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Analistas do mercado financeiro reduziram a projeção da inflação de 2025 pela décima semana consecutiva, passando de 5,09% para 5,07%. Alan Ghani analisa os impactos da nova estimativa.

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00:00A gente fala de economia porque analistas do mercado financeiro reduziram a projeção de inflação de 2025 pela décima semana consecutiva.
00:10Nosso analista de economia, Alan Gani, já está conosco aqui no estúdio para ajudar a gente a entender um pouco desses dados que foram divulgados hoje,
00:18projeções que fazem parte do Boletim Focus de toda segunda-feira. Bom dia, Gani.
00:22Exatamente, Soraya. Bom dia a você, bom dia, Nonato, bom dia a toda a nossa audiência.
00:26Foi uma boa notícia no campo inflacionário porque representa a décima queda na projeção de inflação, de acordo com o relatório Fox,
00:36passando de 5,09% para 5,07%. E aí muita gente pergunta, mas é apenas uma projeção, não significa que será inflação.
00:48Acontece que o Banco Central monitora não só a inflação corrente, mas também as expectativas de inflação para tomar a sua decisão na taxa de juros.
01:01É verdade ainda que 5,07% se encontra acima do teto da meta, que é de 4,5%.
01:11Mas, de alguma maneira, o Banco Central tem conseguido, a duras penas, conter o avanço da inflação,
01:19com a política de juros na taxa Selic, na casa aí, de 15%.
01:25Agora, é claro que apenas o trabalho do Banco Central não é suficiente.
01:30O governo federal também deve ter uma política de redução de gastos públicos,
01:35porque isso acelera essa redução, esse arrefecimento do processo inflacionário.
01:42Agora, Ogan, esse momento que a gente está passando aí, de novas tarifas,
01:47do Donald Trump tarifando vários países, entre eles o Brasil, é claro, ainda com alguma negociação,
01:51isso tem alguma influência aí nas principais instituições financeiras?
01:55Há alguma leitura deles nesse sentido ou não?
01:57Tem. E eu acredito que o mercado está bastante cauteloso, Nonato, em colocar isso nas projeções.
02:04Está esperando uma definição maior do que vai acontecer em relação a todas essas tarifas?
02:11Qual vai ser a reação do Brasil?
02:13Porque até agora a gente não viu, pelo menos no relatório Focus,
02:18isso ser incorporado de uma maneira mais robusta.
02:23Muito pelo contrário, o dólar ali praticamente estável na casa de 5,60%,
02:28crescimento econômico também estacionado em 2,23%,
02:32Selic a 15% e essa redução tímida da inflação.
02:36Portanto, eu vejo que isso sim, de fato, tem influência nas projeções,
02:41mas os analistas estão aguardando uma definição maior do tarifazo
02:47para daí incorporar nas expectativas de mercado e na projeção do relatório Focus.
02:53O tarifazo que já começa a valer quarta-feira agora, né?
02:56Quarta-feira, exatamente. Dia D, né?
02:59É o dia D.
03:00Obrigada, Gani. Daqui a pouquinho você volta.
03:02Estamos a falar aqui de economia,
03:05porque a expectativa de queda de juros pode impulsionar a Bolsa de Valores.
03:09Alan Gani está de volta para esclarecer esse assunto para a gente.
03:12É uma expectativa aí dos economistas do JP Morgan, né, Gani?
03:16Exatamente, Nonato.
03:17O JP Morgan segue otimista em relação ao Brasil,
03:20apesar de toda essa turbulência e volatilidade de curto prazo,
03:25principalmente por conta do tarifazo.
03:27Mas de acordo com o Banco de Investimento,
03:29o Brasil segue com uma perspectiva positiva.
03:32por conta de uma acomodação do tarifazo.
03:35O banco acredita que, de alguma maneira, isso será resolvido.
03:39Tem eleições em 2026.
03:41O banco não fala explicitamente,
03:43mas pode ter alguma troca de governo,
03:45e aí reformas mais liberais, mais pró-mercado,
03:50e também uma expectativa da queda da taxa de juros,
03:53não agora, mas lá pra frente.
03:55Fica muito difícil investir em ações com juros a 15%, né?
04:00Você tem ali um ganho garantido a 15%, juros sobre juros,
04:04você não vai correr risco no mercado acionário.
04:06Mas o banco acredita que, com a queda da inflação,
04:10isso vai possibilitar a queda dos juros,
04:12e aí vai ser um bom momento para comprar ações.
04:15Por isso que o banco recomenda agora, né,
04:17ainda que essas ações estejam baratas.
04:19De qualquer maneira, é uma visão mais otimista,
04:22contrariando muitos investidores
04:25que têm uma visão mais pessimista em relação ao Brasil,
04:29por conta de todo o tarifazo,
04:31por conta do risco fiscal,
04:34além das incertezas eleitorais.
04:36Agora, apesar dessa projeção otimista, né,
04:39alguns analistas já apontam também
04:40que esse segundo semestre vai ser bem difícil
04:42a economia americana sofrendo os custos
04:45dessa própria política tarifária, né?
04:48Perfeito, Soraya.
04:49Até porque saíram dados de mercado de trabalho
04:52lá nos Estados Unidos, na sexta-feira,
04:54não foi um bom dia, né?
04:56As bolsas caíram fortemente,
04:59por conta de entenderem que já existe aí
05:02uma perspectiva de uma forte desaceleração
05:05da economia americana,
05:07e isso foi mostrado pelos dados do payroll, né,
05:10do mercado de trabalho aí,
05:11com vagas de empregos criadas abaixo do mercado.
05:15Além do que, também tem toda uma incerteza
05:18das tarifas chegando lá na ponta para o consumidor.
05:21Que essa é a grande questão.
05:23Como o Trump anunciou tarifa,
05:25voltou atrás,
05:26deu isenções,
05:28para outros países permaneceu a tarifa,
05:31para outros não.
05:32Enfim, ficou uma bagunça difícil de entender.
05:36Então, como é que isso vai chegar de fato?
05:38A gente ainda não tem esses dados,
05:39mas há uma perspectiva por parte dos analistas
05:42que esse terceiro trimestre e o quarto trimestre
05:46vão ser primordiais para a gente ter uma maior clareza,
05:49um maior entendimento de como que vai se dar
05:52o processo inflacionário por conta das tarifas
05:55lá nos Estados Unidos.
05:56Será que chega lá na ponta ou não chega?
05:59Se concretizar isso,
06:01é um cenário ruim,
06:02porque significa desaceleração da economia americana
06:05com inflação.
06:07Ruim, inclusive, para o Brasil.
06:08Gani, só para...
06:09Desculpa, perdão.
06:10Pode ir, não vai lá.
06:11Eu estou aqui numa dúvida.
06:12Não, se de repente essa fragilidade da economia americana
06:16pode ser boa para o Brasil,
06:18para que ele consiga negociar.
06:20É uma questão mais complicada, né?
06:23Porque, apesar de sim,
06:25há uma lógica no que você está falando, Soraya,
06:28porque haveria aí um enfraquecimento dos Estados Unidos,
06:32então isso abre uma oportunidade, né?
06:35Em relação às tarifas,
06:37mas o ponto é que apesar de uma desaceleração da economia americana,
06:42de um processo inflacionário,
06:44o Brasil tem uma posição de desvantagem nessa negociação,
06:48porque a gente acaba sendo mais dependente dos Estados Unidos
06:52do que os Estados Unidos da gente.
06:54Mas, certamente, alguma negociação possa ocorrer, né?
06:59Com esse cenário não tão benigno para a economia norte-americana.
07:04Não só para o Brasil,
07:05mas talvez Donald Trump reveja muitas das políticas tarifárias
07:10caso concretize um cenário mais inflacionário nos Estados Unidos.
07:14Por quê?
07:14Porque o consumidor dos Estados Unidos, evidentemente,
07:18que não vai gostar e isso tem efeitos políticos.
07:21A minha conta a lei magnítica,
07:23se vai ou não impactar os bancos por aqui, né?
07:25Porque fala-se muito e aqueles que atuam no exterior
07:28não poderiam, por exemplo,
07:29continuar prestando serviços ao Alexandre de Moraes
07:32e por aí vai.
07:33Essa discussão está meio aberta.
07:34E é que eles sabem como reagir, o que fazer.
07:37Exatamente.
07:38Existe esse risco,
07:39porque os bancos aqui no Brasil,
07:41eles aí seguem um dilema, né?
07:42Então, vamos imaginar lá o ministro,
07:44ele tem conta no Banco do Brasil,
07:46como vários servidores públicos, né?
07:49Muito bem.
07:50E aí você precisa de um cartão de crédito,
07:52cartão de débito,
07:53que geralmente são bandeiras de empresas norte-americanas.
07:57Visa, Mastercard, Amex, entre outras.
07:59Muito bem.
08:00E aí, se o banco, ele emitiu o cartão de crédito
08:04com essas bandeiras ao ministro,
08:07o banco, ele está seguindo a lei aqui no Brasil,
08:10mas ele está ferindo a lei lá nos Estados Unidos.
08:13E aí ele pode tomar uma multa,
08:15uma sanção bilionária.
08:17Inclusive, isso já aconteceu no caso do BNP Paribas, né?
08:21Que acabou operando em países
08:24que tinham a lei em magnistia contra esses países,
08:28que era o Sudão, Irã, se eu não me engano.
08:31E o banco acabou tomando uma multa bilionária.
08:33E aí existe um risco.
08:35Quer dizer, não só a multa,
08:37mas se a situação escalar, Nonato,
08:39o que é bastante preocupante, evidentemente,
08:41é justamente tirar o banco do SWIFT,
08:44ou seja, desse sistema de pagamentos internacionais
08:48para você conseguir operar dólar.
08:49E aí o banco, sem conseguir operar dólar,
08:52é uma grande dificuldade para a instituição financeira.
08:55Então, toda essa questão também
08:57traz um risco contratual, jurídico, institucional
09:02aqui para o Brasil,
09:04que eu posso traduzir em insegurança jurídica.
09:07Pois é.
09:07Obrigado, viu, Gani, por enquanto.
09:09Mas nós vamos acionar aqui também
09:11o Acácio Miranda, que está com a gente nesta manhã.
09:14Acácio, essa questão da lei Magnitsky,
09:16em relação aos bancos,
09:18é algo que traz preocupação,
09:19o ministro Zanin vai ser o relator, inclusive,
09:22da ação que tenta limitar a lei Magnitsky
09:24contra o Moraes
09:25para tentar, de algum modo,
09:27proteger os bancos aqui do Brasil
09:28de qualquer tipo de ação.
09:30Foi impetrado, inclusive, pelo líder do PT,
09:32o Lindbergh Farias,
09:33essa cautelar do Supremo Tribunal Federal.
09:36Que é uma questão que está, infelizmente,
09:38ainda em aberto, né, Acácio?
09:40Tem dúvida alguma.
09:42Parafraseando o que o Gani disse,
09:44há uma insegurança jurídica.
09:45Porém, desta vez,
09:48a insegurança jurídica
09:49não se deve exclusivamente
09:51ao judiciário brasileiro.
09:53Se deve a uma questão
09:55relacionada à soberania dos países
09:58e ao fato
09:59de diversos operadores bancários
10:03aqui do Brasil
10:04também terem filiais,
10:06também terem operações
10:08nos Estados Unidos
10:10e em países que tenham
10:11relação com os Estados Unidos.
10:14Então, diante deste contexto,
10:16por mais que o Supremo
10:18tenha uma decisão favorável
10:20à manutenção dessas operações bancárias,
10:24nós estamos vinculados
10:26ao que for pensado lá fora.
10:29Eu vou dar até um exemplo
10:31para além do que foi citado
10:33pelo Alan Gani,
10:34que é a Petrobras
10:35no caso da Lava Jato.
10:37Se nós lembrarmos,
10:39os norte-americanos
10:41aplicaram o FCPA,
10:43um mecanismo de combate
10:44à corrupção contra a Petrobras
10:47durante a Lava Jato
10:49e a Petrobras se comprometeu
10:51ao pagamento
10:52de multas milionárias.
10:55E por que a Petrobras
10:56o fez mesmo sendo
10:58uma empresa brasileira?
11:00Porque elas têm operações
11:02lá nos Estados Unidos
11:03e, obviamente,
11:04é do interesse dela
11:05manter essas operações.
11:08da mesma forma
11:09que os operadores bancários
11:11aqui no Brasil.
11:12Por mais que a sede deles
11:14esteja aqui,
11:15eles têm todo o interesse
11:17do mundo
11:18em manter as suas operações
11:19lá fora.
11:20Então, resta saber
11:22quais serão as determinações,
11:25no caso,
11:25a norte-americana
11:26e a brasileira
11:27e a qual delas
11:29os operadores bancários
11:31aqui do Brasil
11:31vão a dele.
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