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  • há 2 meses
Artista fala ao Grupo Liberal sobre trajetória artística, defesa da Amazônia, Círio de Nazaré e projetos inéditos, como um show no Theatro da Paz no dia 14 de novembro, em plena COP 30, o show "Amazônica' com o maestro João Carlos Martins.

Imagens: Carmem Helena
Reportagem: Eduardo Rocha
Edição: Karla Pinheiro (Supervisão Tarso Sarraf)

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Transcrição
00:00Eu saí daqui com 18 anos, convite de um produtor e aí eu estreio nacionalmente
00:29como papá de Belém na Bahia, no Teatro Vila Velha, e depois sou escolhida para ser
00:35trilha sonora da novela Gabriela, a novela mais importante.
00:40E aí eu sou escolhida pelo Boni, sem saber, eu fiz saber recentemente, para fazer parte
00:45da trilha da novela Gabriela, uma música chamada Filho da Bahia, todo mundo achava
00:49o verbo da Bahia e eu tinha que dizer, não, eu sou papá de Belém, de Belém do Pará.
00:54Bom, de lá para cá são 50 anos de carreira, dos quais eu me orgulho muito.
00:59Eu sempre fui para vários lugares, nunca tive uma marra, tive um empresário que me
01:04orientou muito no início da carreira e que é a base da minha estrutura de padrão de
01:10exigência, de não fazer nada que não me emocione, do qual eu não me orgulho.
01:16Eu não faço nada que sou obrigada a fazer, eu não faço.
01:21Então o Roberto me deu muito nótico, na rede explode a gente fica muito suscetível.
01:25E eu era uma menina, era uma menina de 18 anos, há 50 anos atrás.
01:30Então chega uma hora que a gente tem 40, 45 anos de carreira, olhar para trás e ver
01:37muita coisa construída e uma história de credibilidade.
01:42Poderam cantar o que eu quiser, do sertanejo a Chico Buarque, de Tom Jobim, é uma participação
01:48na Gangue do Eletra, essa novidade que vai surgir agora, mas sempre com muita verdade,
01:53muita alegria.
01:54E há 17 anos eu tive um convite aqui para fazer uma montagem de um grupo de pessoas,
02:02uma coisa, escamei várias pessoas, aí o projeto foi morrendo e no final não aconteceu.
02:08E eu achei muito desagradável.
02:11E eu pensei, por que não fazer?
02:14Porque você pensar que durante as pessoas que trabalham no Sírio, elas tinham aquele
02:20momento para fazer tudo.
02:23Há 15 anos atrás não se falava de gastronomia.
02:27Há 15 anos atrás o Pará não estava na moda.
02:30Mas nós sabemos que a gente descarrega o Pará com a gente com orgulho a vida toda,
02:36aonde quer que a gente caminhe.
02:38E o Sírio de Nazaré é a síntese disso.
02:41No Sírio de Nazaré, as famílias se encontram, os amigos se veem, o paraiancismo explode,
02:46arrastando com a volagem, com as múltiplas e plurais procissões, com a chiquita.
02:54Então tudo explode, alegria, felicidade, muita fé.
02:56E o paraiancismo pulsando, o batom vermelho, a chiquita.
03:02E começamos há 15 anos a Valagem de Nazaré, que é um projeto que eu me orgulho muito.
03:07Porque há três anos nós temos o Fórum da Amazônia.
03:10A partir de um encontro que eu fui assistir, um encontro muito importante,
03:19havia a possibilidade da COPSE no Brasil, havia o rumor de que ia na Amazônia.
03:25Mas não estava nada muito confirmado.
03:28Se seria do Brasil, seria, mas talvez antes da Amazônia, talvez fora da Amazônia, enfim.
03:34E eu fui assistir em Nova Iorque, estava fazendo um projeto lá.
03:40E aí assisti várias pessoas falando sobre a Amazônia,
03:47sem nenhum Amazônia, sem nenhum pensante Amazônia, sem um repórter, sem um jornalista,
03:54sem um fotógrafo, sem um pensador, sem um professor universitário,
03:58sem um pesquisador, sem um poeta, sem um músico, sem um artista.
04:02E as pessoas discutiam de Amazônia, sem saber o que a diferença,
04:06ou como costumam dizer, surfando na pororota, sem saber o que ela ia dar a pé.
04:10E no palco, quatro meninas, possivelmente, talvez mexicanas, guatemaltecas, enfim,
04:17com essa nossa cara latina, caracterizada de indígenas, dançando.
04:23E eu pensei, até quando nós seremos alegoria de festa de grafino?
04:28Até quando nós seremos olhados apenas como, e objetificados?
04:32Apenas como uma alegoria, uma coisa exótica?
04:39Não.
04:40Embaixo dessa floresta tem gente, tem pensadores,
04:45desde o ribeirinho que sabe o manejo,
04:49até uma universidade que tem portas, que recebe esses ribeirinhos.
04:53Então nós temos o pensamento nosso, a ancestralidade,
04:58ela está pujante em todos os movimentos desta Amazônia,
05:03e no Pará potentemente.
05:05E eu chego a 50 anos de carreira, com 15 anos de varanda,
05:12e no momento onde a Amazônia está com os holofotes,
05:17e Belém nos holofotes, para ir em cima de Belém.
05:20Eu fico muito feliz.
05:22Com a minha alegria e felicidade e muita honra,
05:25esse ano terão várias varandas,
05:28várias comandadas por colegas.
05:31E a varanda é um grande encontro,
05:33que começa com mergulho nos rios da Amazônia,
05:36depois tem um salão que vem desde o coral Carlos Gomes
05:39ao Tecnobrega, até a gangue da letra,
05:43com o carimbó, as canções,
05:46e os grandes cantautores brasileiros,
05:49paraensas, cantoras, cantores.
05:51É uma loucura, música, enfim.
05:53Aí estão os três dias de procissão,
05:56e depois não acaba a procissão fluvial,
05:58a pranadação, o sírio,
06:00e quando acaba,
06:01eles acabam de assistir a procissão do sírio de Nazaré,
06:04impactados por tanta força e tanta fé,
06:07tem o almoço do sírio.
06:09E no almoço do sírio, nós temos aquela mesa,
06:12a mesa da minha casa, da sua casa,
06:14da casa de todos nós.
06:15Então, essas tradições foram explicadas também,
06:18com mensagens, com postagens,
06:22com QRPode explicando para cada convidado o que quer.
06:25O meu olhar é sempre trazer pessoas
06:27que olhem para nós,
06:30e que a gente se sinta,
06:31que eu me sinto muito orgulhoso de conseguir trazer,
06:33e que o povo do Pará se olhe e se fique feliz também.
06:38Esse é o meu olhar.
06:39Então, esse ano, terão várias bandas como a gente começou.
06:44Eu acho isso muito saudável
06:46para a economia,
06:47para a formação de profissionais,
06:51para vários olhares sobre os vários Parás
06:55e as várias Amazônias.
06:57Então, para mim, é motivo de muito orgulho
06:59cada espaço que abre.
07:02Esse ano, nós temos a alegria
07:05de termos uma produtora paraense, a Toró,
07:07e termos tido uma assessoria muito maravilhosa
07:10do coletivo Psica,
07:13do qual participei no passado.
07:15E porque isso, somos pessoas muito mais jovens.
07:17Então, quando eu vejo outros olhares,
07:20trazendo novos olhares,
07:21imagino o seu jeito de olhar o seu de Nazaré,
07:24e trazendo castes diferenciados,
07:27essa potência cada vez aumenta mais.
07:30Então, esse ano,
07:31ao invés de trazer os 40 artistas que eu trazia,
07:3430 artistas que eu trazia,
07:36nós reduzimos,
07:38mas estamos trazendo pensadores,
07:40estamos trazendo teólogos,
07:42estamos trazendo CEOs
07:44para ver a potencial dessa gente.
07:48Pessoas que estariam na COP,
07:50mas não entendem muito como é que funciona,
07:52se chegaram, contactaram a gente,
07:54se tinham espaço para assistir,
07:56que evento é esse que acontece,
07:58porque é o único evento que está há 15 anos,
08:01acontecendo cada dia com mais prestígio,
08:03graças a Deus, na Zinha,
08:05e é muito caíba.
08:08Então, para mim,
08:09uma mulher que eu tenho 69 anos,
08:1250 anos de carreira,
08:1451 anos que vem,
08:16ter jovens,
08:19ter outros olhares,
08:21trazendo, inspirados no que a gente criou,
08:24isso para mim é legado.
08:25E aí
08:32E aí
08:42E aí
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