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No Terraviva DBO na TV desta quinta-feira (19), o jornalista Sidnei Maschio entrevista o engenheiro-agrônomo, Diego Fleury.
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Transcrição
00:00Desde o começo do mês passado, o comércio internacional de carne bovina
00:03está passando por uma mudança extraordinária,
00:06principalmente por causa da agressão tarifária dos Estados Unidos
00:10contra a pecuária brasileira.
00:12Conforme o amigo pecuarista já tem bem sabedência disso,
00:15uma das consequências do furdúncio geral provocado pelo prepotente
00:19e descompensado presidente do gigante nortista
00:22está sendo a troca de fornecedores e compradores
00:25em vários dos principais mercados mundiais.
00:27No meio desse estique e puxa, o Brasil, que é o ponteiro
00:31na lista dos maiores exportadores do setor,
00:34está prestando mais atenção na Austrália,
00:36que é atualmente o segundo colocado da relação.
00:40Pois então, para saber um pouco mais sobre como se cria gado
00:43neste grande país da Oceania,
00:45a gente convidou para a nossa entrevista do dia
00:47o doutor Diogo Fleury Costa, engenheiro agrônomo e professor da ISALC,
00:51a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
00:55da Universidade de São Paulo,
00:56que vai participar da função falando ao vivo pelo computador
00:59diretamente de Piracicaba, aqui no interior paulista.
01:03Boa noite, doutor Diogo.
01:04É uma grande satisfação e uma honra ter a sua presença virtual
01:07aqui no nosso Arranchamento Eletrônico.
01:10Muito obrigado e faça o favor de ficar à vontade
01:13porque a casa aqui é simples e para a gente
01:15a amizade é mais importante do que cerimônia.
01:17Ah, muito obrigado, viu?
01:20É um prazer gigantesco estar aqui.
01:23É muito bom.
01:26Vamos lá, para o bate-papo.
01:27Falar de Austrália um pouquinho?
01:29Isso.
01:30Então, né, Diogo, você morou na Austrália por muitos anos, né?
01:34E foi professor numa das mais importantes universidades lá da Austrália, né?
01:39Onde foi que você trabalhou lá?
01:42Eu trabalhei na Universidade do Queensland,
01:46que foi onde eu fiz o meu doutorado,
01:48também lá na Austrália.
01:51E depois eu fui para Central Queensland University,
01:54que é uma universidade menor que a Universidade do Queensland,
01:58porém a maior universidade regional da Austrália,
02:02com um campo dividido, espalhado a Austrália toda,
02:0750 mil alunos, muito em áreas remotas.
02:11É uma universidade, assim, de importância muito relevante
02:16para a área rural, principalmente, daquele país.
02:21O Diogo, falando assim, resumidamente, né,
02:23porque aquilo tudo é muito grande, eu imagino, né?
02:25Quais são as principais diferenças entre a pecuária australiana e a brasileira?
02:32De maneira geral, ó, esses dois países são dois dos grandes players, né?
02:38Por serem os principais exportadores.
02:41Quando a gente fala em produtores, daí tem outros, né?
02:44Estados Unidos, primeiro, a China está lá em terceiro
02:48e às vezes as pessoas não lembram.
02:50Mas especificamente a Austrália, é o trópico seco.
02:55O Brasil é o trópico úmido, a Austrália é o trópico seco.
02:58Um dos principais exportadores, porque exporta quase tudo o que produz.
03:03O último ano, aí, 75% do que eles produziram,
03:09um país que tem um tamanho continental semelhante ao Brasil,
03:14exportou 75% de tudo o que produz.
03:17Então, é muito relevante quando se pensa em abastecimento de carne
03:21em nível global.
03:23Agora, como é que o pecuarista australiano consegue ter pasto, né?
03:28Num clima que é muito seco durante praticamente o ano inteiro, né, Diogo?
03:34Você falou um ponto muito importante, né?
03:37É muito seco.
03:38Dois terços da Austrália é semiárido, chove menos de 600 milímetros.
03:43Então, nós estamos falando aí de um país de área semelhante,
03:46porém, com um rebanho muito inferior.
03:5130 milhões de cabeças em comparação à nossa, né?
03:55E como produz?
03:56Produz manejando a pecuária de forma extensiva, tá?
04:01Então, com taxas de lotações baixas lá em cima,
04:06porém, com um intuito, assim, de manejar aqueles pastos
04:13onde as fêmeas, as matrizes se concentram e daí a bezerrada, né?
04:18A desmama ou vai para exportação vivo ou desce, vai para confinamento
04:25e daí é um sistema de produção completamente intensivo, né?
04:29Intensificado no confinamento.
04:32E isso para atender mercados, assim como Coreia do Sul ou Japão,
04:39mercados pagando mais pela carne, né?
04:42Um dos outros detalhes daquele país.
04:46Agora, os capins que eles usam lá, Diogo, na Austrália,
04:49são melhores do que os nossos?
04:52De jeito nenhum.
04:53O Brasil explora melhor do que ninguém o potencial das gramíneas tropicais, tá?
05:02Com trabalhos maravilhosos realizados no Brasil
05:06para melhorar diversos dos gêneros aqui, a braquiária, o pânico.
05:11O capim que está lá na Austrália das gramíneas introduzidas,
05:15que a gente poderia enfatizar, é o capim buffer, o centro ciliares, né?
05:22Que também está no Brasil, lá no Nordeste.
05:25E por que o buffer?
05:27Porque ele é resistente à seca, tá?
05:30Então, das gramíneas introduzidas, é somente o capim buffer.
05:3490% da carne produzida na Austrália é derivada de pastos nativos.
05:42Ou seja, é Mitchell grass, é Spear grass, tem alguns capins que são nativos de lá
05:49e que a vacada está lá, nesses capins, com baixa produtividade,
05:55porém, respeitando aí, né, obviamente, para não haver superpastejo
06:01e propiciar a perenidade desse capim no sistema.
06:06Como é que é a lotação média dos pastos lá na Austrália, Diogo?
06:11Nessa condição que você está falando aí.
06:12Tá, eu preciso até enfatizar, diferenciar uma coisa.
06:18Se a gente for no sul da Austrália, o sistema de produção é capinha-zevém,
06:23é um clima temperado, só que representa muito pouco, tá?
06:2865% da produção ao norte, nós estamos falando de extensões grandes, tá?
06:3380% do país é coberto por savanas, então é uma vegetação típica de áreas mais secas.
06:43E desses, quase 60% é atividade pecuária com uma lotação baixíssima.
06:49Eu estou falando aí de uma cabeça a cada 30, a cada 50 hectares, às vezes até mais.
06:56Interessante, né?
06:57Como é que é o uso de mão de obra nas fazendas de gado na Austrália?
07:01Tem pouquíssima mão de obra, é algo raro lá.
07:06E por isso até um olhar muito mais atento ao que tem de novidade em tecnologia.
07:13Então, eu me lembro, me recordo da primeira vez que eu fui para a Austrália, em 2004, ainda muito novo.
07:20E eu me deparei com o uso de brete, com coisa hidráulica para abrir e fechar.
07:29Então, tecnologia é marcante, o uso dela naquele país.
07:35Diogo, para a gente arrematar a prosa, né?
07:37Quer dizer, é muito interessante essa conversa.
07:39A Austrália é um país extremamente interessante, né?
07:41Mas o nosso tempo é apertadinho.
07:43Agora, você vai fazer uma palestra contando um pouco dessa história, né?
07:47No encontro de intensificação de pastéis da Scott Consultoria, né?
07:51Quando e onde vai ser o evento?
07:52Semana que vem, dia 24 de setembro, lá em Ribeirão.
07:59Estou muito animado poder ver diversos amigos.
08:03Eu sempre acompanhei o evento da Scott, mas à distância.
08:06Eu voltei da Austrália faz quatro meses que eu tenho a honra de estar agora na Exalc,
08:13minha amada escola.
08:15Mas nos últimos dez anos eu acompanhei esse evento de longe e sei do sucesso.
08:22E vai ser uma honra, um prazer imenso estar lá na semana que vem, 24 e 25 de setembro, em Ribeirão Preto.
08:30Muito bom.
08:30Quem quiser saber mais sobre a Austrália, então dá uma passada lá no evento para assistir a sua palestra.
08:36Diogo, muito obrigado pela sua participação aqui no programa, pelas suas informações muito interessantes.
08:41Um baita abraço para você e até a próxima.
08:45Até a próxima.
08:45Um grande abraço a todos.
08:47Muito obrigado.

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