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00:00Hello, mulherada! Hoje o Dó Delas recebe Tainá Fagundes, empreendedora social e cofundadora da Datribo,
00:08uma mulher que transforma a Amazônia em inovação sustentável e inspira o mundo com a sua trajetória.
00:30Seja muito bem-vinda, Tainá! Muito bom te receber aqui!
00:39Muito grata, Priscila! É uma alegria poder falar com vocês!
00:42E eu já quero conhecer um pouco mais da tua história. Como foi que nasceu a Datribo?
00:49A Datribo nasce pela história de vida da minha mãe, que é a Kátia Fagundes, que é sócia,
00:54e mais essa realidade dessa mulher, que é a típica mãe com três filhos para criar e que precisa empreender.
01:01Então, o empreendedor feminino vem, pelo primeiro momento, de um recorte de empreender por necessidade.
01:08E depois a gente vem fazendo os recortes necessários, entendendo enquanto negócio o melhor dos caminhos.
01:14Porém, sempre a pauta sustentável teve dentro da minha casa.
01:18Nunca foi uma coisa de oportunidade do que o mercado está dizendo para a gente.
01:23E sim, um olhar de uma mãe que era muito criativa, cheia de habilidades, um pai músico que já faleceu,
01:32mas um ambiente muito criativo.
01:35E esses valores, na década de 80, se falava nessa brasilidade para se falar de Amazônia.
01:41Então, bora valorizar essa Amazônia.
01:44Meu pai cantava a Amazônia.
01:46E esses princípios do reaproveitar, do reciclar, sempre fez muito parte da gente.
01:53Só que em 2014, quando a tribo já tinha ele cinco anos, a gente entende que a gente poderia trabalhar muito mais.
02:01A gente, numa feira social, tecnologia social, a gente encontra com a borracha.
02:06Só que a borracha, para a gente, historicamente, é uma borracha que a gente estuda na escola,
02:11que é uma borracha que fez toda uma importância para a história da Amazônia, pela Belepoque.
02:16Só que ela foi um projeto muito ousado para o Brasil, de se falar de uma industrialização.
02:24Depois, no segundo ciclo, a gente traz os nordestinos para construir essa Amazônia, junto com a gente,
02:29que são os soldados da borracha.
02:30Só que a gente vê essa borracha como um commodity, de baixo valor agregado,
02:36do que a gente acredita que pode contar para uma Amazônia mais criativa.
02:39Então, hoje, no terceiro ciclo dessa borracha, a gente vem contando aí essa moda mais sustentável
02:46pelas joias orgânicas e pelos biomateriais.
02:49E aí, eu já quero saber, qual é a importância dessa borracha para a bioeconomia?
02:55Perfeito, Priscila.
02:57Quando a gente fala de borracha, a gente está falando, como eu disse há pouco, de um commodity.
03:03Ela varia, a gente vê cotações da bolsa, de quatro a dez reais, o quilo dessa borracha.
03:10Como indústria, ela tem toda uma importância global e vai continuar sendo.
03:15Mas, como Amazônida, como mulher empreendedora e criativa,
03:19a gente tem tentado mostrar esse novo ciclo dessa borracha criativa.
03:23E, hoje, mostrando que a gente, além dos seringueiros que trabalham com a extração dessa borracha,
03:29que é renovável, a gente fala de produto florestal, não madeireiro.
03:34O que significa isso?
03:35A gente não derruba a floresta para trabalhar com esse ativo.
03:40Maravilhoso.
03:40Quanto mais uma seringueira sangra, mais saudável ela fica.
03:44Então, fazendo esse manejo correto.
03:46E a gente, hoje, trazendo as mulheres também, suas companheiras, filhas, familiares, para o processo,
03:53a gente está falando de qualidade de vida, aumento de renda.
03:57E, principalmente, Priscila, uma coisa que é um recorte dentro da Amazônia,
04:02o desejo de permanecer no seu território.
04:05A gente passa muito por uma realidade de ter que sair do nosso lugar
04:09por buscar outras oportunidades que o lugar não nos dá.
04:12E, com a borracha que a gente trabalha hoje,
04:15a gente consegue gerar renda pela borracha, pela extração do látex,
04:20gerar renda pela produção dos biomateriais, que são os fios e tecidos,
04:24e as joias.
04:25E, por consequência, essas pessoas, o povo, trabalhando naquele lugar,
04:31de geração em geração, mantendo esse conhecimento
04:34e estando no seu lugar, fazendo o que gostam, do que aprenderam.
04:39Então, quando a gente fala de importância da borracha hoje para a Amazônia,
04:42como um commodity, ela tem de indústria automobilística, pneumática,
04:46preservativos, luvas cirúrgicas,
04:49mas a gente acha que a gente pode também fazer uma exceção de mulheres desse processo.
04:53A gente está falando de grandes cooperativas que tem nesse caminho com a borracha,
04:57mas hoje, quando a gente vai falar de criatividade,
05:01a gente está falando de mais mulheres juntos.
05:03Eu acho que isso é muito significativo.
05:05E a importância desse biomaterial para a moda dentro da comunidade.
05:11Então, outra coisa, né?
05:12A Amazônia não se fala de moda.
05:14Então, a gente criou um conceito que é a moda da floresta.
05:17E quando a gente fala dessa moda da floresta,
05:20é a gente reforçando esses valores que a gente traz para essa Amazônia
05:25de um elemento que é muito conhecido, mas despertencido.
05:30E aí a gente consegue hoje colocar, incluir essas mulheres no protagonismo,
05:36com essa autoestima, com essa segurança e de poder se ver em outros lugares.
05:40Porque hoje essa mulher, ela extrativista, ribeirinha,
05:45muitas vezes se encontra como mãe sempre, companheira.
05:49E sinto que ela tem outros sonhos também.
05:51Então, além de ser mãe e companheira, também sonha em outras coisas.
05:54E ela consegue hoje contribuir com a renda familiar dentro de casa,
05:58contribuir com os estudos dos filhos, né?
06:01E ter o seu espaço também individual enquanto ser humano, né?
06:05Porque a gente precisa também separar esse lugar da mãe, da esposa,
06:10mas também de uma mulher que tem sonhos e desejos.
06:13E aí, eu já peço para te explicar para a gente
06:16como é que essa sociobioeconomia funciona como estratégia
06:23para o futuro da Amazônia.
06:24Eu sempre digo, Priscila, que a floresta é cíclica e ela opera em rede.
06:30Essa é a inteligência da floresta que a gente, às vezes, ignora.
06:33A gente tem uma estruturação de Amazônia de grandes projetos
06:37de importância, exploratória,
06:40que tem um significado de valor dentro da Amazônia.
06:44Mas a gente também acha que trabalhar em rede
06:46é fundamental para essa regeneração.
06:49Então, o que é a sociobioeconomia hoje?
06:51A gente está falando de valores,
06:53desde o preço justo, que é o básico que a gente deveria pensar.
06:57Então, o meu negócio cresce e a floresta também prospera.
07:01Infelizmente, não é tão equilibrado assim.
07:03historicamente.
07:04Mas a gente acha que o papel de um negócio de sociobioeconomia,
07:08que trabalha com a sociobioeconomia,
07:10tem esse dever.
07:11E tem um DNA.
07:13A gente traz isso como valor, sabe?
07:15Então, além de falar de preço justo,
07:17está falando de manejo responsável.
07:20Respeitar o ciclo dessa floresta.
07:22Respeitar o ritmo dessas culturas.
07:25A base da Amazônia é ter um valor cultural.
07:29Ela é que nos estrutura, ela é que nos guia, ela é que nos orienta.
07:33E quando a gente conhece isso, a gente vem trazendo,
07:36associado a esse conhecimento de tecnologia social,
07:40que vem desde os saberes ancestrais indígenas,
07:42que descobre essa seringueira,
07:44de percepção no dia a dia, no seu território.
07:47Até que encontra, ou a gente cruza tecnologia social com a inovação.
07:53A gente traz pesquisa, vem qualificando essa borracha,
07:57até que ela chegue nos fios,
07:59até que ela chegue em tecidos para se criar outros produtos.
08:02E quando a gente fala da importância dessa sociobioeconomia para a Amazônia,
08:07é exatamente mostrar que a gente pode crescer,
08:09mas também reflorestar, regenerar.
08:14Com toda certeza.
08:15E incluindo essas pessoas, com o seu protagonismo,
08:18com a narrativa junto com a gente.
08:20A gente conta uma história da Amazônia, pela borracha,
08:24com os seringueiros.
08:26Não sobre eles, é com eles.
08:29E eu acho que é sobre isso que a gente vem também reforçando
08:32quando a gente se incomoda com alguma situação,
08:34quando alguém fala de Amazônia,
08:36que não tem a nossa voz junto.
08:37Então, a gente quer contar, quer mostrar.
08:41Porém, tem desafios.
08:43Mas o que a gente acredita e entende que é urgente
08:47é a gente mostrar essa potencialidade do protagonismo dessa floresta.
08:53E aí, acho que essa sociobioeconomia
08:54cumpre um papel muito significativo para o tempo de hoje.
08:57E dá pertencimento para essas comunidades.
09:00Exatamente.
09:01Porque eles fazem parte disso
09:03e, às vezes, eles não têm esse pertencimento.
09:05Conta um pouco mais sobre o que você vê nesse dia a dia
09:09lidando com essas comunidades, Tainá.
09:12Eu acho que a gente vai sempre olhando para fora
09:15e se desconectando.
09:18Porque a gente quer tanto existir,
09:20a gente quer tanto fazer parte de algum grupo,
09:23de alguma coisa,
09:24que a gente olha muito para fora.
09:26E o de dentro é natural que a gente se esqueça.
09:29E eu acho que um país colonizado é consequência a isso.
09:35Então, essas populações vão se sentindo fragilizadas,
09:38inseguras para essa luta.
09:41Só que tem muita gente lutando por essa floresta,
09:45no dia a dia, para deixá-la de pé.
09:48E aí, acho que dentro dessa luta tem um contraponto
09:52de alguns territórios enfraquecidos, cansados, despertencidos.
09:56Mas também tem um outro movimento que está ali na resistência.
10:01E a gente vem tentando somar com esse movimento
10:03de uma forma propositiva,
10:06dizendo assim,
10:07bora estar aqui com as intervenções,
10:10fazendo capacitações,
10:11formações,
10:12trocando, dialogando e mostrando
10:14que esse indivíduo,
10:16seringueiros e as suas companheiras, filhas,
10:19parentes todos,
10:21consigam achar um lugar que é de devido,
10:24que é de direito.
10:24E acho que nessa construção
10:27existe um tempo de escuta, sabe?
10:32A gente, quando começa,
10:33falando ali de 10 anos de borracha
10:35com as comunidades pela da tribo.
10:39Nessa escuta, a gente levou 2 anos, por exemplo,
10:41para a primeira foto com eles ser divulgada.
10:46Isso não é porque a gente não poderia fazer essa foto,
10:49mas é porque a gente precisa mostrar,
10:51ganhar confiança deles, né?
10:52A gente é o tempo inteiro sondado
10:55para pegar conhecimento.
10:58E a floresta dá, porque ela é generosa,
11:00as populações chegam lá,
11:01me conta como é que tu fazes tal coisa,
11:03e eles vão te contar.
11:04Ah, eu faço assim,
11:05eles são de compartilhar mesmo, né?
11:08Acho que nós somos,
11:09o Paraíso, a Amazônia,
11:10é muito disso.
11:11Mas como que a gente faz uma troca?
11:15Como que a gente não vai lá,
11:16só tira o conhecimento do território
11:17e não gera valor para ele e retorno?
11:19A gente não queria mais fazer a gente
11:22enquanto modelo de negócio.
11:25Então, a gente queria mostrar
11:26que tem outros caminhos.
11:27E aí, essa relação de vínculo,
11:30a gente vem mostrando.
11:32Quando a gente faz o primeiro registro,
11:33que a gente tem uma coisa de compra,
11:36de unidade,
11:36que a gente se compromete e cumpre,
11:38que a gente está lá,
11:40não foi só uma vez,
11:41nem que é só pontual essa abordagem.
11:43Então, isso é um processo lento, sabe?
11:45De confiança, de parceria.
11:48E lá se vão 10 anos.
11:49E lá se vão 10 anos.
11:50Mas conta para a gente,
11:52como é que a COP está ajudando
11:54a dar essa visibilidade?
11:56Como vocês estão conseguindo também
11:59estar junto da COP
12:01e ganhando essa visibilidade para o mundo?
12:04Acho que tem muitas frentes, né?
12:05Acho que o governo do Estado
12:08tem um papel muito importante
12:09quando institui uma política pública
12:11como um plan BIO,
12:12é o plano de bioeconomia.
12:14A gente é o primeiro do Estado,
12:15do Brasil, né?
12:17A lançar um plano de bioeconomia.
12:19Agora, o governo federal
12:20institui um plano nacional.
12:22Depois, acho que a Amazônia,
12:24outros estados estão olhando para isso.
12:26E isso faz com que a gente encontre um lugar,
12:28uma caixinha mesmo de pertencer
12:30e de discussão, de voz, né?
12:33A da tribo faz parte
12:34de uma associação de negócios.
12:36Nós assumimos a economia da Amazônia,
12:37que é a Assobio, né?
12:39Somos de mais de 100 negócios
12:41que fazem parte ali.
12:42E a gente...
12:44Eu sou conselheira dentro da associação também.
12:47E nesse grupo,
12:49a gente começa a olhar
12:50para acesso ao mercado,
12:52mas também com o papel
12:54que a associação tem
12:55para as políticas públicas,
12:57para articular tudo isso.
12:59Então, hoje, para a COP,
13:01a expectativa,
13:01tanto que a da tribo,
13:03através da Assobio, né?
13:05e outras articulações
13:06que a gente vem fazendo,
13:08é a gente olhar
13:10para mostrar
13:11que a gente consegue ter,
13:13ser um negócio possível
13:14de existir,
13:15de se manter,
13:16gerando renda
13:17para essas populações.
13:20Falando de economia viva,
13:21falando de floresta de pé,
13:22então, vai ter
13:24espaços de mercado de venda,
13:26lojas, né?
13:27Que a gente vai conseguir ocupar,
13:29experiências de roteiros,
13:30porque,
13:31hoje,
13:31a gente tem uma cadeia aberta,
13:34então, o cliente quer saber
13:35de onde vem essa borracha.
13:36Essa borracha vem
13:36lá da ilha de Cotijuba,
13:38vem de Mosqueiro,
13:39vem de Paquetá,
13:40vem das iso-redores de Belém
13:41e que a gente vem fazendo
13:43essas colaborações.
13:45E a gente pode chegar perto,
13:46a gente quer visitar
13:47essa comunidade,
13:48a gente quer ver.
13:49A gente pegou,
13:49viu a possibilidade
13:50de criar uma experiência,
13:51que é o roteiro
13:52dessa borracha criativa.
13:53Então, para a COP,
13:54a gente vai ter um roteiro
13:55que a gente atravessa
13:58até a ilha,
13:59conhece a história
14:00do seu Baku,
14:01conhece Suelen,
14:03Raíssa e várias as pessoas
14:04que produzem com a gente,
14:06vai do Seringawa
14:07até o Polo Produtivo,
14:08mas passeia por essa ilha.
14:10A gente,
14:10em colaboração
14:11com outras iniciativas,
14:12como o MIB,
14:13que é muito conhecido
14:14na ilha de Cotijuba,
14:15que é o Movimento das Mulheres
14:16das Ilhas de Belém,
14:17são mulheres que têm
14:19diversas feitas ali
14:20de artesanato,
14:21a agricultura familiar.
14:23Com a gente,
14:23elas servem um lanche
14:25todo do território,
14:28com tapioquinhas coloridas,
14:30com sucos regionais
14:31da época,
14:32a gente vivencia
14:33esse lanche,
14:34tem uma oficina
14:35de biojóia,
14:36a gente vai para o almoço
14:37com a Mãe Márcia,
14:39que é um ponto
14:39de memória,
14:40que a gente tem
14:42uma comida,
14:42o típico almoço
14:43paraense,
14:44com um bom peixe frito,
14:46com música,
14:46um carimbó,
14:47a gente veste
14:47uma saia de carimbó
14:49e bota esse turista
14:50para dançar com a gente
14:51e termina
14:53num bom banho
14:54de praia,
14:54sabe?
14:55Então,
14:55a gente vivencia
14:56essa ilha.
14:56Então,
14:57dentro disso tudo,
14:58são oportunidades
14:59que a gente traz
14:59para a COP,
15:00para esse visitante
15:01de fora,
15:03brasileiro ou não,
15:05consiga fazer um mergulho
15:06nessa Amazônia,
15:07nessa história,
15:09vendo o processo
15:11produtivo de perto,
15:12podendo comprar isso,
15:13seja com a gente
15:14diretamente,
15:15nas lojas parceiras,
15:17mas também
15:17a gente vai estar
15:18em fóruns de discussão,
15:20discutindo,
15:21conversando sobre
15:22essa moda,
15:23qual o papel da moda
15:24na crise climática,
15:25nesse contexto todo
15:26que a COP vem debater,
15:28e dentro da Sobio
15:29vão ter várias experiências,
15:31tirando só uma vending machine,
15:32vai ter vitrines
15:33para a gente poder mostrar
15:35tudo isso,
15:35não só a moda,
15:37mas alimentos e bebidas,
15:39cosméticos e fármacos,
15:41artesanato,
15:42várias coisas
15:43de outros territórios
15:44da Amazônia,
15:45e a gente faz parte
15:46de uma estruturação
15:47de discussão
15:48para as oportunidades,
15:50sabe?
15:50Isso é maravilhoso,
15:51e aí tu falou bastante
15:52de trazer os borracheiros,
15:55mas trazer também
15:56as mulheres,
15:57as esposas,
15:58as mães,
15:59as avós,
16:00também para o lado,
16:01e qual é a importância
16:04dessas mulheres
16:05estarem à frente
16:06dessa regeneração,
16:08desse cuidar também
16:11da floresta,
16:11porque elas sempre cuidaram,
16:13na verdade,
16:13elas só não estavam
16:14sendo vistas.
16:16Acho que esse é o papel,
16:17acho que é do protagonismo,
16:19a história do seringueiro,
16:20o seringueiro vai
16:21para a floresta
16:21muito cedo,
16:22ele sai 4,
16:245 horas da manhã,
16:25vai abrindo ali
16:26a trilha,
16:27fazendo as suas rotas,
16:28tem alternanças
16:30no dia a dia.
16:31Só que essa mulher
16:31sempre está ao lado,
16:33ela que abre essa mata
16:34junto com ele,
16:35ela que coleta
16:36junto com ele,
16:37algumas sangram,
16:38que é o corte em si,
16:40mas sempre tem
16:42essa parceira ali
16:43do lado,
16:44trabalhando.
16:45Só que a gente
16:46sempre fala
16:46dos seringueiros,
16:47então a gente vem entendendo
16:48que os biomateriais,
16:50com artesania,
16:50com as manualidades,
16:52com a própria qualificação
16:53que a gente criou
16:54maquinários,
16:55elas operacionalizam,
16:56elas protagonizam
16:58e a gente acha
16:59que essa floresta
17:01ela é biodiversa
17:02e esse olhar
17:03da biodiversidade
17:05tem uma diversidade
17:06de protagonismo
17:07também das populações,
17:09então essas mulheres
17:10de gênero,
17:11essa relação de gênero
17:12também está lá,
17:13então não é só o seringueiro,
17:14essa mulher está ao lado dele,
17:16junto com ele,
17:17historicamente nessa luta,
17:19e a gente precisa contar
17:20e mostrar,
17:21então Suelen,
17:22Raíssa,
17:23Naila,
17:24diversas outras lideranças
17:25estão em Cotijuba
17:26e outros territórios,
17:28são importantíssimos
17:29para esse protagonismo
17:30que é urgente
17:32do papel
17:32que essa mulher
17:33que protege,
17:33essa mulher que cuida
17:34e ela que regenera.
17:36E eu já peço
17:37para te deixar
17:38uma mensagem
17:39para essas mulheres
17:40que querem empreender
17:42com propósito
17:43para que a gente
17:44tenha por muitos
17:46e muitos
17:46e não derrube
17:48a nossa Amazônia,
17:49porque a gente precisa
17:50também entender
17:51que o povo daqui
17:53ele precisa
17:54viver e sobreviver,
17:56porque muitas vezes
17:57as pessoas de fora
17:58querem que a gente
17:59deixe a floresta em pé,
18:02ok?
18:02Isso é muito válido,
18:04sim,
18:04mas e aí,
18:05como nós vamos sobreviver?
18:06Então deixa uma mensagem
18:08para essa mulherada
18:09que quer empreender
18:10com propósito
18:11e com floresta em pé.
18:13Perfeito.
18:14A gente vem de um processo,
18:15gente,
18:15que é da gente
18:17olhar muito para fora,
18:19né?
18:19E a gente acaba
18:20se perdendo um pouquinho
18:22dessa nossa identidade
18:22amazônica,
18:24os conhecimentos
18:24da floresta.
18:25Eu acho que
18:26quando a gente empreende,
18:28entendendo e conhecendo
18:29cada vez mais
18:30a nossa realidade,
18:31a gente consegue
18:31contribuir
18:32para esse desenvolvimento
18:33também.
18:34Então o chamado
18:35aqui é que a gente
18:36olhe para muito
18:38do que as nossas avós
18:39nos mostravam,
18:41faziam,
18:42desde a comida,
18:43como que chegava
18:44um chá,
18:45como chegava
18:45um mingauzinho,
18:46um curativo,
18:48né?
18:48Isso ali,
18:48tudo tecnologia social
18:50e isso dá para virar
18:51um negócio
18:52muito potente
18:53para a floresta,
18:54respeitando o tempo
18:55dela,
18:56mas gerando
18:57prosperidade para ela,
18:58para a gente também
18:59enquanto mulheres.
19:00Então,
19:01convido que a gente
19:01pesquise,
19:03olhe,
19:03vá atrás
19:04realmente de uma
19:05identidade,
19:06desse conhecimento
19:08e que a gente
19:08consiga juntas
19:09ali contribuir,
19:11porque eu acho
19:11que a Amazônia
19:12ela é junto
19:13e o que a gente
19:14precisa é
19:15olhar enquanto
19:16o legado
19:17é que a gente
19:18tem que estar
19:19trabalhando
19:20em colaboração.
19:21O tempo pede
19:22individualismo,
19:23mas o que a Floresta
19:24está dizendo
19:24é que é junto
19:25que a gente salva,
19:26que é junto
19:26que a gente regenera,
19:27que é junto
19:28que a gente transforma.
19:29Então vamos junto,
19:30acreditem em si
19:31e umas às outras,
19:33procurem estar sempre
19:34perto de mais mulheres
19:35que inspiram vocês,
19:36que isso é muito potente
19:38para essa transformação.
19:40Obrigada.
19:41Eu te agradeço,
19:42muito obrigada,
19:42Tainá,
19:43por vir hoje aqui
19:44mostrar o quanto
19:46a Amazônia
19:47tem mulheres
19:47com força
19:48e o quanto a Amazônia
19:50tem mulheres
19:50com potência
19:51e que a gente
19:51precisa sim,
19:52estar uma próxima
19:53da outra,
19:54contando e fortalecendo
19:55umas às outras.
19:56Muito obrigada
19:57pela sua visita
19:59aqui no Dau Delas.
20:00Graças.
20:01E não perde
20:02o próximo episódio
20:03do Dau Delas.
20:04Te espero lá.
20:06Tchau.
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