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  • há 3 semanas
Dublado 720p – Filme 2025 Lançamento E Dublado por IA
Sinopse
Livre
Assista em impressionante 4K HDR! 🔥
Neste Tema cinematográfico de alta Contagem Historica, Elias: o homem que desafiou um reino, calou os falsos deuses e foi levado ao céu sem provar da morte. Nesta jornada cinematográfica, descubra a história completa de um dos maiores profetas da Bíblia — do anonimato nas montanhas de Gileade ao confronto épico no Monte Carmelo.

⚔️ Você vai se emocionar com os milagres, refletir com os momentos de dor e se surpreender com o legado eterno deixado por Elias.

🎥 Prepare-se para uma narrativa poderosa, cheia de revelações, fé, confronto espiritual e esperança.
Assista até o final e descubra o que torna Elias uma das figuras mais fascinantes das Escrituras.

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Transcrição
00:00Antes que os céus fossem selados e a terra se tornasse poeira, antes que o fogo descesse e as nações se curvassem diante do poder do Altíssimo, existiu um homem.
00:11Um homem comum, vindo de uma terra esquecida, com palavras que abalariam reis e um chamado que rasgaria a história ao meio.
00:22Seu nome era Elias. Sua vida seria um fio entre a obediência absoluta e o poder sem medida.
00:30Essa é sua jornada. Um testemunho de coragem, fé e confronto contra a apostasia.
00:36O século IX a.C. foi um dos períodos mais sombrios na história de Israel.
00:43Após o esplendor do reinado de Davi e a glória do templo construído por Salomão, o reino foi dividido por disputas políticas e fragilidades espirituais.
00:55Judá permaneceu ao sul com sua linhagem real, enquanto Israel, ao norte, afundava cada vez mais em um ciclo de idolatria, corrupção e desobediência.
01:07No trono de Israel estava Acabe, filho de Onri. Seu governo ficou marcado como um dos mais perversos já registrados.
01:17Mas não era apenas sua iniquidade pessoal, que pesava sobre a nação.
01:22Sua aliança de casamento com Jezabel, filha de Etbaal, rei de Sidom, foi um divisor de águas na história do povo.
01:32Jezabel não era apenas uma princesa estrangeira, mas também sacerdotisa e fanática adoradora de Baal.
01:40Deus fenício das tempestades e da fertilidade.
01:45E com ela, a adoração a esse Deus se espalhou como uma praga por toda a terra de Israel.
01:52Altares de sacrifício a Baal foram erguidos em todas as cidades.
01:57Imagens esculpidas e postes sagrados invadiram vilas e campos.
02:02A influência de Jezabel foi tão profunda que até mesmo o templo do Senhor foi desprezado.
02:09Os profetas de Yahweh foram perseguidos como criminosos.
02:14Alguns se esconderam em cavernas, outros não tiveram tanta sorte.
02:18O sangue dos justos manchava o chão da terra prometida.
02:22A nação havia se rendido à idolatria.
02:24O povo, que fora resgatado do Egito, que atravessara o deserto sustentado por milagres,
02:31agora oferecia sacrifícios a deuses de madeira e pedra.
02:35O silêncio de Deus não era ausência, era juízo.
02:40Era a espera do momento certo para agir, com justiça e misericórdia.
02:45Enquanto o povo se desviava, os céus começaram a se fechar,
02:49como uma cortina que anuncia o fim de um ato e o início de outro.
02:54Era como se os céus tivessem ficado de luto.
02:57Não havia revelações.
02:59Não havia sinais.
02:59E o povo, acostumado à bênção, começou a se acomodar à ausência.
03:05Mas Deus jamais esquece sua aliança.
03:08No momento exato, ele levanta uma voz.
03:12Elias ainda não era conhecido.
03:14Seu nome não constava entre os líderes religiosos.
03:18Nenhuma linhagem real o apoiava.
03:21Era um tisbita, vindo das montanhas de Gileade,
03:24uma região rústica, marcada por homens simples e de fé profunda.
03:30Era um homem comum, mas com um espírito forjado pela presença de Deus.
03:35Um homem sem nome nos salões da corte, mas com autoridade nos céus.
03:41Enquanto Acabe governava a partir de Samaria,
03:44e Jezabel ampliava sua rede de falsos sacerdotes,
03:48Elias recebia em secreto as palavras que mudariam o rumo de toda a nação.
03:54O tempo do silêncio estava terminando.
03:57A palavra do Senhor estava prestes a ser proclamada,
04:00e o céu a se fechar completamente.
04:04Enquanto os dias se tornavam mais quentes e as colheitas mais escassas,
04:08Deus preparava o improvável.
04:11Não seria um rei, nem um sacerdote treinado nos rituais do templo,
04:16nem um escriba versado na lei.
04:18Seria um homem do deserto, moldado em silêncio,
04:23purificado pela solidão, endurecido pelas montanhas.
04:27Seu nome, Elias.
04:30Gileade, sua terra natal,
04:33era uma região montanhosa e árida,
04:36conhecida por seus homens austeros e resilientes.
04:40Ali, entre trilhas de pedra e arbustos espinhosos,
04:43Elias havia aprendido a ouvir o sussurro do vento e o clamor do céu.
04:49Era um homem com cicatrizes nos pés,
04:51calos nas mãos e fogo nos olhos.
04:55Um homem que conhecia a voz de Deus e a obedecia sem titubear.
05:00Não há menção de anjos anunciando seu chamado.
05:03Não há revelação grandiosa em sonhos ou visões.
05:07Apenas um impulso, um comando interior irresistível,
05:12como um trovão calado que explode dentro da alma.
05:15Vai, fala, proclama.
05:18Elias obedece.
05:20Não pede garantias.
05:22Não exige sinais.
05:24Entra sozinho nos portões do Palácio de Samaria,
05:27onde o luxo da corte contrasta com a miséria espiritual da nação.
05:31Os soldados não o detêm.
05:33Os nobres o observam com desdém.
05:35Jezabel sequer toma conhecimento.
05:39Mas Elias segue,
05:40porque ele sabe que está em missão.
05:44Diante do trono real,
05:46Acabe ergue os olhos,
05:47esperando um diplomata ou bajulador.
05:50Encontra um homem em trapos.
05:53Mas aquele olhar,
05:54firme,
05:55penetrante,
05:57faz o rei recuar.
05:58Então Elias fala,
06:00Tão certo como vive o Senhor,
06:02Deus de Israel diante de quem estou,
06:04não haverá orvalho nem chuva nestes anos,
06:07a não ser segundo a minha palavra.
06:10Não foi um aviso.
06:11Foi um decreto.
06:13O céu estava fechado.
06:15A natureza obedeceria a ordem daquele que falava em nome do Altíssimo.
06:20O silêncio toma o salão.
06:22Nenhum guarda se move.
06:24Elias se vira e parte.
06:26Seus pés deixam pegadas na pedra polida,
06:29como marcas de desafio à autoridade terrena.
06:34Após o impacto de sua proclamação diante de Acabe,
06:37Elias se retira conforme a orientação divina.
06:41Não por medo,
06:42mas por obediência estratégica.
06:45Deus não abandona seus mensageiros.
06:47Ele os reposiciona.
06:49A ordem é clara.
06:51Retira-te daqui.
06:52Vai para o leste.
06:53Esconde-te junto ao ribeiro de Querite que está diante do Jordão.
06:58Beberás do ribeiro e eu ordenei aos corvos que ali te sustentem.
07:03Elias parte,
07:05deixando para trás a opulência dos palácios
07:07e os olhares incrédulos dos que o viram enfrentar o rei.
07:12Vai ao encontro do isolamento,
07:14onde só o vento e o som da água quebram o silêncio.
07:19O ribeiro de Querite serpenteia entre as pedras,
07:23escondido nas profundezas de um vale solitário.
07:27Ali, longe da civilização,
07:30Elias encontra refúgio.
07:32Mas não está só.
07:34A cada manhã e a cada entardecer,
07:36corvos aparecem no céu.
07:38Suas asas negras cortam o horizonte
07:41e em seus bicos há pão e carne.
07:44Essas aves, tidas como impuras pela lei,
07:47tornam-se instrumentos de provisão divina.
07:51É um paradoxo.
07:52O Deus que fechou os céus
07:54está sustentando seu servo com o improvável.
07:58Elias não questiona.
07:59Ele come.
08:00Ele bebe.
08:01Ele espera.
08:03O silêncio que outrora reinava em Israel
08:05agora habita ao redor de Elias.
08:08Mas dentro dele,
08:10a presença de Deus é mais clara do que nunca.
08:13Os dias se tornam semanas.
08:15As semanas se estendem em meses.
08:18O ribeiro ainda corre,
08:20mas lentamente.
08:21A seca que castiga a nação
08:23começa a se aproximar do profeta.
08:26As pedras antes submersas
08:28começam a aparecer.
08:30A água que jorrava agora
08:31escorre em fios finos.
08:34Até que um dia,
08:35o ribeiro seca completamente.
08:37Elias não entra em pânico.
08:39Não murmura.
08:41Porque ele entende.
08:42Quando um ciclo termina,
08:44Deus já preparou o próximo passo.
08:46E a palavra do Senhor
08:48volta a ecoar em seu espírito,
08:50chamando-o para uma nova missão,
08:53mais desafiadora
08:54e mais surpreendente.
08:56A obediência silenciosa no deserto
08:58é o solo onde Deus planta os profetas
09:01que mudarão a história.
09:03O silêncio do ribeiro,
09:05agora seco,
09:06é interrompido por uma nova ordem divina.
09:09Elias, ainda cercado pela quietude do deserto,
09:13ouve a voz de Deus com clareza.
09:16Levanta-te,
09:17vai a Sarepta,
09:19que pertence a Sidon,
09:21e habita ali.
09:22Eis que ordenei a uma viúva
09:24daquele lugar que te sustente.
09:26Sarepta,
09:27uma cidade pagã,
09:29uma região marcada pela idolatria,
09:32localizada na mesma Sidon
09:33que gerou Jezabel,
09:35símbolo máximo da oposição a Deus em Israel.
09:38É ali que Elias deve ir.
09:41Não há um palácio,
09:42não há uma casa rica,
09:44mas há uma viúva,
09:45uma mulher marginalizada,
09:47pobre,
09:48solitária.
09:49O caminho até Sarepta não é fácil.
09:51Elias,
09:52exausto,
09:53atravessa campos ressecados,
09:55aldeias em desolação,
09:57plantações arruinadas.
09:59Os rostos das pessoas revelam fome,
10:01medo e desesperança.
10:04Crianças magras,
10:05olhos fundos,
10:06mulheres em prantos,
10:08homens ajoelhados em terra rachada.
10:10Quando finalmente chega às portas da cidade,
10:14Elias vê uma figura curvada recolhendo gravetos.
10:17A mulher parece frágil,
10:19suas vestes são gastas,
10:21seus movimentos lentos.
10:23Ainda assim,
10:24ela trabalha,
10:25reunindo o que pode
10:27para o que aparenta ser sua última refeição.
10:30Elias se aproxima.
10:32Peço-te que me tragas um pouco de água em um vaso,
10:36para que eu beba.
10:37Ela se vira.
10:39Talvez surpresa pela presença de um forasteiro,
10:41mas prontamente se dispõe a atender o pedido.
10:45Antes que se afaste,
10:47Elias acrescenta.
10:49Traz-me também, por favor, um pedaço de pão.
10:51A mulher para.
10:54Sua resposta é carregada de dor.
10:57Tão certo como vive o Senhor, teu Deus,
11:00não tenho pão.
11:01Há somente um punhado de farinha numa panela
11:04e um pouco de azeite numa botija.
11:07Estou apanhando dois gravetos
11:09para ir prepará-lo para mim e para meu filho.
11:12Comeremos e depois morreremos.
11:15Elias não recua.
11:17Ele olha para ela com a mesma firmeza
11:19com que enfrentou o rei.
11:20Não temas, vai, faz conforme disseste,
11:24mas primeiro faze para mim um pequeno bolo
11:27com o que tens e trazemo.
11:29Depois farás para ti e para teu filho.
11:32Porque assim diz o Senhor,
11:34Deus de Israel,
11:35a farinha da panela não se acabará
11:38e o azeite da botija não faltará
11:40até o dia em que o Senhor enviar chuva sobre a terra.
11:44A mulher hesita,
11:46está diante de um dilema.
11:48Alimentar um estranho com tudo o que lhe resta,
11:50ou guardar a última refeição para si e seu filho.
11:54Mas algo no olhar de Elias,
11:57na autoridade serena de sua voz,
11:59a convence.
12:01Ela obedece.
12:03E o milagre começa.
12:04Naquela casa simples,
12:06no meio de um território dominado pela idolatria,
12:09começa a manifestação da fidelidade de Deus.
12:13Todos os dias a mulher entra na cozinha,
12:16abre a panela e lá está a farinha.
12:19Vai até a botija e ainda há azeite.
12:23Não em abundância, mas suficiente.
12:25O milagre diário se repete.
12:28Elias permanece naquela casa.
12:31Come com eles,
12:32ora com eles,
12:33compartilha a palavra de Deus.
12:35O menino, curioso,
12:37escuta a história sobre Abraão,
12:39Isaac,
12:40Jacó.
12:41A viúva,
12:42antes amargurada,
12:44passa a sorrir com os pequenos gestos de misericórdia.
12:47E o profeta,
12:48outrora solitário,
12:50encontra comunhão.
12:52Na terra de Baal,
12:53o Deus de Israel é honrado.
12:56Não por multidões,
12:58mas por uma mulher,
12:59um menino e um profeta.
13:01É nesse cenário improvável
13:03que a providência divina
13:05revela sua face mais terna,
13:07a fidelidade cotidiana.
13:09Por mais extraordinário que fosse
13:11o milagre da provisão diária,
13:13a vida naquela casa em Sarepta
13:16ainda era marcada pela fragilidade humana.
13:19Elias permanecia como hóspede
13:22e entre orações,
13:23refeições e ensinamentos,
13:25o tempo se passava.
13:27O menino,
13:28antes silencioso e magro,
13:30agora parecia mais forte.
13:32Sentava-se ao lado do profeta
13:34para ouvir suas histórias
13:36sobre o Deus de Israel.
13:38A viúva,
13:39antes mergulhada no desespero,
13:42agora sorria com mais frequência.
13:44A paz havia encontrado morada
13:47naquele lar improvável,
13:50mas então, subitamente,
13:52a tragédia se abateu.
13:53O menino adoeceu.
13:55Primeiro,
13:56uma febre leve.
13:57Depois,
13:58calafrios.
13:59Em poucos dias,
14:01sua respiração se tornava mais lenta,
14:03seus olhos perdiam o brilho,
14:05sua força se esvaía como areia
14:07escorrendo entre os dedos.
14:09A mãe, desesperada,
14:11tentou de tudo.
14:12Banhos com panos molhados,
14:15chás de ervas.
14:16Orava,
14:17chorava,
14:18mas nada a adiantava.
14:21Uma manhã,
14:22o silêncio se instalou de forma definitiva.
14:25O menino não respirava mais.
14:28Ela gritou,
14:29um lamento profundo gutural
14:31que ecoou pela casa
14:33como uma espada cortando o ar.
14:35Em sua dor,
14:37ela se voltou contra Elias.
14:38A acusação não era racional.
14:48Era o grito de uma mãe ferida,
14:51esmagada pela perda.
14:53Elias nada respondeu.
14:55Seus olhos estavam fixos no menino.
14:57Sua alma rasgada.
14:59Sem dizer uma palavra,
15:01tomou a criança em seus braços.
15:03Subiu lentamente ao aposento superior,
15:06onde se hospedava.
15:07Colocou o corpo sem vida sobre sua cama.
15:11E então,
15:12caiu de joelhos.
15:14Com o rosto em terra,
15:15Elias começou a orar.
15:17Mas sua oração não era apenas uma petição.
15:21Era um clamor,
15:22um grito espiritual que atravessava os céus.
15:25Ó Senhor, meu Deus,
15:27trouxeste também tragédia sobre esta viúva
15:30com quem estou hospedado,
15:32matando o filho dela.
15:34Elias se deita sobre o menino.
15:36Três vezes.
15:37Uma ação estranha, intensa, desesperada.
15:40Cada vez que se deita,
15:42ele clama.
15:43Senhor, meu Deus, rogo-te,
15:45dá vida a esta criança.
15:47O quarto pareceu congelar no tempo.
15:50O profeta, imóvel sobre o menino.
15:52O silêncio absoluto.
15:55Então,
15:56a resposta divina.
15:58O corpo do menino tremeu.
16:00Os pulmões se encheram de ar.
16:03Os olhos se abriram.
16:05O espírito retornou.
16:06Elias, com lágrimas nos olhos,
16:09pega o menino nos braços.
16:11Desce as escadas.
16:12A mãe o vê.
16:13Por um momento, não acredita.
16:15Depois corre.
16:17O menino sorri.
16:18Ela o abraça com força.
16:20Entre soluços,
16:21ela declara.
16:22Agora sei que tu és um homem de Deus.
16:25E que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.
16:28Aquela casa onde havia pão e azeite pela fé,
16:31agora era também morada da ressurreição.
16:35Um lugar onde a morte foi vencida.
16:37Onde a vida triunfou.
16:39E onde o Deus de Israel foi revelado como Senhor absoluto sobre todas as coisas.
16:44Inclusive sobre o fôlego de vida.
16:48Este foi o primeiro registro bíblico de uma ressurreição.
16:52E ela aconteceu não em Israel, mas em território pagão.
16:57Não entre reis ou sacerdotes, mas na casa de uma viúva e seu filho.
17:02Porque Deus se revela onde há fé, mesmo que em meio à pobreza e à dor.
17:08O tempo passou como um rio seco, arrastando consigo as esperanças de um povo.
17:14Três longos anos se escoaram desde que Elias havia proclamado o fechamento dos céus.
17:20Três anos sem uma gota de chuva.
17:23Três anos de fome, sede e desespero.
17:27As cidades, antes vibrantes com o comércio e a colheita, agora estavam mergulhadas em ruínas.
17:34As feiras estavam vazias.
17:36Os campos, que um dia dançaram ao vento com trigo dourado, agora eram apenas pó e pedras.
17:44As árvores frutíferas murcharam.
17:46Os rios se reduziram a filetes sujos.
17:50As fontes secaram.
17:52Israel estava quebrado.
17:53Economicamente, socialmente e espiritualmente.
17:58O povo olhava para o céu.
18:00Mas o céu permanecia calado.
18:03Nem nuvens, nem brisa, nem esperança.
18:06A chuva, outrora comum e vital, se tornara uma lembrança distante.
18:12O clamor por água se misturava ao clamor por respostas.
18:16Onde estava Baal, o deus das tempestades?
18:19Por que ele não enviava chuva?
18:21A resposta se tornava cada vez mais clara, até para os mais resistentes.
18:27Baal era impotente.
18:29Seu silêncio era ensurdecedor.
18:32O engano começava a se desfazer, como uma ilusão sob o sol escaldante.
18:37Enquanto isso, o rei Acabe, amargurado e impotente, vagueava entre as ruínas de seu reino,
18:44alimentando a raiva contra Elias.
18:46Para ele, o profeta era o causador de toda a calamidade.
18:51Era mais fácil culpar um homem do que enfrentar o próprio pecado.
18:56Mas a misericórdia de Deus sempre encontra um espaço mesmo nas terras mais ressecadas.
19:02E então, uma nova palavra vem a Elias.
19:07Vai, apresenta-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra.
19:13Elias, obediente como sempre, se põe a caminho.
19:17No percurso encontra Obadias, servo do rei, mas fiel ao Senhor.
19:21Um homem de coragem silenciosa, que havia escondido cem profetas do Senhor em cavernas,
19:28sustentando-os com pão e água, enquanto Jezabel os caçava impiedosamente.
19:34O encontro é tenso.
19:36Obadias teme por sua vida.
19:38Se eu disser a Acabe que te vi, e depois o Espírito do Senhor te levar para longe, ele me matará.
19:45Elias responde com firmeza.
19:47Tão certo como vive o Senhor dos Exércitos, hoje me apresentarei a Acabe.
19:54O momento decisivo havia chegado.
19:57Não havia mais espaço para hesitações, nem para ambiguidades.
20:01A nação precisava escolher.
20:04Continuar claudicando entre dois senhores, ou reconhecer, de uma vez por todas, quem era o verdadeiro Deus.
20:12Elias, firme como sempre, lança o desafio diante de Acabe.
20:17Acabe manda reunir todo o Israel no Monte Carmelo, junto com os 450 profetas de Baal e os 400 profetas de Aserá, que comem a mesa de Jezabel.
20:30O rei, pressionado pelo caos da seca, consente.
20:35Talvez visse naquele encontro uma oportunidade de restaurar sua imagem pública ou até mesmo de expor Elias ao ridículo.
20:42O que Acabe não sabia é que o Carmelo não seria um julgamento de Elias, mas o tribunal do céu contra a idolatria de Israel.
20:52A notícia se espalha.
20:54Os mensageiros percorrem vilas e cidades, convocando o povo.
20:59Crianças são levadas nos ombros, anciãos apoiam-se em cajados, famílias inteiras sobem à trilha do monte.
21:06Todos querem ver o que acontecerá.
21:08O Monte Carmelo, situado entre o mar Mediterrâneo e o interior de Israel, tem uma visão estratégica.
21:17Uma ponte entre o sagrado e o mundano.
21:20Ali, entre rochas e vento, entre as raízes profundas das árvores e o silêncio das alturas, o destino espiritual de uma nação seria selado.
21:31Diante da multidão, Elias ergue sua voz com autoridade.
21:37Até quando vocês vão oscilar entre dois pensamentos?
21:40Se o Senhor é Deus, sigam-no.
21:43Mas se Baal é Deus, sigam-no também.
21:46Silêncio.
21:48O povo hesita.
21:49A covardia espiritual é mais confortável do que a fé convicta.
21:53Mas Elias não recua.
21:55Ele propõe um desafio simples, direto e definitivo.
21:59Tragam dois novilhos.
22:01Que os profetas de Baal escolham um, o preparem, coloquem sobre a lenha, mas não acendam o fogo.
22:08Eu farei o mesmo.
22:10E o Deus que responder com fogo, esse é Deus.
22:14O povo, agora atento, aceita.
22:18Boa é essa proposta.
22:21Murmuram uns aos outros.
22:22Os profetas de Baal começam, montam o altar, cortam o novilho, colocam sobre a lenha e começam a invocar seu Deus.
22:32Ó Baal, responde-nos.
22:34Hora e se passam.
22:35Amanhã dá lugar ao meio-dia.
22:37Eles dançam, gritam, pulam.
22:39Nada.
22:41Elias observa.
22:42Calmamente.
22:43Então, começa a zombar.
22:45Gritem mais alto.
22:46Talvez ele esteja meditando ou viajando.
22:50Quem sabe está dormindo e precisa ser despertado.
22:53Os profetas enlouquecem.
22:55Começam a se cortar com facas e lanças, até que o sangue escorre por seus corpos.
23:00O altar é um palco de desespero.
23:03Mas ainda assim, nenhuma resposta.
23:06Nenhum fogo.
23:07Nenhuma voz.
23:08Ao cair da tarde, Elias chama o povo.
23:12Aproximem-se de mim.
23:14Todos se reúnem.
23:14Elias começa a reconstruir o altar do Senhor, outrora quebrado.
23:21Usa doze pedras, uma para cada tribo de Israel, como símbolo da aliança que o povo havia esquecido.
23:28Organiza a lenha, corta o novilho e dá uma ordem surpreendente.
23:33Encham quatro jarros de água e derramem sobre o holocausto e sobre a lenha.
23:39Fazem isso uma vez, depois outra e mais uma terceira vez.
23:44A água escorre.
23:46Molha tudo.
23:47Encharca as pedras.
23:49Enche uma vala ao redor do altar.
23:51Humanamente impossível acender aquele fogo.
23:55Então, Elias ergue as mãos ao céu.
23:58Sua voz é firme.
24:00Não grita.
24:01Não se exalta.
24:01Ó Senhor, Deus de Abraão, Isaac e Israel, que hoje fique conhecido que Tu és Deus em Israel, que eu sou Teu servo e que fiz tudo isso conforme a Tua palavra.
24:14Responde-me, Senhor.
24:16Responde-me para que este povo saiba que Tu, Senhor, és Deus e que Tu fazes o coração deles voltar para Ti.
24:24O céu se cala por um breve instante.
24:28Então, o impossível acontece.
24:31Fogo desce do céu como uma espada flamejante.
24:34Consome o holocausto.
24:36Devora a lenha.
24:37Lambe a água.
24:39Reduz as pedras a pó.
24:40Tudo desaparece em um clarão ardente.
24:43O povo, estarrecido, se lança com o rosto em terra e clama.
24:47O Senhor é Deus.
24:49O Senhor é Deus.
24:51Elias, vendo que o coração do povo havia se rendido, ordena.
24:56Prendam os profetas de Baal.
24:58Não deixem nenhum escapar.
25:01Foram levados ao ribeiro de Kizom, onde foram executados conforme a lei de Moisés.
25:07Era o juízo de Deus contra a mentira que corrompia a nação.
25:11O altar ainda fumegava.
25:13O cheiro de fogo celestial ainda pairava sobre o ar.
25:16O povo, prostrado, havia reconhecido a soberania do Deus verdadeiro.
25:22Os profetas de Baal estavam mortos.
25:25A idolatria fora desmascarada.
25:27Mas havia ainda uma promessa por cumprir.
25:31A chuva.
25:32Elias se volta para Acab.
25:35O mesmo rei que antes se opunha ao profeta, agora o ouve em silêncio.
25:40Sobe, come e bebe.
25:43Porque já se ouve o ruído de abundante chuva.
25:47Acab obedece.
25:48Vai comer.
25:50Mas Elias não se junta à refeição.
25:52Ele sobe novamente ao cume do Monte Carmelo, não para celebrar.
25:57Não para descansar.
25:58Mas para orar.
26:00O profeta se curva.
26:01Coloca o rosto entre os joelhos.
26:04Uma postura de profunda humilhação.
26:06O mesmo homem que invocou fogo do céu, agora se dobra diante de Deus como servo.
26:13Ele entende.
26:14A batalha espiritual foi vencida.
26:17Mas a intercessão ainda é necessária para que a restauração da terra aconteça.
26:23Elias chama seu servo.
26:25Sobe e olha para o lado do mar.
26:29O servo obedece.
26:30Corre até a borda do penhasco.
26:32Observa o horizonte.
26:34Céu limpo.
26:35Nada.
26:36Volta e diz.
26:38Nada há.
26:39Elias responde.
26:40Torna lá.
26:42Isso se repete sete vezes.
26:44Sete idas.
26:45Sete retornos.
26:46Sete negativas.
26:47Mas Elias não desiste.
26:49Porque a fé persevera quando os olhos ainda não veem o que os ouvidos já ouviram de Deus.
26:55Na sétima vez, o servo retorna com outra expressão.
26:59Ele diz.
27:00Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena, como a mão de um homem.
27:04Elias sorri.
27:06Aquilo era suficiente.
27:08Era o sinal.
27:10A fé não exige tempestade para crer.
27:13Apenas uma nuvem do tamanho da esperança.
27:16Vai e diz a Acabe.
27:18Prepara o teu carro e desce para que a chuva não te detenha.
27:22As nuvens começam a se acumular.
27:24O céu, que por três anos esteve como bronze, agora se torna cinza e pesado.
27:30O vento sopra com força.
27:32O som de trovões ecoa entre os montes.
27:36Gotas grossas começam a cair sobre a terra rachada.
27:40A chuva chega como um batismo.
27:42A terra, que gemia de sede, agora bebe da misericórdia.
27:47Os campos se alegram.
27:48Os animais erguem a cabeça.
27:50O povo dança.
27:52A natureza inteira exulta.
27:54Acabe foge em seu carro, puxado por cavalos velozes.
27:58Mas Elias, tomado pelo poder de Deus, corre adiante dele.
28:04Um homem comum, com pés no chão e olhos no céu, ultrapassa a carruagem do rei.
28:10Não por força, nem por velocidade, mas pelo Espírito do Senhor.
28:15A seca havia terminado.
28:18O juízo cumprira seu papel.
28:21A misericórdia agora regava a nação.
28:24O céu havia respondido.
28:26O povo havia se rendido.
28:28O fogo havia caído.
28:29Mas o coração de Jezabel, rainha de Israel, permaneceu endurecido.
28:34Quando Acabe lhe contou tudo o que Elias havia feito, como havia humilhado os profetas de
28:41Baal e executado cada um deles, Jezabel não chorou, não se arrependeu.
28:47Ela se enfureceu.
28:49Com lábios selados de ódio, ela enviou um mensageiro ao profeta.
28:53Que os deuses me façam o pior.
28:55Se amanhã, a esta hora, eu não fizer com tua vida o mesmo que fizeste com os profetas.
29:02Era uma ameaça pessoal.
29:05Não vinda de um exército, mas de uma mulher.
29:08E não uma qualquer.
29:10Jezabel era sacerdotisa, rainha, vingativa, capaz de mover reis e domar multidões com um
29:17aceno de sua vontade.
29:19E agora, ela tinha um único alvo.
29:22Elias.
29:23O profeta, aquele mesmo que enfrentou multidões e invocou fogo do céu, estremeceu.
29:30Pela primeira vez, vemos Elias dominado pelo medo.
29:34E ele foge.
29:35Vai a Berceba, em Judá.
29:38Atravessa os limites de Israel, para fora do alcance imediato de Jezabel.
29:43Deixa ali seu servo e entra sozinho no deserto.
29:47O profeta do fogo agora é apenas um homem cansado.
29:51Exausto não apenas fisicamente, mas na alma.
29:54Ele se assenta debaixo de um arbusto, um zimbro solitário.
29:59E ora.
30:00Basta.
30:01Já tive o suficiente, senhor.
30:03Tira a minha vida.
30:04Não sou melhor do que meus pais.
30:07O homem que havia sido instrumento de milagres agora se sente inútil.
30:11Incapaz.
30:12Fracassado.
30:13Ele dorme.
30:14Um sono pesado.
30:16De quem quer fugir do mundo.
30:17Mas até mesmo ali, Deus cuida dele.
30:21Um anjo o toca.
30:22Levanta-te e come.
30:24Elias abre os olhos.
30:26Há um pão assado sobre brasas e um cântaro de água.
30:30Come, bebe e volta a deitar.
30:33O anjo retorna.
30:34Pela segunda vez, o toca.
30:37Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo.
30:41Não há repreensão.
30:43Apenas cuidado.
30:45Paciência.
30:46Deus conhece a alma abatida de seu servo.
30:50E em vez de abandoná-lo, o sustenta para a próxima etapa.
30:54Elias se levanta, fortalecido por aquela comida.
30:58E caminha por quarenta dias e quarenta noites até chegar ao monte de Deus.
31:04Horebe, o Sinai.
31:07A jornada não é apenas geográfica.
31:09É espiritual.
31:11Elias está sendo levado ao mesmo monte onde Deus falou com Moisés.
31:15O profeta precisa de mais do que pão e água.
31:19Precisa de uma nova revelação.
31:22Precisa reencontrar o sentido de sua missão.
31:25Mas antes disso, precisa encarar sua própria dor.
31:28Então, após quarenta dias atravessando o deserto, caminhando por entre pedras, areia e solidão,
31:36não havia multidões, não havia vozes, apenas os passos cansados de um homem que havia visto o céu se abrir e agora enfrentava o abismo do desânimo.
31:46O destino era o monte Horebe, também conhecido como Monte Sinai, o mesmo lugar onde Deus havia revelado sua glória a Moisés.
31:56Não era uma montanha qualquer.
32:00Era o monte do pacto, da lei, da aliança.
32:03Elias sabia que precisava ir até lá.
32:06Não para fugir, mas para reencontrar o sentido do seu chamado.
32:11Ao chegar, Elias se refugia em uma caverna.
32:14Um abrigo improvisado, escuro, frio.
32:17Seu corpo estava exausto, mas era sua alma que sangrava.
32:22Ele se deita.
32:22E então, ouve a voz do Senhor.
32:25O que fazes aqui, Elias?
32:27Não era uma pergunta de localização.
32:30Era uma pergunta de alma.
32:32Uma provocação divina.
32:34Um convite à reflexão.
32:36Elias responde.
32:37Tenho sido em extremo zeloso pelo Senhor, Deus dos exércitos.
32:42Os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derrubaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada.
32:49Só eu fiquei, e agora procuram tirar-me a vida.
32:54Era um grito de solidão, de frustração.
32:57Elias acreditava que havia fracassado, que toda sua dedicação havia sido em vão.
33:04Que apesar de todos os milagres, a nação continuava cega, dominada por Jezabel, pela idolatria e pelo medo.
33:13Então Deus diz, sai e coloca-te neste monte diante do Senhor.
33:19E Elias obedece.
33:21Permanece na entrada da caverna.
33:24O ar é denso.
33:25O silêncio é absoluto.
33:27Até que, subitamente, um vento fortíssimo se levanta.
33:31Um vendaval que despedaça montanhas e fende rochas.
33:35Mas o Senhor não estava no vento.
33:37Depois, um terremoto.
33:39O chão treme, a caverna se agita, as pedras rolam.
33:44Mas o Senhor não estava no terremoto.
33:46Então, fogo.
33:48Labaredas sobem.
33:50O calor invade a entrada.
33:52Mas o Senhor também não estava no fogo.
33:55E, por fim, um sussurro.
33:58Um som leve e suave.
34:00Como uma brisa tocando a pele.
34:02Como um sopro sagrado sobre a alma.
34:05E Elias cobre o rosto com seu manto.
34:07Porque, agora sim, Deus estava ali.
34:11Não na violência dos elementos.
34:13Mas na delicadeza do espírito.
34:16Na profundidade do silêncio.
34:18Deus não precisava gritar.
34:21Sua presença era suficiente para silenciar todo o resto.
34:25Então, a voz volta a perguntar.
34:28O que fazes aqui, Elias?
34:31A pergunta era a mesma.
34:33Mas, agora, Elias a ouvia com outros ouvidos.
34:36Porque havia aprendido que Deus nem sempre age no extraordinário.
34:41Às vezes, ele fala no invisível.
34:44Na brisa.
34:45No interior.
34:46No íntimo.
34:47E Deus o instrui.
34:49Vai.
34:50Retorna pelo caminho do deserto de Damasco.
34:52Unge Azael como rei sobre a Síria.
34:55Unge Jeú como rei sobre Israel.
34:58E Eliseu, filho de Safate, como profeta em teu lugar.
35:01Mas Deus não termina aí.
35:04Ele revela um segredo.
35:05Um bálsamo para a alma cansada de Elias.
35:08Também conservei em Israel sete mil.
35:11Todos os joelhos que não se dobraram a Baal.
35:14E toda a boca que não o beijou.
35:17Elias nunca esteve sozinho.
35:19Nunca.
35:19Mesmo quando pensava ser o último, havia um remanescente.
35:24Mesmo quando tudo parecia perdido, Deus estava escrevendo sua história por outras mãos, em outros corações.
35:32E Elias, revigorado, deixa a caverna.
35:35Com passos firmes, desce o monte.
35:38Porque agora ele entende.
35:39A missão continua.
35:41E o silêncio de Deus nunca é vazio.
35:44É semente de revelação.
35:47Após sua experiência no monte de Deus, Elias não retorna apenas com instruções.
35:53Ele volta com renovação.
35:55A alma que havia se quebrado agora está restaurada.
35:59E como todo servo fiel, ele compreende que a obra de Deus é maior do que sua própria existência.
36:06Sua primeira missão é buscar Eliseu, o homem designado por Deus, para sucedê-lo.
36:12Elias o encontra não em um templo, nem em um palácio, mas nos campos.
36:19Eliseu está lavrando a terra com doze juntas de bois, conduzindo a décima segunda.
36:24É um homem trabalhador, envolvido com suas responsabilidades.
36:29Mas Deus o havia escolhido.
36:31E Elias o reconhece.
36:33Sem palavras, o profeta se aproxima e lança sobre ele seu manto, símbolo de autoridade, de unção, de legado.
36:43Eliseu entende imediatamente.
36:45Aquilo não era um gesto qualquer.
36:47Era um chamado.
36:49Ele corre até Elias.
36:51Permite-me primeiro beijar meu pai e minha mãe e então te seguirei.
36:56Elias, enigmático, responde.
36:58Vai e volta.
37:00O que te fiz eu?
37:01A resposta não é indiferença.
37:04É liberdade.
37:05Deus não força chamados.
37:07Ele os convida.
37:09A decisão é pessoal.
37:11Eliseu, então, faz algo radical.
37:14Mata a junta de bois.
37:15Usa o madeiro do arado como lenha.
37:18Cozinha a carne.
37:19Alimenta o povo.
37:20E parte.
37:22Era o corte definitivo com sua antiga vida.
37:25Quebrar o arado era queimar as pontes.
37:27Não haveria retorno.
37:29O arado queimado tornou-se o altar de sua nova missão.
37:33A partir daquele dia, Eliseu segue Elias.
37:36Não como um empregado, mas como um discípulo.
37:40Caminha ao lado daquele que havia enfrentado o reis, chamado Fogo do Céu.
37:44Ressuscitado um menino, orado por chuva e ouvido a voz de Deus em um sussurro.
37:52Elias agora não anda mais sozinho.
37:56Ele carrega o fardo do passado, mas também o peso do futuro.
38:00Cada passo ao lado de Eliseu é um investimento no reino.
38:05Um preparo para a continuidade.
38:08Porque o verdadeiro líder não busca apenas fazer, mas deixar um legado.
38:14O tempo da partida se aproximava.
38:16Elias sabia.
38:17Eliseu sentia.
38:19E os dois caminhavam juntos com passos que carregavam o peso do fim e o frescor de um novo começo.
38:25De cidade em cidade, Elias é seguido por Eliseu, em Gilgal, em Betel, em Jericó.
38:33Cada parada é uma despedida velada, uma chance para o discípulo reafirmar sua fidelidade.
38:40Fica aqui, Eliseu, porque o Senhor me enviou a outro lugar.
38:45E a resposta, sempre a mesma.
38:48Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei.
38:53Em cada cidade, os filhos dos profetas aparecem e dizem a Eliseu,
38:58Sabes que hoje o Senhor tomará o teu mestre por cima da tua cabeça?
39:03E Eliseu responde, Sim, eu sei.
39:07Calai-vos.
39:09Há um silêncio respeitoso no ar.
39:11Uma tensão sagrada.
39:13Todos sabem que algo sobrenatural está prestes a acontecer,
39:17mas ninguém compreende plenamente.
39:20É o mistério da transição.
39:21Chegam ao Jordão.
39:24Elias, com seu manto, golpeia as águas.
39:28O rio se abre.
39:29Eles passam em seco, como Josué e os sacerdotes no passado.
39:34O mesmo Deus, que separou as águas para a entrada na terra prometida,
39:39agora o faz para a saída de seu servo.
39:42Do outro lado, Elias se detém e olha para Eliseu.
39:47Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti.
39:52O pedido vem com reverência, mas sem hesitação.
39:56Peço-te que me seja concedida a porção dobrada do teu espírito.
40:01Elias responde, coisa difícil pediste, mas se me vires quando for tomado de ti, assim te será feito.
40:10Se não, não será.
40:12Eles continuam andando, conversam, e então o céu se rasga.
40:16Um carro de fogo, puxado por cavalos de fogo, desce em meio ao redemoinho.
40:21O som é como trovões, o brilho como o sol ao meio-dia.
40:27Elias é separado de Eliseu, não pela morte, mas pela glória.
40:32É levado aos céus sem ver a corrupção.
40:36Eliseu grita, meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros.
40:41O manto de Elias cai.
40:43Eliseu o recolhe.
40:44E com ele, a responsabilidade, a missão, a unção, volta ao Jordão, golpeia as águas.
40:52Onde está o Senhor, o Deus de Elias?
40:55As águas se abrem, e todos sabem, o espírito de Elias repousa sobre Eliseu.
41:01Elias não teve sepultura, não teve túmulo, porque sua história não terminou na terra.
41:07Ele foi trasladado, elevado, e sua vida passou a habitar a eternidade.
41:13Anos depois, no monte da transfiguração, ele surgiria ao lado de Moisés, conversando
41:20com Jesus.
41:22O profeta que fechou os céus, que chamou fogo à terra, agora contempla o Filho de Deus
41:28com um rosto resplandecente.
41:30E assim termina, ou melhor, continua, a história de Elias.
41:35Porque quando um homem vive completamente para Deus, nem a morte é seu fim.
41:41É apenas o início da eternidade.
41:45Elias foi mais do que um profeta.
41:48Foi uma ponte entre o céu e a terra, entre o juízo e a misericórdia, entre o silêncio
41:54e o trovão.
41:55Ele enfrentou reis, chamou fogo dos céus, sustentou viúvas, ressuscitou crianças, desafiou
42:02multidões e, mesmo assim, conheceu a dor da solidão, o peso do desânimo e a profundidade
42:09do medo.
42:11Em sua trajetória, vemos a humanidade de um servo de Deus, sua coragem e suas lágrimas,
42:18sua força e sua fragilidade.
42:21Elias não foi perfeito, mas foi íntegro.
42:25Não foi incansável, mas foi fiel.
42:27Ele nos ensina que a grandeza espiritual não está na ausência de falhas, mas na obediência
42:34em meio às falhas, na persistência, quando tudo ao redor desmorona.
42:39Do anonimato de Tisbé ao monte da transfiguração, sua vida foi um eco do céu.
42:46Ele viveu para tornar Deus conhecido em uma geração que o havia esquecido.
42:52E, quando sua missão foi concluída, não experimentou a corrupção da morte.
42:58Foi tomado em glória, como um selo divino sobre uma vida que ardeu como chama.
43:04Que sua história inspire a nossa.
43:06Que sejamos corajosos para restaurar altares, sensíveis para ouvir o sussurro divino e ousados
43:13para deixar um legado de fé.
43:15Se você gostou do vídeo, deixe seu comentário e se inscreva no nosso canal para receber mais
43:21mensagens como esta.
43:24Que Deus abençoe a todos nós.
43:26Amém.

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