Enquanto parte do Sudeste enfrenta a falta de chuvas, o Distrito Federal anunciou que tem abastecimento de água garantido até 2035. O governo local tem investido na melhoria da captação e no planejamento de longo prazo para enfrentar a seca. Reportagem: Luciana Verdolin
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00:00E enquanto parte do sudeste sofre com a falta de chuvas, o Distrito Federal pode ter uma situação mais tranquila nos próximos anos.
00:09Luciana Verdolim.
00:11Aqui na capital do país, o abastecimento de água está garantido, pelo menos até 2035.
00:17Para ter essa certeza, o planejamento, no entanto, precisa ser constante e de longo prazo.
00:23Entre os especialistas, o entendimento é que o Distrito Federal só teve que enfrentar um racionamento porque as administrações anteriores ignoraram as possibilidades de faltar água nas torneiras.
00:37Aqui no Distrito Federal, nós temos duas estações bem marcantes.
00:42Um período de seca, são seis meses onde a umidade relativa do ar cai abaixo dos 20% e seis meses de chuva,
00:51quando não necessariamente as chuvas são suficientes para elevar o nível dos reservatórios aqui do Distrito Federal.
01:00Brasília também, geograficamente, tem como característica um grande número de nascentes.
01:06O problema nesse caso é que a nascente tem pouca quantidade de água, o que torna ainda maior o problema relacionado ao fato que o Distrito Federal é um dos piores estados brasileiros com relação à quantidade de água, número de pessoas.
01:24Brasília foi criada para ter algo em torno de 500 mil habitantes.
01:28Hoje, já somos mais de 3 milhões.
01:32Por isso, é preciso buscar alternativas.
01:35Desde 2017, 2018, quando foi necessário um racionamento aqui na capital do país,
01:43as águas do Lago Paranoá são utilizadas não só para o entretenimento da população,
01:49mas também para o abastecimento das casas aqui na capital do país.
01:56Hoje, o Distrito Federal tem vários reservatórios e traz água, inclusive, de Goiás.
02:01O reservatório de Corumbá 4 ainda não funcionava durante o racionamento.
02:08Corumbá, assim como o Lago Paranoá, é artificial.
02:12Foi construído para geração de energia elétrica.
02:16Hoje, os dois lagos fornecem água aqui para a população local.
02:21Fato é que o racionamento de 2017 e 2018 trouxe aprendizados.
02:28Segundo o diretor da DASA, que é a agência reguladora aqui do Distrito Federal, Vinícius Benevides,
02:34as crises nos ensinam.
02:36E hoje, o Distrito Federal investe em obras, mas também na conscientização da população.
02:43A crise hídrica no Distrito Federal ocorreu entre 2016 e 2018 e trouxe importantes lições.
02:51A primeira, a importância do planejamento.
02:52Temos que olhar 10 a 15 anos à frente.
02:54A segunda, diversificação das fontes de abastecimento.
02:57Nós tínhamos duas, hoje temos cinco.
02:59O terceiro ponto é a questão da conscientização da população através de programas de educação ambiental.
03:05O quarto ponto é a questão das mudanças climáticas.
03:07Temos que considerar essas mudanças no nosso planejamento estratégico.
03:11Quinto ponto, investimento em infraestrutura são necessários e contínuos.
03:16A água é um bem finito, por isso é preciso utilizá-la de forma racional e investir também na redução de perdas.
03:25Só para se ter uma ideia, a média no país é de desperdício de 40% de toda a água captada.
03:32Aqui no Distrito Federal, esse índice gira em torno de 33%.
03:37Para garantir o abastecimento na capital do país, deverão ser investidos 32 bilhões de reais nos próximos anos.
03:47O objetivo é fortalecer o sistema e aumentar as opções de captação de água.
03:53O professor especialista em recursos hídricos, Sérgio Coide, defende que o planejamento é fundamental para evitar erros que o país cometeu no passado,
04:04quando várias cidades ficaram com as torneiras secas.
04:09O importante é que esse aprendizado seja agora empregado durante a ocorrência de novos eventos,
04:19de tal forma então que esse planejamento, as obras previstas tenham sido levadas a termo,
04:28e também alerta a população, ela seja feita no devido momento para convidar a população a participar do problema também,
04:41para que todos juntos possam realmente enfrentar de uma forma menos impactante para todos.
04:49O professor explica que o monitoramento precisa ser constante.
04:53Como a água é cara, a população de mais baixa renda é a que mais se empenha na redução do consumo,
05:00e essa contribuição muitas vezes exige sacrifícios.
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