Trump recebe Zelensky e líderes europeus após encontro com Putin; Mariana Almeida analisa

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Donald Trump recebeu Volodymyr Zelensky, Ursula von der Leyen e Emmanuel Macron em Washington (EUA) após reunião com Vladimir Putin no Alasca (EUA). Mariana Almeida avaliou o impacto econômico e político das negociações de paz na Ucrânia.

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00:00O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe hoje na Casa Branca o ucraniano Volodymyr Zelensky

00:06e outros líderes europeus para uma reunião sobre os rumos da guerra na Ucrânia.

00:12O encontro acontece após Trump se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, na última sexta-feira

00:18em uma base militar no Alasca. O republicano descartou a retomada da Crimeia e a entrada da

00:25Ucrânia na OTAN como parte das negociações de paz com a Rússia. Além de Volodymyr Zelensky,

00:31a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente francês, Emmanuel Macron e outros

00:38líderes participarão da reunião desta segunda-feira. O encontro entre Trump e Putin no Alasca não gerou

00:45um cessar-fogo, mas trouxe promessas de fortes garantias de segurança para a Ucrânia. Zelensky

00:52não participou da reunião em que Trump adotou a posição russa de que um cessar-fogo prévio

00:57não é essencial para um acordo de paz. Após o encontro entre Trump e Putin, o presidente francês,

01:04Emmanuel Macron, disse que líderes europeus querem saber até que ponto os Estados Unidos

01:10estão dispostos a oferecer essas garantias. Zelensky volta a Washington depois do atrito

01:17com Trump em fevereiro, quando foi acusado de ingratidão. Mas desde o embate, o presidente

01:23norte-americano passou a criticar mais Putin e demonstrar frustração com o impasse nas negociações

01:30de paz. Ainda assim, os Estados Unidos não aplicaram novas sanções à Rússia. A recepção calorosa

01:37a Putin no Alasca, sua primeira visita ao Ocidente desde 2022, foi vista como uma vitória diplomática

01:45de Moscou. A Europa teme que os Estados Unidos pressionem a Ucrânia a aceitar concessões

01:51territoriais à Rússia. Apesar da resistência de Zelensky, ele se mostrou disposto a debater

01:57o tema em uma possível cúpula trilateral com Trump e Putin, ideia sugerida pelo presidente

02:03norte-americano, mas minimizada por Moscou. Enquanto isso, as forças russas seguem avançando,

02:10principalmente em Donetsk. Nesta segunda-feira, ataques em Kharkiv mataram três pessoas e feriram

02:18dezenas, e bombardeios na região de Sami deixaram outros dois feridos.

02:24Esse assunto também é destaque no site da CNBC Internacional. A paz de Trump para a Ucrânia

02:30não parece ser o que Zelensky quer. Não houve acordo quando o presidente dos Estados Unidos,

02:35Donald Trump se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, na sexta-feira. A cúpula,

02:41inicialmente organizada para discutir um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, foi reformulada na última

02:48terça-feira pela porta-voz da Casa Branca, Caroline Levitt, como um exercício de escuta que permitiu

02:55a Trump obter uma melhor compreensão de como podemos, esperançosamente, pôr fim a esta guerra.

03:02E quem já está conosco no Agora é a nossa analista, Mariana Almeida. Oi, Mariana Almeida,

03:08muito bom dia para você. Tudo bem no final de semana?

03:11Tudo bem, Eric. Bom dia para você, para todo mundo que nos acompanha aqui no Agora.

03:15Temos uma semana que começa com uma reunião importante, depois do encontro da sexta entre

03:20Trump e Putin. Dessa vez, o outro lado vai conversar com o presidente dos Estados Unidos.

03:26Então, Zelensky e uma comitiva. Zelensky chamou líderes europeus para que ele não passe

03:33constrangimento novamente, para tentar colocar panos quentes caso Trump queira subir o tom

03:40contra Zelensky. E é importante a gente dizer que a gente tem líderes importantes como

03:44Friedrich Merz, o primeiro alemão que vai participar do encontro, junto com Emmanuel Macron,

03:49Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Mark Huth, também da OTAN.

03:53Mas tem alguns países europeus também incomodados com essa guerra e até com o lado da Ucrânia.

03:59A Hungria, por exemplo, teve o fornecimento de petróleo suspenso porque um oleoduto russo

04:05que leva a commodity para o país foi atingido, atacado por um bombardeio ucraniano.

04:11E temos problemas de fornecimento lá. Então, a guerra não é boa para ninguém, mas tem

04:18países ali da Europa também incomodados com o lado ucraniano, não só com o lado russo,

04:22Mariana Almeida.

04:23Pois é, Eric. Acho que tem o caso da Hungria, ele um pouco traz à tona aqui o que está

04:28por trás, na verdade, todos esses dias, que é a narrativa também de como se encerra

04:32uma guerra. Não só o conflito ele tem, ele é ruim. Do ponto de vista econômico ali

04:36na região da União Europeia, a gente sabe que foi esse conflito que deu início a um

04:41processo inflacionário significativo, a um desequilíbrio aí que dificultou as ações

04:46também do ponto de vista macroeconômico dos países europeus e o que tem feito a economia

04:51europeia como um todo dar uma sofrida, umas boas tropeçadas ao longo dos últimos três

04:56anos. Então, a ideia de fazer que o conflito tenha uma solução e que baixa essa pressão

05:01do ponto de vista econômico é uma intenção mais geral. A questão é como se encerra.

05:07E aí o caso da Hungria, a Hungria já vinha numa, ela já é a voz dissonante na União

05:12Europeia, o Orbán tem uma forma de política, de fazer sua política que já é mais alinhada

05:19à Rússia, ele já vinha declarando que a Rússia já tinha ganho essa guerra. Isso é

05:23exatamente a razão pela qual a Ucrânia fez esse ataque. A ideia era, sim, provocar um

05:29reposicionamento aí da Hungria, pressionando e dizendo, olha só, isso não está confortável

05:33também para você essa dependência da Rússia. A ideia, inclusive, é que frente a esse

05:37ataque, a Hungria seja obrigada a diversificar um pouquinho mais o seu acesso, quem fornece

05:42energia para a Hungria e com isso essa relação, esse vínculo Hungria-Rússia seja fragilizado

05:47e abra-se uma outra possibilidade para que a Hungria tenha necessariamente que negociar

05:51via União Europeia, a União Europeia possa oferecer um apoio e com isso haja um diálogo

05:56maior aí nesse bloco. Ou seja, esse caso é um caso aí que demonstra essa dificuldade

06:03do que significa estar próximo ou não da Rússia e aí nos leva a lembrar o que aconteceu

06:08na conversa de sexta para a conversa de hoje que a gente vai assistir. Lembrando, o Donald

06:13Trump falou primeiro com Putin, então em tese chegou a acordos, a possibilidade de um acordo.

06:19Quando ele menciona isso e agora senta com Zelensky, o que ele está construindo de alguma

06:23maneira? A responsabilização por não cessar fogo, aliás, por não acordo de paz, porque

06:28ele também abandonou a ideia de cessar fogo migrando para, vamos direto acordar a paz,

06:32chega, vamos terminar com essa guerra de uma vez, não vai ter negociação posterior, ele

06:35está tentando resolver de uma vez. Só que essa resolução foi negociada sem o local

06:42onde a guerra acontece, o principal interessado que é o próprio Zelensky que vai hoje fazer

06:45essa conversa. E aí, caso não haja uma solução, a responsabilização acaba recaindo

06:50sobre Zelensky, esse é um pouco a forma como foi montado esse tabuleiro

06:53todo. O ataque à Hungria foi tentando bagunçar essa construção, o convite para os outros

07:00líderes europeus também tentando dar um apoio nisso, mas o tabuleiro está desta forma,

07:06vamos ver como vai sair essa resolução. E o que Trump tem para oferecer para a Ucrânia

07:13aparentemente é o fato de que ele não vai entrar na OTAN, que era um pedido, mas vai

07:18poder acionar o artigo 5, que de alguma maneira dá apoio para a Ucrânia. Os países ocidentais

07:23podem apoiar, mas parece que em termos de território a Ucrânia perde. E quais os termos

07:28dessa perda e o que os Estados Unidos necessariamente podem ou não ganhar com isso, ainda não está

07:32muito nítido, vamos tentar acompanhar. É um dia bastante intenso, assim como foi a

07:38sexta-feira, a gente ficou na expectativa. A única questão é que sempre que a gente

07:40tem esses encontros com o Trump, é muita expectativa, muita vontade de saber o que vai

07:44acontecer e as informações vêm sempre a conta gotas, vem um pouco pingadinho, faltando

07:48um pedacinho. Vamos ver se hoje, com tanta gente participando, do lado da União Europeia

07:53também, a gente consegue se aproximar um pouquinho mais de informações concretas, Klein.

07:57E esse encontro que está previsto para começar às 2h15 da tarde, horário aqui de Brasília,

08:04vai ter um dos temas, uma das propostas colocadas ali à mesa, vai ser uma cúpula trilateral entre

08:11Trump, Putin e Zelensky. É tudo que o presidente ucraniano quer, sentar também e ficar

08:16frente a frente com Vladimir Putin. Vamos ver se ele vai conseguir essa reivindicação

08:22que é uma cúpula trilateral. A gente espera aí notícias, então, durante a programação

08:27aqui do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC, Mario.

08:30Em que condições uma cúpula tripla, Klein? Porque sentar com dois contra um também não é muito fácil.

08:34Então, para caminhar para isso, isso ser realmente ir ao encontro do que é a demanda de Zelensky,

08:40precisa ter essa conversa com o Trump um pouquinho mais azeitada.

08:43Isso é o que a gente vai ter que ver como acontece hoje.

08:45O último encontro foi péssimo entre os dois, a gente viu na reportagem.

08:48Desta vez, o próprio Zelensky está tentando ter cuidado, vamos ver como é que isso sai

08:53e se aí dá para caminhar para essa cúpula tripla de um jeito que seja com três e não dois contra um.

08:59É interessante e curioso que o Premier norueguês, por exemplo, disse assim,

09:03não é possível se fechar ou tentar um acordo de paz na Ucrânia sem a Ucrânia.

09:09Parece uma frase simples, né?

09:11É, mas não é tanto se tratando de Putin e Trump também no meio.

09:16Até já, já, Mario Almeida.

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