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  • há 3 meses
Ao se preparar para uma cirurgia plástica reparadora após a bariátrica, a pedagoga Carlena Gama, de 55 anos, foi surpreendida pela descoberta de linfonodos alterados na axila. Seguindo a recomendação médica, passou por diversos exames e, em janeiro de 2022, recebeu o diagnóstico de câncer de mama em estágio inicial. Três anos depois, em remissão e próxima da cura definitiva, ela atribui o sucesso do tratamento ao diagnóstico precoce e reforça a importância do “Outubro Rosa” na conscientização sobre a realização regular de exames preventivos.

REPORTAGEM: ANDRÉIA SANTANA (ESPECIAL)
IMAGENS: IGOR MOTA

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Transcrição
00:00Na verdade, a minha descoberta foi durante um processo de um pré-operatório para uma cirurgia reparadora pós-bariátrica.
00:10E na hora que eu fui fazer o raio-x, foram detectados uns linfonodos na minha axila.
00:21E ali a médica disse que tinha algo diferente e pediu para que eu procurasse um mastologista.
00:31E de lá mesmo na clínica eu já marquei uma consulta com o mastologista e graças a Deus eu consegui a consulta no dia seguinte.
00:39A princípio a gente passa por todos os processos, mas assim, de primeira eles tentam tranquilizar,
00:47dizendo que pode ser só uma infecção, uma inflamação, explica o que são os linfonodos.
00:51Até a gente chegar ao diagnóstico final é uma angústia muito grande.
00:58A principal parte primeira é a aceitação, a gente aceitar.
01:05E como eu sou uma pessoa de muita fé, eu nunca perguntei para Deus, por que eu? Mas para que eu?
01:12E é um processo assim, até você digerir, você olha, você vê seus filhos em fase de crescimento, dentro de uma faculdade,
01:18você perdeu sua mãe por Covid, né? E aí teu pai ainda está naquele luto, porque tinha 10 meses.
01:24Então nós estávamos ainda num luto, né? E a gente ia passar por outro luto, porque o câncer, ele é uma doença muito solitária.
01:33Por mais que você tenha uma rede de apoio, é muito solitário.
01:37Você acorda de madrugada, você fica pensando, será que meu organismo vai resistir?
01:40Será que eu vou dar conta? Até onde eu vou conseguir?
01:46E eu fui me alimentando da minha rede de apoio, que foi a minha família, os meus amigos,
01:51as pacientes que lá atrás eu já conhecia e eu já ajudava, né?
01:59Pela diretoria social de uma instituição que eu faço parte.
02:02E eu fui buscando forças, né? Na minha fé.
02:07E a equipe médica, a qual eu escolhi também, umas pessoas muito, os médicos muito empáticos, sabe?
02:15Uma clínica que te dá, todo dia, força pra te lutar, pra te viver, te ver além do diagnóstico,
02:21te ver como uma mãe, como uma filha, como uma tia, como uma pessoa da sociedade.
02:26E hoje eu tenho muito orgulho de dizer que eu faço parte da maior geração sobrevivente no câncer de mama.
02:32Eu descobri no estágio bem inicial.
02:34Então, o outubro rosa, ele é isso, tá?
02:39Eu digo que o outubro rosa, ele tem que ser todo mês.
02:42Porque não dá pra gente esperar só o mês de outubro pra gente se tocar.
02:46Não dá pra esperar só o mês de outubro pra você fazer uma campanha,
02:49pras mulheres procurarem fazer mamografia, né?
02:52Às vezes, quando a gente procura no outubro rosa, já tá bem avançado.
02:56Então, eu sempre coloco todas as palestras que eu sou procurada,
03:00eu coloco que o outubro rosa, ele é todo mês.
03:03Todo mês é mês de se tocar, porque o diagnóstico precoce, ele salva vidas.
03:08A gente ajuda de várias formas, né?
03:12A gente dá ajuda também financeira, a organização, a gente procura sempre estar fazendo eventos
03:19pra ter um fundo de caixa.
03:20Porque a maioria das pacientes, elas são pacientes do SUS.
03:24Então, às vezes, falta um dinheiro pro transporte pra quimioterapia,
03:29às vezes, falta o dinheiro pra alimentação do acompanhante,
03:32porque a gente não pode fazer quimioterapia sem um acompanhante.
03:35Essa é uma parte, tá?
03:38Mas a parte maior que a gente faz é uma ajuda mútua de experiências,
03:44de estar colocando as que estão entrando agora, que descobriram agora,
03:49que é possível a cura, que basta acreditar, que é um processo difícil,
03:54mexe com a autoestima, mexe com várias coisas.
03:57Principalmente nós, mulheres, que somos mais vaidosas, né?
04:00Então, a perda do cabelo, dos cílios, da sobrancelha.
04:03E a gente sempre está estimulando essa autoestima.
04:06A gente faz eventos em spa, a gente faz eventos pra que elas possam se sentir,
04:12dentro desse processo, acolhidas de uma forma como um todo.
04:15Não só nas questões financeiras, mas no apoio mesmo emocional, psicológico.
04:21A gente tem psicólogas que nos acompanham, que nos dão esse apoio gratuito.
04:26Então, a gente encaminha uma ou outra, exames que precisam ser feitos com mais agilidade,
04:33que não dá pra esperar pelo agendamento do SUS.
04:35Então, é dessa forma que a gente se ajuda no tratamento de uma forma geral.
04:42Essa iniciativa do governo, né, de 40 anos, a poder fazer a mamografia é excelente,
04:47mas familiares femininos de pacientes, elas são garantidas a fazer antes, né?
04:54A mamografia, no caso eu tenho duas filhas, uma de 24 anos e de 25 anos, então a minha médica
05:03já pode autorizar, se ela quiser, ela pode fazer a mamografia.
05:07Então, a minha sugestão é de que as mulheres primeiro se toquem, porque o toque, ele...
05:16Às vezes, você encontra algo diferente, né?
05:21E você pode, através desse toque, que é uma das coisas que a gente incentiva muito,
05:26a mulher todo o tempo está se tocando, pra que ela possa buscar.
05:31Mesmo que ela não encontre nada, que às vezes a gente não encontra, né?
05:35Por estar ainda muito no início.
05:37E se ela tiver a chance e a oportunidade, né?
05:40E agora nós temos, não temos mais desculpa, né?
05:43Porque já foi liberada pelo SUS, que façam a mamografia, né?
05:47Que busquem estar sempre indo num ginecologista,
05:50que busquem seus médicos, pra que possam realmente estar com a sua...
05:55O seu controle, né?
05:56Em dia.
05:57Porque eu volto a dizer, diagnóstico precoce salva vidas.
06:01A CIDADE NO BRASIL
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