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No Só Vale a Verdade, o ex secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip, faz um panorama histórico das grandes epidemias, de surtos como AIDS e H1N1 até a mais recente crise sanitária global.

Ao lado de Marco Antonio Villa no "Só Vale a Verdade", o especialista traça um paralelo contundente entre as doenças do passado e as ameaças do presente.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/qsE2hdBBY9M

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Transcrição
00:00Importante. E essa questão das doenças infecciosas é algo, parece que, eu não sei porque eu sou ignorante no campo da medicina,
00:08mas tem uma história que precede, claro, a AIDS, que vem lá do começo do século XX e tem até hoje, está presente.
00:15Como é que essa questão é enfrentada hoje?
00:18Claro que nós temos provavelmente muito mais recursos técnicos, a medicina no Brasil evoluiu muito,
00:22e nós temos o SUS, que é um processo, foi uma revolução a partir da construção de 88.
00:26Mas como é isso estar presente, olhando o conjunto da população?
00:30Vou te contar uma história de hoje. Eu dei uma aula hoje de manhã, que é infectologia, passado, presente e futuro.
00:37E eu comecei a falar de Zeus, depois eu fui para Hipócrates e vim falando e mostrando as epidemias.
00:46A primeira que eu cito é a epidemia de Atenas. Olha a curiosidade.
00:50No século XXI, teve a primeira suposição, através de estudo de ossadas, que o agente causal da epidemia de Atenas foi uma salmonela.
01:01E agora, há duas semanas, um artigo publicado no Microbiology Infection, os pesquisadores falam que não.
01:10Provavelmente era a Yersinia, uma outra bactéria.
01:13Estou falando de 500 anos antes de Cristo sendo revelada agora a doença.
01:19E assim veio. A primeira epidemia que eu acompanhei foi a doença meningocóstica.
01:2473, 74, como aluno de medicina.
01:27Naquele momento, o senhor deve se lembrar, os nossos pais nos tiravam de casa e levavam para o interior.
01:34Porque eles tinham medo.
01:36E foi uma doença também muito estigmatizada.
01:39Não se podia falar sobre a epidemia meningocóstica.
01:43E quando resolveu?
01:44Quando o Brasil foi autorizado a comprar a vacina antiminicocóstica.
01:51Nós vacinamos 11 milhões de pessoas em quatro dias no estado de São Paulo.
01:56E aí muda a história da doença meningocóstica.
01:59E bem-vindo.
02:00H1N1, AIDS, dengue, zika vírus.
02:04As epidemias são cíclicas.
02:06Você sabe como começa e nunca sabe quando acaba.
02:08Isso tem a ver com o estado sanitário da população ou não?
02:12Não tenho a menor dúvida.
02:14O Brasil tem 50% de não esgotamento e não água tratada.
02:18Quem revolucionou a medicina?
02:21Água tratada, antibiótico e vacina.
02:24Nessa aula de hoje de manhã eu mostrei isso.
02:26Aglomeração.
02:28Mostrei a imigração.
02:30Guerra, que é um fator desencadente.
02:33Napoleão perdeu a guerra por causa de uma epidemia.
02:37E assim foi.
02:39Então é muito interessante ver a história,
02:41que o senhor é um grande professor,
02:43ligar as epidemias.
02:44É muito interessante.
02:47Atenas é na guerra do Peloponeso.
02:49Isso está no Tucídides, que é um clássico.
02:52É o primeiro grande livro de um historiador.
02:53Porque ele começa o livro e fala
02:55eu quero explicar essa guerra.
02:56E o historiador tem a pretensão
02:57de explicar os fatos históricos.
03:00Mas aí é interessante o que o senhor está dizendo.
03:04Agora, eu pegaria a seguinte questão.
03:08O Brasil, eu quero depois voltar
03:09a umas questões pessoais,
03:11mas o Brasil durante certo período,
03:13quando era adolescente, criança adolescente,
03:16se falava muito em vacinação no Brasil.
03:18E o doutor Seib viveu várias vezes ao Brasil.
03:20Era casado com uma brasileira, se não me engano.
03:23E quando tinha as vacinas...
03:24E aquilo, sábado e domingo,
03:26parava o Brasil, as televisões, rádios,
03:28tudo falando nisso.
03:29E aí, certo, falando da vacinação,
03:31da obrigação e passando na escola,
03:33precisava mostrar carteirinha, etc, etc.
03:35Bem, e em certos momentos,
03:37e o Brasil é o país que mais vacina do mundo.
03:39Tivemos fenômenos mais recentes,
03:41que depois eu quero ver com cuidado
03:42isso com o senhor na conversa,
03:44que a vacina, em vez de ser um bem,
03:46passou a ser um mal.
03:47E através das terríveis fake news
03:49e das mentiras, e muitas vezes,
03:51até com médicos,
03:53espalhando versões absolutamente equivocadas,
03:55para dizer o mínimo,
03:56sobre a vacinação,
03:57até agora nos Estados Unidos,
03:59o secretário de Saúde norte-americano,
04:01filho do Robert Kriene,
04:02que deve ter uma vergonha do filho danado,
04:05também contra a vacina.
04:06O que aconteceu?
04:07Por que foi construindo esse movimento anti-vacina
04:10e atingindo, inclusive, o Brasil?
04:13Fake news e vacina começam há muito tempo.
04:16Em países da Europa,
04:17o primeiro foi a Inglaterra.
04:18E veio vindo.
04:20E tomou uma dimensão incontrolável na Covid.
04:24Eu, agora, nós como acadêmicos,
04:26dá para entender que eu me refiro sempre
04:29postado em cima de trabalhos científicos.
04:33Claro.
04:33Agora, foi publicado um trabalho
04:35onde 12 bilhões de humanos
04:38receberam a vacina da Covid.
04:40os efeitos adversos foram 0,002.
04:46Vacina tem efeito adverso?
04:48Tem.
04:49Como tudo.
04:50Agora, pesando o risco-benefício,
04:52incomparável.
04:54Nessa história da meningite meningocóstica,
04:56é muito interessante,
04:58porque você vê o exército
04:59dando aquele jato.
05:03E ninguém perguntou a origem da vacina.
05:05Nós vacinamos e as pessoas foram vacinadas.
05:07Então, a fake news de vacina
05:10é um desastre.
05:12Eu tive a oportunidade
05:13de rever a literatura.
05:15E não tenho um trabalho
05:17que aponte para as besteiras
05:19que estão sendo ditas
05:20de uma forma inadequada.
05:22Eu acho que falar contra a vacina
05:25é um desserviço social
05:27que atenta contra a humanidade.
05:29O número de atividades que o senhor tem
05:31na administração pública,
05:34hospitais,
05:34atendendo a sua clientela.
05:37Como é possível ter férias?
05:40Eu falo que não tem um dia
05:42na minha história
05:42que eu tive férias.
05:44Eu já voltei de viagem
05:45por conta de fatos públicos.
05:48Eu já não fui a viagem
05:49por conta de pacientes.
05:51E, a partir da modernidade,
05:53eu nunca desliguei meu celular.
05:56Então, eu estou...
05:57Médico tem duas coisas.
05:59Ele tem que ter acesso,
06:02ele tem que ser acessível
06:03e tem que ser resolutivo.
06:05Então, eu entendo
06:07que esta é a minha obrigação.
06:09Eu tenho que estar disponível
06:10a qualquer momento
06:11para qualquer pessoa.
06:13As pessoas falam,
06:14bom, clínica particular.
06:15Clínica particular,
06:16e eu trabalhei 40 anos no SUS
06:19e foi da mesma forma.
06:20Então, eu acho que isto é missão.
06:22Ou você tem isto muito claramente,
06:25ou vai trabalhar em outra profissão.
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