A fungus found in the Amazon, more specifically in Ecuador, represents hope in the fight against plastic pollution worldwide, currently considered the second greatest environmental threat to the planet, second only to the climate emergency. Named Pestalotiopsis microspora, the organism is capable of degrading one of the most resistant plastics to decomposition, polyurethane.
LIBERAL AMAZON
Fungo ‘comedor’ plástico é arma contra poluição Um fungo encontrado na Amazônia, mais especificamente no Equador, é uma esperança no combate à poluição por plástico no mundo, considerada, atualmente, a segunda maior ameaça ambiental ao planeta, atrás apenas da emergência climática. Denominado Pestalotiopsis microspora, o organismo é capaz de degradar um dos plásticos mais resistentes à decomposição, o poliuretano.
00:00A gente disse que é um impacto emergente, um impacto recente, porque ele tem sido estudado há poucos anos.
00:21O primeiro trabalho que trata de microplásticos especificamente foi publicado em 2018, não tem nem 10 anos ainda.
00:27Porém, ele é um problema que ocorre desde a produção do plástico em escala industrial.
00:33Então, é um problema que já ocorre há cerca de 80 anos, né, da produção do plástico em escala industrial.
00:42Aí, conforme as cidades na Amazônia vão crescendo e o uso do plástico vai aumentando, esse descarte irregular, né,
00:50e há falta, muitas vezes, a falta de descarte pelo poder público, né, de resíduos sólidos, resíduos líquidos, o próprio tratamento de esgoto.
01:01Então, são todos fatores que levam à distribuição irregular desses materiais no ambiente.
01:07Isso leva, então, a um cenário que a gente tem atualmente de uma ampla distribuição de plásticos e microplásticos na Amazônia,
01:15até mesmo, muitas vezes, distante das cidades.
01:18Porque esses materiais, eles são carregados pela água da chuva, pelos rios, tá, e partiliza dispersados até pelos próprios animais, né, e homens.
01:27Então, até em áreas que são mais remotas ali, longe de cidades, a gente encontra essas partículas de plástico.
01:33Na verdade, essas são estimativas, tá, são estimativas de outros autores, na verdade, não é uma estimativa minha.
01:41Então, a gente tem autores que colocam a bacia hidrográfica do Rio Amazonas entre a segunda até a sétima bacia mais poluidora em relação à emissão de plásticos, tá,
01:51então, a quantidade de plástico que é despejado.
01:54Então, isso varia do segundo lugar até o sétimo lugar, dependendo do autor, tá, então, veja que não é uma estimativa muito precisa,
02:03é algo que ainda tá sendo estudado com mais profundidade.
02:06Eu não vou me recordar, assim, de memória, a quantidade de toneladas de plástico, mas mesmo porque isso varia entre autores, né,
02:12na verdade, a gente tem um autor que diz que é a segunda, outro que diz que é a quinta, outro que é a sétima, a maior bacia.
02:19Então, essa quantidade em toneladas de plástico despejado pelo Rio Amazonas, ela varia.
02:23Mas a gente também tem um outro problema, que são os navios que passam na costa amazônica, na plataforma continental amazônica,
02:29e esses navios também despejam lixo de maneira, muitas vezes, ilegal, né, eles não trazem o lixo para o continente, eles liberam na água.
02:37E isso também acontece nos rios da Amazônia.
02:40Muitas embarcações, elas não retêm o lixo até chegar no porto, elas descartam irregularmente na água dos rios.
02:46Então, a gente também ainda tem essas outras fontes de poluição plástica.
02:51Assim, a gente tem o que a gente pensa que é mais didático, né, que sai do rio para o oceano,
02:55mas também tem uma parte que vem do oceano para o continente.
02:59É o lixo marinho que chega até nós também, na nossa costa.
03:02Existem riscos ambientais para a saúde, para a biota, para os animais, tá?
03:07Existem diversos riscos de contaminação e poluição por plásticos e microplásticos.
03:14A gente tem estudado bastante isso aqui na Universidade Federal do Pará,
03:18nosso grupo de pesquisa, grupo de pesquisa em microplásticos da Amazônia.
03:22E o que acontece em relação aos microplásticos, e plásticos também,
03:29muitas vezes a gente tem plásticos, alguns tipos de plásticos, eles são tóxicos.
03:34A maioria não é. A maioria desses plásticos são inertes, né, eles não são tóxicos.
03:39Porém, durante a fabricação desse material, são adicionados aditivos químicos,
03:46e esses aditivos químicos são potencialmente tóxicos, alguns deles são bastante tóxicos.
03:50Eu destaco aqui aquelas substâncias que são retardantes de chama, né,
03:56que retardam que o material pegue fogo, né, entre a ignição.
04:02Essas substâncias são bastante tóxicas, tóxicas no geral.
04:07Alguns pigmentos, algumas tintas que são adicionadas ao plástico.
04:10Um exemplo é a rede de pesca. A rede de pesca, ela é feita do nylon.
04:17Esse nylon, geralmente, de alta densidade, ele não é diretamente tóxico,
04:22mas a tinta azul que se adiciona nessa rede de pesca, essa tinta é tóxica.
04:27E é potencialmente cancerígena, inclusive.
04:30Então, a gente tem aditivos químicos que tornam esses plásticos tóxicos.
04:34Isso é um problema porque nas partículas de microplástico, essas substâncias persistem nelas, né.
04:39Então, o microplástico, ele pode ser sinitalmente ingerido, né,
04:44e embora ele não seja tóxico, a tinta que permanece nele é tóxica.
04:49Para piorar a situação, o microplástico, quando fica muito tempo na água, no ambiente,
04:53ele acaba servindo de casa, né, acaba servindo de ambiente para a instalação de bactérias.
04:59E algumas bactérias que são potencialmente patogênicas, ou seja,
05:03bactérias que potencialmente causam doenças em animais e no homem.
05:07Então, o microplástico ainda pode funcionar como um vetor, né,
05:11de transporte de bactérias potencialmente perigosas.
05:15As soluções, acho que elas começam da gestão ambiental, a gestão dos resíduos sólidos, né,
05:20que é um problema não só no Brasil, mas especialmente na Amazônia, né,
05:25na região norte esse problema é maior,
05:27com municípios que ainda não possuem, né, coleta e tratamento, destinação de resíduos sólidos.
05:35Os municípios do Marajó, a gente está hoje em 2025, né,
05:38se a gente pensar, poxa, no ano 2025 ainda é muito comum que municípios do Marajó queimem o lixo,
05:44façam a queima do lixo.
05:46Então, a gente tem esse problema grave de gestão de resíduos sólidos.
05:50Então, quando a gente passar a separar o reciclado, o não reciclado, com eficiência,
05:58a gente começar a fazer a coleta, a destinação eficiente, né,
06:02então, um destino eficiente dos resíduos sólidos, a reciclagem,
06:07e até mesmo o consumo, né, o consumo que vai desde políticas públicas.
06:13Eu gosto do exemplo da sacolinha de plástico, né, que já foi banida em alguns países.
06:18E já foi banida até em alguns municípios do Brasil, vai e volta.
06:23Então, é um exemplo.
06:24Tem países que as sacolinhas plásticas já são proibidas.
06:26Então, você, o cidadão é obrigado a usar uma sacola renovada.
06:33Mas, quando a sacola de lixo, a sacolinha plástica ali do supermercado, por exemplo,
06:37ela é gratuita, que nós, como cidadãos, tenhamos essa consciência de levar a nossa própria sacola de pano, né,
06:45e aí a gente reduz o uso e o consumo de plástico.
06:50E, principalmente, esse plástico a gente chama de plástico de uso único,
06:53que é um plástico que a gente usa apenas uma vez e depois joga fora, né.
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