está o conhecimento em relação à sinalização.
08:02Luciane, muito obrigado pela participação aqui no estúdio da CGN e a nossa missão, enquanto pessoas que estamos no trânsito de Cascavel para 2026,
08:13tirar a Avenida Brasil desse ranking tão negativo, das avenidas mais violentas do Paraná.
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