Amigo de jovem que caiu no Arrudas fala sobre as buscas

Estado de Minas

O amigo de infância do jovem que caiu no ribeirão Arrudas na Avenida dos Andradas afirmou que foi ele e a família que buscaram e encontraram Luiz Gustavo Santiago, de 23 anos.
Luiz estava na garupa de uma moto quando ele e um amigo caíram no leito do ribeirão na madrugada de quarta-feira (8/10), na Avenida dos Andradas.

Crédito: Leandro Couri

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Imagens: Leandro Couri/EM/D.A Press

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00:00Por volta das quatro e meia da manhã, nós tínhamos montado uma força tarefa com equipes.

00:07Porque desde o primeiro momento do Luiz Calvo, na Avenida do Contor, com a Andradas,

00:12em frente à Drogaria Araújo, que nós temos disponibilizado uma equipe,

00:17contratado equipamento do nosso bolso, drones, binóculos, pessoas também para estar conosco,

00:22remezando, porque nós todos os dias, hoje vai completar o sétimo dia com o Luiz no Estácio do Rio,

00:26todos os dias nós descemos no rio, todos os dias nós descemos na mata,

00:30todo dia nós temos disponibilizado alguém.

00:32A equipe da madrugada ontem, por volta das quatro e meia da manhã,

00:36avistou um corpo boiano da Upa Leste para baixo, porque como choveu muito na madrugada,

00:42esse corpo veio descendo.

00:43Mas desde o início nós estamos cobrando os bombeiros para passar-se o drone de calor,

00:48para descer nas galerias, porque para nós, familiares e amigos que estamos,

00:52desde o primeiro dia, nessa ocorrência, para nós o Luiz caiu e arrastou para uma galeria.

00:58Só que os bombeiros, desde o primeiro dia, a resposta que eles deram para nós foi a seguinte resposta,

01:02que quando chovesse o corpo ia boiar, que o corpo fica agarrado não sei aonde,

01:06quando chove ia boiar.

01:08E nós fomos muito chateados por isso, nós arriscamos nossas vidas nas pedras, nas águas,

01:13temos a enchente levar a gente, porque teve hora que foi muito perigoso,

01:17que nós descemos praticamente para ficar cutucando em certos lugares,

01:20para baixar o corpo do Luiz.

01:21E nós temos esse relato para falar, porque eu creio que se fosse qualquer um de uma classe melhor,

01:25não é valorizando classe nem nada não.

01:27Eu creio que tinha sido uma coisa diferente, disponibilizado equipa-matas,

01:31canfarejadores, helicópteros, drones.

01:34E sempre a equipe do bombeiro vinha e disponibilizava 10, 15 minutos do seu tempinho

01:39e saia fora, falava, vou buscar o equipamento, vou ali, vou fazer isso aí.

01:42E nunca voltava, deixava só nós, no meio desse rio imenso,

01:47fazendo as nossas próprias buscas, é lamentável.

01:49Mas hoje quem achou o corpo do Luiz foi eu e o irmão dele, Igor.

01:53Não foi o corpo de bombeiro, agradeço a equipe que estava aqui hoje,

01:55mas nós localizamos o corpo do Luiz, nós descemos e fizemos o reconhecimento

02:00e nós montamos nossa própria equipe.

02:02E fica a minha indignação com o corpo do bombeiro, nesse exato momento.

02:05O rio estava vazio, primeiro dia do acidente, desceu uma equipe lá,

02:08andou só na margem, não entrou em galeria,

02:11não fez uma busca maior, pôs-se um cão, frejador para rastrear o Luiz.

02:15Vamos supor que ele caiu o primeiro dia e se estivesse viva ainda.

02:19Entendeu? A vida do Luiz pode ter custado caro,

02:21infelizmente para negrecer isso dos próprios bombeiros.

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