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A atriz Tais Araújo, que vive Raquel no ramake de Vale Tudo, reclamou da virada da personagem na trama da novela. #MelhorDaTarde

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Transcrição
00:00São duas histórias, são duas histórias diferentes.
00:05Uma é a Thaís reclamando da trama, que na primeira versão de Vale Tudo, a Raquel ficava rica uma vez e até o final.
00:15Janaína, e ela fala sobre racismo. O que você achou?
00:21Sim, primeira coisa, eu entendi a fala da Thaís e também entendo a Manuela.
00:27A personagem, a Raquel, ela já está pobre de novo, ela já está vendendo sanduíche na praia e isso vai durar apenas uma semana.
00:38Ela vai conseguir, a Celina vai voltar atrás, vai comprar a casa, a Raquel vai começar tudo de novo e vai ficar rica.
00:46E a Elenina ajuda? A Elenina ajuda, não é?
00:49Não, quem vai ajudar nesse primeiro momento é a Celina, porque foi ela que causou tudo.
00:55Ela era a fóssia majoritária, a Odete descobriu e mandou ela vender as ações.
01:03Agora, a outra questão é verdade, a gente quer ver a pessoa negra acendendo na televisão.
01:08Porque por muito tempo a gente fez papel de escravo, papel de subalterno, papel terceirizado.
01:15Então a gente quer provar que você sendo honesto e trabalhando duro, você consegue acender na vida.
01:21Não precisa ficar rico, mas ficar bem na fita.
01:24Isso é importante.
01:25Mas você entende.
01:26Só que isso vai acontecer.
01:27Mas você entende a autora, né?
01:29Pra dar mais dinamismo à trama.
01:31Eu entendo a Manuela.
01:33Ela mudou a história, mas não toda.
01:35Ela acrescentou.
01:37Acrescentou.
01:38Mas num tombo, porque na vida...
01:38Uma queda.
01:39Isso, porque na vida da gente, a gente tem obstáculos.
01:43Claro.
01:44Tem obstáculos.
01:45E a pessoa que vem de baixo, ela sabe disso.
01:49Não é sempre que você vai acender direto.
01:52Você entendeu?
01:53Eu não sei se a Regina ou a Pamela concordam comigo.
01:57Vamos lá.
01:57Diana, concordo em muitas coisas que você disse, mas eu acho que faltou aí um cuidado da Manuela, sim.
02:02Você acha?
02:02Eu acho.
02:03Porque a gente já tá...
02:04A Globo tem uma dívida histórica com a comunidade negra.
02:07Que sempre fomos retratados em lugar de miséria, em lugar de pobreza, em lugar só da sensualidade,
02:13só do humor.
02:14Então faltou um tato agora.
02:16E aí que entra, Léo, a questão da representatividade.
02:19Será que se fosse uma autora negra, uma mulher negra, ela teria esse mesmo pensamento que Manuela teve?
02:25Ela poderia alongar a trama de outras formas.
02:28A não ser essa, por conta dessa dívida histórica e desse momento histórico que a gente vive.
02:32De querer ver a população negra em outros lugares, para além da dor, para além do sofrimento.
02:39Mas a mocinha...
02:41Eu ia...
02:42Se a gente for pensar em outras novelas, geralmente elas fazem por um calvário muito grande, independente da cor.
02:50Concorda?
02:51Ou não?
02:52Concordo.
02:52Tem mocinha que sofre muito, independente da cor.
02:56Aliás, isso é condição, né?
02:58Isso é condição.
02:59É condição da mocinha.
03:01É.
03:01Não tem como falar.
03:02Sofre muito.
03:03Mas o que a Regina...
03:06Só que a Raquel, a questão da constituição financeira, nessa novela é novo, né?
03:12Nessa versão é nova.
03:14Fala.
03:14É nova.
03:15Então a gente tem que entender isso.
03:17Eu concordo com a Regina.
03:19A gente quer ver a gente bem.
03:21A gente quer ver a pessoa negra acender de uma forma maravilhosa, assim, 100%.
03:26Ah, entendi.
03:27Mas isso vai acontecer com a Raquel duas vezes.
03:30Aconteceu a primeira vez, ela criou a paladar, deu tudo certo, ela caiu e ela vai levantar de novo.
03:36Então por isso perdoa a Manuela.
03:39É uma coisa que estão ponderando aqui no ouvido.
03:41Não perdoa não, mas beleza.
03:42Uma coisa que estão ponderando no ouvido é o seguinte, será que ela precisava vender sanduíche na praia de novo?
03:49Então...
03:49Foi forçado demais, né?
03:50E Léo, nossa...
03:52Gente, vamos combinar?
03:53Eu vi até um meme na internet que eu achei maravilhoso.
03:55Ela tinha lá sua empresa de alimentos, daí de um dia pra outro ela perde tudo, aí ela imediatamente volta a vender esse sanduíche na praia.
04:03Na maior felicidade!
04:04Que alegria que é ela!
04:06A mulher perdeu tudo!
04:07Ainda romantizando a pobreza.
04:09Eu achei meio desconexo.
04:11É.
04:11Achei meio...
04:12É, quem romantiza a pobreza é rico, né, gente?
04:15Então...
04:15É só rico o que romantiza.
04:17A gente que sabe como é, né?
04:19Agora, o...
04:21Agora, o vender sanduíche...
04:23Tem muita gente que vende sanduíche e ganha muito dinheiro na praia.
04:26Mas sim, não precisava ter essa queda tão expressiva.
04:27Mas tá feliz, perdeu tudo, tá cheia de dívida e tava feliz.
04:31Perdeu tudo.
04:31Quem tem um amigo, tem tudo lá.
04:34Ah, eu acho que exagerou um pouco na mão.
04:37Você acha que exagerou?
04:38Agora, sobre a entrevista.
04:39A cena exagerou, mas eu amo o Vale Tudo.
04:41A gente tava conversando com o Márcia, que eu sou apaixonada.
04:43E você achou desnecessário isso?
04:45Eu achei que ficou meio desconexo.
04:46Porque na vida real, quem perde tudo, perde a empresa...
04:49Fica acabado.
04:49E tem que voltar, fica triste, pô.
04:51Vai trabalhar, vai trabalhar.
04:52Tempinho, né?
04:52Tempinho.
04:52Porque a vida é essa, brasileiro não desiste.
04:54Mas tinha que ter um pouco mais de sofrimento ali, né?
04:57De raiva, talvez.
04:58Agora, vamos pro outro assunto.
05:00Lembrando...
05:01Ah, fala.
05:03Lembrando que Thaís, ela costuma criticar autores, sim.
05:06Ela fez isso com o Maneco, porque a Helena era horrível.
05:10Ela já fez isso com o Maneco, porque a Helena dela, a construção da Helena, pelo autor, foi ruim.
05:17Ela foi uma Helena, do Manuel Carlos, né?
05:20Ela foi uma Helena, mas foi uma novela que não deu certo, né?
05:25Não deu certo?
05:26A gente nem lembra.
05:27Eu não lembro o nome da novela, pra você ter uma ideia.
05:29E eu sou noveleira também.
05:31A Helena da Thaís foi horrível.
05:33Foi.
05:33É pra ser esquecida.
05:34Foi, foi.
05:35E ela criticou por que ele na época?
05:37É viver a vida?
05:40Não tenho certeza.
05:41Ela criticou ele por quê?
05:44É, porque a Helena dela era uma pessoa confusa.
05:47A questão da negritude ali é como a Regina falou muito bem.
05:51Quando não são pessoas negras que escrevem sobre pessoas negras, fica difícil você retratar a realidade.
05:58O Maneco, ele vem de um mundo Leblon muito branco, né?
06:02Muito.
06:02A verdade é essa.
06:03Muito.
06:03Então, quando ele tem uma personagem negra, ele não sabe o que fazer, Léo.
06:09Ele não soube o que fazer.
06:10E é difícil.
06:11Eu entendo que é difícil.
06:13É lugar de fala.
06:14Fala.
06:14É, e aí a pergunta que fica pra Globo e pra outras emissoras aí que produzem novelas,
06:18cadê os autores negros?
06:20Cadê roteiristas negros participando dessas produções pra apontar esse tipo de coisa?
06:24Boa!
06:25Porque se tivesse outras pessoas ali envolvidas, isso seria falado.
06:30O que é complementar, Helena?
06:31Helena, hoje, atualmente, a Globo tem.
06:34A Globo tem um clube não, né?
06:37Uma equipe de roteiristas negros.
06:39Tanto que se você assistir Dona de Mim, você entende muito bem.
06:42A autora, ela é a Rosana, né?
06:45Mas por trás dela tem várias pessoas negras mostrando como é a nossa realidade, tá?
06:52Em Dona de Mim, que é a novela 17, a autora, ela tem vários colaboradores negros.
06:58Sim.
06:59Então, a representatividade é muito maior, é isso?
07:03É muito maior.
07:05Em Vale Tudo, eu não vou saber dizer se tem, mas em Dona de Mim, tem.
07:11A Svátima, ela é da última novela, qual foi?
07:14Tinha um núcleo evangélico.
07:16Foi Vai na Fé.
07:17Vai na Fé.
07:17Tinha um núcleo evangélico muito bom.
07:19Vai na Fé.
07:20E aí tinha um protagonismo negro muito forte.
07:22Muito.
07:22Que aí você vê...
07:23Que era a Sharon Menezes, que era a protagonista.
07:26E aí, Léo, mostra o quanto isso reverbera na tela.
07:29Mas porque nos bastidores tem uma equipe.
07:32Exato.
07:32Tem outras pessoas negras envolvidas, não só na tela.
07:35É tipo...
07:36É lugar de fala, né?
07:38É lugar de fala, né?
07:39Fala aí, fala aí, Janeína.
07:42A Sharon Menezes, aliás, é uma antes de Vai na Fé e outra depois de Vai na Fé.
07:47E ela deve muito isso aos roteiristas e a oportunidade que a Globo tem.
07:52Então, assim, eu critico a Globo?
07:54Eu critico.
07:54Mas a Globo tá tentando acertar, corrigir os erros do passado.
07:59Isso é muito bom.
08:00E eu acho que é uma das emissoras que mais tentam fazer isso, viu?
08:03Que mais se empenham nessa, né?
08:05De ter diversidade nos conselhos, né?
08:07Nos grupos de roteiristas ali.
08:10Mas olha...
08:10Ousada, Thaís Araújo, hein?
08:12E você vê que hoje a gente tem uma protagonista retinta em Dona Adiline.
08:15Ela é retinta como eu.
08:17Como é que é?
08:18Repete, repete.
08:20A protagonista de Dona Adiline, que é a Clara Monê, se eu não me engano,
08:25ela é retinta como eu.
08:27Porque, assim, a gente entende, a Regina pode falar sim ou não, concordar ou não,
08:33que, assim, quando a pessoa negra é mais retinta, a vida nossa é um pouco mais difícil.
08:39Porque a negritude tá na sua cara.
08:41E o estereótipo também.
08:42É, quanto mais elementos negros você tiver, se você for mais retinto, se o cabelo for
08:48mais crespo, tudo isso, né?
08:50Se tiver os traços ali, né?
08:52A boca maior, o nariz, tudo isso traz mais elementos e sofre mais com o racismo hoje em
08:57dia.
08:58Então, por exemplo, às vezes fala, ai, ela é linda, uma negra bonita, né?
09:01Que nem deveria ser usado.
09:03E aí você vai olhar, você vê uma mulher que não é tão escura, que não é tão retinta.
09:07E aí, sim, ela é bonita, porque talvez ela se parece mais com uma pessoa branca e
09:12não com uma pessoa negra.
09:13Exatamente, exatamente.
09:14E a Clara é maravilhosa, né?
09:15Tem isso também.
09:16É um turismo, né?
09:17A Clara é maravilhosa.
09:19A Clara tem carisma.
09:20Ela é.
09:21Que é algo que é surreal.
09:23Não é?
09:24É surreal.
09:24É surreal.
09:25Posso puxar a sardinha pro outro lado aqui?
09:26Ela nasceu pra ser atriz.
09:28Nasceu.
09:28Ela nasceu pra ser atriz.
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